O documento discute a invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021 nos EUA. Aponta que o ataque foi planejado e envolveu mais pessoas do que apenas Trump, incluindo congressistas republicanos. Também descreve como empresas suspenderam doações a políticos e bloquearam contas nas redes sociais de pessoas ligadas aos eventos, enquanto bilionários republicanos reconhecem seus erros em promover a extrema-direita.
2. Imediatamente após a
insurreição em 06 de
janeiro, nos EUA, vimos
uma enxurrada de
análises que ligavam a
invasão do Capitólio
ao discurso que o
presidente Trump fez
naquele mesmo dia em
comício chamado de
“Save America”.
3. Passado mais de um ano, essa visão
estreita foi substituída pela
realidade de que o ataque ao
Capitólio foi desencadeado por
eventos muito anteriores ao comício
do dia e mais ainda:de que existiu
um planejamento detalhado para
subverter o resultado das urnas. Além
disso, a hipótese real de que a
responsabilidade recai sobre muito
mais pessoas do que apenas
meramente em Trump: por
conivência ou leniência.
4. Uma evidência de maior responsabilidade é que dezenas de congressistas
republicanos votaram contra a certificação da eleição, consoante com os
desejos da turba que ocupava o Capitólio naquele momento, mesmo após
saberem da invasão do prédio onde estavam. O Partido Republicano
chegou a declarar, oficialmente, que o evento foi um “discurso político
legítimo”.
5. Prevendo que um movimento mais amplo de busca de
responsabilidades ocorreria, empresas de tecnologia e mídia social
bloquearam as contas do presidente, bem como muitas das vozes
amplificadoras, em um aplicativo que estava se tornando um refúgio
para extremistas.
6. Empresas como Marriott, Airbnb e Dow
Chemical anunciaram que
suspenderiam as doações aos membros
do Congresso que votaram contra a
certificação eleitoral americana.
Citibank, Goldman Sachs e JPMorgan,
entre outras instituições financeiras,
anunciaram que estavam suspendendo
todas as doações enquanto
“reavaliavam as políticas internas de
financiamento”.
Todas essas ações mostram uma
preocupação legítima e bem-vinda; no
entanto, essas medidas não devem
apagar o debate sobre
comportamentos passados.
7. Um dos maiores doadores de movimentos
políticos nos Estados Unidos, o bilionário
Charles Koch, reabriu a discussão sobre
responsabilidade por condutas passadas. Com
seu irmão David, que morreu em 2019, ele
ajudou a impulsionar o movimento Tea Party e a
ala de extrema-direita do Partido Republicano
nos Estados Unidos. Ele fez um mea-culpa sobre
sua própria conduta em seu livro mais recente,
“Believe in People”.
Koch analisou que o sectarismo leva os partidos
a extremos a partir de políticas destrutivas. Ele
perguntou: “A América pode sobreviver como
um país se nossos cidadãos se desprezam?”. E
ele mesmo respondeu: “Rapaz, nós erramos
feio!”.