Este documento fornece um resumo da história da maçonaria, desde suas origens na Idade Média até o século XVII. Aponta William Schaw, arquiteto escocês do século XVI, como o fundador da maçonaria moderna, ao elaborar os Estatutos Schaw em 1598 que regulamentaram as lojas maçônicas na Escócia. No século XVII, as lojas escocesas passaram a receber não-operários, dando início à transição para a maçonaria especulativa.
Revista informativa e cultural do livre pensamento
1. Revista
´ Ano XX- No 91
Revista informativa e cultural
do livre pensamento
2.
3. Revista ACÁCIA | 88 | Página 03
Arte da capa desta edição.
Mensagem
Mudanças
E
stamos sentindo ares de mudanças no mun- O povo está cada vez mais se deseducando moral
do inteiro. As atuais estruturas políticas, eco- e intelectualmente, ficando desligado do envolvimen-
nômicas, financeiras, científicas e religiosas to que deveriam ter para com os demais segmentos
estão carentes de um linguajar menos belicoso e en- culturais.
fático, para uma linguagem mais humana.
Os movimentos de mudanças voltados para pre-
A sinalização da necessidade dessas mudanças ocupações diárias e afetos a nossa cidadania já es-
faz coro em qualquer lugar, inclusive no nosso país, tão se arregimentando em quase todos os grupos da
variando apenas no aspecto do atendimento imedia- nossa sociedade na intenção de obter mais atenção
to e metódico, em curto, médio e longo prazo. das autoridades nas áreas da política, segurança,
saúde, trabalho e educação, para melhoria nestes
Os atuais modelos de desenvolvimento estão setores básicos de sobrevivência social
defasados, desajustados e desligados do ritmo das
conquistas científicas. A expectativa é que, desses movimentos onde
estamos inseridos possam surgir, em curto prazo, al-
Em vários países, inclusive o nosso, os detento- gumas melhorias bem orientadas, para se incorpora-
res do poder perderam os conceitos de honestidade, rem ao bem estar econômico e social do nosso povo.
credibilidade, justiça, honorabilidade e decência. Se
Nietzsche estivesse vivo poderia assistir a gloria da
sua visão da genealogia da malandragem
A expansão da ciência e da Internet é algo assus-
tador e incontrolável favorecendo golpes de esperte-
za aos malandros. Estamos formando pessoas para
um mercado que ainda desconhecemos. A taxa de
natalidade da Índia e da China são as maiores do
mundo, isto representa hoje, um terço da população
mundial; sendo uma sinalização fundamental para o
amanhã.
O nosso político é o mais bem remunerado do
planeta e com as maiores mordomias à sua disposi-
ção sem ter, por parte do sistema, o compromisso e a
responsabilidade de uma qualificação mínima ainda
quando candidato. Querem se eleger a qualquer pre-
ço, porque uma vez eleito tem a chance de enrique-
cer rápido, com raras exceções,
4. Revista ACÁCIA | 89 | Página 04
Índice
03 Mensagem - Mudanças
04 Índice
05 Mensagem / mudanças
Nossas leis, usos e costumes
06 Luiz A Rebouças dos Santos
Venerável mestre - o equolíbrio e
11 sua missão
Transforme-se, evolua, avance. Mario Galante Pacheco
O homem muda constantemente. A borboleta transfor-
ma seu visual. Mas qual o sentido da mudança? De-
pende da estrada e trajetóriado intérprete.
15 Corpo carnal
Delmar Estevan Brandão
Tradição iniciática, período pré-babel e
P ara a borboleta Monarca a mudança impacta seu visu-
al. Para alguns homens, também. Mas são aqueles que
transformam internamente - e assim melhoram seu mun-
19 a obra de Serge Reynaud de La Ferriére
Félix Soibelman
do e ao seu redor - que fazem a diferença e não adornam A espada na maçonaria
simplesmente a grande massa. 26 Flávio Martins Pinto
Rito Escocês Antigo e Aceito na visão
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30 Aceptado en la Visión Hodierna
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41 João Batista de Carvalho Silveira
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Correspondente no Exterior
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Projeto gráfico e Diagramação
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Age! Comunicação - 51 - 3737.7448 - www.agecomunicacao.com - age@agecomunicacao.com
46 Jorge Wolnei Gomes
5. Revista ACÁCIA | 88 | Página 05
Esopo
O corvo e
a raposa
Um corvo roubou um pedaço de carne e foi pousar
sôbre uma árvore. Uma raposa oviu e quis apoderar-se
da carne.
Postou-se, pois diante dele e começou a elogiar seu
tamanho e sua beleza, dizendo que nenhum outro pás-
saro merecia mais que ele ser rei, e que isso certamente
aconteceria se ele tivesse um pouco de voz.
O corvo, querendo provar-lhe que tinha também voz,
abriu a boca deixando cair a carne e pôs-se a crocitar
com toda sua força.
A raposa correu, apanhou a carne e disse: “ó corvo,
se tu tivesses também inteligência, nada te faltaria para
seres rei de todos os animais.
Moral: a fábula se aplica ao homem tolo.
LIVRO
INTELIGÊNCIAS
MÚLTIPLAS
Autor: Howard Gardner Editora Artmed.
O alvo pretendido era atin- des interessados inicialmente
gir os pensadores científicos, foram os professores, adminis-
onde a inteligência procura dar tradores, legisladores, supervi-
respostas sucintas e rápidas de sores e universitários na área
linguagem lógica, mas os gran- de educação.
6. Revista ACÁCIA | 88 | Página 06
Nossas leis, usos e costumes
Luiz A Rebouças dos Santos
A
s origens da franco-maçonaria são confusas Em verdade, ao redor dos anos 1600, a herança
e incertas. Entretanto, quando se invoca a medieval dos maçons, da qual os Antigos Deveres
passagem da maçonaria operativa para a continha os temas da Renascença à sua maneira,
franco-maçonaria especulativa, é preciso recordar al- foi remodelada para fornecer os fundamentos de
gumas evidências essenciais, confirmadas pelo esta- uma instituição nova. E, para utilizar uma linguagem
do atual das pesquisas sobre essa questão. que nos é familiar, foi um arquiteto escocês, William
Schaw que, reunindo antigas pedras esparsas, cons-
Na Idade Média, na época dos grandes canteiros truiu uma nova casa para os maçons.
de obras, existiam, lado a lado, em uma mesma co-
munidade, dois tipos de organização: Existe uma história lendária da profissão de cons-
trutor, e de suas tradições consignadas nas antigas
De uma parte, as corporações, as guildas ou frater- “Cartas” (Antigos Deveres) provavelmente do fim do
nidades, formas elaboradas de organizações profis- Século XIV, e reagrupando diversos documentos mais
sionais cujas finalidades eram mais econômicas (salá- antigos, e uma tradição oral ancestral (manuscritos
rios, organização da profissão, ajuda mútua), técnicas Cooke, Poema Régius). Os Antigos Deveres fazem
(qualificação), éticas (comportamento social), do que menção a Hermes (Thot, a Coluna) a Abrahão, que
especulativas. Fazendo uma comparação com os teria ensinado as sete artes liberais aos egípcios, a
nossos dias, estaria mais próximo dos Conselhos de Euclides, a David, a Salomão e a construção do pri-
Profissão que regulamentam cada atividade; meiro Templo.
No meu entender, o homem que mais do que nin-
De outra parte, as Lojas dos Canteiros, isto é, um
guém, merece o título de fundador da franco-maço-
local onde se agrupavam os trabalhadores do edifício
naria moderna é WILLIAM SCHAW (1550 – 1602) o
(pedreiros, carpinteiros, talhadores de pedra, etc.) e
mais jovem filho de um proprietário de terras escocês.
que era utilizada com múltiplas finalidades, como reu-
Schaw era arquiteto e em 1583 foi nomeado pelo Rei
niões diversas, a guarda dos instrumentos, a forma-
James VI, da Escócia, Mestre de Obras dos Trabalhos
ção profissional, etc.
e Superintendente Geral dos Maçons do Reino. Com
É inexato afirmar que a franco-maçonaria moderna essa função, ele supervisionava todas as construções
empresariadas pelo Rei e controlava o emprego dos
tenha nascido na Inglaterra, crença que naturalmente
obreiros em todos os canteiros de obras oficiais.
foi alimentada pelos ingleses, que recuperaram o mo-
vimento no início do Século XVIII e também é inexato Em 1598 e 1599, Schaw elaborou os estatutos que
considerar que houve uma suposta continuidade en- a história imortalizou sob o nome de Estatutos Schaw.
tre as organizações subsistentes de maçons – e não Tratava-se essencialmente de regras práticas, esta-
as confundir com as guildas, que agrupavam todas as belecidas pelos Mestres da Corporação, reunidos em
profissões, inclusive os maçons – e a franco-maço- Edimburgo, e que a observação era prescrita a todos
naria, uma vez que não há provas concretas que o os maçons. Os dois primeiros artigos prescrevem a
possa justificar. obediência e a honestidade. Preveem uma iniciação
7. Revista ACÁCIA | 88 | Página 07
maçônica de uma grande simplicidade, prestação do jas que seguiam o Estatuto Schaw de 1598, dentre
juramento e comunicação da palavra dos maçons. as quais, Edimburgo, Mary’s Chapel, Atkinson, Haven,
St.Andrews, Sterling, Aberdeen, Glasgow, Kilwinning,
Nos meses que se seguiram à promulgação dos etc.
