É fato conhecido da maioria dos leitores da Revista (Reviewand Herald)que por muitos anos na história primitiva dos adventistas do sétimo dia os crentes adotaram o horário das seis da tarde como sendo o tempo para o começo e o término do sábado. É sabido também que no outono de 1855 a Revista ensinou que o pôr do sol era o horário para o início do sábado, e que nosso povo em geral mudou das seis para o pôr do sol.
1. HORÁRIO DO INÍCIO DO SÁBADO
James White
É fato conhecido da maioria dos leitores da Revista
(Reviewand Herald)que por muitos anos na história primitiva dos
adventistas do sétimo dia os crentes adotaram o horário das seis da
tarde como sendo o tempo para o começo e o término do sábado. É
sabido também que no outono de 1855 a Revista ensinou que o pôr
do sol era o horário para o início do sábado, e que nosso povo em
geral mudou das seis para o pôr do sol. Desejo aqui relatar algumas
das circunstâncias relacionadas com essa mudança:
1. O horário das seis da tarde foi lançado em questão por
uma porção dos crentes por volta do ano de 1847. Alguns
afirmavam que o sábado começava ao nascer do sol, enquanto
outros alegavam evidências bíblicas em favor do horário do pôr do
sol.
2. O irmão Joseph Bates, que foi o primeiro a ensinar
sobre o sábado e sua importância, e que fielmente trabalhou para
chamar um povo dentre os adventistas a fim de observá-lo, estava
muito decidido com relação ao horário das seis horas. Sua decidida
posição sobre a questão e o respeito por sua idade e vida
consagrada, devem ter sido as razões para que esse ponto não
tenha sido investigado completamente mais cedo como outros
pontos da mensagem o foram.
3. No outono de 1855, o irmão J. N. Andrews chamou-me
em BattleCreek quando estava a caminho de Iowa, e colocou diante
de mim as razões escriturísticas para começar a guarda do sábado
2. ao pôr do sol. Ele havia escrito um elucidativo artigo sobre o
assunto, o qual deixou comigo. Esse artigo foi publicado na Revista
em 04 de dezembro de 1855, contudo foi antes lido na Conferência
em BattleCreek naquele ano. O assunto foi discutido e resultou por
sedimentar na mente dos irmãos o horário do pôr do sol, com
exceção do irmão Bates e alguns poucos mais. A partir de então,
houve concordância geral entre nós sobre este assunto.
Mas há pessoas que procuram nos prejudicar como um
povo – e a essa classe esperamos ajudar com este artigo. Isso é para
aqueles que relatam e publicam que a senhora White professa ter-
lhe sido mostrado que o tempo para começar o sábado era as seis
horas, e que num período posterior lhe foi mostrado que o pôr do
sol era o verdadeiro horário. É também relatado que em visão ela
viu um relógio com uma mão apontando para o número seis e a
outra mão apontando para o 12, mostrando que seis horas era o
horário do começo e do fechamento do sábado.
Uma simples declaração dos fatos sobre o caso é suficiente
para mostrar que esses relatórios são falsos. Assim, daqui por
diante, damos as seguintes declarações, as quais estamos prontos a
provar pelas mais competentes testemunhas.
Em duas visões foi mostrado algo à senhora White com
relação ao tempo de começar a guarda do sábado. A primeira foi em
1847, em Topsham. Nessa visão, foi mostrado a ela que o começo
do sábado ao nascer do sol estava errado. Ouviu ela então um anjo
repetir essas palavras: “De uma tarde a outra tarde, celebrareis o
vosso sábado”. Levítico 23:32.O irmão Bates estava presente, e
sucedeu em satisfazer todos os que ali estavam com a explicação de
3. que “tarde” significava seis horas. Grave isso: A visão em Topsham
não ensinou sobre o horário das seis horas; ela apenas corrigiu
quanto ao horário da guarda a partir do nascimento do sol. Eu nunca
acolhi a ideia de que o horário das seis horas foi sustentado pelas
visões, por isso copio aqui uma declaração que fiz na Revista sobre
esse assunto em dezembro de 1855:
“Nunca estivemos completamente satisfeitos com o
testemunho apresentado em favor das seis horas, ao passo que
recebemos vários comunicados durante alguns anos passados,
advogando tanto o nascer do sol quanto o pôr do sol, os quais têm
sido quase destituídos de argumentos e do espírito de humildade e
candura. O assunto tem nos preocupado, embora nunca tenhamos
tido tempo para investigá-lo completamente. Em junho de 1854,
instamos o irmão D. P. Hall para que preparasse um artigo sobre o
assunto para a Revista. Enquanto estávamos com ele na Pensilvânia,
no inverno passado, repetimos o pedido. Quando estávamos em
Maine no verão passado falamos desses sentimentos para o irmão
Andrews. Tínhamos medo de divisão, a menos que a questão fosse
assentada pelo bom testemunho. Ele decidiu devotar seu tempo ao
assunto até se certificar do que a Bíblia ensina com relação ao tema.
