O documento discute a prática dos profissionais de saúde nos hospitais universitários do Rio de Janeiro com base em uma pesquisa. A maioria dos assistentes sociais vê o papel de sua profissão como fortalecimento dos usuários e suas lutas, enquanto outros profissionais enfatizam a desvalorização da profissão. Muitos profissionais querem continuar sua prática atual nos hospitais em vez de se concentrar na formação de novos profissionais.
1. Informe SaúdeAno VIII - Período: Outubro de 2010
A PRÁTICA DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE - HU’S-RJ
Neste Informe continuamos divulgando os trabalhos realizados para a Semana de Iniciação
Científica/2009, utilizando os dados da pesquisa “A prática dos Profissionais de Saúde do município do
Rio de Janeiro - HU’s-RJ/NEEPSS-FSS”.
É indiscutível o avanço que o Sistema Único de Saúde (SUS) trouxe para a realidade sanitária brasileira,
principalmente porque está estruturado a partir do atendimento universal e descentralizado da assistência à saúde.
Entretanto, com a intervenção da política neoliberal, o Estado passou a investir somente o mínimo necessário ao
desenvolvimento das políticas sociais – diminuição dos gastos com o social e aumento dos gastos com o capital. Neste
contexto, os profissionais de saúde que objetivam fortalecer o SUS e articular a prática na saúde aos interesses e
necessidades das classes trabalhadoras têm em seu dia a dia o desafio de fazer com que o Sistema Único de Saúde venha a
se efetivar, mesmo diante do sucateamento da rede pública e da precarização do trabalho. Para compreender a realidade na
qual estão expostos e fortalecer o SUS, é necessário que estes profissionais reflitam sobre o cotidiano de sua prática, tendo
em vista superar práticas conservadoras, que desfavorecem os interesses da maioria dos trabalhadores que só contam com
o SUS. No sentido, este estudo apresenta um desenho sobre como os profissionais de saúde, e nestes estão incluídos os
Assistentes Sociais, vêm refletindo sobre a prática na saúde no âmbito dos Hospitais Universitários (HU’s/RJ).
Quando perguntados sobre o papel de sua profissão na sociedade brasileira, 66% dos assistentes sociais e 8 %
dos demais profissionais responderam que é o de instrumentalizar usuários; outros 10% dos assistentes sociais e 1% dos
demais profissionais responderam ser executores e formuladores de políticas sociais; 7% dos assistentes sociais e 9% dos
demais profissionais responderam que o papel de sua profissão é de responsabilidade com o desenvolvimento social e
econômico do país; 10% dos assistentes sociais e 21% dos demais profissionais criticam a desvalorização da sua profissão
e as condições de trabalho, e 7% dos assistentes sociais e 61% dos demais profissionais não se manifestaram. Observamos
que a maioria dos assistentes sociais ressaltam o papel do Serviço Social no fortalecimento das lutas e interesses dos
usuários, ou seja, das classes trabalhadoras, em detrimento das requisições das instituições empregadoras. Apesar disso
não mencionam a contradição existente na profissão (sendo uma profissão assalariada deve responder certas demandas dos
empregadores, mas que por possuir relativa autonomia pode direcionar ações favoráveis aos usuários). Grande parte dos
demais profissionais (21%) mencionam a desvalorização da profissão e do espaço de inserção profissional, mas não
associam a necessidade de contribuição da sua profissão nas lutas gerais dos trabalhadores para fortalecer os espaços
públicos e investimentos para a prestação dos serviços de saúde.
Tendo em vista que esta pesquisa foi realizada nos HU’s, espaço privilegiado do ensino, da pesquisa e da
assistência, perguntamos sobre as pretensões dos profissionais na unidade. Os dados revelam que 64% dos assistentes
sociais e 53% dos demais profissionais têm pretensões relacionadas à prática profissional (realizar atendimento,incentivar
o trabalho em equipe, supervisão, instrumentalizar usuários, implementação/continuidade de projetos), 14% dos assistentes
sociais e 13% dos demais profissionais pretendem formar alunos; 17% dos assistentes sociais e 18% dos demais
profissionais pretendem buscar qualificação profissional e 6% dos assistentes sociais e 16 % dos demais profissionais não
responderam. Os dados mostram que os profissionais, no espaço que forma a quase totalidade das profissões de saúde,
estão preocupados em dar continuidade à prática que vêm desenvolvendo, mais que com a formação de profissionais que
futuramente estarão ocupando postos na rede sócio-assistencial.
