Succession “Losers”: What Happens to Executives Passed Over for the CEO Job?
Galeno Amorim: O missionário das Letras
1. VOCABULÁRIO
Raquel de Queiroz QUANTOS LIVROS
Per l VOCÊ LEU EM 2008?
GALENO AMORIM
O missionário das letras
2. [índice]
3 editorial: Nada melhor que um livro após o outro
4 negócios: Livros.com
5 perfil: Raquel de Queiroz
6 mercado: Labate. Ética, respeito e muito trabalho
8 entrevista: Thalita Rebouças
9 vale conferir: Você acredita em coincidência?
10 atualidade: Galeno Amorim. O missionário das letras
13 homenagem: Ruy Barbosa
14 vocabulário: Quantos livros você leu em 2008?
15 gente que lê:
16 lançamentos: Chamois em destaque
QUE E
VENHA Publicação trimestral da MD PAPÉIS LTDA
Rua Clodomiro Amazonas, 249
Itaim Bibi – São Paulo – SP – 04537-010
X
Tel.: 11 3491-5000 P
Q
ue venha com tudo o que merecemos. Mais Paz, amor, esperan- Conselho Editorial: Sergio L. Canela, Francine Felippe dos Santos
e Ruy Marum
ça. Mais alegria no coração das pessoas, mais ternura nos senti- E
mentos. Que 2009 venha com mais livros em cada lar e mais Agradecimentos: ABL - Academia Brasileira de Letras,
Bertrand Brasil, Campus / Elsevier, César Labate, Disal, Ediouro,
leitores no nosso país. Galeno Amorim, Intrínseca, Record, Rocco, Sextante,
E, para que este novo ano venha com tudo o que merecemos, separamos Thalita Rebouças D
para você um trecho do poema “Receita de ano novo”, de Carlos Drummond Projeto Gráfico/Editorial
JTA CONCEITOS COMUNICAÇÃO
de Andrade. Nele, uma simples receita. Coloque em prática e Feliz 2009! Rua Turiassu, 390 - cj. 112 I
Tel.: 11 3801-1083 - www.jta.com.br - jta@jta.com.br
Coordenação Geral: Ruy Marum (ruy@jta.com.br)
Receita de ano novo e Mara Ribeiro E
Redação: Mara Ribeiro, Ruy Marum
Atendimento ao leitor: chamois@jta.com.br
...Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome, Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores N
e não representam, necessariamente, a opinião dos editores.
você, meu caro, tem de merecê-lo,
Pré-impressão e Impressão:
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
Agigraf T
mas tente, experimente, consciente. Tiragem: 2 300 exemplares
É dentro de você que o Ano Novo Impresso em papel Chamois Bulk Dunas 90 g/m2, fabricado
pela MD Papéis, em harmonia com o meio ambiente.
cochila e espera desde sempre. E
2 CHAMOIS & NOTÍCIAS
3. [editorial]
NADA MELHOR QUE UM
LIVRO APÓS O OUTRO
D
esde seu primeiro número, o Chamois & Notícias tem se pautado pela seriedade e
compromisso com o mundo das palavras. Prestigiar grandes nomes da literatura
nacional, divulgar livros que merecem destaque, apresentar ao mercado iniciativas
e resultados, dar voz a quem merece ser ouvido por suas iniciativas e sua história.
E esta edição mais uma vez cumpre o seu objetivo. Nela,
você terá a oportunidade de relembrar os nossos queridos
acadêmicos Ruy Barbosa e Raquel de Queiroz. Um grande
homem, uma grande mulher. Duas grandes personalidades
que merecem ser lembradas todos os dias.
Nesta edição você conhecerá um pouco mais de Galeno
Amorim, um importante militante na difusão do livro, criador
do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), do Ministério da
Educação e Ministério da Cultura. Acompanhará também a
trajetória de Thalita Rebouças, a jovem escritora que está
fazendo a cabeça da garotada e provando com livros e
números que adolescente gosta de ler, sim.
Aqui também provamos que, por mais que as previsões
indiquem que a internet tomará o lugar do livro impresso,
a realidade tem se mostrado bem diferente. O leitor ainda
prefere o formato tradicional, afinal, nada melhor que um
bom livro como companheiro. E viva o papel!
Quem confirma isso também é a Labate Distribuidora.
No segmento de distribuição de papéis há 14 anos, a
empresa comemora seu sucesso com muito profissionalismo
e competência.
Nesta edição também, preparamos para você um teste. Entre nessa brincadeira e veja
como se sai. Se o resultado for satisfatório, parabéns, você é um grande leitor. Agora, se
Ruy Barbosa e você não ficou contente, siga nossa dica, leia mais. Quanto mais lemos, mais informações
Raquel de Queiroz. armazenamos. Você pode começar por uma das nossas indicações de leitura: “A menina
Duas grandes que roubava livros” ou “Lua nova” ou ainda o livro “Crepúsculo”. Por que eles merecem
personalidades que destaque? São campeões em vendas no mundo inteiro. Sucesso absoluto! E mais, são
merecem ser lembradas impressos em papel Chamois.
todos os dias Enfim, mais uma edição especial, para você!
Boa leitura e até a próxima edição.
CHAMOIS & NOTÍCIAS 3
4. [negócios]
LIVROS.COM
INTERNET PARA VOCÊ
S
ímbolo do capitalismo, do mundo globalizado, a internet é,
indiscutivelmente, um dos grandes fenômenos do século
XX. Por sua causa, o mercado de trabalho teve que se rees-
truturar e uma nova visão foi implantada. A informação ganhou
agilidade. Nas últimas duas décadas, de ferramenta tecnológica,
passou a importante meio de informação, de trabalho e sinônimo
de sucesso. A geração pontocom assumiu o seu espaço. Surgiu en-
tão, um mundo sem fronteiras.
No final da década de 90 nasceu o Google, que em pouco tempo
transformou-se no maior site de busca da atualidade.
Consultado por milhares de pessoas diariamente, o Google causou
polêmica ao divulgar que disponibilizaria obras literárias em seu site.