Estatutos, apareceram os novos tipos de lojas especi-
ficamente maçônicas, especialmente a de Edimburgo De Schaw mesmo se conhece muito pouco, talvez
– Mary’s Chapel. Esta Loja existe até hoje e conser- apenas que era um católico em uma Escócia protes-
vou seus arquivos. Observa-se que esta Loja reunia- tante e puritana, nessa época; que ele havia viajado
se, no começo, no mesmo prédio em que se reuniam bastante pela França, Dinamarca e Itália. Morreu em
as corporações de ofício, das quais se encontraram 1602, pouco tempo após a redação de seus Estatutos
as evidências de sua criação, através de um édito mu- e de sua promulgação.
nicipal com data de 1475.
O que não se discute é que, a partir de 1600 e
O fato de que não existem referências a esse novo sobre tudo 1630, foram iniciados os não-operativos,
tipo de Loja, anteriores aos Estatutos Schaw, evi- os homens de ciências, e os hermetistas ligados à
dencia que elas foram conseqüência da iniciativa de Rosa+Cruz e outras associações. O processo de inte-
William Schaw. Mas isto não exclui que algumas lojas gração foi lento, mas no final do Século XVII algumas
existentes em canteiros acabados, pudessem ter con- lojas escocesas tinham maioria de membros não-
tinuidade, quer no território francês, quer na Escócia, operativos, de diferentes camadas sociais.
como a Loja de Kilwinning, que reivindica sua antigüi-
Por outro lado, a diferença da franco-maçonaria in-
dade, remontando ao Século XII, mas que, infelizmen-
glesa é que, no seu desenvolvimento, recebeu apenas
te, não conservou seus arquivos para constituir as
não-operativos, cavalheiros, nobres ou burgueses, ini-
provas históricas.
ciados nas lojas escocesas durante suas viagens, e
Ainda, em torno do ano 1630, os primeiros balaús- que, mais tarde, fundaram lojas na Inglaterra. A mais
tres registram somente as sessões de iniciação, nos antiga reunião de cavalheiros maçons ingleses de
dois graus existentes, mas não dão os detalhes de que se possui registro foi em 16 de outubro de 1646,
como estas eram realizadas. em Warrington, condado de Lancashire, para receber
como maçom a Elias Ashmole, cavalheiro católico, e
Em 1710 contava-se na Escócia cerca de 25 Lo- seu parente, o Coronel Mainwaring.
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Daí poder-se afirmar que as Lojas mais antigas do Em seu famoso discurso pronunciado a 26 de de-
mundo são escocesas – 1599 – e algumas existem zembro de 1736, podemos retirar estas frases: Dese-
até hoje, e fazem sempre referência ao caráter opera- jamos manter todos os homens com o espírito escla-
tivo em seus nomes. recido, maneiras dóceis e humor estável... através dos
grandes princípios de virtude, de ciência, de religião,
À despeito das assertivas dos historiadores ingle- onde todas as nações possam buscar conhecimentos
ses, não existem quaisquer provas da existência de sólidos, e todas as pessoas, de todos os reinos, po-
Lojas permanentes na Inglaterra até o fim do Sécu- sam aprender a se amar, sem levar em consideração
lo XVII, quando apenas se tem notícias de algumas suas pátrias.
reuniões pontuais em tabernas, para receber novos
membros. Os ingleses, posteriormente a esses fatos, e tendo
presente o texto da Magna Carta de 1215 trouxeram
As quatro Lojas que se reuniram em 1717 para o termo landmarks
constituir a Grande Loja de Londres recuperaram um
movimento que estava em gestação, e lhe deram uma Os landmarks da maçonaria são considerados
estrutura institucional e uma constituição dita de An- pela maioria dos autores maçônicos, as mais antigas
derson que, convém assinalar, era escocês, filho de leis que a regem. Dentre outras coisas, prevêem a
obrigatoriedade de uma crença em um ser superior (O
um vidraceiro, secretário da Loja de Aberdeen, evi-
Grande Arquiteto do Universo), o respeito entre seus
dentemente baseada em documentos mais antigos
membros, a ajuda mútua em casos de necessidade,
que, por conta do Pastor, foram eliminados.
entre outros. O último landmark diz que nenhum dos
Em 1723, a Constituição de Anderson marca anteriores deve ser mudado. NOLUMUS LEGES MU-
uma ruptura doutrinária entre a nova Maçonaria e a TARI.
Rosa+Cruz. Com efeito, o texto da constituição insiste
Há inúmeras discussões entre grupos de maçons
sobre o ideal social da tolerância, e ignora totalmen-
e, segundo alguns, os landmarks devem sofrer modi-
te o aspecto místico do ensino. Seu objetivo essen-
ficações, adequando-se à nossa época. Uma das al-
cial é a moral, e não a pedagogia. As Constituições
terações propostas seria a admissão de mulheres na
excluem a antiga definição de maçonaria, segundo a
Ordem Maçônica. Entretanto, de acordo com os de-
qual se identificava com a geometria. Em razão dessa fensores da sua imutabilidade, estas seriam cláusulas
virada que o Pastor Anderson fez, a Rosa+Cruz tenta pétreas, sendo considerados os limites da maçonaria
manifestar- se fora da maçonaria, em faixa própria, e, portanto, não poderiam ser passíveis de modifica-
mas também se volta para os assim chamados Altos ções. Ainda na opinião desses teóricos, alterá-los sig-
Graus. nificaria romper a sintonia maçônica mundial.
Neste momento de nossa exposição, é preciso fa- Segundo Percy Jantz, o termo maçônico landmark
lar em André Michel de Ramsay (1686 – 1743) que tem origem bíblica. O termo pode ser encontrado no li-
fez seus estudos na Universidade de Glasgow e En- vro dos Provérbios 22:28: Remove not the ancient lan-
dinburgo e aprendeu o francês em Londres. O Senhor dmark which thy fathers have set. para destacar como
Cambrai o converteu ao catolicismo em 1709; perma- os limites da terra foram marcados por meio das colu-
neceu na mansão da Senhora Guyon até 1717 e tor- nas de pedra. Cita mais uma lei Judaica: “Não remova
nou-se, em seguida, preceptor do filho do Conde de os marcos (landmarks) vizinhos, eles tem sido usado
Sassenage, genro do Duque de Chevreuse, influente desde os tempos antigos para definir as heranças.”
defensor da causa estuartista. para destacar como os marcos designam os limites
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da herança. variando da Virgínia (7) e nova New Jersey (10) até
Nevada (39) e no Kentucky (54). Releva destacar,
Mark Tabbert acredita que as regras e regulamen- isto sim, que tais princípios não existiam catalogados
tações atuais regidas pelos landmarks são derivadas até 1858, ou seja, até o século XIX. Em outubro da-
das regras medievais dos stonemasons. quele ano, o norte-americano Albert Gallatin Mackey
Segundo os Regulamentos Gerais publicados (12/03/1807 a 20/06/1881) os fez publicar na Revis-
pela Grand Lodge of England em 1723, Cada Grande ta Trimestral Americana de Maçonaria (vol. II, p.230),
Oriente tem poder e autoridade para fazer novos regu- num artigo denominado As fundações da Lei Maçôni-
lamentos ou alterá-los, para os benefícios reais des- ca, que foi, posteriormente, incorporado no seu Text
ta antiga Fraternidade; tomando os devidos cuidados Book of Masonic Jurisprudence. A verdade é que, a
para que os Landmarks sejam sempre preservados. partir dessa compilação começou a surgir questiona-
Contudo, os landmarks não foram definidos nenhuma mentos, dúvidas, discussões infindáveis, a ponto de
vez. A primeira vez, foi em Jurisprudence of Freema- um maçonólogo francês, questionar: Uma única per-
sonry 1856 de autoria do Dr. Albert Mackey. Ele colo- gunta: mostrai-me um landmark, um verdadeiro!
cou três características básicas:
As Grandes Lojas do Brasil, a primeira das quais
foi fundada aos 22/09/1904 (Amazônia) e a última aos
notional immemorial antiquity 05/11/1989 (Tocantins), assim como as demais do
universality continente latinoamericano adotaram os landmarks
absolute “irrevocability”. compilados por Mackey, ao que se sabe, sem grandes
questionamentos, ao passo que nos Estados Unidos
da América do Norte, a mencionada classificação não
Ele afirmou que os landmarks são 25 no total e não mereceu unanimidade das cinqüenta e uma Grandes
podem ser alterados. Contudo, outros escritores tive- Lojas ali existentes, causando, isto sim, uma grande
ram diferentes interpretações históricas do que seriam confusão visto que existem dezesseis (16) compila-
os landmarks exatamente. Em 1863, George Oliver ções, que abarcam desde três (03) até cinqüenta e
publicou o livro Freemason’s Treasury no qual ele lis- quatro (54) landmarks! Isto representa, claramente, a
ta 40 landmarks. No último século, algumas Grandes não existência de unanimidade com relação à compi-
Lojas Americanas tentaram enumerar os landmarks, lação de Mackey.
10. Revista ACÁCIA | 88 | Página 10
Daqui, então se seguiram as Constituições ma- mestres artesãos ensinavam seus discípulos a arte
çônicas de cada Obediência e suas características – de cortar as pedras, de poli-las e de ajusta-las nos
umas de notório conteúdo republicano, em geral dos devidos lugares. Hoje ela ensina o Homem a tornar-
Grandes Orientes, e outras confessadamente monar- se melhor, mais ético, mais verdadeiro, e o estimu-
quistas, enfeixando no Grão Mestre os três clássicos la a participar ativamente dos clubes de serviço, dos
poderes republicanos, servindo essas Constituições, partidos políticos, das entidades de classe ou das
como a Magna Carta inglesa, para conter os poderes igrejas, e levar a essas entidades os princípios da
do rei. Ordem, pelo exemplo, pela palavra, pela participação
ativa – mesmo sem distintivos ou aventais. O objeti-
E como o ser humano ainda necessite algo mais
vo da maçonaria é formar o homem maçom, e este,
do que suas virtudes para a convivência social, sur-
sim, participar da sociedade, levando seus princípios,
gem as necessidades de estatutos, regimentos inter-
e não sucumbindo à tentação de trazer para a Ordem
nos, atos, decretos, e toda a sorte de regulamentação.
os princípios desvirtuados ou corrompidos que encon-
Quer dizer, nem os Dez Mandamentos ditados por
tra na sociedade de que participa.