Quando perguntados sobre as demandas implícitas que atendem, diante das que estão presentes em seu cotidiano, 23% dos
assistentes sociais e 15% dos demais profissionais identificaram demandas subjetivas, 38% dos assistentes sociais e 16%
dos demais profissionais identificaram os determinantes sociais, 4% dos assistentes sociais e 23% dos demais profissionais
identificaram os desdobramentos da doença, e 27% dos assistentes sócias e 26% dos demais profissionais não
responderam. Os dados mostram que os profissionais que identificaram os determinantes sociais na demanda dos usuários
conseguem perceber o que realmente está por trás daquilo que os usuários trazem como demandas emergenciais;
problemas relacionados com a precariedade da moradia, da alimentação, falta de trabalho, de saneamento básico, entre
outros. Os que identificam as demandas implícitas à subjetividade dos usuários relacionam essas demandas aos problemas
familiares, e as dificuldades de relacionamento, etc., priorizam os aspectos individuais e comportamentais dos usuários, o
que os acaba contribuindo para uma culpabilização do usuário pela condição de saúde em detrimento do que é referenciado
na Constituição de 1988, onde saúde é determinada pela forma como a sociedade está organizada, em relação às suas
condições de vida, educação, trabalho, cultura, etc., sendo uma responsabilidade do Estado prover os meios necessários;
além de demonstrar a dificuldade de perceber o HU como espaço onde questões importantes da saúde coletiva podem ser
pensadas, refletidas para produzir conhecimento e ações que tragam fortalecimento político e viabilidade ao SUS.
2. Fique Ciente
Encontro de Profissionais de Enfermagem de Goiás
2010
Local: Centro de Convenções de Goiania - Auditório Lago
Azul
**Inscrições até 03 de novembro: corengo@corengo.org.br
ou (62) 3224-5114
FONTE: http://site.portalcofen.gov.br/eventos
Seminário Estadual “Direitos Humanos e Serviço
Social”
Será realizado no próximo dia 3 de dezembro, no
auditório Antonio Carlos Amorim, no EMERJ, de 9 às
18h, o I Seminário Estadual "Direitos Humanos e
Serviço Social".
Inscrições através do link http://cressrj.org.br/cursos-
inscricao.php?cod=51
Foi Publicado no dia 04/09/2010 pela Revista Espaço Acadêmico o artigo: “A delinquência acadêmica”. Escrito por
Maurício Tragtenberg. O texto fala sobre a relação entre a dominação e o saber, a relação entre o intelectual e a
universidade como instituição dominante ligada à dominação. Mostrando a importância da formação acadêmica na
reprodução ou crítica das práticas vigentes na sociedade. Tendo em vista que nossa pesquisa é realizada nos HU’s é
uma leitura propícia. Este texto foi apresentado no I Seminário de Educação Brasileira, realizado em 1978, em
Campinas-SP. Publicado em TRAGTENBERG, M. Educação, política e sindicalismo. São Paulo: Editores
Associados; Cortez, 1978 (e também pela Editora Unesp, 2004). O texto A Delinquência Acadêmica também foi
publicado em http://espacoacademico.com.br/014/14mtrag1990.htm
Elaboração: NEEPSS - Núcleo de Extensão, Ensino e Pesquisa em Serviço Social.Projeto de Pesquisa/Extensão. Faculdade de
Serviço
Social/ UERJ/ CNPq/FAPERJ.
Coordenadora: Ana Maria de Vasconcelos;
Equipe de Pesquisa/Extensão
Apoio Técnico: Aline Maria Thuller de Aguiar; Valquíria Helena dos Santos Coelho; Mayana de Souza Gomes da Silva; Renata
Cristina Mendes Lima
Discentes: Cinthia Assis; Mariana Cordeiro Miranda; Juliana Ferreira Baltar; Jacqueline Freire da Silva Rodrigues; Luciana da
Conceição e Silva, Marianna Amendola Borges; Cláudia Reis de Souza; Marianne Sobral de Oliveira; Elizabete Pacheco
Gandra; Sabrina Porto Santos Alves; Aline Cristina da Silva Arcanjo; Lidiane Malanquinni.
Contato: 2334-0320 (ramal 203).
E-mail: pesquisa.saudeuerj@yahoo.com.br
Blog: http://neepss.blogspot.com/
Curso de capacitação na área do álcool e outras drogas
Tem inicio no próximo dia 9 de novembro, na sede do
CRESS-RJ, o curso Capacitação na área do álcool e outras
drogas.
Todos os módulos serão apresentados no auditório do
CRESS. As inscrições são gratuitas.
Clique aqui para se inscrever: http://cressrj.org.br/cursos-
inscricao.php?cod=50
Iª Conferência Universal sobre o
Desenvolvimento de Sistemas Universais de
Seguridade Social
Data: 01/12/2010 - Local: , Brasília/DF
A Conferência busca estruturar as agendas
políticas pela universalidade do direito à
seguridade social nos âmbitos nacionais e
internacionais, por intermédio do Fórum Social
Mundial da Saúde.
Maiores Informações:
conselho.saude.gov.br/confmundial.html
Fonte: http://www.cfess.org.br