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Divisão de Ensino de Química da Sociedade Brasileira de Química (ED/SBQ) 
Departamento de Química da Universidade Federal de Ouro Preto (DEQUI/UFOP) 
XVII Encontro Nacional de Ensino de Química (XVII ENEQ) 
Ouro Preto, MG, Brasil – 19 a 22 de agosto de 2014. 
Especificar a Área do trabalho 
(EAP) 
Uma análise dos Conceitos Científicos abordados no 
Desenho Animado LMN’s Elements. 
Lidiane de L. S. Pereira1 (PQ)*, Gracielle de O. Sabbag Cunha1 (PQ), Thiago Eduardo P. 
Alves1 (PQ). lidiane.pereira@ifg.edu.br. 
1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás – Câmpus Anápolis. 
Palavras-Chave: Conceitos Científicos, Desenho Animado, Ensino de Química . 
RESUMO: A área de pesquisa em ensino de química possui aproximadamente trinta e cinco anos de 
história no Brasil e ainda hoje encontramos problemáticas a serem enfrentadas pelos pesquisadores no 
que diz respeito ao ensino de conceitos. Sendo assim, tal pesquisa tem por objetivo uma análise dos 
conceitos científicos abordados no desenho animado LMN’s Elements como intuito de contribuir para o 
debate acerca do ensino de química. Nossos dados foram coletados por meio do site do YOUTUBE, no 
canal específico “lmnscartoonspa” onde se encontram 9 episódios disponíveis. Os dados coletados 
foram transcritos e analisados qualitativamente. Nossos resultados permitem inferir que os desenhos 
podem se constituir como uma ferramenta para um ensino de química com um maior caráter lúdico, 
entretanto ressaltamos a necessidade de refletir sobre a forma como os conceitos são abordados no 
desenho animado sendo um compromisso do professor problematizar possíveis erros disseminados na 
mensagem de tais desenhos animados. 
INTRODUÇÃO 
Apesar de uma história de aproximadamente trinta e cinco anos de pesquisa 
em ensino de química cercada de inúmeros problemas e temáticas investigadas, 
muitos professores ainda se perguntam o porquê de se pesquisar o ensino. Desde 
1995, quando da criação da revista Química Nova na Escola, sua primeira edição já 
contemplava tal discussão, dizendo que devemos pesquisar o ensino: 
Principalmente devido a cursos de licenciatura pouco eficientes para a 
formação de professores, é comum encontrarmos em inúmeros colegas uma 
visão muito simplista da atividade docente. Isto porque concebem que para 
ensinar basta saber um pouco do conteúdo específico e utilizar algumas 
técnicas pedagógicas, já que a função do ensino é transmitir conhecimentos 
que deverão ser retidos pelos alunos. Esse ensino, usualmente denominado 
‘tradicional’ (Schnetzler e Aragão, 1995, p. 27). 
Infelizmente, após todos esses anos, a situação ainda não mudou muito, já que 
em 2002, tal autora refaz uma nova discussão quanto às conquistas e perspectivas 
para o ensino de química e reforça a ideia de que nos primórdios, o maior interesse da 
área de pesquisa em ensino de química se concentrava em questões relativas aos 
conteúdos das disciplinas científicas, aos objetivos da educação em ciências, à 
efetividade de diferentes abordagens instrucionais e aos efeitos dos novos currículos 
na aprendizagem e atitudes dos alunos (Schnetzler, 2002). 
Sendo assim, após os anos 70, com os resultados gerados dessas pesquisas 
citadas anteriormente, os educadores em ciências, focaram suas preocupações em 
investigações sobre a aprendizagem de conceitos científicos, fazendo dessa forma com 
que suas contribuições pudessem ser utilizadas para pensar propostas curriculares 
mais eficazes (Schnetzler, 2002). 
Com isso, era de se esperar que transcorrido esses trinta e cinco anos, a 
discussão a respeito dos problemas pertinentes à aprendizagem das ciências deveriam
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Especificar a Área do trabalho 
(EAP) 
estar em outro patamar, haja vista a publicação de inúmeros trabalhos que apontam 
para o problema de aprendizagem dos conceitos científicos especificamente no ensino 
de química. Dessa forma, percebemos uma intrínseca relação com à formação docente 
que em muitas universidades ainda se dá pelo modelo da racionalidade técnica. 
No caso da formação docente, esse modelo concebe e constrói o professor 
como técnico, pois entende a atividade profissional como essencialmente 
instrumental, dirigida para a solução de problemas mediante a aplicação de 
teorias e técnicas. No entanto, há aqui sérios condicionantes que conferem 
pouca efetividade a essa formação: i) os problemas nela abordados são 
abstraídos das circunstâncias reais, constituindo-se em problemas ideais que 
não se aplicam às situações práticas, ou seja, instaura-se o distanciamento 
entre teoria e prática; ii) a formação dita “pedagógica” (com menor status) é 
dissociada da formação científica específica, configurando caminhos paralelos 
que quase nunca se cruzam ao longo do curso (a não ser nas disciplinas de 
Didática e Prática de Ensino de Química), sendo os responsáveis pela crise 
das licenciaturas (Schnetzler, 2002, p. 17). 
Entretanto, tal problemática não é a única dos cursos de formação de 
professores, já que outros trabalhos (PORTO, 2011) contemplam a falta de 
conhecimentos relacionados à história e filosofia das ciências e as relações Ciência, 
Tecnologia, Sociedade e Ambiente - CTSA amplamente discutidas nos documentos 
oficiais como os parâmetros curriculares nacionais. 
[...] o conhecimento químico não deve ser entendido como um conjunto de 
conhecimentos isolados, prontos e acabados, mas sim uma construção da 
mente humana, em contínua mudança. A História da Química, como parte do 
conhecimento socialmente produzido, deve permear todo o ensino de Química, 
possibilitando ao aluno a compreensão do processo de elaboração desse 
conhecimento, com seus avanços, erros e conflitos (BRASIL, 2000, p. 31). 
Quanto ao enfoque CTSA, corroboramos com Santos et al (2011): 
Podemos afirmar, assim, que o enfoque CTSA pretende: a) a análise e a 
desmitificação do papel da ciência e da tecnologia como conhecimento 
hierarquizado e que leva ao desenvolvimento; b) a aprendizagem social da 
participação pública nas decisões relacionadas com os temas tecnocientíficos e 
c) uma renovação da estrutura curricular dos conteúdos, de forma a colocar a 
C & T em concepções vinculadas ao contexto social (Santos et al, 2011, p. 
140). 
Cabe ressaltar que atender a uma educação para o exercício da cidadania, 
pressupõe que os professores entendam que a construção do conhecimento científico 
pelo aluno passa necessariamente pelas interações estabelecidas ao longo de sua vida 
escolar. 
[...] aprender ciências não é uma questão de simplesmente ampliar o 
conhecimento dos jovens sobre os fenômenos – uma prática talvez 
denominada mais apropriadamente como estudo da natureza – nem de 
desenvolver ou organizar o raciocínio do senso comum dos jovens. Aprender 
ciências requer mais do que desafiar as idéias anteriores dos alunos, através 
de eventos discrepantes. Aprender ciências requer que crianças e 
adolescentes sejam introduzidos numa forma diferente de pensar sobre o 
mundo natural e de explicá-lo; é tornar-se socializado, em maior ou menor 
grau, nas práticas da comunidade científica, com seus objetivos específicos,
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Especificar a Área do trabalho 
(EAP) 
suas maneiras de ver o mundo e suas formas de dar suporte às assertativas do 
conhecimento (Driver et al, 1999, p. 36) 
Sendo assim, Mortimer et al (2000) ressalta que para que ocorra um efetivo 
aprendizado da química seria necessário o domínio de três aspectos do conhecimento 
químico, que ele denomina de fenomenológico (diz respeito ao entendimento dos 
fenômenos observados), representacional (diz respeito ao entendimento das 
representações da química, como fórmulas e equações químicas) e teórico (diz 
respeito ao entendimento do conceito em si.) 