Jeovah a Moisés foram suficientes para impor uma
conduta sociável à humanidade. Daí, então, concluo que as distorções comportamen-
tais ou de caráter moral ou filosófico de nossas pedras
Houve uma distorção importante nos usos e costumes
brutas, só podem ser polidas em Loja, dentre aqueles
das Lojas, com o correr dos tempos, e os maçons não se
que conhecem todos os fatos, com detalhes, e só pode
aperceberam. Houve uma inversão de valores: irmãos tei-
caber recurso, como nos procedimentos profanos, ao
mam em trazer para dentro da maçonaria, seus procedi-
Conselho de Mestres Instalados DA LOJA. Qualquer
mentos profanos, com relação ao trabalho, principalmen-
decisão tomada nesse nível é definitiva e inquestioná-
te no campo do direito, propondo temas profanos para
vel, porque, repito, somente os mestres maçons da Loja
discussão em Loja, oriundos do conhecimento que adqui-
em que os fatos ocorreram tem condições de julga-los,
riram na vida profissional; na área contábil e econômica,
determinando a sanção ou absolvição ao culposo, com
teimam em discutir os assuntos dos metais, entendendo
que devam ser gerenciados da forma profana, como se coragem, determinação e equidade e de acordo com
faz em bom procedimento fora da Ordem, com cobranças NOSSAS leis, usos e costumes, sem a intromissão de
e supervalorização de seu uso; em nossos ritos, teimam profanos. Os diferentes tribunais que aparecem ao longo
em querer discutir a liturgia, que não estudam e não en- dos Graus são, inquestionavelmente, tribunais de auto-
tendem – e sempre há um que deseja aperfeiçoar os ritu- julgamento. Segundo nossas mais antigas tradições,
ais, voltando a esta ou aquela data, ou acrescentando ou somente a Reunião em Família ou em Câmara do Meio
estirpando isto ou aquilo. tem condições de avaliar os procedimentos, atos e faltas
dos irmãos, de forma Justa e Perfeita.
Pode-se argumentar que a Ordem é, a cada mo-
Referências bibliográficas:
mento, o reflexo de seu tempo; mas este fato não
desculpa a distorção, porque a maçonaria subsiste há 1. Points de Vue Initiatiques – cahiers de la Grande Loge de Fran-
ce – nº 100 de dec. 1995, jan. et fev. de 1996 Paris, France.
mais de trezentos anos, oficialmente, tendo sempre
fórmulas simples e eficientes para contornar todas as 2. Sampaio, Roberto Giannoúkas M.M. ‘LAND-MARKS’ (leis não-
escritas, usos e costumes) Loja Hermanubis nº 34 e membro efe-
crises pelas quais a humanidade passou. tivo da Loja de Estudos e Pesquisas Universum nº 147.
Desde suas mais velhas Lojas, a maçonaria é uma 3. Lavagnini, Aldo - Manual del caballero Rosacruz Buenos Aires
Ed.Kier S.A.
instituição basicamente de ensino. Inegavelmente,
junto aos canteiros de obras das antigas catedrais, 4. Wikipédia, a enciclopédia livre.
11. Revista ACÁCIA | 88 | Página 11
Venenerável mestre -
o equilíbrio e sua missão
Mario Galante Pacheco*
Q
uantas colunas tem uma Loja Maçônica? cernimento, a Cabala de maneira indelével em nos-
Qual a mais importante e de maior influ- sos trabalhos.
ência, nos trabalhos ritualísticos? Qual é
a Missão de um Venerável Mestre? São perguntas, Pike disse “Sabedoria, Força e Beleza são for-
para as quais as respostas nos parecem óbvias. Para ças que estão ao alcance de todas as pessoas; e
alguns, menos avisados, a Loja tem duas Colunas a uma associação de pessoas plenas dessas forças
do Norte e a do Sul, sendo muito difícil dizer-se qual só pode exercer um imenso poder no mundo. Se a
a mais importante ou influente. Quanto à missão do Maçonaria não o faz é porque parou de possuí-las.”
Venerável Mestre, poder-se-ia dizer que será a “de Esta é uma observação contundente, pois fortalece
dirigir a Loja”. o espírito deste Artigo.
Em nossos escritos, Artigos e Livro, procuramos Para a compreensão da maioria e ao desagrado
demonstrar que o R.´.E.´.A.´.A,´, tem uma relação de poucos, a Loja Maçônica, no Rito Escocês Antigo
“umbilical” com a Cosmogonia Cabalística. Confor- e Aceito, tem três Colunas, a do Norte (sob a égide
me sabemos, pela consulta aos Rituais, do 1º ao do 1ºVig.´.), chamada, de maneira incompleta de Co-
33º constata-se este fato que devemos aos esfor- luna da Força, mas que seria mais bem denominada
ços, bem sucedidos, do Ir.´. Albert Pike, o qual na como Coluna do Rigor, a do Sul, sob o comando do
passagem de consolidação dos diversos Rituais, do 2º Vig.´. dita, impropriamente como a Coluna da Be-
R.´.E.´.A.´.A.´.colocou, com muita propriedade e dis- leza, cuja verdadeira denominação seria de Coluna
12. Revista ACÁCIA | 88 | Página 12
da Misericórdia e, sem destaque, por não ser cos- -Lidar com as mudanças.
tume cita-la, a Coluna do Equilíbrio que vai do Trono
do V.´.M.´. até a `Porta do Templo. Assim, dentro de nossa Sublime Instituição, o
Venerável Mestre- líder natural de sua Loja, devera
Esta última, a Coluna do Equilíbrio é, sem qual- possuir ou desenvolver aquelas qualidades. Ou seja
quer dúvida a mais importante da Loja, a mais in- deverá ser o representante da Sabedoria, exercitan-
fluente nos trabalhos e o campo, no qual o Venerável do a compreensão, através da reflexão e, em decor-
Mestre, cumpre a sua Missão. Podemos comparar o rência de sua autoconsciência, praticando o diálogo
Venerável Mestre com o astro, luminar, o Sol, eis que com seus pares e comandados, se capacitando,
o R.´.E.´. A.´.A.´. é um rito solar. para as mudanças, que são as inevitáveis e constan-
tes resultantes da Vida. A impermanência, como nos
Poderíamos também percebe-lo como um “Rei” ensina o Senhor Buda é a única certeza que pode-
em seu reino. Mas uma das funções mais nobres , mos ter, ao fim e ao cabo. Na vida nada mais certo
exercidas pelo V.´.M.´. é aquela que o caracteriza que a Morte.
como um “Maestro” a reger a sua Nobre Orquestra,
com virtuosa e harmoniosa participação. Sabemos que o Venerável Mestre dirige o Pilar
(a Coluna) do Equilíbrio. Ele exerce uma função de
Recentemente levou-se a efeito um Seminário, interação entre o que provem das Colunas do Norte
destinado a dar conceitos mais atuais do que seja e do Sul, caldeando-as com a sua própria posição do
“liderança” – por isso chamou-se, o Seminário de que se chama de harmonia.
”Vivendo a Liderança”, evento desenvolvido pelo
Eminente Consistório dos Príncipes do Real Segre- Que é interação? “Conjunto harmonioso das
do “ sob a inspiração do então Presidente, Ir.´. Luiz ações e relações entre os membros de um grupo ou
Antonio Rebouças, no qual participamos, como Co- entre grupos de uma comunidade ... Para darmos um
ordenador, evento ministrado pelo Consultor Interna- conceito mais simples.
cional, Sr. Ken O´Donell .
Que é harmonia, para os mesmos efeitos, ou seja
Os menos avisados podem pensar que “lider” é a ação de dirigir uma Loja ou corpo maçônico: “ação
aquele que conduz o seu povo, em acordo com as da qual resulta a estabilidade mental e emocional;
suas idéias próprios, pois “elas são as que darão me- autocontrole, comedimento....de todo o grupo atra-
lhores resultados, sejam eles o que forem. vés da harmoniosa Interação, entre as Colunas do
Norte e do Sul.
Qual o perfil de um verdadeiro Líder? Quais as
“competências essenciais do verdadeiro Líder? Em Desta forma jamais, o que resulta em uma Ses-
uma linguagem profana, poder-se-ia dizer que deve- são maçônica, será a vontade do Venerável Mestre,
riam basear-se nos seguintes pontos: mas o que representa o melhor para o grupo.