Levantou-se então a questão dos direitos autorais.
Até que ponto isso é prejudicial?
Diferentemente do que se possa imaginar, na prática, a internet
tem, sim contribuído para o crescimento do mercado edito-
rial. Mesmo que obras literárias sejam disponibilizadas na
versão online, nota-se que as pessoas
ainda preferem o livro físico. Em
2004, o Governo Federal
criou o site dominiopubli-
co.gov.br onde disponibi-
lizou livros gratuitamen- Mesmo que obras literárias sejam
te na internet. Embora disponibilizadas na versão online,
amplamente divulgado, nota-se que as pessoas ainda
o site teve aproximada-
mente 60 mil acessos. Hoje,
preferem o livro físico
este número está em 860 mil.
Não há dúvidas de que houve um crescimento, mas se levarmos em
consideração que mais de 41 milhões dos brasileiros têm acesso à
rede, percebemos que ainda está bem abaixo do desejado. as pessoas ainda não têm a cultura da leitura no computador e, uma
Em contrapartida, o mercado editorial só tem motivos para ver na vez em contato com o conteúdo da obra, o interesse do leitor só
internet uma forte aliada na comercialização de livros, contando, aumenta e isso o leva à compra do livro impresso. Com essa iniciati-
inclusive, com números bem expressivos. O estudo realizado pelo va, o escritor acredita ter estimulado o aumento em cerca de 10%
instituto de pesquisas de consumo online Nielsen/NetRatings apon- na venda de seus livros. Por quê? “Porque ninguém gosta de ler livro
tou que o produto mais comercializado pelos internautas do mundo na tela de computador. As pessoas fazem o download do arquivo,
inteiro é o livro. Trocando em números, a pesquisa foi feita em 48 lêem algumas páginas, e, se o tema é interessante, vão à livraria
países, num total de 875 milhões de consumidores, revelando que comprar o livro. É mais prático e mais efetivo”, afirma o escritor.
41% deles preferem os livros. Grandes editoras brasileiras investem Para os internautas, essa é mais uma facilidade, mais uma opção de
na venda online e seus sites estão cada vez mais atrativos. acesso à leitura e à cultura. Para as editoras, uma grande ferramen-
Em sintonia com essa tendência, escritores como Paulo Coelho tam- ta de negócios que, bem explorada, pode trazer resultados significa-
bém disponibilizaram seus livros para download gratuito. Engana-se tivos. Para o mercado editorial, mais um ponto positivo. Para você,
quem imagina que com isso perdeu espaço nas livrarias. Na verdade, leitor, seja impressa ou online, boa leitura!
4 CHAMOIS & NOTÍCIAS
6. [mercado]
ÉTICA, RESPEITO E
MUITO TRABALHO
A RECEITA DA
LABATE PARA
CRESCER
Cesar Labate
U
ma empresa nada mais é do que Mackenzie, sendo que eu dedicava todo com muito trabalho, mantendo um bom
o resultado da visão de seus lí- meu tempo livre à empresa, tentando colo- relacionamento e respeito aos clientes, ten-
deres. Acredite em seus valores car em prática tudo aquilo que estava do a ética como princípio necessário para o
e aplique-os, como dizia o físico alemão aprendendo. Isso só foi possível porque bem do nosso mercado.
Albert Einstein: “procure ser uma pessoa tanto meu pai quanto meu tio confiaram
de valor, em vez de procurar ser uma pes- muito em meu trabalho e me deram auto- C&N: Como foi o ano de 2008 para o mer-
soa de sucesso. O sucesso é consequên- nomia para que eu pudesse tomar decisões cado de distribuição de papéis e quais as
cia...”. E tem sido assim desde que nasceu. e estar bastante atuante em todas as áreas perspectivas para 2009?
A Labate, tem conquistado seu espaço no da empresa. CL: Desde sua fundação, a Labate vem con-
mercado e, de forma sólida e estruturada, Em 1994, eu, meu pai e meu irmão, Clécio, seguindo manter um bom ritmo de cresci-
planeja, dia-a-dia, o seu futuro. Confira a fundamos a Labate e, graças a Deus e a mento. O ano de 2008 não foi diferente, já
seguir, entrevista com o diretor da distribui- muito trabalho, estamos até hoje. crescemos cerca de 15% em relação ao
dora de papéis, Cesar Labate. mesmo período do ano anterior. Ainda é
C&N: Por favor, fale da distribuidora Laba- difícil prever como a atual crise financeira
Chamois & Notícias: Por favor, fale um te, sua história, quanto tempo de mercado, internacional afetará a economia do Brasil
pouco do seu perfil profissional e como en- qual a filosofia da empresa. em 2009, mas acreditamos que se essa cri-
trou no mercado de distribuição de papéis? CL: A fundação da Labate, em 1994, coin- se não se aprofundar, manteremos nosso
Cesar Labate: Em 1975, aos 14 anos, eu cidiu com o Plano Real e, neste período, ti- ritmo de crescimento.
dava muito trabalho em casa e certo dia, vemos muita falta de produto e a indústria
apesar de meu pai, Nicola Labate, ter a sua não tinha interesse em abrir novos distribui- C&N: De que forma a crise econômica atu-
empresa, a São Vito Indústria e Comércio dores, tivemos muita dificuldade para con- al está afetando o mercado papeleiro?
de Papéis Ltda, sócio de seu irmão Caetano seguir papel e também conseguir crédito Quais são as conseqüências sentidas pelos
Labate, ele me levou para trabalhar em ou- nas indústrias. Neste período, as nossas distribuidores?