Para contemplar o pensamento do aluno e também os diferentes contextos nos 
quais a Química é relevante, é necessário que o programa seja bem 
dimensionado em relação à quantidade de conceitos a serem abordados e que 
promova o desenvolvimento dos conceitos científicos . Trabalhar com um 
número excessivo de conceitos, como ocorre nos currículos tradicionais, tem 
como pressuposto que aprender Química é tão-somente aprender o conteúdo 
químico (Machado e Mortimer, 2007, p. 28). 
Hoje, vários meios de comunicação (Congressos, Simpósios, publicações em 
revistas, televisão) tem se preocupado em disseminar conhecimentos acerca das 
ciências e desencadear nos professores ações que possibilitem uma maior reflexão 
sobre os aspectos referentes à melhoria desse processo de ensino-aprendizagem dos 
conceitos científicos. 
Quanto ao aspecto da comunicação, Salvador e Lobo Neto (1993, p. 6) dizem 
que “o fato mesmo de ser a comunicação o processo básico da interação humana, faz 
dela um fundamento do processo educativo. E, o que é importante ressaltar, faz dela 
um privilegiado objetivo educacional”. 
Segundo Mesquita e Soares (2006) a televisão como instrumento de 
comunicação está presente na vida diária dos jovens e faz parte de sua formação 
cidadã. Na programação da TV, os desenhos animados fazem parte do imaginário 
infanto-juvenil e em alguns desses desenhos é possível encontrar a abordagem de 
temas relacionados à ciência. 
Em alguns desenhos animados, são abordados temas relacionados à ciência. 
Pode-se classificar estes desenhos em dois grupos: os que usam os conceitos 
relativos à ciência para ensinar o público telespectador (desenhos educativos), 
e os que não têm o compromisso com a educação, apenas usam os conceitos 
dentro da ludicidade da sua linguagem, dinamizando, de forma diferenciada, o 
texto audiovisual (desenhos criativos). Do primeiro grupo, cita-se como 
exemplo: Capitão Planeta (TV a cabo, canal Boomerang), Cyberchase (TV 
Cultura e canal Boomerang) e Ozzie e Drix (canal Cartoon Network) (Mesquita 
e Soares, 2008, p. 420). 
Do ponto de vista do segundo grupo podemos relatar os desenhos animados 
japoneses como o “Full Metal Alchemist”. Este anime, como são denominados, 
possuem uma história tendo como pano de fundo a alquimia e os conceitos que 
envolvem a trasmutação de objetos e a existência de uma pedra filosofal. 
Sendo assim, acreditamos que os desenhos animados podem influenciar 
diretamente na compreensão dos alunos à respeito de determinados conceitos que são 
parcialmente divulgados pela mídia (Kosminsky e Giordan, 2002). Concordamos com 
Mortimer e Scott (2002) quanto a construção de significados em salas de aula de 
ciências.
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Especificar a Área do trabalho 
(EAP) 
...consideramos que relativamente pouco é conhecido sobre como os 
professores dão suporte ao processo pelo qual os estudantes constroem 
significados em salas de aula de ciências, sobre como essas interações são 
produzidas e sobre como os diferentes tipos de discurso podem auxiliar a 
aprendizagem dos estudantes. Dificilmente alguém discordaria da importância 
central do discurso de professores e alunos na sala de aula de ciências para a 
elaboração de novos significados pelos estudantes. No entanto, relativamente 
pouca atenção tem sido dada a esse aspecto, tanto entre professores, 
formadores de professores e investigadores da área (Mortimer e Scott, 2002, p. 
2). 
E por isso, esta pesquisa tem por objetivo uma análise dos conceitos científicos 
abordados no desenho animado LMN’s Elements como intuito de contribuir para o 
debate acerca do ensino de química. 
MÉTODO 
A pesquisa se configura como pesquisa qualitativa, pois preocupa-se em 
estudar uma realidade específica “o desenho animado” sob o ponto de vista da área 
específica do ensino de química. Compreendemos que tal abordagem está em 
consonância com a pesquisa já que valoriza a pesquisa como processo e não 
simplesmente o resultado do produto. Concordamos com Godoy (1995) quando diz 
que: 
[...] os dados coletados aparecem sob a forma de transcrições de entrevistas, 
anotações de campo, fotografias, videoteipes, desenhos e vários tipos de 
documentos. Visando à compreensão ampla do fenômeno que está sendo 
estudado, considera que todos os dados da realidade são importantes e devem 
ser examinados. O ambiente e as pessoas nele inseridas devem ser olhados 
holisticamente: não são reduzidos a variáveis, mas observados como um todo 
(GODOY, 1995, p. 62). 
Com isso, nossos dados são oriundos dos episódios do desenho animado 
LMN’s Elements que estão disponíveis no site de vídeos do YOUTUBE, no canal da 
lmnscartoons. Neste canal estão disponíveis 9 episódios da série, na versão em 
espanhol. 
Os episódios foram transcritos e analisados. Compreendemos que a linguagem 
escrita oriunda das transcrições dos episódios se constitui como uma comunicação 
verbal e por isso acreditamos que: 
Toda comunicação é composta por cinco elementos básicos: uma fonte ou 
emissão; um processo codificador que resulta em uma mensagem e se 
utiliza de um canal de transmissão; um receptor, ou detector de mensagem, e 
seu respectivo processo decodificador (FRANCO, 2007, p. 24, grifo do 
autor). 
Cabe ressaltar, que no caso específico desta pesquisa a fonte é o próprio 
desenho animado e os receptores são os telespectadores dos desenhos animados e 
nossa preocupação maior se concentra na mensagem, ou seja, nas informações que 
são repassadas e que dizem respeito a área específica da química, a qual pode gerar 
ideias previas que se constituirão em erros conceituais que podem comprometer o 
aprendizado da química pelos sujeitos que estão recepcionando tal mensagem.
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(EAP) 
Resumidamente, há uma mensagem nos desenhos animados direcionada a 
algum receptor específico (que neste caso são crianças na faixa etária de 5 a 10 anos) 
e dessa forma temos um diálogo. (MARCUSCHI, 2003 e 2008). 
Na perspectiva sócio-cultural, a comunicação verbal é considerada constituinte 
do processo de construção de significados ou entendimento (REZENDE e 
OSTERMANN, 2006). 
É no significado que se encontra a unidade das duas funções básicas da 
linguagem: o intercâmbio social e o pensamento generalizante. São os 
significados que vão propiciar a mediação simbólica entre o indivíduo e o 
mundo real, constituindo-se no “filtro” através do qual o indivíduo é capaz de 
compreender o mundo e agir sobre ele (OLIVEIRA, 1993, p. 48). 
A análise da comunicação verbal enquanto ferramenta metodológica se 
constitui em uma forma importante de análise já que as mensagens contidas nesse tipo 
de comunicação expressam as elaborações mentais construídas socialmente que têm 
implicações na vida cotidiana, influenciando não apenas a comunicação e a expressão 
das mensagens, mas também os comportamentos. Sendo assim, podem influenciar 
diretamente aprendizagem do ensino de química (MARCUSCHI, 2007). 
Baseados nestas premissas, os dados coletados e posteriormente transcritos 
foram analisados qualitativamente através do confronto com o conhecimento científico 
aceito e estabelecido. 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
O desenho animado “LMN’s Elements“ apesar de ainda não ser reproduzida no 
Brasil, tem como pano de fundo a ciência química e está voltado para o público de 5 a 
10 anos, o que nos permite fazer uma análise quanto aos conceitos difundidos e uma 
discussão quanto a presença ou não de obstáculos epistemológicos referentes à 
aprendizagem das ciências. 