Seu artigo nesta edição é o resultado dessa investigação. Alguns têm
a impressão de que o horário das seis horas tem sido ensinado entre
nós através da manifestação direta do Espírito Santo. Isso é um erro.
“De uma tarde a outra” era o preceito para o qual as seis horas
havia sido deduzido.”
1. Com relação ao relógio, vinte competentes
testemunhas estão prontas a testificar que nem a senhora White
4. nem suas visões têm qualquer coisa a ver com isso. Quando em
Rocky Hill, Connecticut, em 1849, numa reunião sobre o sábado na
casa do irmão Albert Belden, o assunto sobre ohorário de começar a
guarda do sábado foi agitado. Um irmão que estava presente, em
cuja experiência espiritual havia grande confiança e que parecia
estar exercitando grande poder, entre gemidos e lágrimas, pediu um
pedaço de giz. Em seguida, desenhou no chão a figura de um
relógio, com uma mão apontando para as seis horas. Uma
impressão geral prevaleceu de que isso era o trabalho do Espírito de
Deus, mas a Sra. White não tinha nada a ver com isso.
3. No encerramento da Conferência em BattleCreek,
relatada acima, os ministros e outros, especialmente interessados
na causa, tiveram uma sessão especial de oração para a
prosperidade da causa, e nesse encontro a Sra. White teve uma
visão, mostrando que o horário do pôr do sol estava correto. Isso
assentou a questão com o irmão Bates e os outros, e uma harmonia
geral prevaleceu desde então entre nós sobre esse ponto.
Mas a seguinte questão naturalmente aparece: Se as visões
são dadas para corrigir o erro, por que ela não viu antes o engano do
horário das seis horas? Por uma coisa eu tenho sido grato a Deus -
que Ele corrige o erro em Seu próprio tempo, e assim não tivemos
que suportar uma divisão em nosso meio por causa desse assunto.
Mas, querido leitor, o trabalho do Senhor sobre esse ponto está em
perfeita harmonia com Suas manifestações e com a correta posição
sobre os dons espirituais.
Não parece ser o desejo do Senhor ensinar Seu povo
através dos dons do Espírito sobre questões da Bíblia até que Seus
5. servos tenham diligentemente pesquisado Sua palavra. Quando isso
foi feito sobre o assunto do horário para começar a guarda do
sábado, e ficou estabelecido, e alguns estavam em perigo de
quebrar a harmonia com o corpo de crentes acerca desse tema,
então, sim, foi o exato tempo de Deus exaltar Sua bondade na
manifestação do dom do Seu Espírito na realização de sua
apropriada obra.
As sagradas Escrituras nos são dadas como uma regra de fé
e do dever. Somos ordenados a investigá-la. Se falharmos em
entender e completamente obedecer em consequência de não
pesquisar as Escrituras como deveríamos, ou por falta de
consagração e discernimento espiritual, e Deus, em Seu próprio
tempo, nos corrigir por alguma manifestação dos dons do Seu
Espírito Santo, ao invés de murmurarmos porque Ele não fez isso
antes, deveríamos humildemente reconhecer Sua misericórdia e
louvá-Lo por Sua infinita bondade em condescender em nos corrigir.
Que os dons tenham seus próprios lugares na igreja. Deus
nunca os colocou à frente, ordenando-nos a olhá-los como nosso
guia no caminho da verdade e do céu. Sua palavra Ele tem exaltado.
As Escrituras do Velho e Novo Testamento são as lâmpadas do
homem para iluminar seu caminho para o reino. Siga-as. Mas se
você errar acerca da verdade bíblica e estiver em perigo de se
perder, pode ser que Deus, no tempo de Sua escolha, venha a
corrigi-lo e o traga de volta à Bíblia e o salve. E se acontecer de você
murmurar e pensar “Senhor, por que não fizeste isso antes?”, tenha
cuidado! “Aquietai-vos, e sabei que Eu sou Deus.” Salmos 46:10.
6. Nossa necessidade é Sua oportunidade para nos ensinar pelos dons
do Seu Espírito Santo.
JAMES WHITE
The Reviewand Herald, 25.02.1868, Vol. 31, Nr. 11, página
168.
Traduzido por:
Marilda Scotti Luciano Barcellos