tra empresa que mexia com couro e semi- vendas não passavam de 250 a 300 tonela- CL: O Brasil vinha num ritmo acelerado de
jóias. Nessa empresa eu fui office-boy ey das de papel por mês. investimentos, demanda aquecida e au-
auxiliar de escritório. Fiquei lá por quase Após essa fase, o mercado se estabilizou e mento de renda, tudo isso baseado nas ex-
dois anos, quando, por não conseguir ade- a Labate conseguiu conquistar maior credi- pectativas de crescimento da demanda
quar os horários, passei a ser vendedor ex- bilidade junto aos fornecedores, chegando mundial, liderada, principalmente, pela
terno de papel, já na São Vito. Fiquei nesta hoje a um volume mensal em torno de 3 China. A crise interrompeu esse ciclo e em-
função durante todo meu curso de admi- mil toneladas de papel. A filosofia da Laba- bora a demanda interna ainda não tenha
nistração de empresas na Universidade te tem sido, desde a sua fundação, crescer recuado tanto, certamente não será apenas
6 CHAMOIS & NOTÍCIAS
7. Pesquisas mostram que o hábito de leitura
entre os brasileiros tem crescido e é possível
observar que, tanto o governo quanto ONGs
têm criado programas de incentivo à leitura
o mercado papeleiro que sentirá seus efei- C&N: Como tem sido o consumo de papel gens menores, direcionadas a públicos espe-
tos recessivos. Mas o impacto mais imedia- por parte das editoras nos últimos anos? cíficos, o que aquece as vendas.
to se deu pela desvalorização do Real frente Cresceu? Diminuiu? Existe alguma relação
ao Dólar, isso altera todo negócio de distri- com o hábito de leitura do brasileiro? C&N: Final de ano é uma data propícia para
buição de papel, pois há um trade off entre
f CL: Pesquisas mostram que o hábito de lei- planejar. Pessoalmente, quais os seus planos
o papel nacional e o importado, de acordo tura entre os brasileiros tem crescido e é para 2009?
com as alterações na relação de preços. possível observar que, tanto o governo CL: Temos algumas mudanças sendo planeja-
quanto ONGs (Organizações não-governa- das na Labate desde o começo de 2008 e que
CN: Por favor, faça uma avaliação do quê, na mentais) têm criado programas de incenti- não foi possível colocar tudo em prática, devi-
sua opinião, o Brasil tem de melhor. E de pior? vo à leitura. Além disso, hoje é possível pu- do a resistências pessoais e quebras de para-
CL: A maioria dos brasileiros tem o hábito blicar livros com tiragens menores, o que digmas. Espero que, em 2009, consigamos
de criticar muito a imagem do nosso país. É aumenta o número de títulos lançados implementar essas mudanças tornando a La
verdade que ainda sofre
ção, tributação muito al
investimento produtivo,
terna e inúmeros problem
hoje, o Brasil desfruta de
muito maior perante o
condições estruturais, o
amenizar os efeitos da a
outros tempos teriam si
dispõe de sólidas institu
de crédito. Além disso,
pressivo do Mercosul, q
ganhar força no cenár
está entre os maiores pr
de papel e celulose, aço
energia elétrica, aliment
que tem uma alta propen
que tem toda a condição
se for bem conduzido.
CHAMOIS & NOTÍCIAS 7
8. THALITA REBOUÇAS
A QUERIDINHA DOS ADOLESCENTES
C
om nove títulos publicados, a nhecido por não ver o livro como melhor começou a escrever aos 10 anos. Por favor,
escritora transformou-se num amigo. São adolescentes de várias idades e nos fale como era o seu contato com os li-
fenômeno entre os adolescen- classes sociais, meninos e meninas, que en- vros antes disso. Quem a influenciou na lei-
tes. Seus livros já alcançaram a marca dos contraram nos livros da escritora uma nova tura?
200 mil exemplares vendidos. Ávida pela forma de leitura. Com uma linguagem leve TR: Eu lia muito gibi da Turma da Mônica!
leitura desde a infância, Thalita Rebouças e descontraída, e recheados de termos e Era viciada em Chico Bento, gostava de ler
fez da paixão pelos livros e da vocação pela gírias próprios para esta fase, livros como em voz alta imitando o sotaque caipira
escrita a sua escolha profissional. Formou- “Fala sério, mãe!” e “Traição entre ami- dele. Daí fui para os livros. Lembro de ter
se em jornalismo, passou por grandes veí- gas” transformaram-se em verdadeiros gostado muito do Marcelo, Marmelo, Mar-
culos de comunicação, como a Gazeta “hits” de leitura. telo, da Ruth Rocha e do Menino Maluqui-
Mercantil, o jornal Lance! e a TV Globo. Do nho, do Ziraldo.
sonho de infância à realização profissional. Chamois & Notícias: Por favor, nos fale
Satisfeita com os resultados de seus livros e um pouco de você, sua infância... C&N: Você imaginava que seus livros te-
a receptividade dos leitores, a escritora não Thalita Rebouças: Eu era uma criança riam tamanha repercussão entre os jovens?
se destaca apenas pelos números, mas, muito feliz, agitada, mas bem tímida. TR: Eu me surpreendo cada vez mais por
mente, por conseguir despertar o meus livros atingirem tanta gente, de idades
em um público co- C&N: Em suas entrevistas você já falou que variadas e classes sociais distintas. Nunca es-
perei tanta aceitação. Claro que sonhava
em viver de literatura, mas em receber o ca-
rinho de adolescentes, pais, mães e profes-
sores... Nunca achei que seria assim.
lheu o seu público leitor?
va as escolas para di-
re amigas” (que revisei
Rocco, três anos atrás),
dado pela minha antiga
ns de 18 a 21 anos, me
a enorme aceitação do
Eu er ente. O retorno era tão
uma a
crian diam para não parar de es-
muit ça s, diziam que odiavam ler e
o fel
agita iz, meu livro se sentiram atraí-
da, m s... Achei muito bacana a rea-
bem as
tímid blico e passei a escrever exclu-
a ara eles. Hoje, escrevo para que
am que livro é a melhor compa-
Thalita R
ebouças
ler é bacana, como diz minha
. Quero que eles passem a ter o
ler.
omo funciona o seu processo pro-
8 CHAMOIS & NOTÍCIAS
9. dutivo? Como nasce a idéia para o tema e Luis Fernando Veríssimo. Sou apaixonada C&N: Como você se mantém atualizada na
dos seus livros? pela literatura deles. linguagem dos adolescentes?