O referido desenho animado foi dirigido por Josep Esteve, produzido por 
Enrique Uviedo e Motion Pictures e escrito por Josep Esteve, Mireia Vidal, Isabel de La 
Granja, Iban Roca e Mario Tarradas. Possui 52 episódios de aproximadamente 13 
minutos cada. Cada episódio aborda uma temática das ciências. 
Nesta pesquisa apresentamos a análise do primeiro episódio que introduz a 
série. 
Figura 1: LMN’s Elements: Série de desenhos de aventura (Fonte: www.motionkids-tv.com)
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(EAP) 
ANÁLISE DO EPISÓDIO 01 
No primeiro episódio intitulado “Sabotagem“, Chip, um menino de 9 anos é 
enviado por equívoco ao micromundo, o mundo atômico por um cientista fracassado de 
nome Dr. NO, obcecado por dominar o mundo. 
Neste mesmo episódio já iniciamos a exploração de algumas falas que nos 
remetem à ciência. Chip é acordado por seu avô sonhando com sua professora, ambos 
estavam em um mundo a parte. Ao se levantar, Chip vai para escola, onde sua 
professora está a falar de alguns cientistas que figuraram na história da ciência como 
podemos perceber na fala abaixo: 
“A estes cientistas devemos grande parte do saber do nosso mundo [professora mostra a 
imagem de Newton, Marie Curie, Arquimedes, Einsten]. Graças ao estudo e teorias 
propagadas, o mundo foi revolucionado“ 
Em outro momento neste mesmo episódio, Chip se encontra no laboratório 
onde sua professora com o auxílio do livro de química fala sobre o átomo, cujo modelo 
está materializado em uma estrutura gigante que se assemelha ao modelo do átomo de 
Rutherford. A professora define o átomo da seguinte forma: 
“..o capítulo do átomo e sua estrutura. [...] aqui ele explica como o núcleo dos átomos estão 
formados por prótons e nêutrons. Nos átomos existem o mesmo número de prótons e elétrons. 
Os elétrons possuem carga negativa e os prótons, carga positiva... 
Nesta fala podemos perceber como o conceito de átomo é explorado no 
desenho animado. Entretanto precisamos nos atentar para o fato de se afirmar que nos 
átomos existe o mesmo número de prótons e nêutrons, haja vista que somente nos 
casos onde o átomo se encontra em estado fundamental tal afirmação é considerada 
como procedente. Em Brown et al. (2005), vamos encontrar o seguinte esclarecimento: 
O número específico de prótons é diferente para variados elementos. Além 
disso, pelo fato de um átomo não ter carga elétrica líquida, seu número de 
elétrons deve ser igual ao número de prótons. Todos os átomos do elemento 
carbono, por exemplo, têm seis prótons e seis elétrons (BROWN et al., 2005, p. 
38). 
Outro ponto que nos chama atenção é o fato do desenho animado explorar a 
imagem bastante difundida (ver figura 2) do modelo atômico de Rutherford, já que em 
muitos ambientes1 o modelo atômico de Rutherford está estampado. Ou seja, existe 
uma provável ideia de que tal modelo seja aquele que fundamenta o enredo trabalhado 
no desenho animado. 
1 O Modelo Atômico de Rutherford, o modelo denominado “planetário” está disposto na capa do Gibi 
“ATOMAN” que Chip é leitor assíduo, no laboratório de ciências no formato de escultura e também no 
pátio da escola onde Chip estuda, também no formato de escultura.
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(EAP) 
Figura 2: Laboratório de Ciências (Fonte: https://www.youtube.com/user/lmnscartoonspa) 
Fundamentados nesta informação é importante ressaltarmos que ainda hoje, 
muitos professores utilizam do modelo apresentado por Rutherford com as 
contribuições de Bohr elucidando a afirmação de que é o modelo aceito atualmente. 
Romanelli (1996) através de sua pesquisa pôde constatar que quando aos alunos foi 
pedido para representar o modelo do átomo por meio de um desenho, uma enorme 
quantidade de desenhos como o da figura 3 que se relaciona diretamente à fala do 
professor quanto ser o mais aceito atualmente. 
Figura 3: Modelo do Átomo desenhado por alunos. (Fonte: Romanelli, 1996) 
Compreendemos que o modelo atômico de Rutherford tem sua importância 
dentro do ensino de química, entretanto argumentamos a favor de que os alunos 
precisam compreender que todos são modelos e que dependendo da situação tal 
modelo não se constitui como o ideal para explorar determinado conceito. 
Concordamos com Chassot de que o mais importante não se constitui em assimilar 
todos os modelos disponíveis, mas saber escolher o melhor modelo para explicar um 
dado fenômeno. Em suas palavras: 
Uma das perguntas que professoras e professores de química fazem, 
principalmente quando trabalham no ensino médio, é: “Qual o modelo de átomo 
que devo ensinar?” Uma boa resposta poderia ser: “Depende para que os 
átomos modelados vão ser usados depois...” Construímos modelos na busca 
de facilitar nossas interações com os entes modelados. É por meio de modelos, 
nas mais diferentes situações, que podemos fazer inferências e previsões de 
propriedades (CHASSOT, 1996, p. 3). 
Ainda no episódio, o Dr. NO desacreditado e dispensado por uma equipe 
científica que considerava seus experimentos inúteis planeja um instrumento capaz de
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produzir a anti-matéria e com isso pretende dominar o mundo. Quando Dr. NO 
encontra-se em seu laboratório, algo errado acontece com sua experiência e o 
transporta para o micromundo juntamente com Chip. Neste micromundo, Chip conhece 
seus amigos denominados por Merc (átomo de mercúrio), Fer (átomo de ferro) e Hidro 
(átomo de hidrogênio). Em seu diálogo de apresentação temos: 
Merc: “Olá, está entre amigos.“ 
Chip: Quem é você? 
Merc: Eu sou Merc. E você, pertence a que classe de elementos? 
Chip: Elemento?! Eu sou Chip. 
Fer e Hidro: Chip?! 
Merc: Quem é essa luz? 
Chip: Luz? Não sei. Eu estava voando e um raio me trouxe até aqui. A verdade é que estou 
perdido. Quem são vocês? [aponta para Fer e Hidro] 
Fer: Eu sou Fer e essa bola flutuante é o Hidro. 
Mer: Nós somos átomos. 
Chip: Átomos? 
Mer: Sim. Átomos. Vamos para “Atômica“ que lá poderemos solucionar esse mistério. 
Neste diálogo observamos que para o objetivo de entretenimento, o autor 
utiliza de um recurso e dispõe os átomos como seres animados. Com isso em termos 
de aprendizagem dos conceitos químicos, a criança que assistir tal diálogo pode 
recorrer a ideia de que realmente os átomos possuem vida. Lopes (2007) afirma 
fundamentada em Bachelard que o desenvolvimento da ciência é um conhecimento 
descontínuo. Ou seja, é um romper com conhecimentos anteriores, um processo de 
reconstrução de conhecimentos e nesse processo é necessário superar os obstáculos 
epistemológicos. 
Esse tipo de obstaculização [obstáculos animistas], provocada pela presença 
de fetichismo da vida, é freqüente nos livros do período de vigência das 
Reformas Francisco Campos e Gustavo Capanema. Como a ciência Química 
ensinada é essencialmente descritiva, distante da atividade racionalista do 
novo espírito científico, torna-se marcante a influência do período pré-científico. 
As prioridades ou conceitos físicos apresentados são dotados de vida e as 
embrionárias tentativas de explicação mostram-se carregadas de metáforas 
tendo por base o ser vivente (LOPES, 2007, p. 144 e 145). 