-Ser um líder sábio; Poderíamos objetar, dizendo que o Venerável
Mestre (ou qualquer dirigente de um corpo maçôni-
-Possuir Os três pilares da sabedoria (compreen-
co) por ser mais preparado,deveria fazer prevalecer
são, reflexão e prática)
a sua opinião sobre a do grupo. Esta afirmativa, além
-Ter Autoconsciência. de caracterizar o pensamento dos Ditadores, ignora
a sublime atribuição de todo Líder que é a de con-
-Praticar o Diálogo. duzir o grupo ao crescimento, com o conseqüente
13. Revista ACÁCIA | 88 | Página 13
desenvolvimento de seus indivíduos. Meditemos sobre o que seja Dignidade: “Pode-
mos tornar o mundo pedra ou diamante. A escolha é
O Venerável Mestre representa a Consciência,
do grupo que dirige, é fundamental que tenhamos de cada um. Sem valores meu caráter não consegue
noção do conceito do que é “consciência” para os enfrentar as tempestades da cobiça e do individua-
efeitos deste Trabalho.: s.f. (sXIII) 1 sentimento ou lismo. Mas quando consigo tocar a minha essência
conhecimento que permite ao ser humano vivenciar,
e descobrir quão elevado sou, sacrifico a vantagem
experimentar ou compreender aspectos ou a totali-
dade de seu mundo interior 2 sentido ou percepção pessoal em nome do ganho coletivo. Quando me
que o ser humano possui do que é moralmente certo concentro nas virtudes mais grandiosas e acredito
ou errado em atos e motivos individuais. nelas, o ser e o mundo se tornam tão valiosos com
Quando Pike afirma que a Ordem Maçônica per- um diamante.
deu seu poder sobre a Sabedoria, a Força e a Be-
Verbete Brahma Kumaris...
leza, (como vimos acima), está a dizer que foram
esquecidos, deixaram de ser praticados, não foram
“Podemos tornar o mundo pedra ou diamante.
valorizados ou não são conhecidas, por não terem
estudadas e compriendidas as funções da Coluna A escolha é de cada um. Sem valores meu caráter
do Equilíbrio. Ou seja da Coluna do Venerável.... não consegue enfrentar as tempestades da cobiça
(leia-se “qualquer dirigente de Corpo Maçônico). e do individualismo. Mas quando consigo tocar mi-
1871, Albert Pike- Morals and Dogma of the An- nha essência e descobrir quão elevado sou, sacrifico
cient and Accepted Scottish Rite of Freemasonry. a vantagem pessoal em nome do ganho coletivo.
Quando me concentro nas virtudes mais grandiosas
É mais fácil encontrarmos um Ditador do que um
verdadeiro Líder, por que o primeiro atende aos seus e acredito nelas, o ser e o mundo se tornam tão va-
impulsos primitivos e naturais, enquanto que o se- liosos como um diamante.”
gundo deve dedicar-se a burilar a sua pedra bruta e
a dar brilho a sua pedra polida condição mais difícil
e precípua. * Consultor de empresas e RH – Astrólogo - Numerólogo
14.
15. Revista ACÁCIA | 88 | Página 15
Corpo Carnal
Delmar Estevan Brandão*
O
corpo carnal é o veículo que permite fológicas e orgânicas.
ao espírito realizar sua trajetória evo-
lutiva. Ao encarnar o espírito se torna A macromolécula DNA tem a forma de uma
refém de todos os condicionamentos que este longa escada em caracol, que é constituída por
corpo lhe impõe, a começar pelo esquecimento degraus compostos por pares de moléculas de-
de suas vivências passadas. nominadas AT (adenina e timina), e CG (citosi-
na e guanina). Cada degrau corresponde ou ao
As características básicas do corpo carnal, par AT, ou ao CG e, a seqüência destes degraus
tanto morfológicas (formas), como fisiológicas configura um código de barras, portador de in-
(funcionamento), são delineadas no projeto re- formações que regram o desenvolvimento dos
encarnatório do reencarnante e são impressas seres vivos. Estima-se que, no DNA contido no
em seu corpo modelador, durante o processo de núcleo de cada célula, existam mais de três bi-
preparação para o seu reencarne. lhões de seqüências deste tipo !
Estas características, denominadas con- A macromolécula de DNA é extremamente
dições individuais de retorno, fazem parte do longa e se configura tridimensionalmente sob a
chamado destino inarredável do reencarnante, forma de quarenta e seis “novelos”, os cromos-
e cumprem o objetivo de favorecer ao espírito, somos.
tanto atingir as metas de desenvolvimento de
Em cada cromossomo se alinham cerca de
qualidades ainda embrionárias, quanto realizar
mil desses genes. São estas “unidades genéti-
o ressarcimento de débitos do passado.
cas” que portam todas as informações relativas
São as cargas genéticas do corpo carnal e às características morfológicas e orgânicas da
do corpo modelador as matrizes destas quali- criatura. Contudo, apenas cerca de dez por cen-
dades, que ficam impressas na macromolécula to dos genes apresentam tais características co-
DNA, contida no núcleo de cada célula do corpo dificantes. A grande maioria deles é responsável
humano. pela produção de substâncias que atuam sobre
o funcionamento de todo o organismo. Assim,
por exemplo, no DNA das células do fígado, es-
DNA – O PORTADOR DA tão ativados genes que promovem a produção
CARGA GENÉTICA de compostos que, excretados pelas células,
participam do processo digestivo.
A carga genética carnal, proveniente da fu-
são dos núcleos da célula germinativa feminina Para a produção destas substâncias existem,
(óvulo) e da célula germinativa masculina (es- no núcleo celular, moléculas denominadas RNA
permatozóide), fica contida no núcleo do óvulo (e suas variações), que têm por função a de-
fecundado (zigoto). Ela está toda contida na ma- codificação das informações contidas no DNA.
cromolécula DNA, que rege o desenvolvimento As variações do RNA, denominadas Micro RNA,
do embrião, imprimindo-lhe características mor- circulam pelo DNA, ativando ou desativando ge-
16. Revista ACÁCIA | 88 | Página 16
nes. e direcionados (células eucarióticas), ocorre a
existência de uma rede de filamentos protéicos
A ativação e desativação do funcionamento (citoesqueletos), responsáveis por tais ações.
dos genes pode também decorrer do processo
de metilação dos mesmos. Este processo con- A membrana celular além de dar forma à cé-
siste na ligação de moléculas de hidrogênio e lula, desempenha papel relevante no processo
carbono à base dos genes, e pode afetar a ope- de interação dela com as demais. Para tanto,
ração de cerca de setenta por cento dos genes existem na superfície celular, substâncias deno-
existentes no DNA. minadas receptores, que atuam como seletoras
e gerenciadoras das trocas vitais existentes en-
No interior das células ocorrem, pois, proces- tre as células e o meio. A forma e dimensão das
sos determinantes do funcionamento (saudável células dependem da função que desempenham
ou doentio) do organismo, sendo relevante ob- na constituição dos diferentes tecidos e órgãos.
servar que o processo de metilação pode de-
correr da ação de fatores externos. Assim, por As células se multiplicam pelo processo de
exemplo, hábitos alimentares podem acarretar mitose, dividindo-se em duas, cumprindo assim
a metilação de certos genes, bloqueando o seu seu ciclo de vida e renovando o tecido de que
funcionamento. fazem parte.
O estudo da influência dos fatores externos Relevante é o fato de as células germinativas
sobre os genes é objeto da Epigenética, sen- (óvulo e espermatozóide) só portarem vinte e
do denominado Epigenoma o conjunto das alte- três cromossomos, de modo a garantir o núme-
rações químicas provocadas pelo ambiente no ro exato de cromossomos após a ocorrência da
DNA. fusão das duas.
A fusão das células germinativas, no processo
denominado fecundação, é fenômeno ímpar na
CÉLULAS – As Bases da Vida biologia celular. Desta fusão resulta uma nova
célula, o zigoto (com cerca de 1,30 mm de diâ-
Todas as células têm três componentes bási-
metro), com quarenta e seis cromossomos, em
cos em sua estrutura: o núcleo, o citoplasma e a
cujo DNA existem todas as informações neces-
membrana superficial (plasmática).
sárias para dar início à formação do embrião.
No núcleo se localiza a macromolécula DNA,
As células resultantes da multiplicação ce-
que pode ser considerada a memória e inteli-
lular do zigoto, denominadas células tronco to-
gência celular, alem de ser a grande usina sin-
tipotentes, são capazes de se transformar em
tetizadora de compostos orgânicos essenciais qualquer outro tipo de células.
para o funcionamento do corpo.
Assim, graças ao processo de diferenciação
O citoplasma corresponde ao corpo celular, celular, ocorre o desenvolvimento do corpo car-
nele existindo compostos orgânicos vitais para a nal.
existência da célula e do organismo em que ela
se insere. Assim, por exemplo, no citoplasma As células constituintes do corpo carnal po-
de células capazes de adotar uma variedade de dem responder de forma direta aos impulsos
formas e de executar movimentos coordenados nervosos que recebem do cérebro (tal como as
17. Revista ACÁCIA | 88 | Página 17
células musculares), como também de forma in- para dar início à formação dos trezentos e trinta
direta graças, por exemplo, aos estímulos hor- tecidos existentes no corpo humano. Então, por
monais. camadas, as células pluripotentes começam a
formar os tecidos que darão origem a órgãos
e estruturas do embrião. Assim, por exemplo, a
Gestação do Corpo Carnal formação das células nervosas começa a partir
do seu décimo quarto dia de vida.
O estudo do desenvolvimento do corpo car-
nal é objeto da ciência denominada Ontogenia. Cerca de dez dias após a fecundação, tem
O corpo carnal inicia sua formação recebendo, início a encarnação, com a progressiva ligação
desde as primeiras multiplicações celulares, a do cordão astral de cada chacra à glândula en-
carga genética carnal herdada de seus proge- dócrina (em formação) sobre a qual o chacra
nitores. Na visão reencarnacionista, alguns dias atuará.
após a fecundação, o embrião passa a receber
Desta forma começa a se efetivar a entrega
a carga genética astral, que lhe é entregue pelo
da carga genética astral, que passa a operar,
corpo modelador.
como modeladora, sobre o DNA que o reencar-
Assim, a partir do zigoto acontece a multipli- nante herdou de seus progenitores. A estrutura
cação celular, que dá origem às denominadas da macromolécula DNA é sensível à ação dos
células tronco totipotentes, capazes de se trans- chacras do corpo modelador, que nela proce-
formar em todos os tipos de células necessárias dem as alterações genéticas necessárias, para
ao desenvolvimento do embrião.
A multiplicação celular ocorre inicialmente
em ritmo lento, havendo oito células no terceiro
dia após a fecundação, crescendo este núme-
ro para quarenta no quarto dia, e chegando a
cento e vinte no quinto dia. A partir daí a divi-
são celular se acelera e o conjunto de células
totipotentes dá origem a uma estrutura esférica,
denominada blastócito, de cuja parte externa
se originará a placenta e da interna resultará o
desenvolvimento do embrião. Entre o sexto e o
sétimo dia o blastócito se fixa ao útero materno.