TR: Idéias estão por aí e me pegam às vezes TR: Visito escolas semanalmente, então es-
no supermercado, na praia, ao ouvir uma C&N: Entre todos os títulos, quantos livros tou sempre a par do que eles dizem, do que
conversa de elevador... Muitas vezes nas- vendeu até hoje? eles estão a fim de ouvir, essas coisas.
cem por sugestão dos adolescentes, como TR: Já passei dos 200 mil exemplares
“Fala sério, professor!”. vendidos. CN: Você já passou por grandes veículos de
comunicação. Como foi essa transição?
C&N: Em relação à leitura, como você vê o C&N: Desde que se lançou como escritora, TR: No começo, senti falta da adrenalina
jovem atualmente? qual a sua maior realização? diária do jornalismo.
TR: Eles estão lendo cada vez mais. TR: Fazer meu livro chegar às mãos de gen- Hoje, não me imagino sem meus dias “zero
te que nunca gostou de ler, ver bibliotecá- rotina”, em que trabalho inventando pes-
C&N: Quais as suas influências literárias? rias me dizerem que meus livros têm fila de soas e fatos... Não me imagino de volta a
TR: Fernando Sabino, João Ubaldo Ribeiro espera nas bibliotecas... uma redação.
[vale conferir]
VOCÊ ACREDITA EM COINCIDÊNCIA?
A
lguns livros têm o poder de en-
cantar seus leitores. Não por
acaso, transformam-se em fe-
nômenos de vendas no mundo inteiro. Não
por acaso têm na sua essência o tempero
certo. Um autor de talento, história cati-
vante, uma boa impressão e… por que
não, falar no papel?
Um papel de qualidade faz toda a diferen-
ça, e como faz!
Veja só, um bom papel permite uma leitura
agradável e isso é fundamental para o lei-
tor. Sem falar no aspecto estético.
O papel certo tem o poder de dar mais
vida, brilho a uma obra.
O livro “A menina que roubava livros”, por
exemplo, já está na sua 15ª edição. Outros
dois grandes sucessos de vendas são “Cre-
púsculo”, na 5ª edição e “Lua Nova”, na 4ª Crepúsculo A menina que Lua nova
edição”. Stephenie Meyer roubava livros Stephenie Meyer
O que eles têm em comum? Tradução: Ryta Vinagre Markus Zusak Tradução: Ryta Vinagre
Além do sucesso no mundo inteiro, são im- Intrínseca Tradução: Vera Ribeiro Intrínseca
pressos em papel Chamois. 416 páginas Intrínseca 480 páginas
Não por acaso estão na lista dos mais vendi- Chamois Fine Dunas 75g 500 páginas Chamois Fine Dunas 75g
dos desde os seus respectivos lançamentos. Chamois Fine Dunas 75g
E você, ainda acredita em coincidência?
CHAMOIS & NOTÍCIAS 9
10. [atualidade]
O MISSIONÁRIO DAS LETRAS
F
oi na infância que Galeno Amorim fez a escolha que definiria
sua vida: a profissão. Ainda aos 13 anos optou pelo jornalis-
mo, o mundo das letras, das palavras. A escolha precoce lhe
trouxe bons frutos. Passou por grandes veículos de comunicação,
publicou 11 livros, alcançou a marca de 150 mil livros vendidos, foi
secretário de Cultura de Ribeirão Preto, coordenou o programa
Fome de Livro na Fundação Biblioteca Nacional (que deu início à
implantação de 700 bibliotecas no país) e foi o responsável, em
2006, pela criação do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), do
Ministério da Educação e Ministério da Cultura. Mas não é só. Em
sua trajetória pessoal e profissional, Galeno Amorim tem se destaca-
do por sua dedicação e compromisso com a leitura. Sua missão?
Levar o livro para o maior número de pessoas possível e, nelas, se-
mear o gosto pela leitura. Pela sua história, tem conseguido.
Chamois & Notícias: Por favor, nos fale um pouco de você, sua
história, sua escolha pelo jornalismo.
Galeno Amorim: Meus pais eram goianos, mas fui nascer em Ribei-
rão Preto, interior de São Paulo. De lá, fui levado, aos seis meses de
idade, para Sertãozinho. Foi lá que eu descobri e comecei a sonhar
com as palavras, que nunca mais deixariam a minha vida. Primeiro o
jornal, depois os livros. Achava que o jornalismo era um caminho para
ajudar a mudar o mundo. Como tinha pressa e ainda faltavam alguns
anos para ingressar na faculdade, aos 12 ou 13 anos fui fazer um
curso de jornalismo por correspondência e, em seguida, comecei a Galeno Amorim
trabalhar. Nunca mais parei de escrever. Trabalhava de dia numa loja
de móveis e estudava à noite. Tirava os domingos e deixava de almo-
çar durante a semana para escrever reportagens como corresponden- e reli cada um deles até não poder mais. Descobri, então, a bibliote-
te dos jornais da região. Pouco tempo depois virei correspondente – ca pública e aquilo me pareceu a porta de entrada do céu: me tornei
depois, repórter e chefe de sucursal – do jornal O Estado de S. Paulo, sócio da biblioteca municipal, de uma biblioteca comunitária e de
onde fiquei quase 20 anos. Passei pela revista Afinal, pela Rede Glo- todas as demais nas escolas por onde passei, até concluir a faculda-
bo, Jornal da Tarde, Rádio Eldorado e Agência Estado, entre outros. de. Nunca mais parei de ler. De tanto ler para os meus filhos, um dia
Depois, fui fazer outras coisas, mas nunca deixei o jornalismo por descobri que também podia escrever histórias – por isso, a maior
completo. Hoje, por exemplo, mantenho um blog sobre livro e leitura parte dos meus 11 livros é de literatura infantil. Acabei montando
na internet – que tem uma revista eletrônica que vai para mais de 70 uma editora que ganhou um Prêmio Jabuti de Melhor Livro do Ano