Como podemos observar, os átomos são entidades e não possuem vida, 
entretanto, em muitos casos, professores, livros didáticos e nosso caso específico, o 
desenho animado recorre a este artifício para facilitar a aprendizagem de determinados 
conceitos. Entretanto, alertamos para o fato de tais ações gerarem conflitos cognitivos 
no aluno que podem vir a reproduzir ideias errôneas a respeito dos conceitos científicos 
em questão. Na figura 4 podemos observar como os átomos são visualizados no 
desenho animado.
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Figura 4: Da esquerda para a direita (Chip e os átomos denominados Merc, Fer e Hidro). (Fonte: 
www.youtube.com.br) 
Em seu livro „“A formação do Espírito Científico“, Bachelard ilustra inúmeros 
exemplos de como célebres químicos e outros dispuseram a animar coisas que não 
possuíam vida, como podemos observar: 
[...] um químico tão célebre quanto Glauber sustenta as mesmas opiniões. O 
metal, tirado da terra da qual já não recebe alimento algum, pode muito bem 
ser comparado nesse estado ao homem velho, decrépito... a natureza conserva 
a mesma circulação de nascimento e morte tanto nos metais como nos 
vegetais e nos animais (BACHELARD, 1996, p. 165 e 166). 
Entendemos que o metal de maneira alguma receberá alimento, visto que não 
é um ser animado. Sendo assim, compreendemos que como professores no ato de se 
fazer compreensível às vezes recorremos a analogias que nos servem como 
instrumentos capazes de facilitar o processo de aprendizagem, entretanto, devemos ter 
cautela quando utilizarmos tais analogias de modo que esta não venham ao invés de 
facilitar, prejudicar o processo de aprendizagem de conceitos por parte do aluno. 
Concordamos com Andrade (2011), que: 
[...] as analogias são ferramentas de ensino, instrumentos, modelos mentais e 
para outros, apenas, comparações explícitas e/ou implícitas que usualmente 
são utilizadas para facilitar a explicação de um domínio que é desconhecido 
(ANDRADE, 2011, p. 32). 
Fundamentados no exposto anterior, compreendemos que o uso de analogias 
pode contribuir para o ensino de química, entretanto, enfatizamos que o professor 
necessita planejar e dominar o conteúdo em questão, compreendendo que as 
semelhanças e diferenças no que diz respeito aos conceitos necessitam ser discutidas 
com os alunos. 
Enfim, o uso do desenho para explorar os conceitos é útil desde que o 
professor esteja disposto a discutir tais aspectos em sala de aula. A televisão com a 
difusão de desenhos animados com conteúdos científicos possui formas de enunciação 
diferentes da ciência propriamente dita e por isso é necessário uma transformação do 
discurso científico e aí é onde se encontra o maior problema (SIQUEIRA, 1999). 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Nossos resultados nos permitem inferir que os desenhos animados se 
constituem como ferramentas que podem auxiliar o professor dando um caráter lúdico
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(EAP) 
ao ensino, entretanto devemos salientar que é preciso recorrer a análises do material a 
ser escolhido como instrumento para tal fim. 
Ressaltamos que o desenho animado LMN’s Elements tem como pano de 
fundo a química e possui como objetivo final o entretenimento não tendo compromisso 
com a realidade, entretanto entendemos que as crianças que assistem tais desenhos 
animados passam a aceitar algumas explicações fornecidas por esses desenhos como 
explicações que reproduzem a realidade e por isso argumentamos a favor da 
discussão de como tais desenhos podem ser utilizados em sala de aula de maneira a 
problematizar o ensino de química permitindo aos alunos uma análise crítica dos 
conceitos abordados. 
Sendo assim, compreendemos que o desenho animado pode trazer obstáculos 
epistemológicos ao aprendizado da química e por isso é necessário uma postura crítica 
do professor que colocará tais questões em pauta em sua aula de química. 
REFERÊNCIAS 
ANDRADE, A. C. S. Linguagem Química: Implicações na utilização de 
analogias/metáforas. 2011. 183 f. Dissertação - (Programa de Pós-Graduação em 
Ensino de Ciências e Matemática). Universidade Federal de Sergipe, Sergipe. 2011. 
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psicanálise do conhecimento. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996. 
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MEC/SEB, 2000. 
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ciência central. 9 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. 
CHASSOT, A. Sobre prováveis modelos de átomos. Química Nova na Escola. n. 3, 
1996. 
DRIVER, R.; ASOKO, H.; LEACH, J.; MORTIMER, E. F.; SCOTT, P. Construindo 
Conhecimento Científico na Sala de Aula. Química Nova na Escola. n.09, 1999. 
FRANCO, M. L. P. B. Análise de conteúdo. 2 ed. Brasília: Líber Livro Editora, 2007. 
GODOY, A. S. Introdução à Pesquisa Qualitativa e suas Possibilidades. Revista de 
Administração de Empresas. V. 35, n. 2, 1995. 
KOSMINSKY, L. e GIORDAN, M. Visões de ciências e sobre cientista entre estudantes 
do ensino médio. Química Nova na Escola. n. 15, 2002. 
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  • 1. Divisão de Ensino de Química da Sociedade Brasileira de Química (ED/SBQ) Departamento de Química da Universidade Federal de Ouro Preto (DEQUI/UFOP) XVII Encontro Nacional de Ensino de Química (XVII ENEQ) Ouro Preto, MG, Brasil – 19 a 22 de agosto de 2014. Especificar a Área do trabalho (EAP) Uma análise dos Conceitos Científicos abordados no Desenho Animado LMN’s Elements. Lidiane de L. S. Pereira1 (PQ)*, Gracielle de O. Sabbag Cunha1 (PQ), Thiago Eduardo P. Alves1 (PQ). lidiane.pereira@ifg.edu.br. 1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás – Câmpus Anápolis. Palavras-Chave: Conceitos Científicos, Desenho Animado, Ensino de Química . RESUMO: A área de pesquisa em ensino de química possui aproximadamente trinta e cinco anos de história no Brasil e ainda hoje encontramos problemáticas a serem enfrentadas pelos pesquisadores no que diz respeito ao ensino de conceitos. Sendo assim, tal pesquisa tem por objetivo uma análise dos conceitos científicos abordados no desenho animado LMN’s Elements como intuito de contribuir para o debate acerca do ensino de química. Nossos dados foram coletados por meio do site do YOUTUBE, no canal específico “lmnscartoonspa” onde se encontram 9 episódios disponíveis. Os dados coletados foram transcritos e analisados qualitativamente. Nossos resultados permitem inferir que os desenhos podem se constituir como uma ferramenta para um ensino de química com um maior caráter lúdico, entretanto ressaltamos a necessidade de refletir sobre a forma como os conceitos são abordados no desenho animado sendo um compromisso do professor problematizar possíveis erros disseminados na mensagem de tais desenhos animados. INTRODUÇÃO Apesar de uma história de aproximadamente trinta e cinco anos de pesquisa em ensino de química cercada de inúmeros problemas e temáticas investigadas, muitos professores ainda se perguntam o porquê de se pesquisar o ensino. Desde 1995, quando da criação da revista Química Nova na Escola, sua primeira edição já contemplava tal discussão, dizendo que devemos pesquisar o ensino: Principalmente devido a cursos de licenciatura pouco eficientes para a formação de professores, é comum encontrarmos em inúmeros colegas uma visão muito simplista da atividade docente. Isto porque concebem que para ensinar basta saber um pouco do conteúdo específico e utilizar algumas técnicas pedagógicas, já que a função do ensino é transmitir conhecimentos que deverão ser retidos pelos alunos. Esse ensino, usualmente denominado ‘tradicional’ (Schnetzler e Aragão, 1995, p. 27). Infelizmente, após todos esses anos, a situação ainda não mudou muito, já que em 2002, tal autora refaz uma nova discussão quanto às conquistas e perspectivas para o ensino de química e reforça a ideia de que nos primórdios, o maior interesse da área de pesquisa em ensino de química se concentrava em questões relativas aos conteúdos das disciplinas científicas, aos objetivos da educação em ciências, à efetividade de diferentes abordagens instrucionais e aos efeitos dos novos currículos na aprendizagem e atitudes dos alunos (Schnetzler, 2002). Sendo assim, após os anos 70, com os resultados gerados dessas pesquisas citadas anteriormente, os educadores em ciências, focaram suas preocupações em investigações sobre a aprendizagem de conceitos científicos, fazendo dessa forma com que suas contribuições pudessem ser utilizadas para pensar propostas curriculares mais eficazes (Schnetzler, 2002). Com isso, era de se esperar que transcorrido esses trinta e cinco anos, a discussão a respeito dos problemas pertinentes à aprendizagem das ciências deveriam