As células da parte interna do blastócito são
também denominadas células tronco pluripoten-
tes, pois que podem dar origem a qualquer parte
do corpo humano. São estas células que atu-
almente estão sendo estudadas, visando o seu
emprego em medicina regenerativa.
As células pluripotentes começam a se dife-
renciar, quando seu número se torne suficiente
18. Revista ACÁCIA | 88 | Página 18
que se cumpram as programações inarredáveis Na décima quarta semana de gestação o feto
constantes no projeto reencarnatório do espíri- apresenta rosto com aspecto humano e sexo de-
to. finido.
O processo de diferenciação das células Na vigésima segunda semana o feto come-
pluripotentes, que darão início à formação dos ça a reagir a estímulos externos, alterando seus
tecidos constituintes das diversas estruturas e batimentos cardíacos na ocorrência de ruídos
órgãos do corpo carnal, resulta da ação de um externos, por exemplo.
grupo de genes controladores, denominado ho-
meobox. Estes genes acionam outros genes, Ao completar sua gestação, o feto já possui
induzindo-os a um determinado comportamento. quatro trilhões de células.
Assim, vão sendo formados não somente os ele-
Simultaneamente à gestação do corpo carnal,
mentos biológicos necessários para a formação
ocorre a gestação do corpo vital (duplo etéreo)
dos diferentes tecidos, mas também se estabe-
cujo desenvolvimento se dá no corpo modelador
lece a modelagem do novo ser vivo, sua estrutu-
materno e que, sendo de matéria astral, escapa
ra, o ordenamento de seus órgãos, etc.
à observação do homem encarnado.
A carga genética astral influi, necessariamen-
A encarnação se completa quando o espírito
te, sobre estes genes controladores da formação
abandona o útero materno, passando a viver na
fetal, entregando-lhes características programa-
dependência de seu novo corpo carnal, ficando
das no projeto encarnatório do reencarnante.
desligado das memórias de suas vivências ante-
Já durante a quarta semana de gestação se riores (cujos registros não se encontram nos cé-
completa a formação do coração, tendo início rebros de seus corpos modelador e carnal, mas
o processo de bombeamento sanguíneo, de- permanecem guardados em seus corpos mental
corrente dos batimentos cardíacos. Inicia-se, e emocional). Contudo, mesmo as memórias dos
também, neste período, o desenvolvimento da fatos ocorridos até o terceiro ano de vida encar-
coluna vertebral do embrião. Ao fim da quarta nada não são fixadas nos cérebros dos corpos
semana de gestação, a massa celular do ser em modelador e carnal, mas ficam registradas no
desenvolvimento é cerca de dez mil vezes maior corpo mental. A formação da memória de longa
do que a do zigoto. duração, guardiã da identidade do reencarnado,
ocorre a partir dos três anos de idade.
A partir de sua oitava semana de vida o em-
brião começa a adquirir a forma fetal, com o de- Contudo, os registros existentes no corpo
senvolvimento de seus membros e dos órgãos emocional influem sobre o comportamento do
internos. reencarnante, desde o seu nascimento. Os im-
pulsos emocionais agem sobre o sistema en-
Relevante considerar que até adquirir a forma dócrino, imprimindo reações automáticas, que
fetal, o embrião passa por uma série de formas in- costumam escapar do controle racional. Estas
termediárias, que evidenciam a evolução dos ani- reações caracterizam o temperamento de cada
mais vertebrados no planeta (cujo estudo deno- indivíduo.
mina-se Filogenia). Assim, por breves períodos, o
embrião apresenta brânquias como peixes, mem-
branas interdigitais como aves aquáticas, etc. * Professor - Escritor
19. Revista ACÁCIA | 88 | Página 19
Tradição iniciática, periodo pre-babel e
a obra de Serge Raynaud de La Ferriére
Félix Soibelman*
Introdução pois, de uma erudição que converge ao místico,
P
pela qual fazemos escolhas e emitimos simples
ode a Tradição Iniciática ser atestada opiniões.
pelas religiões comparadas? O histori-
cismo e o estudo das religiões compa- Nada que se pretenda como inerente à reali-
radas socorre a dignidade intelectual para este dade fundamental do destino humano pode ser
desiderato, mas o resolverá completamente? arbitrado pelo nosso gosto ou identificação pes-
soal, ou, noutras palavras, não pode a conside-
Como podemos aferir o grau de verdade de ração sobre essa existência fixar-se num relati-
qualquer coisa nesta matéria? Pelo historicis- vismo.
mo, por simplesmente enunciar as similaridades
entre distintos testemunhos da experiência mís- Não será, pois, nenhuma autoridade, ainda
tica, símbolos religiosos, Escolas esotéricas, te- que espiritual, que possa garantir coisa alguma
ologias ou ainda pela palavra daqueles que go- e muito menos poderemos concluir por uma si-
zam de prestígio e consideração entre eruditos, metria da “santidade” entre as distintas religiões,
religiosos, ou entre as massas? escolas ou vertentes espirituais, como se para
atestar sua existência e igual valor nos bastasse
Iniciando a resposta, digo que isto tudo pode saber que alguém é reconhecido como tal, mor-
fazer parecer que estamos diante de uma de- mente quando vemos textos de S. Crisóstomo,
cisão, mas não estamos. Fosse uma decisão por exemplo, de uma puerilidade total.
restaria contrariada a natureza transcendental
dessa apreensão de forma que não passaria, Por esse expediente os santos declarados,
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20. Revista ACÁCIA | 88 | Página 20
como o são alguns da cristandade, mediante finalmente.
um processo canônico póstumo, de lastro mo-
ral com improcedente averiguação de suposta Destarte, para que essa Tradição Iniciática
conexão entre a Luz incriada e a averiguação não seja mais do que um alento de sincretismo
de milagres, seriam equiparados aos santos religioso e semelhanças fugidias, deve necessa-
realizados, cujo conceito é totalmente distinto, riamente haver algo que nos chancele sua pre-
compreendendo estados metafísicos transindivi- sença. Eis, pois, que ninguém conhece verda-
duais alcançados por eles. deiramente a Tradição Iniciática senão por este
viés presencial, não sendo todo o restante mais
No entanto, o fato é que, ao olhar exterior ne- do que conjectura comparativa.
nhum dos dois casos permite ajuizar nada, dado
que tal capitulação somente se justifica no foro Quem queira discorrer sobre a Tradição de-
interior. verá mesmo fazê-lo num marco puramente fide-
ísta e místico, contando com o auxílio de uma
Eis-nos aqui, pois, diante do dilema cuja so- função empática pela qual ecoe na consciência
lução somente poderá ser de ordem perceptiva. alheia os mesmos móveis que fizeram palpitar
Sim, para não ser uma mera apreciação cultu- a consciência de quem o enuncia, não poden-
ral, deve haver uma percepção, uma apreensão do, contudo, produzir uma prova objetiva sobre
que faça inteligível esta verdade para nos inserir a Tradição. Tudo que pode ser dito a seguir vela
numa outra ordem valorativa. Ela não será ou- por esse princípio.
torgada pela evidência num sentido lógico asso-
ciativo pelo qual um estado de consciência pode
ser avaliado analiticamente, isto é, por um juízo, A TRADIÇÃO INICIÁTICA
como se as premissas adotadas numa condição
mental ordinária servissem a balizar o reconhe- Observando-se advertência na última fra-
cimento de estados superantes do “eu”, tomando se acima, a Tradição Iniciática é e sempre foi
como regra os preceitos meramente assumidos para aqueles que a conhecem verdadeiramente,
fideística, moral ou filosoficamente para dizer: um Poder transmitido desde a Fonte, de Deus,
“este é santo, aquele não é, este é iluminado, através dos tempos, que permite ao homem as-
aquele não é”, etc. O intranscendente não pode cender metafisicamente, sendo a única forma
avaliar o transcendente, uma categoria de pen- de fazer reais os postulados transcendentais da
samento não pode avaliar outra. filosofia e de todas as religiões.
Logo, o que nos fará saber do grau de verda- Quando dizemos “tornar real” estamos, pois,
de da existência dessa Tradição Iniciática será em sede do elemento fulcral que a distancia do
sempre um contato direto com o conhecimento conhecimento ordinário, isto é, mediante este
em que dita existência implica, conhecimento Poder o objeto do conceito torna-se realmente
este que é, portanto, intuição. existente na percepção, produzindo a transfor-
mação da própria consciência.
Esta intuição unicamente pode servir-se des-
sas considerações a respeito do sincretismo Na definição de Serge Raynaud de la Fer-
religioso, para dar-se na medida em que todo rière realizar é, pois, compreender através de
processo intuitivo é precedido de um ruminar in- uma expansão de consciência. A Tradição Inici-
telectual, que, não obstante, jamais o constituirá ática somente se põe de manifesto quando isto
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ocorre, ou seja, quando esta realização sucede. homem, que este último pode conduzir-se pela
Quem não conta com isto não tem participação Teose.
e nada pode, senão pequenos prolegômenos.