mil pessoas toda semana – e tenho sob minha responsabilidade uma no Brasil e virei secretário de Cultura de Ribeirão Preto. Uma idéia
agência de notícias sobre o tema e uma revista sobre livros. fixa me perseguia e não consegui sossegar até que ela não saiu da
cabeça e do papel: abri 80 bibliotecas na cidade em pouco mais de
C&N: Nos conte como começou sua história com os livros e de in- três anos – uma para cada 5 mil pessoas –, criei a primeira Lei do
centivo à leitura. Livro numa cidade brasileira e uma Feira Nacional do Livro, que reú-
GA: Minha mãe adotiva era analfabeta, filha de imigrantes italianos; ne até hoje mais de 300 mil pessoas em praça pública. Em pouco
meu pai, descendente de escravos que se radicaram em Minas, era tempo, o índice de leitura havia aumentado de 2 para 5 livros por
um bom contador de “causos”. Mas, nessa família de oito filhos, habitante/ano. Fui convidado pelo então ministro Gilberto Gil para
onde quase todo mundo trabalhava na roça, havia uma “professo- fazer o mesmo no governo federal, onde acabei criando o Plano
rinha”. Ela me apresentou ao mundo mágico dos livros. Chegava a Nacional do Livro e Leitura (PNLL), que voltou a unir em torno do
caminhar quilômetros para ir, todo santo dia, à casa dela – onde tema os ministérios da Cultura e da Educação. Foi um tempo profí-
havia uma estante com meia dúzia de livros de Monteiro Lobato. Li cuo, com o fim dos impostos sobre livros, a criação de uma câmara
10 CHAMOIS & NOTÍCIAS
11. setorial, um programa que começou a zerar questão do acesso à leitura pela via exclusi- GA: Não há dúvidas que a falta de bibliote-
o número de cidades sem bibliotecas (eram va do mercado que é, sem dúvida, um ca- cas e, pior ainda, a situação precária da
1.300 em 2004), o lançamento do Prêmio nal importantíssimo. É um erro grave agir rede de 6 mil bibliotecas municipais e mais
Vivaleitura e tantos outros. diferente. Apenas 7% da população afirma de 10 mil comunitárias, são poderosos en-
que não lê mais por falta de dinheiro. Mas traves ao desenvolvimento da leitura no
C&N: Como vê o atual momento do livro e não há dúvidas de que livros com preços Brasil. Tanto é que os leitores que estão nas
da leitura no Brasil? mais acessíveis melhoraria o acesso às pes- escolas – mais 60 milhões de brasileiros es-
GA: Os brasileiros já estão lendo mais. Me- soas. Hoje em dia, num país de quase 200 tão lá! – lêem duas vezes mais do que os
nos do que gostaríamos e precisamos, po- milhões de habitantes temos apenas 36 mi- leitores que saíram dela. Mais do que obri-
rém mais do que imaginávamos. Também lhões de compradores de livros. Os livros de
nesse tema há dois brasis: um que lê e bolso, que começaram a chegar no merca-
apresenta índices parecidos com os dos pa- do após a desoneração fiscal, em 2004,
íses desenvolvidos; e um outro, que anda pode ser um bom começo.
de mãos dadas com os países mais atrasa-
dos nesse assunto. Mas é preciso que se C&N: Na sua opinião, qual o principal pro-
diga que esta primeira década do novo mi- blema educacional do Brasil?
lênio tem sido marcada por avanços impor- GA: A qualidade do ensino da escola públi-
tantes nesta área, resultado direto do que ca. A escola pública é, por essência, demo-
foi plantado no século anterior desde as in- crática, inclusiva e solidária. Nossas elites
vencionices literárias e editoriais de Montei- econômicas e políticas pegaram o bonde
ro Lobato até as novas e boas safras de es- errado ao apostar no esfacelamento delas.
critores e entusiastas e militantes da causa
da leitura por toda parte. Em 2003, o Brasil C&N: Podemos dizer que a má condição de
ganhou a Lei do Livro, o mais importante ensino somada à falta de estímulo familiar
marco regulatório e que criou o ambiente são fatores determinantes para que os alu-
para o que viria em seguida: a extraordiná- nos não adquiram o gosto pela leitura?
ria mobilização de 2005, que foi a celebra- GA: Quando perguntamos aos leitores de
ção do Ano Ibero-americano da Leitura hoje – e o Brasil tem 95 milhões deles – se
(com mais de 100 mil atividades), o PNLL e eles se lembram de algum adulto lendo
milhares de ações empreendidas pela socie- para eles, em casa ou na escola, quando
dade pelo país afora. É certo que ainda há estavam sendo iniciados nos livros, dois em
muito o que fazer, mas é inegável que tem cada três respondem que sim. É mais ou
havido avanços importantes. É caso, agora, menos o mesmo tanto que, entre os 77 mi-
de apertar o passo e aumentar o ritmo. lhões de não leitores – uma população
maior do que a maioria dos países do mun-
C&N: Na sua opinião, qual a relação entre o do –, responde exatamente o contrário:
preço do livro e os baixos índices de leitura não, não se lembra de nunca alguém estar
dos brasileiros? lendo, sejam os pais, outros adultos da fa-
GA: Retratos da Leitura no Brasil, pesquisa mília ou mesmo os professores. O exemplo
que eu coordenei e que acaba de virar livro e a disposição de estimular o gosto pela lei-
do mesmo nome, mostrou que a questão tura falam também aqui bem alto, para o
da baixa leitura dos brasileiros está relacio- bem e para o mal.
nada, principalmente, a fatores ligados à
falta de habilidade técnica para ler – leia-se C&N: Você acredita que se tivéssemos mais
analfabetismo e analfabetismo funcional – bibliotecas teríamos mais leitores?