  • 2. Divisão de Ensino de Química da Sociedade Brasileira de Química (ED/SBQ) Departamento de Química da Universidade Federal de Ouro Preto (DEQUI/UFOP) XVII Encontro Nacional de Ensino de Química (XVII ENEQ) Ouro Preto, MG, Brasil – 19 a 22 de agosto de 2014. Especificar a Área do trabalho (EAP) estar em outro patamar, haja vista a publicação de inúmeros trabalhos que apontam para o problema de aprendizagem dos conceitos científicos especificamente no ensino de química. Dessa forma, percebemos uma intrínseca relação com à formação docente que em muitas universidades ainda se dá pelo modelo da racionalidade técnica. No caso da formação docente, esse modelo concebe e constrói o professor como técnico, pois entende a atividade profissional como essencialmente instrumental, dirigida para a solução de problemas mediante a aplicação de teorias e técnicas. No entanto, há aqui sérios condicionantes que conferem pouca efetividade a essa formação: i) os problemas nela abordados são abstraídos das circunstâncias reais, constituindo-se em problemas ideais que não se aplicam às situações práticas, ou seja, instaura-se o distanciamento entre teoria e prática; ii) a formação dita “pedagógica” (com menor status) é dissociada da formação científica específica, configurando caminhos paralelos que quase nunca se cruzam ao longo do curso (a não ser nas disciplinas de Didática e Prática de Ensino de Química), sendo os responsáveis pela crise das licenciaturas (Schnetzler, 2002, p. 17). Entretanto, tal problemática não é a única dos cursos de formação de professores, já que outros trabalhos (PORTO, 2011) contemplam a falta de conhecimentos relacionados à história e filosofia das ciências e as relações Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente - CTSA amplamente discutidas nos documentos oficiais como os parâmetros curriculares nacionais. [...] o conhecimento químico não deve ser entendido como um conjunto de conhecimentos isolados, prontos e acabados, mas sim uma construção da mente humana, em contínua mudança. A História da Química, como parte do conhecimento socialmente produzido, deve permear todo o ensino de Química, possibilitando ao aluno a compreensão do processo de elaboração desse conhecimento, com seus avanços, erros e conflitos (BRASIL, 2000, p. 31). Quanto ao enfoque CTSA, corroboramos com Santos et al (2011): Podemos afirmar, assim, que o enfoque CTSA pretende: a) a análise e a desmitificação do papel da ciência e da tecnologia como conhecimento hierarquizado e que leva ao desenvolvimento; b) a aprendizagem social da participação pública nas decisões relacionadas com os temas tecnocientíficos e c) uma renovação da estrutura curricular dos conteúdos, de forma a colocar a C & T em concepções vinculadas ao contexto social (Santos et al, 2011, p. 140). Cabe ressaltar que atender a uma educação para o exercício da cidadania, pressupõe que os professores entendam que a construção do conhecimento científico pelo aluno passa necessariamente pelas interações estabelecidas ao longo de sua vida escolar. [...] aprender ciências não é uma questão de simplesmente ampliar o conhecimento dos jovens sobre os fenômenos – uma prática talvez denominada mais apropriadamente como estudo da natureza – nem de desenvolver ou organizar o raciocínio do senso comum dos jovens. Aprender ciências requer mais do que desafiar as idéias anteriores dos alunos, através de eventos discrepantes. Aprender ciências requer que crianças e adolescentes sejam introduzidos numa forma diferente de pensar sobre o mundo natural e de explicá-lo; é tornar-se socializado, em maior ou menor grau, nas práticas da comunidade científica, com seus objetivos específicos,
  • 3. Divisão de Ensino de Química da Sociedade Brasileira de Química (ED/SBQ) Departamento de Química da Universidade Federal de Ouro Preto (DEQUI/UFOP) XVII Encontro Nacional de Ensino de Química (XVII ENEQ) Ouro Preto, MG, Brasil – 19 a 22 de agosto de 2014. Especificar a Área do trabalho (EAP) suas maneiras de ver o mundo e suas formas de dar suporte às assertativas do conhecimento (Driver et al, 1999, p. 36) Sendo assim, Mortimer et al (2000) ressalta que para que ocorra um efetivo aprendizado da química seria necessário o domínio de três aspectos do conhecimento químico, que ele denomina de fenomenológico (diz respeito ao entendimento dos fenômenos observados), representacional (diz respeito ao entendimento das representações da química, como fórmulas e equações químicas) e teórico (diz respeito ao entendimento do conceito em si.) Para contemplar o pensamento do aluno e também os diferentes contextos nos quais a Química é relevante, é necessário que o programa seja bem dimensionado em relação à quantidade de conceitos a serem abordados e que promova o desenvolvimento dos conceitos científicos . Trabalhar com um número excessivo de conceitos, como ocorre nos currículos tradicionais, tem como pressuposto que aprender Química é tão-somente aprender o conteúdo químico (Machado e Mortimer, 2007, p. 28). Hoje, vários meios de comunicação (Congressos, Simpósios, publicações em revistas, televisão) tem se preocupado em disseminar conhecimentos acerca das ciências e desencadear nos professores ações que possibilitem uma maior reflexão sobre os aspectos referentes à melhoria desse processo de ensino-aprendizagem dos conceitos científicos. Quanto ao aspecto da comunicação, Salvador e Lobo Neto (1993, p. 6) dizem que “o fato mesmo de ser a comunicação o processo básico da interação humana, faz dela um fundamento do processo educativo. E, o que é importante ressaltar, faz dela um privilegiado objetivo educacional”. Segundo Mesquita e Soares (2006) a televisão como instrumento de comunicação está presente na vida diária dos jovens e faz parte de sua formação cidadã. Na programação da TV, os desenhos animados fazem parte do imaginário infanto-juvenil e em alguns desses desenhos é possível encontrar a abordagem de temas relacionados à ciência. Em alguns desenhos animados, são abordados temas relacionados à ciência. Pode-se classificar estes desenhos em dois grupos: os que usam os conceitos relativos à ciência para ensinar o público telespectador (desenhos educativos), e os que não têm o compromisso com a educação, apenas usam os conceitos dentro da ludicidade da sua linguagem, dinamizando, de forma diferenciada, o texto audiovisual (desenhos criativos). Do primeiro grupo, cita-se como exemplo: Capitão Planeta (TV a cabo, canal Boomerang), Cyberchase (TV Cultura e canal Boomerang) e Ozzie e Drix (canal Cartoon Network) (Mesquita e Soares, 2008, p. 420). Do ponto de vista do segundo grupo podemos relatar os desenhos animados japoneses como o “Full Metal Alchemist”. Este anime, como são denominados, possuem uma história tendo como pano de fundo a alquimia e os conceitos que envolvem a trasmutação de objetos e a existência de uma pedra filosofal. Sendo assim, acreditamos que os desenhos animados podem influenciar diretamente na compreensão dos alunos à respeito de determinados conceitos que são parcialmente divulgados pela mídia (Kosminsky e Giordan, 2002). Concordamos com Mortimer e Scott (2002) quanto a construção de significados em salas de aula de ciências.