Não obstante, o livre pensamento é necessa-
Como sobredito, é a transmissão de um Po- riamente predecessor de toda assimilação supe-
der. Tradição vem de transmissão, ou seja, legar rior, pois, o conhecimento sucede por um trân-
a outrem uma capacidade ou bem. No caso é o sito do conhecido no espelhar do pensamento
poder do Verbo, a fonte, o influxo espiritual ne- em si mesmo, que é a consciência. Isto significa
cessário à manifestação da Gnose na abertura que nada pode ser conhecido com a plena mani-
da consciência, seja em qual via de realização festação de seu Ser, sem que o seja neste am-
for. biente de inteira autonomia imanente. É nessa
autonomia da imanência e só por ela, que pode
Eis aí a razão de se afirmar que o livre pen- o ser, fazer consciência de algo.
samento nada pode na assimilação de Deus e
seria por essa reciprocidade, entre Deus e o A liberdade é, portanto, uma essência primei-
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ra do pensamento, ainda que seja para a decisão cluindo nisto uma distância que nada mais é que
de submeter-se a uma disciplina legada epifani- Deus cumprindo a si mesmo, uma vez que nada
camente. Desta sorte, o Iluminismo foi um res- podendo ser, sem ser Deus, sob pena de insub-
gate da consciência para a Gnose, ao contrário sistência de sua natureza Absoluta, o indivíduo
do que pretendem os críticos desse movimento. nada mais é que Deus revelando-se a si mesmo,
de forma que negação do indivíduo é tão vazia
Destarte, se por um lado a Gnose só pode quanto a negação do contrário, entendido como
ocorrer pelo legado da revelação, por outro não Absoluto trascendental.
pode ela fecundar se não for participando na
própria condição reflexa e imanentista da cons- É este, pois, o argumento cosmológico que
ciência, o que nos remete à eterna questão do fundamenta a presença da Sublime Hierarquia
livre arbítrio e da liberdade de eleição, apreen- Espiritual sobre a Terra.
são e adoção das idéias.”
Estando entendidos os elementos deste, esta
A natureza consubstancial da Hierarquia e
troca entre a revelação e a consciência, impõe-
o centro de todas as coisas.
se entender também a natureza desta transmis-
são em si mesma, no que chegamos a seu argu- Esta idéia de hierarquia vige nas diversas
mento cosmológico. tradições religiosas. Até mesmo São Dinis (ou
Dionísio), o Aeropagita, contemplou, mesmo de
dentro do seu cristianismo imberbe, a existência
O Argumento cosmológico da Tradição Ini- de hierarquias celestiais. Mas todas as teologias
ciática possuem essa noção hieráquica, seja mediante
as hostes angelicais, seja mediante a santidade
Um princípio que consiste na transmissão de que toca os céus.
um fluxo de consciência pode ser ele mesmo in-
consciente? Amiúde supomos inconsciência, ou Por isto mesmo as ordens religiosas e prin-
não atinamos para a existência de uma cons- cipalmente as esotéricas, amiúde refletem a or-
ciência nas coisas não antropomórficas, tais dem cosmológica com iguais hierarquias e as-
como os princípios, mas seria flagrantemente censão por elas, pelas quais flui o princípio.
contraditório supor uma inconsciência na fonte
Caracteriza-se a mais elevada expressão
máxima da consciência.
dessa Hieraquia como um Centro Sagrado que
Assim é que Tradição Iniciática não é um está em todos os lugares e em parte alguma,
princípio inconsciente. Desta premissa resul- particularmente naqueles que, alcançando essa
tam dois conceitos dos quais, por sua vez, en- realização, têm sua consciência com ele amal-
gendram um argumento cosmológico: gamada. É chamado Graal, Thebah, Agharta,
Shambalah, Israel, como seja, todos eles nomes
a) tudo entre Deus e o homem terá consci- simbólicos.
ência, dado não haver possível grau acima do
homem que seja menos consciente do que ele é; A crítica depreciativa da idéia da Shambalah
como um esoterimso vulgar é paradoxalmente
b) o homem, em sua via de realização, gra- padecedora da mesma inferioridade filosófico-
dualmente faz consciência Dele (Deus) se in- intelectual que quer acusar, dado que são tão
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parvos estes que a erigem, que não percebem quecimento do Ser, tal qual este fosse algo des-
que a idéia prístina da Shambalah é a da con- conectado em sua ultimação ontológica dessas
substancialidade do centro, entendendo-se que instâncias supraessenciais. Isto acima é uma
as consciências que logram a realização divina besteira sem tamanho que mereceu o justo cla-
tornam-se consciência deste Princípio, assim mor de Heidegger contra o esquecimento do Ser
nele unificadas. e por outro lado desaguou, com a progressiva
reação filosófica, no positivismo.
Não cabem aqui considerações bizantinas
e tolas de quem pensa enganar alguém com o Um homem de grande elevação espiritual dis-
simples enunciado de que o “Centro não está no se-me, certa vez, que não se chega ao Pai sem
manifestado” ou “o Centro está no não ser” e passar pelo Filho. Este é o sentido, ou seja, não
outras tolices que alguém arrume para crer-se se ultrapassa o ser sem realizar todo o potencial
emancipado de um ideário esotérico, ou situar- da ontologia, tudo aquilo em que o fato de ser
se numa dignidade metafísica que se sobreporia importa como fundamento e pode conter outor-
ao aqui descrito. gando esta dimensão de consciência.
Ora, esta pretensão supramencionada não Pois bem, entendida a base da afirmação
passa de tentativa de infundir a idéia de que, dessa Hierarquia mediante o argumento cosmo-
aquele que a manifesta, está na posse de uma lógico de que nada pode ser inconsciente entre
contemplação do princípio infinito encimando Deus e o homem, que empreende a consciên-
categorias, tal qual mediante o simples conceito cia de Deus, já estamos em condições de com-
estivesse em linha direta com isto e em paridade preender que tal Hierarquia é necessariamente
com aqueles que estão na profundidade do Ser, cosmogônica, não secular, e muito menos pen-
quando isto sequer é idealizável pela pessoa de ou é pendente de nenhuma forma religiosa e
que assim pensa. está diretamente implicada na teofania.
Nada seria, pois, mais cristão, no sentido
degenerativo assumindo essa religião, do que A Tradição Pura ou Babel perdida
esta estrábica idéia de que os cumes metafísi-
cos podem ser tateados pelo intelecto com o es- Portanto, a partir das religiões nada deriva
24. Revista ACÁCIA | 88 | Página 24
de propriamente novo e muito menos são elas Diz Serge Raynaud de la Ferriére sobre estes
expressões da Tradição Iniciática Pura que re- tempos em que os homens atentavam para lo-
serva todos estes conhecimentos, mas, ao con- gos, a palavra oculta dentro de todas as coisas,
trário, essa Sublime Hierarquia atravessa todos a sua essência atuante:
os tempos e manifesta sua verdade única no
“..os seres humanos daqueles tempos que
seio da contraparte esotérica dessas religiões, o
eram adeptos. Procedentes da Prístina Causa,
que dito de outro modo significa que as Escolas
encontravam-se tão próximos da Fonte de onde
existem apesar das religiões.
emanava vida que tudo lhes era conhecido”
Algumas escolas recebem forma destas reli-
Babel é a eloqüente ilustração de uma de-
giões, mas não são por elas sustentadas e sim
generação coletiva. A isto se atribui a formação
pelo Poder que essa Hierarquia lega quando
das várias raças, tradições, etc., pelo que che-
seus membros a ela acodem restabelecendo ou
gamos aqui à concepção dos ciclos evolutivos.
mantendo o elo com o Centro Universal.
Nada há, no entanto, que faça necessário que
essa Sublime Hierarquia Espiritual manifeste-se Os ciclos evolutivos
na sombra das religiões que são simples siste-
ma de crenças. Se assim ocorre é por razões Babel, de per si, já encerra a idéia dos ciclos
puramente cíclicas e não por diversidade huma- envolvendo a coletividade. E a própria seqüên-
na, como alguns sustentam de forma barateira. cia do Antigo Testamento descreve as sucessi-
vas epifanias que se seguem, pelas quais Deus
A perda da unidade primordial não foi um aca- volta a trazer a si os homens no Êxodo, o que
so, mas um ciclo de contração da consciência. significa progresso coletivo, sim.
Nada obsta a existência de períodos degenerati-
vos nos quais a Grande Babel se instaura. A aventura do povo judeu em comunhão ínti-
ma com Deus nada mais é do que uma teofania
O que foi a Torre de Babel? O Gênesis descre- coletivamente experimentada e a expressão de
ve o momento da perda dessa unidade, quando um ciclo. Provada está a existência dos ciclos
havia sobre a Terra essa língua única que nada no discurso religioso, estampado assim no fluxo
mais é do que a parábola para o conhecimento e refluxo consciente, que constatamos no pró-
único, a teofania intacta. prio Gênesis.
A perda dessa linguagem única significa, nou- Isto posto fica saliente que há ciclos de con-
tras palavras, que o homem perdeu a capacida- tração e de expansão da consciência em nível
de de pensar segundo este princípio teofânico coletivo. Em ciclos de contração o homem perde
na medida em que foi descurando o ensinamen- essa linguagem e aí surgem as diversas tradi-
to Iniciático até ingressar no mecanicismo reli- ções religiosas, que assim apresentam a Tra-
gioso. dição Iniciática multifacetada. Concerne a tais
ciclos a religiosidade diversificada e vemos, por
A comunhão com o Divino era expressada, exemplo, a Trindade em várias delas (Pai, Fi-
pois, pela linguagem, isto é, uma linguagem lho-Espíirto-Santo, Bhrama-Vishnu, Shiva, Sat-
hierofânica que consumava a “Aliança ontológi- Chit-Ananda, Kether-Hoschmasch-Binah)..ou os
ca”, como tão bem nomeia Gusdorf. sete centros , os plexos endócrinos (sete sephi-
25. Revista ACÁCIA | 88 | Página 25
rots na Qaabalah, sete chackras, o número sete de sua existência não foi mais do que sombra e
em diversas tradições)...e ainda encontraríamos expectativa.
muitos outros, como Ying e Yang, Ida e Pínga-
la...etc. Tal universalismo, no entanto, desconcerta os
escudeiros da miséria espiritual cristã, religião
Este centro nunca cessa sua emanação e das mais profanas que habitou o Globo no declí-
os membros dessa Sublime Hierarquia podem nio que encarnou, sobrando na Terra com a re-
manifestar-se conforme o ciclo pelas religiões volução axiológica, maravilhosa neste aspecto,
(modo empobrecido), ainda em Escolas Iniciáti- mas coroando a perdição dos princípios. Uma
cas delas derivadas, ou por seus agentes puros religião, como dito acima, tão raquítica espiritu-
que seriam os Iluminados que a fazem presente almente que acostumou os homens a pensarem
diretamente sem pertencer a uma específica re- que cumpriam com a distância entre Deus e eles
ligião, retornando ao período pré-Babel da Reli- com a simples mediação de conceitos
gião prístina que foi perdida.