e à falta de acesso público. Países ricos que
resolveram antes de nós esse problema
contaram, como contam até hoje, com re-
cursos que facilitam a vida dos leitores e o
acesso aos livros: uma biblioteca pública de
qualidade. O Brasil, evidentemente, não
pode querer se dar ao luxo de resolver a
12. gados, como mostrou a própria pesquisa Re- C&N: Atualmente, como está pautada a sua
tratos da Leitura no Brasil, eles se sentem vida profissional? Tem projetos em anda-
estimulados a ler e foi justamente isso, so- mento?
mado aos programas sociais do Estado brasi- GA: Depois que deixei o governo, presidi o
leiro que têm ampliado o acesso sobretudo O desenvolvimento comitê executivo de um organismo interna-
dos mais pobres ao livro gratuito, que fez cultural está fortemente cional que atua na área – o Centro Regional
aumentar os índices de leitura no Brasil. Que vinculado à questão de Fomento ao Livro na América Latina e no
só não são maiores porque os leitores sim- Caribe (Cerlalc/UNESCO) e atuei como con-
plesmente somem de bibliotecas que funcio-
da leitura e um acaba sultor de políticas públicas do livro e leitura
nam mal, têm acervos desatualizados e, na alimentando e em organismos internacionais. Em 2006, or-
maioria dos casos, fecham justamente nos desenvolvendo o outro ganizei o Manifesto do Povo do Livro, que
horários que as pessoas podem ir. Com isso, apresentou aos candidatos a presidente da
só 10% da população vai com freqüência a República a agenda do livro e leitura para os
uma biblioteca – mesmo assim, esse índice anos seguintes exigindo que todos se com-
vai diminuindo conforme o leitor sai da esco- prometessem com ela. Agora, dirijo o Obser-
la e vai envelhecendo. Se ele vai duas ou três vatório do Livro e da Leitura, que articula e
vezes e nunca encontra o livro que quer, di- realiza estudos e pesquisas para cooperar
ficilmente ele volta. Está passando da hora números disponíveis, o Brasil ainda está, de com as políticas públicas setoriais e mantém
do país criar uma ampla política de bibliote- uma maneira geral, numa posição um pouco diversos projetos, como a agência de notí-
cas públicas. melhor do que a de seus vizinhos graças às cias Brasil Que Lê, o Blog do Galeno (que
políticas sociais que têm buscado universali- monitora a execução de políticas públicas e
C&N: Como o Brasil está em índices de leitu- zar o acesso à educação. Mas se compara- ajuda a disseminar informações de interesse
ra em relação aos demais países da América mos a classe média ou os mais ricos desses da área) e edita publicações sobre o assunto,
Latina? países, a sensação é que o Brasil fica atrás de como a revista Panorama Editorial. Também
GA: O Brasil estreou uma nova metodologia países como a Argentina ou o Chile. criei o Instituto de Desenvolvimento de Estu-
de medição do comportamento do leitor. dos Avançados do Livro e Leitura (IDEALL),
Até então, cada país media de uma forma. O C&N: O assunto do momento é crise. Na sua que realiza estudos e pesquisas. Como vo-
Brasil mesmo, em 2000, só media a leitura opinião, a crise econômica pode afetar o luntário, estou apoiando a implantação de
daqueles que possuíam mais de 15 anos de mercado editorial? um ousado projeto da Fundação Palavra Má-
idade e pelo menos três anos de escola – ou GA: Tenho a impressão que todos os setores gica, que criei há 10 anos, para disseminar
seja, excluía a população leitora com idade receberão algum tipo de impacto, por me- oficinas de leitura e escrita para jovens de
entre 5 e 14 anos e os recém-alfabetizados, nor que seja. Em muitos casos, certamente baixa renda e um projeto-piloto que só em
fossem crianças em idade escolar ou adul- causados pela fobia social em torno do Ribeirão Preto, onde voltei a morar, está
tos. A partir de agora, todos, incluindo não- tema. No mercado editorial, o que logo co- abrindo cem clubes de leitura. E faço de
leitores tradicionais como os analfabetos, meçou a ser sentido foi a redução do crédi- duas a três palestras e conferências toda se-
são investigados, até mesmo para saber as to. É preciso, no entanto, investigar um mana, algumas como serviço comunitário,
razões da não-leitura, já os demais países pouco melhor para saber o impacto disso sobre o papel social da leitura e seu poder de
ainda têm medições que não são uniformes sobre aquelas editoras que mais dependem mundo. Tem sido pra mim tão prazeroso
e impedem uma comparação. Pelos poucos disso. quanto ler um bom livro!
12 CHAMOIS & NOTÍCIAS
13. [homenagem]
DIA DE RUY BARBOSA OU DIA NACIONAL DA
CULTURA? NÃO IMPORTA A ORDEM, MAS, SIM,
O NOSSO RECONHECIMENTO A UM DOS MAIS
ILUSTRES E DIGNOS BRASILEIROS
P
or inspiração em Ruy Barbosa –, base agrícola. Mas destaca que, como uma
que nasceu no dia 5 de novembro ironia da história, que Ruy foi um derrotado
de 1849 –, é que ficou estabeleci- na política. Ele foi um dos fundadores da
do, em 1970, por Lei Federal, o Dia Nacio- Ruy Barbosa deixou-nos República, mas acabou exilado pela repú-
nal da Cultura e da Ciência. A exemplo do um legado imenso, de blica que ajudou a implantar. E depois veio
que acontece em outras partes do mundo, a combater a Constituição de 1891. Às ve-
também no Brasil, a data escolhida procu-
sua ampla e intensa zes demonstrava amargura e decepção
rou homenagear uma personalidade das atividade jurídica... com a política nacional, onde sofreu várias
letras e da ciência. derrotas. Sua única vitória em vida foi na
Grande intenção, justa homenagem! política externa. Especialmente em dois
Agora, Ruy Barbosa, por quê? grandes momentos: na Conferência de
Para ser lembrado, sempre? E precisaria Haia e na Primeira Guerra Mundial. Ou
isso estar explicitado em Lei? Parágrafo tória do Modernismo”, de 1939, deixou o seja: ele se dedicou tanto à política interna,
Único: “As comemorações a que se refere seguinte depoimento: “Este é o clássico, mas seu grande reconhecimento, em vida,
o presente artigo terão como escopo o formidável de vocabulário e sintaxe, conser- foi na política externa.