  • 4. Divisão de Ensino de Química da Sociedade Brasileira de Química (ED/SBQ) Departamento de Química da Universidade Federal de Ouro Preto (DEQUI/UFOP) XVII Encontro Nacional de Ensino de Química (XVII ENEQ) Ouro Preto, MG, Brasil – 19 a 22 de agosto de 2014. Especificar a Área do trabalho (EAP) ...consideramos que relativamente pouco é conhecido sobre como os professores dão suporte ao processo pelo qual os estudantes constroem significados em salas de aula de ciências, sobre como essas interações são produzidas e sobre como os diferentes tipos de discurso podem auxiliar a aprendizagem dos estudantes. Dificilmente alguém discordaria da importância central do discurso de professores e alunos na sala de aula de ciências para a elaboração de novos significados pelos estudantes. No entanto, relativamente pouca atenção tem sido dada a esse aspecto, tanto entre professores, formadores de professores e investigadores da área (Mortimer e Scott, 2002, p. 2). E por isso, esta pesquisa tem por objetivo uma análise dos conceitos científicos abordados no desenho animado LMN’s Elements como intuito de contribuir para o debate acerca do ensino de química. MÉTODO A pesquisa se configura como pesquisa qualitativa, pois preocupa-se em estudar uma realidade específica “o desenho animado” sob o ponto de vista da área específica do ensino de química. Compreendemos que tal abordagem está em consonância com a pesquisa já que valoriza a pesquisa como processo e não simplesmente o resultado do produto. Concordamos com Godoy (1995) quando diz que: [...] os dados coletados aparecem sob a forma de transcrições de entrevistas, anotações de campo, fotografias, videoteipes, desenhos e vários tipos de documentos. Visando à compreensão ampla do fenômeno que está sendo estudado, considera que todos os dados da realidade são importantes e devem ser examinados. O ambiente e as pessoas nele inseridas devem ser olhados holisticamente: não são reduzidos a variáveis, mas observados como um todo (GODOY, 1995, p. 62). Com isso, nossos dados são oriundos dos episódios do desenho animado LMN’s Elements que estão disponíveis no site de vídeos do YOUTUBE, no canal da lmnscartoons. Neste canal estão disponíveis 9 episódios da série, na versão em espanhol. Os episódios foram transcritos e analisados. Compreendemos que a linguagem escrita oriunda das transcrições dos episódios se constitui como uma comunicação verbal e por isso acreditamos que: Toda comunicação é composta por cinco elementos básicos: uma fonte ou emissão; um processo codificador que resulta em uma mensagem e se utiliza de um canal de transmissão; um receptor, ou detector de mensagem, e seu respectivo processo decodificador (FRANCO, 2007, p. 24, grifo do autor). Cabe ressaltar, que no caso específico desta pesquisa a fonte é o próprio desenho animado e os receptores são os telespectadores dos desenhos animados e nossa preocupação maior se concentra na mensagem, ou seja, nas informações que são repassadas e que dizem respeito a área específica da química, a qual pode gerar ideias previas que se constituirão em erros conceituais que podem comprometer o aprendizado da química pelos sujeitos que estão recepcionando tal mensagem.
  • 5. Divisão de Ensino de Química da Sociedade Brasileira de Química (ED/SBQ) Departamento de Química da Universidade Federal de Ouro Preto (DEQUI/UFOP) XVII Encontro Nacional de Ensino de Química (XVII ENEQ) Ouro Preto, MG, Brasil – 19 a 22 de agosto de 2014. Especificar a Área do trabalho (EAP) Resumidamente, há uma mensagem nos desenhos animados direcionada a algum receptor específico (que neste caso são crianças na faixa etária de 5 a 10 anos) e dessa forma temos um diálogo. (MARCUSCHI, 2003 e 2008). Na perspectiva sócio-cultural, a comunicação verbal é considerada constituinte do processo de construção de significados ou entendimento (REZENDE e OSTERMANN, 2006). É no significado que se encontra a unidade das duas funções básicas da linguagem: o intercâmbio social e o pensamento generalizante. São os significados que vão propiciar a mediação simbólica entre o indivíduo e o mundo real, constituindo-se no “filtro” através do qual o indivíduo é capaz de compreender o mundo e agir sobre ele (OLIVEIRA, 1993, p. 48). A análise da comunicação verbal enquanto ferramenta metodológica se constitui em uma forma importante de análise já que as mensagens contidas nesse tipo de comunicação expressam as elaborações mentais construídas socialmente que têm implicações na vida cotidiana, influenciando não apenas a comunicação e a expressão das mensagens, mas também os comportamentos. Sendo assim, podem influenciar diretamente aprendizagem do ensino de química (MARCUSCHI, 2007). Baseados nestas premissas, os dados coletados e posteriormente transcritos foram analisados qualitativamente através do confronto com o conhecimento científico aceito e estabelecido. RESULTADOS E DISCUSSÃO O desenho animado “LMN’s Elements“ apesar de ainda não ser reproduzida no Brasil, tem como pano de fundo a ciência química e está voltado para o público de 5 a 10 anos, o que nos permite fazer uma análise quanto aos conceitos difundidos e uma discussão quanto a presença ou não de obstáculos epistemológicos referentes à aprendizagem das ciências. O referido desenho animado foi dirigido por Josep Esteve, produzido por Enrique Uviedo e Motion Pictures e escrito por Josep Esteve, Mireia Vidal, Isabel de La Granja, Iban Roca e Mario Tarradas. Possui 52 episódios de aproximadamente 13 minutos cada. Cada episódio aborda uma temática das ciências. Nesta pesquisa apresentamos a análise do primeiro episódio que introduz a série. Figura 1: LMN’s Elements: Série de desenhos de aventura (Fonte: www.motionkids-tv.com)
  • 6. Divisão de Ensino de Química da Sociedade Brasileira de Química (ED/SBQ) Departamento de Química da Universidade Federal de Ouro Preto (DEQUI/UFOP) XVII Encontro Nacional de Ensino de Química (XVII ENEQ) Ouro Preto, MG, Brasil – 19 a 22 de agosto de 2014. Especificar a Área do trabalho (EAP) ANÁLISE DO EPISÓDIO 01 No primeiro episódio intitulado “Sabotagem“, Chip, um menino de 9 anos é enviado por equívoco ao micromundo, o mundo atômico por um cientista fracassado de nome Dr. NO, obcecado por dominar o mundo. Neste mesmo episódio já iniciamos a exploração de algumas falas que nos remetem à ciência. Chip é acordado por seu avô sonhando com sua professora, ambos estavam em um mundo a parte. Ao se levantar, Chip vai para escola, onde sua professora está a falar de alguns cientistas que figuraram na história da ciência como podemos perceber na fala abaixo: “A estes cientistas devemos grande parte do saber do nosso mundo [professora mostra a imagem de Newton, Marie Curie, Arquimedes, Einsten]. Graças ao estudo e teorias propagadas, o mundo foi revolucionado“ Em outro momento neste mesmo episódio, Chip se encontra no laboratório onde sua professora com o auxílio do livro de química fala sobre o átomo, cujo modelo está materializado em uma estrutura gigante que se assemelha ao modelo do átomo de Rutherford. A professora define o átomo da seguinte forma: “..o capítulo do átomo e sua estrutura. [...] aqui ele explica como o núcleo dos átomos estão formados por prótons e nêutrons. Nos átomos existem o mesmo número de prótons e elétrons. Os elétrons possuem carga negativa e os prótons, carga positiva... Nesta fala podemos perceber como o conceito de átomo é explorado no desenho animado. Entretanto precisamos nos atentar para o fato de se afirmar que nos átomos existe o mesmo número de prótons e nêutrons, haja vista que somente nos casos onde o átomo se encontra em estado fundamental tal afirmação é considerada como procedente. Em Brown et al. (2005), vamos encontrar o seguinte esclarecimento: O número específico de prótons é diferente para variados elementos. Além disso, pelo fato de um átomo não ter carga elétrica líquida, seu número de elétrons deve ser igual ao número de prótons. Todos os átomos do elemento carbono, por exemplo, têm seis prótons e seis elétrons (BROWN et al., 2005, p. 38). Outro ponto que nos chama atenção é o fato do desenho animado explorar a imagem bastante difundida (ver figura 2) do modelo atômico de Rutherford, já que em muitos ambientes1 o modelo atômico de Rutherford está estampado. Ou seja, existe uma provável ideia de que tal modelo seja aquele que fundamenta o enredo trabalhado no desenho animado. 1 O Modelo Atômico de Rutherford, o modelo denominado “planetário” está disposto na capa do Gibi “ATOMAN” que Chip é leitor assíduo, no laboratório de ciências no formato de escultura e também no pátio da escola onde Chip estuda, também no formato de escultura.
