O documento fala sobre como as pessoas cometem erros e se arrependem, mas não podem desfazer o que já foi feito. Diz que a única opção é reconstruir a autoestima com novos atos que levem a um auto-retrato mais positivo. Também menciona que os artistas se reconstruém através de suas obras, de modo que quando envelhecem se tornam suas próprias obras-primas.

1. O artista e seu retrato quando velho Alberto Centurião

2. tem vezes que a gente faz coisas que não se faz e sabe que não devia mas faz e depois se arrepende e sente vergonha medo repulsa dó desalento mas já fez e está feito

3. e bate uma baita tristeza e o coração se oprime e um peso aperta o peito de um jeito que o osso do peito sente a pressão mas já não tem jeito o que está feito está feito

4. então o jeito é juntar os cacos com soldar o que sobrou tratar de refazer o próprio ego ferido despedaçado o dia desperdiçado e já que não tem conserto o que foi feito foi feito

5. consertar a auto-imagem juntando toda a coragem para encarar no espelho do fato o próprio auto-retrato e decidir fazer com novos atos novos fatos para um novo auto-retrato

6. mais ao gosto do artista que faz do gesto pincel e na tela da vida usa o matiz da palavra para o estudo frustrado recobrir com novas telas mais do seu jeito mais belas que o artista sem retoques não seria irretocável

7. e à custa de repintar-se o artista se reconstrói recriando os próprios atos até recriado inteiro tornar-se iguaria fina o artista quando velho é a própria obra-prima

8. Poetada em 28.11.2007, em Joinville, Santa Catarina FORMATAÇÃO: Mima (Wilma) Badan [email_address] MÚSICA: Tema de “Luzes da Ribalta” Interpretação: The Romantic Strings Orchestra IMAGENS: Diversos Internet (Repasse com os devidos créditos)