Conselheiro Ruy Barbosa, nascido a 5 de vador e criador, grandíloquo e polimorfo”.
novembro de 1849”. Ainda, o embaixador Carlos Henrique Car- A Ruy Barbosa, a nossa reverência. Ao Dia
Segundo as intenções do tal Parágrafo Úni- dim, um estudioso da vida de Ruy Barbosa, da Cultura, a justa homenagem a um ilus-
co, justamente, foi o de estimular o conhe- nos mostra que além de todos os atributos tre brasileiro.
cimento da personalidade histórica de Ruy intelectuais e um dos brasileiros de maior
Barbosa, através da divulgação de sua vida estatura cultural e moral de nossa história,
e de sua obra, principalmente, no âmbito o grande baiano foi também um dos patro-
Foto: ACERVO ABL
escolar. nos da diplomacia brasileira, honraria antes
E, precisaria? atribuída apenas ao Barão do Rio Branco,
Não fosse o nosso pais carente de memó- aliás, na sua visão, ambos tiveram seme-
ria, de cultura e de reverência aos seus lhante grau de importância para a política
grandes nomes, esse fato jamais estaria externa brasileira. Para Henrique Cardim, a
prescrito em Lei. A homenagem e o respei- visão universalista dos acontecimentos, es-
to àqueles que fizeram a nossa história de- pecialmente dos conflitos, que hoje ganha
veria ser uma atitude natural, através de corpo na política internacional, era defen-
seu conhecimento, também natural. dida por Ruy Barbosa já nos tempos da Pri-
Ruy Barbosa, esse ilustre brasileiro, foi um meira Guerra Mundial. Henrique Cardim
dos fundadores e, por longos anos, presi- ainda revela, em entrevista a José Fonseca
dente da Academia Brasileira de Letras, em Filho, do Portal Nossa Bahia, que a grande
sucessão a Machado de Assis. vocação de Ruy estava mesmo na política
Ruy Barbosa deixou-nos um legado imenso, nacional, tendo participado intensamente
de sua ampla e intensa atividade jurídica, na implantação da República; por ter sido o
parlamentar, jornalística e literária, uma primeiro ministro da Fazenda, o primeiro da
obra hoje constante de 137 tomos, edita- industrialização do país, foi quem teve as
dos pela Fundação Casa de Rui Barbosa. primeiras idéias de transformar o Brasil em
A respeito de Ruy Barbosa, o crítico literário uma potência industrial, lastreada no ensi-
Tristão de Ataíde, em “Contribuição à His- no técnico e profissional, sem descuidar da
Ruy Barbosa
14. [vocabulário]
QUANTOS LIVROS
VOCÊ LEU EM 2008?
N
ão é novidade que, quanto mais estimulamos nosso cére- Você já parou para pensar quantas palavras novas aprendeu com a
bro, maior é a sua capacidade de armazenar informações, sua leitura?
afinal, a leitura é a melhor e mais eficiente maneira de exer- O Chamois & Notícias preparou um teste especialmente para você
citar essa fantástica máquina de apenas 1,4 quilo e que comporta testar o seu conhecimento. São apenas 10 palavras com três op-
mais de 12 trilhões de neurônios. E, para ler, não há contra indica- ções cada uma. Veja como você se sai. Se o resultado for acima de
ções, só benefícios. Adquirimos mais conhecimento, ampliamos 7, parabéns, você é um grande conhecedor da língua portuguesa,
nosso vocabulário e, ainda, viajamos no tempo e no espaço sem logo, um leitor exemplar. Se foi abaixo de 5, siga nossa dica, leia
sair do lugar. mais, exercite mais a sua máquina pessoal, o seu cérebro. Em pou-
E você, quantos livros leu em 2008? co tempo você se surpreenderá com os resultados.
7 - Venenoso / 8 - Em algum lugar, em alguma parte / 9 - Semelhante ao nácar, rosado / 10 - Medo de alfinetes e agulhas, objetos que perfuram
14 CHAMOIS & NOTÍCIAS 1 - Beijo / 2 - Vaia / 3 - Dedo grande do pé / 4 - Muitíssimo / 5 - Aquele que vinga, vingador / 6 - Ignorante, estúpido, pessoa que não sabe /
15. [gente que lê]
Thalita Rebouças César Labate Galeno Amorim
Divulgação
Divulgação
Divulgação
Escritora Empresário Jornalista e escritor
Minúsculos assassinatos
O monge e o executivo
e alguns copos de leite
James C. Hunter
Fal Azevedo
144 páginas
204 páginas
Editora Sextante Multidão
Editora Rocco As memórias do livro:
romance manuscrito de Michael Hardt,
Sarajevo Antonio Negri
Geraldine Brooks 532 páginas
Tradução: Marcos Record
Malvezzi Leal
“Acabei de ler o “Minúsculos assassinatos e “Ganhei da MD Papéis há algum tempo atrás, 400 páginas
Ediouro
alguns copos de leite”, da Fal Azevedo. Meu “O monge e o executivo”. Acho que todas as
Deus! Que livro! Bem escrito, com humor, pessoas que exercem qualquer tipo de lideran- “Estou lendo dois: “As memórias do livro”, de
com emoção, às vezes te faz rolar de rir, na ça dentro de um grupo deveriam ler.” Geraldine Brooks, e “Multidão”, de Michael
página seguinte te mata de tanto chorar. Ela é Hardt e Antonio Negri.”