  • 7. Divisão de Ensino de Química da Sociedade Brasileira de Química (ED/SBQ) Departamento de Química da Universidade Federal de Ouro Preto (DEQUI/UFOP) XVII Encontro Nacional de Ensino de Química (XVII ENEQ) Ouro Preto, MG, Brasil – 19 a 22 de agosto de 2014. Especificar a Área do trabalho (EAP) Figura 2: Laboratório de Ciências (Fonte: https://www.youtube.com/user/lmnscartoonspa) Fundamentados nesta informação é importante ressaltarmos que ainda hoje, muitos professores utilizam do modelo apresentado por Rutherford com as contribuições de Bohr elucidando a afirmação de que é o modelo aceito atualmente. Romanelli (1996) através de sua pesquisa pôde constatar que quando aos alunos foi pedido para representar o modelo do átomo por meio de um desenho, uma enorme quantidade de desenhos como o da figura 3 que se relaciona diretamente à fala do professor quanto ser o mais aceito atualmente. Figura 3: Modelo do Átomo desenhado por alunos. (Fonte: Romanelli, 1996) Compreendemos que o modelo atômico de Rutherford tem sua importância dentro do ensino de química, entretanto argumentamos a favor de que os alunos precisam compreender que todos são modelos e que dependendo da situação tal modelo não se constitui como o ideal para explorar determinado conceito. Concordamos com Chassot de que o mais importante não se constitui em assimilar todos os modelos disponíveis, mas saber escolher o melhor modelo para explicar um dado fenômeno. Em suas palavras: Uma das perguntas que professoras e professores de química fazem, principalmente quando trabalham no ensino médio, é: “Qual o modelo de átomo que devo ensinar?” Uma boa resposta poderia ser: “Depende para que os átomos modelados vão ser usados depois...” Construímos modelos na busca de facilitar nossas interações com os entes modelados. É por meio de modelos, nas mais diferentes situações, que podemos fazer inferências e previsões de propriedades (CHASSOT, 1996, p. 3). Ainda no episódio, o Dr. NO desacreditado e dispensado por uma equipe científica que considerava seus experimentos inúteis planeja um instrumento capaz de
  • 8. Divisão de Ensino de Química da Sociedade Brasileira de Química (ED/SBQ) Departamento de Química da Universidade Federal de Ouro Preto (DEQUI/UFOP) XVII Encontro Nacional de Ensino de Química (XVII ENEQ) Ouro Preto, MG, Brasil – 19 a 22 de agosto de 2014. Especificar a Área do trabalho (EAP) produzir a anti-matéria e com isso pretende dominar o mundo. Quando Dr. NO encontra-se em seu laboratório, algo errado acontece com sua experiência e o transporta para o micromundo juntamente com Chip. Neste micromundo, Chip conhece seus amigos denominados por Merc (átomo de mercúrio), Fer (átomo de ferro) e Hidro (átomo de hidrogênio). Em seu diálogo de apresentação temos: Merc: “Olá, está entre amigos.“ Chip: Quem é você? Merc: Eu sou Merc. E você, pertence a que classe de elementos? Chip: Elemento?! Eu sou Chip. Fer e Hidro: Chip?! Merc: Quem é essa luz? Chip: Luz? Não sei. Eu estava voando e um raio me trouxe até aqui. A verdade é que estou perdido. Quem são vocês? [aponta para Fer e Hidro] Fer: Eu sou Fer e essa bola flutuante é o Hidro. Mer: Nós somos átomos. Chip: Átomos? Mer: Sim. Átomos. Vamos para “Atômica“ que lá poderemos solucionar esse mistério. Neste diálogo observamos que para o objetivo de entretenimento, o autor utiliza de um recurso e dispõe os átomos como seres animados. Com isso em termos de aprendizagem dos conceitos químicos, a criança que assistir tal diálogo pode recorrer a ideia de que realmente os átomos possuem vida. Lopes (2007) afirma fundamentada em Bachelard que o desenvolvimento da ciência é um conhecimento descontínuo. Ou seja, é um romper com conhecimentos anteriores, um processo de reconstrução de conhecimentos e nesse processo é necessário superar os obstáculos epistemológicos. Esse tipo de obstaculização [obstáculos animistas], provocada pela presença de fetichismo da vida, é freqüente nos livros do período de vigência das Reformas Francisco Campos e Gustavo Capanema. Como a ciência Química ensinada é essencialmente descritiva, distante da atividade racionalista do novo espírito científico, torna-se marcante a influência do período pré-científico. As prioridades ou conceitos físicos apresentados são dotados de vida e as embrionárias tentativas de explicação mostram-se carregadas de metáforas tendo por base o ser vivente (LOPES, 2007, p. 144 e 145). Como podemos observar, os átomos são entidades e não possuem vida, entretanto, em muitos casos, professores, livros didáticos e nosso caso específico, o desenho animado recorre a este artifício para facilitar a aprendizagem de determinados conceitos. Entretanto, alertamos para o fato de tais ações gerarem conflitos cognitivos no aluno que podem vir a reproduzir ideias errôneas a respeito dos conceitos científicos em questão. Na figura 4 podemos observar como os átomos são visualizados no desenho animado.