O recurso desesperado do cristianismo é capi-
Amiúde socorrem também a cadeia transmis- talizar a profundidade filosófica no derredor desta
siva alguns elementos que assim vêm a res- realização ontológica como se ela dependesse de
taurar um núcleo iniciático específico (como são uma forma religiosa para existir, opondo-se as-
as tantas escolas surgidas e desaparecidas, ou sim a um holismo superficial que seria a chama-
ainda o exemplo das Turuks, entre os islâmicos, da “Nova Era”, empenhando nisto o engodo de
ou até certas vertentes da maçonaria, os Essê- dar a crer que as aspirações universais presentes
nios, etc.) Não obstante, essas escolas amiúde no homem, desde que é homem, não possam ser
se degeneram, também, dado que se são elas, sem a guia de um sistema de crenças, isto é, um
por um lado, atualizadoras de uma epifania em conjunto de idéias conjuminadas com prescrições
seu sentido de infusão espiritual, não contêm de comportamento e atos disciplinares que, não
sua dimensão originadora. necessariamente, colocam o homem em contato
com a tecitura do real, a essência desvelada, que
No presente momento irrompe uma Nova Era
seria já um domínio da Fé e não da crença.
na qual aparecem tantos Mestres de um esote-
rismo puro, universalistas, ou seja, porque o ci- Há o todo tipo de refratários arrogantes que
clo que ora se inicia preme o retorno à Tradição querem salvar da obsolescência uma mensagem
Iniciática pura pré-Babel. que cumpriu seu papel axiológico mas já carece de
qualquer Poder. Para isso recorrem a metafísicas
Serge Raynaud de la Ferrière era, sim, um
caricaturais de seu ciclo como, por exemplo, ser a
desses agentes puros da Tradição Iniciática, al-
trindade cristã não-numeral alojada no não dual e
guém que escreveu muitas Obras e criou uma
outras destas bizantinas concepções maquinadas
instituição cultural a par de uma Ordem Iniciáti-
no desiderato de emprestar alguma superioridade
ca pelas quais pretende a reunificação em torno
e perenidade ao cristianismo e, é claro, eclipsar
da única e verdadeira RELIGIÃO. O fato de ele
pessoas despreparadas que sobre a Nova Era fa-
não ter ainda uma dimensão histórica em nada
lem e não percebam esse constante embuste inte-
depõe contra ou a favor, principalmente se pen-
lectual, com miasmas religiosos.
samos que somente com Constantino, quase
300 anos depois, é que o cristianismo universa-
lizou-se, de forma que nos primeiros cem anos * Advogado
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A Espada
na Maçonaria
Flávio Martins Pinto*
“N
ão penseis que vim trazer paz a Terra;
não vim trazer paz, mas espada. Pois
vim causar divisão entre o homem e
seu pai; entre e sua mãe e entre a nora e sua sogra.
Assim os inimigos do homem serão os da sua pró-
pria casa.” (Mateus, X: 34-36).
A afirmação bíblica de Mateus, além de ser uma
metáfora, coloca em nosso caminho uma espada
como garantidora da ordem.
Na Maçonaria, repleta de Simbolismos, há quem
questione o uso da espada por ser ela um antigo
artefato bélico de uso de guerreiros e a maçonaria
oriunda de pedreiros, que não usavam, nem usam
espadas. Os seus instrumentos, dentre outros, são
o maço, o cinzel, a régua, o esquadro e o compasso.
No mundo profano, tem-se o costume de consi-
derar a espada como uma tradição essencialmente
guerreira e, portanto, motivo de temor, como símbo-
lo maçônico. Não se pode contestar que existe um
aspecto guerreiro neste símbolo; porém, seu senti-
do esotérico transcende seu caráter de violência e é
encontrado em várias Ordens e crenças religiosas.
Para um oficial das Forças Armadas, a espada re-
presenta não só a autoridade a ele confiada, como
também a possibilidade de atingir a mais alta gra-
duação na vida militar a ser descortinada. Seja na
declaração de aspirante, nomeação ou promoção ao
primeiro posto, ela lhe é entregue, cerimoniosamen-
te, como um símbolo material da autoridade e que
deve ser usada na aplicação dos mais legítimos prin-
cípios da honra cultuados e praticados na carreira.
O espadim do cadete da Academia Militar das
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Agulhas Negras e a espada de oficial general, répli- disciplina consistem em dominar o desembainhar, o
cas da espada invencível do Duque de Caxias, enal- corte e o embainhar dessa arma.
tecem a aplicação daqueles princípios e valores, dos
quais se destacam a responsabilidade, competência, O I AI DO fora utilizado inicialmente pelos samu-
a bondade, a aplicação da justiça, o amor à Pátria e rais como forma de se defender de golpes inespera-
dos. Consistia em um treinamento dos instintos para
tudo que a ela diz respeito.
responder, rapidamente, a qualquer tipo de ataque
Caracteriza-se, portanto, não como um mero sim- imprevisto, principalmente quando o samurai se en-
bolismo, mas sim como um instrumento para exal- contrasse meditando.
tação do que existe de mais belo e puro na carreira
Manejar bem a espada é uma tarefa difícil, mas
do oficial: o uso da espada, ou da autoridade militar
não só pelo aspecto técnico, que é exigido a níveis
investida, para se cumprir os deveres e obrigações
próximos da perfeição, como pelo equilíbrio e pela
militares.
capacidade de discernimento do praticante. A espa-
Muitos a tratam apenas como uma peça metálica da é símbolo da vontade do espírito e deve ser trata-
e que as pessoas de boa índole devem ter a prerro- da de modo especial. As katanás no Japão possuíam
gativa de portá-la. um tratamento singular desde sua forja, que era exe-
cutada artesanalmente por monges que dedicavam
A cultura oriental nos revela uma expressiva sa- toda sua vida a esse sagrado ofício.
bedoria em relação a este símbolo. Para entender,
devemos concebê-la como uma trilha a ser percorri- A manufatura da espada japonesa não era um
da, a exemplo das artes marciais, que possuem um simples ato de fabricar um objeto para uma batalha
caminho interno constituído na forma de uma senda ou utilização específica: o mestre-espadeiro coloca-
espiritual. va seu espírito em todas as fases da fabricação, che-
gando ao ponto de abster-se de sexo, bebidas, carne
Esta senda, dentro das artes guerreiras, é chama- e da presença das pessoas comuns durante todo o
da de BUDO, e sua maior expressão é, sem dúvida, processo. Seu ateliê era um santuário sagrado, sen-
a conhecida pelos mestres como I AI DO. E esta é, do o aço dobrado sobre si próprio em operações de
dentre aquelas artes, a mais refinada e conservado- forjamento sucessivo. O sentimento colocado em
ra do espírito do BUDO. Utiliza-se a espada –Kata- cada martelada era um ato religioso que conferia
na- como arma cerimonial e seu treinamento e sua um espírito à sua lâmina, nas imersões na água, nas
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passadas na pedra de afiar deixando-a viva com a ram fortes, implacáveis, justiceiras, as imagens das
energia de seu criador. espadas que tinha n minha mente e os juramentos
que fiz sobre elas. A crença de que a katana , com o
Existe uma história que é relacionada ao espíri- tempo, assume a personalidade do seu manejador
to do artesão que era colocado nas fibras do aço: o me assustava. A espada, como a alma do samurai,
mais famoso armeiro japonês Massamuné, conheci-
sempre limpa e pura, seria o meu guia e pude res-
do pelo seu espírito bom, sempre que podia ajudava
ponder com segurança sobre aquela característica
as pessoas de seu vilarejo, via suas obras como um
da raça humana, que só dignifica quem a pratica.
objeto artístico e instrumento para a busca da paz.
Seu melhor discípulo foi Muramasa que, apesar de Juntas, estavam agora, na virtude, a minha es-
aprender toda a técnica da arte, possuía um espírito pada de oficial, usada durante mais de trinta anos
ruim e, devido a isso, foi excluído do ateliê. sem manchas, a katana a qual também me orgulho e
a outra, inquisidora, que me desafiava a apresentar
Conta-se que ao colocarem-se duas espadas,
méritos para entrar no Templo.
uma de Massamuné e outra de Muramasa em um
regato, quando folhas são jogadas na água, elas são De acordo com Helena Pietrova Blavatsky, na
atraídas e cortadas pela lâmina da segunda e repe- sua Doutrina Secreta, “existe outro aspecto em que
lidas pela primeira. Isto é relacionado pelos estudio- ela simboliza:-... a luta que o homem deve conduzir
sos ao sentimento ruim que Muramasa colocava em contra os “Inimigos da Luz” e contrários à ordem e à
suas lâminas. Unidade de Deus. A “guerra” sempre estabeleceu o
equilíbrio e a harmonia (ou justiça) e assim, propor-
Ao conhecer esta arte marcial, a sublime arte de
lutar e de viver, dos samurais, percebi sua semelhan- cionou a unificação, de certo modo, dos elementos
ça com o ofício das armas e a destinação do oficial em oposição entre si.
na estrutura militar de paz e de guerra.
