Esta publicação busca analisar a evolução
do trabalho decente na Argentina, Brasil, Chile,
Colômbia, Peru, México e Uruguai ao longo dos
últimos anos. O objetivo é que as informações
aqui disponibilizadas sejam uma ferramenta
para reflexão e desenvolvimento de estratégias
do movimento sindical para a região.
2. A REDLAT
A Rede Latinoamericana de Pesquisas em Empresas
Multinacionais (RedLat) é uma iniciativa criada em outubro de
2005 que reúne sindicatos e instituições de pesquisa sobre o
mundo do trabalho em sete países: Argentina, Brasil, Chile,
Colômbia, Peru, México e Uruguai.
O objetivo é aprofundar o conhecimento sobre o
comportamento social e trabalhista das empresas
multinacionais e utilizar as informações coletadas
para impulsar a ação sindical.
3. TRABALHO DECENTE
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT),
Trabalho Decente é um trabalho produtivo adequadamente
remunerado, exercido en condições de liberdade, equidade e
segurança, sem nenhuma forma de discriminação, e que
assegure a trabalhadores e trabalhadoras condições
dignas de vida.
4. TRABALHO DECENTE
A publicação aborda quatro dimensões do trabalho decente:
oportunidades de emprego, remunerações, proteção social,
liberdade sindical e negociação coletiva.
Também mede a dimensão do contexto socioeconômico que
determina o trabalho decente na América Latina e analisa o
tema da terceirização nos sete países da rede.
7. 1. CONTEXTO SOCIOECONÔMICO
Recomendação
As crises econômicas, assim como os longos períodos de
estagnação, podem reverter a redução das desigualdades
alcançadas nos anos anteriores nos países analisados - com exceção
do México, onde não houve esta redução. É responsabilidade dos
governos adotarem políticas que impulsionem o crescimento
econômico e a geração de empregos, assim como ampliar os
sistemas de proteção social para amparar àqueles que perdem nos
momentos de crise e recessão. Também é responsabilidade dos
governos implementar programas sociais e ferramentas de
distribuição de renda que beneficiem os mais desprotegidos.
16. 2. OPORTUNIDADES DE EMPREGO
Recomendação
Os avanços econômicos registrados na última década impactaram
positivamente o mercado de trabalho na maioria dos países latino-
americanos, com importante aumento do número de empregos
somado à queda do desemprego. Apesar destes avanços, persistem
grandes desafios para o movimento sindical: a eliminação da
informalidade, melhorias salariais e mais oportunidades de acesso
a empregos em condições de trabalho decente para as mulheres,
jovens e populações em condições de desvantagem
(afrodescendentes, pessoas com deficiência, LGBTI, entre outras).
19. Recomendação
A atuação sindical reflete diretamente nos salários e nas diferenças
gritantes entre os países estudados. No México, onde são pagos os
piores salários, há um movimento sindical deficiente, marcado por
sindicatos corruptos e a quase inexistência de negociação coletiva.
Da mesma forma, Colômbia e Peru registram baixas taxas de
sindicalização, reflexos de um mercado informal predominante.
Assim, os números levantados apontam que, quanto maior a ação
sindical e a efetiva representação dos trabalhadores, melhores os
resultados na distribuição de riquezas e na promoção da igualdade
social.
3. REMUNERAÇÃO
25. Recomendação
A diferença de cobertura da seguridade social nos países analisados é
significativa. Enquanto ela chega a cobrir 60% dos trabalhadores e
trabalhadoras em alguns países, em outros ela não alcança 35% do total
de ocupados. Neste panorama, o desafio para o movimento sindical
está em conseguir que os governos aumentem a eficácia e estendam a
cobertura da seguridade social, promovam o trabalho decente e a
proteção de grupos vulneráveis, como migrantes e trabalhadores
informais, estabeleçam medidas de proteção e prevenção relacionadas à
saúde e segurança laboral, e fortaleçam os mecanismos de inspeção,
vigilância e controle.
4. PROTEÇÃO SOCIAL
27. 5. LIBERDADE SINDICAL E NEGOCIAÇÃO COLECTIVA
Recomendação
Para além das diferenças existentes nas estruturas sindicais dos
países analisados, algumas questões merecem a reflexão: a extensão
da ação sindical a trabalhadores e trabalhadoras informais e o apoio
aos processos de formalização. Também merecem atenção a
ampliação da cobertura das negociações coletivas, o combate
incisivo às práticas antissindicais, a violência contra dirigentes
sindicais, e o compromisso com a proposta de autorreforma sindical
defendida pela Confederação Sindical das Américas (CSA).
30. Recomendação
Defendida sobretudo por empresas multinacionais, a terceirização é um
fenômeno que não apenas reduz os custos de produção, mas também os
salários, as condições de saúde e segurança, a dignidade e os direitos de
trabalhadores e trabalhadoras. Pesquisas realizadas no Brasil apontam que
trabalhadores terceirizados ou subcontratados representam 70% de todos os
que sofrem acidentes laborais e 80% das vítimas fatais de acidentes no local de
trabalho. Os dados apresentados comprovam que onde há maiores índices de
terceirização também há menores taxas de sindicalização e de organização no
local de trabalho e menores índices de trabalho decente. É necessário ter em
mente que os beneficiados com as mudanças na legislação que ampliam a
terceirização sempre serão as empresas, jamais trabalhadores e trabalhadoras.
6. TERCEIRIZAÇÃO