  • 9. Divisão de Ensino de Química da Sociedade Brasileira de Química (ED/SBQ) Departamento de Química da Universidade Federal de Ouro Preto (DEQUI/UFOP) XVII Encontro Nacional de Ensino de Química (XVII ENEQ) Ouro Preto, MG, Brasil – 19 a 22 de agosto de 2014. Especificar a Área do trabalho (EAP) Figura 4: Da esquerda para a direita (Chip e os átomos denominados Merc, Fer e Hidro). (Fonte: www.youtube.com.br) Em seu livro „“A formação do Espírito Científico“, Bachelard ilustra inúmeros exemplos de como célebres químicos e outros dispuseram a animar coisas que não possuíam vida, como podemos observar: [...] um químico tão célebre quanto Glauber sustenta as mesmas opiniões. O metal, tirado da terra da qual já não recebe alimento algum, pode muito bem ser comparado nesse estado ao homem velho, decrépito... a natureza conserva a mesma circulação de nascimento e morte tanto nos metais como nos vegetais e nos animais (BACHELARD, 1996, p. 165 e 166). Entendemos que o metal de maneira alguma receberá alimento, visto que não é um ser animado. Sendo assim, compreendemos que como professores no ato de se fazer compreensível às vezes recorremos a analogias que nos servem como instrumentos capazes de facilitar o processo de aprendizagem, entretanto, devemos ter cautela quando utilizarmos tais analogias de modo que esta não venham ao invés de facilitar, prejudicar o processo de aprendizagem de conceitos por parte do aluno. Concordamos com Andrade (2011), que: [...] as analogias são ferramentas de ensino, instrumentos, modelos mentais e para outros, apenas, comparações explícitas e/ou implícitas que usualmente são utilizadas para facilitar a explicação de um domínio que é desconhecido (ANDRADE, 2011, p. 32). Fundamentados no exposto anterior, compreendemos que o uso de analogias pode contribuir para o ensino de química, entretanto, enfatizamos que o professor necessita planejar e dominar o conteúdo em questão, compreendendo que as semelhanças e diferenças no que diz respeito aos conceitos necessitam ser discutidas com os alunos. Enfim, o uso do desenho para explorar os conceitos é útil desde que o professor esteja disposto a discutir tais aspectos em sala de aula. A televisão com a difusão de desenhos animados com conteúdos científicos possui formas de enunciação diferentes da ciência propriamente dita e por isso é necessário uma transformação do discurso científico e aí é onde se encontra o maior problema (SIQUEIRA, 1999). CONSIDERAÇÕES FINAIS Nossos resultados nos permitem inferir que os desenhos animados se constituem como ferramentas que podem auxiliar o professor dando um caráter lúdico
  • 10. Divisão de Ensino de Química da Sociedade Brasileira de Química (ED/SBQ) Departamento de Química da Universidade Federal de Ouro Preto (DEQUI/UFOP) XVII Encontro Nacional de Ensino de Química (XVII ENEQ) Ouro Preto, MG, Brasil – 19 a 22 de agosto de 2014. Especificar a Área do trabalho (EAP) ao ensino, entretanto devemos salientar que é preciso recorrer a análises do material a ser escolhido como instrumento para tal fim. Ressaltamos que o desenho animado LMN’s Elements tem como pano de fundo a química e possui como objetivo final o entretenimento não tendo compromisso com a realidade, entretanto entendemos que as crianças que assistem tais desenhos animados passam a aceitar algumas explicações fornecidas por esses desenhos como explicações que reproduzem a realidade e por isso argumentamos a favor da discussão de como tais desenhos podem ser utilizados em sala de aula de maneira a problematizar o ensino de química permitindo aos alunos uma análise crítica dos conceitos abordados. Sendo assim, compreendemos que o desenho animado pode trazer obstáculos epistemológicos ao aprendizado da química e por isso é necessário uma postura crítica do professor que colocará tais questões em pauta em sua aula de química. REFERÊNCIAS ANDRADE, A. C. S. Linguagem Química: Implicações na utilização de analogias/metáforas. 2011. 183 f. Dissertação - (Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática). Universidade Federal de Sergipe, Sergipe. 2011. BACHELARD, G. A formação do Espírito Científico: Contribuição para uma psicanálise do conhecimento. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília: MEC/SEB, 2000. BROWN, T. L.; LEMAY JR, H. E.; BURSTEN, B. E.; BURDGE, J. R.; Química: A ciência central. 9 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. CHASSOT, A. Sobre prováveis modelos de átomos. Química Nova na Escola. n. 3, 1996. DRIVER, R.; ASOKO, H.; LEACH, J.; MORTIMER, E. F.; SCOTT, P. Construindo Conhecimento Científico na Sala de Aula. Química Nova na Escola. n.09, 1999. FRANCO, M. L. P. B. Análise de conteúdo. 2 ed. Brasília: Líber Livro Editora, 2007. GODOY, A. S. Introdução à Pesquisa Qualitativa e suas Possibilidades. Revista de Administração de Empresas. V. 35, n. 2, 1995. KOSMINSKY, L. e GIORDAN, M. Visões de ciências e sobre cientista entre estudantes do ensino médio. Química Nova na Escola. n. 15, 2002. LOPES. A. C. Currículo e Epistemologia. Ijuí: Ed. Unijuí, 2007. MARCUSCHI, L. A. Análise da Conversação. São Paulo: Ática, 2003. _____. Cognição, Linguagem e Práticas Interacionais. Rio de Janeiro: Lucerna, 2007. _____. Produção Textual, Análise de Gêneros e Compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. MACHADO, A. H.; MORTIMER, E. F. Química para o Ensino Médio: Fundamentos, Pressupostos e o Fazer Cotidiano. In: ZANON, L. B.; MALDANER, O. A. Fundamentos e Propostas de Ensino de Química para a Educação Básica no Brasil. Ijuí: Ed. Unijuí, 2007.
  • 11. Divisão de Ensino de Química da Sociedade Brasileira de Química (ED/SBQ) Departamento de Química da Universidade Federal de Ouro Preto (DEQUI/UFOP) XVII Encontro Nacional de Ensino de Química (XVII ENEQ) Ouro Preto, MG, Brasil – 19 a 22 de agosto de 2014. Especificar a Área do trabalho (EAP) MESQUITA. N. A. S.; SOARES, M. H. F. B. Visões de Ciência e Cientista veiculadas em desenhos animados como obstáculos à aprendizagem de química no ensino médio. In: Anais da 29ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química. Águas de Lindóia, 2006. MESQUITA. N. A. S.; SOARES, M. H. F. B. Visões de Ciência em desenhos animados: Uma alternativa para o debate sobre a construção do conhecimento científico em sala de aula. Ciência & Educação. v. 14, n. 3, 2008. MORTIMER, E. F; SCOTT, P. Atividade discursiva nas salas de aula de Ciências: Uma Ferramenta Sociocultural para analisar e planejar o ensino. Investigações em Ensino de Ciências. v. 7, n. 3, 2002. MORTIMER, E. F.; MACHADO, A. H.; ROMANELLI, L. I. A proposta curricular de química do Estado de Minas Gerais: fundamentos e pressupostos. Química Nova. v. 23, n. 2, 2000. OLIVEIRA, M. K. Vygotsky: Aprendizado e Desenvolvimento um processo sócio-histórico. 1 ed. São Paulo: Scipione, 1993. REZENDE, F.; OSTERMANN, F. Interações discursivas on-line sobre Epistemologia entre professores de Física: uma análise pautada em princípios do referencial sociocultural. Revista Electrónica de Enseñanza de la Ciencia. v. 5, n. 3, 2006. ROMANELLI, L. I. O papel mediador do professor no processo de ensino-aprendizagem do conceito átomo. Química Nova na Escola. n. 3, 1996. PORTO, P. A. História e Filosofia da Ciência no Ensino de Química: Em busca dos objetivos educacionais da atualidade. In: SANTOS, W. L. P.; MALDANER, O. A. Ensino de Química em Foco. Ijuí: Ed. Unijuí, 2011. SALVADOR, R. C.; LOBO NETO, F. J. S. Comunicação e educação: a tecnologia educacional na perspectiva do III milênio. Tecnologia Educacional. Rio de Janeiro, v. 22, 1993. SANTOS, W. L. P.; GALIAZZI, M. C.; PINHEIRO JUNIOR, E. M.; SOUZA, M. L.; PORTUGAL, S. O Enfoque CTS e a Educação Ambiental: Possibilidade de "ambientalização“ da sala de aula de Ciências. In: SANTOS, W. L. P.; MALDANER, O. A. Ensino de Química em Foco. Ijuí: Ed. Unijuí, 2011. SCHNETZLER, R. P.; ARAGÃO, R. M. R. Importância, Sentido e Contribuições de Pesquisas para o Ensino de Química. Química Nova na Escola. n. 01, 1995. SCHNETZLER, R. P. A pesquisa em ensino de Química no Brasil: Conquistas e perspectivas. Química Nova. v. 25, supl. 1, 2002. SIQUEIRA, D. C. O. A ciência na televisão: Mito, Ritual e Espetáculo. São Paulo: Annablume, 1999.