Isso quer dizer que o seu fim normal e, sem dúvi-
Na cerimônia de minha Iniciação aqui a encontro da, sua única razão de ser, é a paz que só pode ser
novamente, à entrada do templo. Após rápido diálo- verdadeiramente obtida pela submissão à vontade
go, a porta é aberta e sinto a ponta de um ferro no divina colocando cada elemento em seu lugar com a
meu peito. A confirmação veio com a resposta que finalidade de fazê-los todos concorrerem para a rea-
recebi: lização consciente de um mesmo Plano”.
Era a espada representante da palavra, decidindo Sim, era agora a espada representante da pala-
quem entraria no Templo e informando das graves vra, da justiça, garantidora da ordem na luta contra
conseqüências que estaria propenso a assumir, caso os Inimigos da Luz de Blavatsky, no seu silêncio me
desrespeitasse a ordem. garantindo apoio total na busca e trilhar do caminho
que decidi seguir.
Teria de submeter a minha vontade e iniciar uma
grande viagem dentro do meu interior, contra meus A simbologia da espada completar-se-ia com a vi-
próprios demônios, para purificar meu caminho de são final nas mãos do Guarda do Templo, garantindo
guerreiro. Também teria de dar provas de resignação a entrada e saída do templo. Era a missão definitiva
e coragem. de segurança desempenhada humildemente pela
espada do guerreiro.
Muito nervoso divagava eu na cerimônia, quando
me perguntaram sobre Virtude. E novamente me vie- Ao encararmos a espada como a projeção da nos-
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sa alma, assim como as luvas brancas recebidas, a Assim como canaliza a energia do Venerável Mestre
associamos em definitivo ao sucesso na luta contra na hora da sagração como maçom.
as paixões na direção da prática da Virtude plena.
Vemos, também, que a espada empunhada pelos
A dualidade da espada-guerreira e de paz- nos Mestres atua na proteção dos segredos e da tradi-
conduz a harmonia e tolerância necessárias na nos-
ção, do compromisso de se manter o sigilo e ainda
sa caminhada.
na vingança sobre o perjuro, lembrada no momento
É a busca do eixo no qual as oposições se recon- de receber a luz.
ciliam, entrando em equilíbrio justo e perfeito.
Para concluir, a espada ao mesmo tempo em que
Ver na espada o símbolo da honra e esforçar-se nos serve, no seu silêncio, de guia na senda espi-
a merecê-la, tornando-a seu guia na senda espiritu- ritual, apontando para a necessidade da pureza da
al, procurando sempre, de acordo com Helena Bla- Alma, nos observa apontando seu gume para as nos-
vatsky, “cumprir a missão do Guerreiro de Luz, que sas paixões não vencidas. Ela não está ligada à sim-
tem a sublime tarefa de projetar em sua lâmina toda
bologia nem militar nem guerreira nem mágica e sim
a pureza, todo o esplendor e mostrar aos menos
ligada absolutamente à energia que circula dentro do
afortunados o verdadeiro caminho para a unidade de
Templo, lembrando que a cada ato que cometemos
Deus e toda a Glória do Templo. Ao se fazer merece-
dor, não mais será um homem comum”. lá dentro, reflete em todos os irmãos presentes e é
compartilhada por todos.
A espada é usada por todos os Mestres Maçons
como símbolo de igualdade. Diz a espada do samurai “Que não me desem-
bainhe sem motivo e não me embainhe sem honra.”
Numa iniciação, segura pelo Mestre Experto, atua
na descarga de energia saturada produzida pelo pro-
fano iniciado, energia que trás do mundo profano. *Militar
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Rito Escocês Antigo e Rito Escocés Antiguo y
Aceito na Visão Hodierna Aceptado en la Visión Hodierna
Carlos Paleo * Carlos Paleo *
D D
esde o meu ingresso na ordem e depois esde mi ingreso en la orden y después en
na inspetoria litúrgica, há quase três dé- la inspectoría litúrgica, a casi tres décadas,
cadas, aprendi a ler muito sobre a maço- aprendi a leer mucho sobre la masonería en
naria em geral e, principalmente, sobre o rito es- general y, principalmente, sobre el rito escocés anti-
guo y aceptado en particular.
cocês antigo e aceito em particular.
Pasaron por mis ojos autores consagrados como
Passaram por meus olhos autores consagra-
Mackey, Waite, Pike, Gould, Macoy. Wirth, Cassad,
dos como Mackey, Waite, Pike, Gould, Macoy.
Abrines, Arderiu, Leadbeater, Lavagnini, Ragon, Pa-
Wirth, Cassad, Abrines, Arderiu, Leadbeater, La- pus, Adoum, Levi, Ambelain, Lepage, Mellor, Aslan,
vagnini, Ragon, Papus, Adoum, Levi, Ambelain, Castellani, Da Camino, Burman, Trautwein, Hoyos y
Lepage, Mellor, Aslan, Castellani, Da Camino, otros.
Burman, Trautwein, Hoyos e outros.
La cultura masónica y el conocimiento del rito
A cultura maçônica e o conhecimento do rito se fueron sedimentando de a poco. Al princípio,
foram sendo sedimentados aos poucos. No iní- de modo muy vago y, posteriormente, con mayores
cio de modo muito vago e, posteriormente, com esclarecimientos y pesquisas, fue entonces que mi
maiores esclarecimentos e pesquisas, quando comprensión se fué aclarando y ampliando.
então, minha compreensão foi se aclarando e
ampliando. Los ritos, historicamente, fueron estructurados
mucho tiempo después del surgimiento de esas ór-
Os ritos, historicamente, foram estruturados denes monásticas. Em 1771, William Preston publi-
muito tempo depois do surgimento dessas ordens có el primer ritual masónico. Al início era apenas un
monásticas. Em 1771, William Preston publicou o catecismo que, con el pasar de los tiempos fueron
primeiro ritual maçônico. No início era apenas um introdujiendo algunas leyendas e instrucciones. El
catecismo que, com o passar dos tempos foram surgimiento de algunos nuevos autores decurrió del
introduzindo algumas lendas e instruções. O sur- hecho de ellos haber copiado datos de los rituales y
gimento de alguns novos autores decorreu do fato publicado. No satisfechos con este expediente, pa-
deles terem copiado dados dos rituais e publica- saron también a transcribir datos de los cubridores
do. Não satisfeitos com este expediente, passaram ampliando cada vez más para la exposición pública,
algunos aspectos que deberian continuar em sigilo.
também a transcrever dados dos cobridores am-
pliando cada vez mais à exposição pública, alguns Las primitivas obras destacaban aspectos tradi-
aspectos que deveriam continuar em sigilo. cionales, antropológicos, místicos y cronológicos,
pero siempre al final de las lecturas, se constataba
As primitivas obras destacavam aspectos tra-
gran volúmen de informaciones, difíceis de enten-
dicionais, antropológicos, místicos, e cronológi- der, memorizar y traducir, este aprendizaje.
cos, mas sempre no final das leituras, consta-
tava-se grande volume de informações, porém Nueva constatación comenzó a aparecer. Preo-
difíceis de entender, memorizar e traduzir, este cupantes manifestaciones de algunos palestrantes
aprendizado. que enfocaban siempre la filosofia del rito y no la
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Nova constatação começou a aparecer. Preo- esencia de los mensajes de cada grado. Otros inten-
cupantes manifestações de alguns palestrantes tando abordar determinado aspecto citaban grados
que focavam sempre a filosofia do rito e não a distintos como siendo correlatos, cuando en reali-
essência dos recados de cada grau. Outros ten- dad tenían mucha poca relación entre los mismos.
tando abordar determinado aspecto citavam graus
distintos como sendo correlatos, quando na reali- En el antiguo aprendizaje quedó entendido que
dade tinham muito pouca relação entre os mes- nuestro rito con sus treinta y tres grados sintetiza-
ban los eslabones de una misma corriente, pero que
mos.
en realidad, muchos no mostraban vínculos de de-
No antigo aprendizado ficou entendido que o pendencia.
nosso rito com seus trinta e três graus sintetiza-
En el intentao de encontrar respuestas a esas y
vam os elos de uma mesma corrente, mas que
otras cuestiones, algunos maestros buscaron forjar
na realidade, vários não mostravam vínculos de
métodos de enseñanza sin observar los reales obje-
dependência.
tivos del rito, entendiendo apenas que había necesi-
Na tentativa de encontrar respostas a essas e dad de mudanzas.
outras questões, alguns mestres procuraram for- El gran desafio de buscar respuestas se debe a
jar métodos de ensino sem observarem os reais la resistencia a la innovación principalmente en las
objetivos do rito, entendendo apenas que havia instituciones esotéricas, porque la lógica del miedo
necessidade de mudanças. funciona y trata de escamotearla.
O grande desafio de buscar respostas deve-se a Los primeros contactos que tuvimos de la Visión
resistência à inovação principalmente nas institui- Hodierna en un lenguaje más contemporánea permi-
ções esotéricas, porque a lógica do medo funciona tieron el discernimiento sobre la filosofia utilizada,
e procura escamoteá-la. propiciando la fundamental consistencia de las se-
ries y la necesaria interrelación de los treinta y três
Os primeiros contatos que tivemos da Visão grados entre si, dando más clareza en el entendi-
Hodierna numa linguagem mais contemporânea mento secuencial y lógico, posibilitando memorizar
permitiram o discernimento sobre a filosofia uti- tanto los recados, los mensajes de cada serie y el
lizada, propiciando a fundamental consistência própio contenido filosófico del rito.
das séries e a necessária inter-relação dos trin-
ta e três graus entre si, dando mais clareza no En esa visión, actualmente, la propuesta es de
entendimento seqüencial e lógico, possibilitando construir el arquétipo del Hombre Masón cuyo mo-