incrível!” SINOPSE
Você está convidado a juntar-se a um grupo SINOPSE
SINOPSE que durante uma semana vai estudar com um “As memórias do livro: romance manuscrito
O livro conta a história da pintora quarentona dos maiores especialistas em liderança dos Es- de Sarajevo”. Da Espanha de 1480 até a en-
Alma, que mesclando os papéis de biógrafa e tados Unidos. fraquecida Sarajevo de 1996, um livro sagrado
biografada, paciente e analista, passa a limpo Leonard Hoffman, um famoso empresário que de valor incalculável é caçado por fanáticos
sua sofrida trajetória, constituindo uma delica- abandonou sua brilhante carreira para se tor- políticos e religiosos. Seu destino está nas
da colcha de retalhos da vida e virando do nar monge em um mosteiro beneditino, é o mãos de Hanna, uma talentosa conservadora
avesso quem se propõe a acompanhá-la nesta personagem central desta envolvente história de livros, e sua recuperação resulta em um
jornada marcada por perdas, feridas e cicatri- criada por James C. Hunter para ensinar de mistério histórico arrebatador. Quando Hanna
zes. Afinal, a indesejada morte sempre nos forma clara e agradável os princípios funda- é chamada a Sarajevo para examinar o Haga-
pega de surpresa e rouba um pedaço da gente. mentais dos verdadeiros líderes. dá, um código judaico do século XV que havia
“O monge e o executivo” é, sobretudo, uma desaparecido durante a guerra da Bósnia, ela
lição sobre como se tornar uma pessoa melhor. não pode acreditar que um documento tão
maravilhoso estava preservado.
CHAMOIS & NOTÍCIAS 15
16. [lançamentos]
CHAMOIS EM DESTAQUE
Destaque-se: realize o que a
A ceia dominicana: concorrência não consegue
Aforismos sem juízo
romance neolatino James Champy
Daniel Piza
Reinaldo Santos Neves Tradução: Alessandra
112 páginas
518 páginas Mussi Araújo
Bertrand Brasil
Bertrand Brasil 182 páginas
Chamois Fine Dunas 80g
Chamois Fine Dunas 80g Campus/Elsevier
Chamois Fine Dunas 90g
Ironia como matéria-prima da literatura. Dividido em temáticas que vão da moral, Este livro conciso e de rápida leitura mostra
Acrescente pitadas de fábula e jorros de eru- passam por dinheiro e poder, amor e sexo, e como alcançar um crescimento impressionan-
dição. Você obterá uma amostra grátis de “A chegam a cultura e saber, o livro reúne frases te, superando os concorrentes com coerência
ceia dominicana: romance neolatino”. de um jornalista contemporâneo do Brasil. e inteligência. Champy revela lições surpreen-
Santos Neves é um homem de letras; de for- Os mais de 500 aforismos – que Piza publica dentes aprendidas com empresas que alcan-
mação literária – estudou Letras na Federal todo domingo em sua coluna em O Estado çaram um crescimento extraordinário por, no
do Espírito Santo –, mas, sobretudo um leitor de S. Paulo – foram garimpados para o livro mínimo, três anos seguidos. Com base nas
voraz. Busca inspiração em obras da Antigui- com o propósito de ressignificar algumas pa- estratégias de algumas das melhores empre-
dade Clássica e em temas polêmicos do coti- lavras, expressões, bordões do senso comum sas da atualidade, o autor identifica 8 manei-
diano, como erotismo, machismo, vaidade, e para fazer o leitor pensar sob um novo ponto ras poderosas de competir mesmo nos mer- r
tabus, como virgindade. Tudo regado a sátira de vista. Além de uma breve passagem sobre cados mais difíceis. Você descobrirá como
e sarcasmo. a origem dos aforismos e de seus principais galgar posições privilegiadas no mercado e
representantes na literatura, o livro apresenta obter vantagens sustentáveis em produtos,
assuntos que rendem uma releitura de frases serviços, métodos de distribuição e clientes
feitas e de citações de célebres pensadores. inesperados, com necessidades imprevistas.
A estratégia do
Othello
oceano azul
William Shakespeare
Renee Mauborgne/ Tempo das cerejas
Adaptação e tradução:
W. Chan Kim Márcia Maia Conforti
Marilise Rezende Bertin
Tradução: Afonso Celso 120 páginas
e John Milton
da Cunha Serra Editora Rocco
224 páginas
241 páginas Chamois Fine Dunas 70g
Disal Editora
Campus/Elsevier
Chamois Fine Dunas 90g
Chamois Fine Dunas 75g
O livro apresenta uma nova maneira de pen- Escrita por William Shakespeare, Othello é Maria Luísa é carioca, tem 19 anos e faz fa-
sar sobre estratégia, resultando em uma cria- talvez uma das mais maduras tragédias de culdade de História. Mas somente quando
ção de novos espaços (o oceano azul) e uma autoria do dramaturgo. Em um enredo úni- descobre, ao acaso, o diário de sua avó, já
separação da concorrência (o oceano verme- co, Shakespeare desenvolve o tema do ciúme falecida, é que Malu começa a entender ver-
lho). Os autores estudaram 150 ganhadores nutrido pelo mouro Othello em relação à jo- dadeiramente o sentido da palavra “Histó-
e perdedores em 30 indústrias diferentes e vem, bela e casta esposa Desdêmona. Esse ria” em sua vida. A protagonista conduz o
viram que explicações tradicionais não expli- ciúme é fomentado por Lago, que com uma leitor por uma deliciosa viagem a Portugal,
cavam o método dos ganhadores. O que eles sagacidade sem tamanho, induz Othello a ao contar a história de sua família luso-brasi-
acharam é que empresas que criam novos suspeitar da fidelidade de sua mulher. Versão leira. Misturando narrativa em primeira pes-
nichos, fazendo da concorrência um fator ir- adaptada, bilíngüe. soa, passagens em forma de diário, bilheti-
relevante, encontram um outro caminho nhos entre mãe e filha, crônicas e e-mails, o
para o crescimento. O livro ensina como co- livro lembra uma colorida colcha de retalhos,
locar em prática essa estratégia. daquelas bem costuradas, tal qual a usada
pela avó de Malu em sua infância.
CHAMOIS & NOTÍCIAS 16