O documento discute como artistas podem reengenhar a paisagem e sensorialidade através de criações artísticas. Ele descreve como o ambiente natural sempre inspirou expressões artísticas e como obras de arte podem resignificar a paisagem e tornar visíveis processos sociais e simbólicos. Também discute como o corpo habita o espaço e como espaço e corpo se inter-relacionam na atribuição de significado.
6. O ambiente físico, desde sempre, é fonte de inspiração e
forma de expressão para narrativas e representações poéticas
em diversas linguagens. Num dado momento, esse ambiente
natural – lugar das criações artísticas, por um viés
interdisciplinar,
é de grande valor para produção de
conhecimento histórico e cultural, pois combina o olhar do
artista sobre a realidade em suas dimensões objetiva e
subjetiva, a memória individual e coletiva, além dos processos
materiais e simbólicos.
7. A esgratégia utilizada se configura como elemento da
paisagem, resignificando o ambiente natural e
redesenhando a paisagem onde se inserem. Nestas
paisagens que se converteram em material de configuração
artística, os elementos aleatórios, como a chuva, o
vento, por exemplo, tornam-se elementos constitutivos da
própria obra. A obra termina quando se degrada por
completo.
8. O Objetivo da Intervenção foi remarcar os caminhos
elaborados pela passagem
cotidiana das pessoas
anônimas. Ao remarcar este caminhos, repõem-se as
atitudes sociais , os processos matérias e simbólicos que
atribuímos as caminhadas. O trabalho demarca o
território,
revela a passagem e torna visível
a
plasticidade do lugar.
9.
10. Na perspectiva fenomenológica a consciência, não esta mais
separada da experiência vivida, de modo que não há separação ou
oposição entre os dados sensível e racional no ato de apreensão
das coisas e nossas experiências constituem a fonte de todo o
conhecimento adquirido no próprio mundo e o mundo só passa a
existir quando atribuímos um significado. Sendo assim, a
consciência está ininterruptamente voltando-se para o mundo e a
apreensão do mundo se dá na mediação da experiência corporal.
Na obra Territorialização do Desejo a fotografia erótica enviadas por
bluetooth aos telefones conectados funciona como “inputs
sensoriais visuais”, por meio do qual o estímulo sensório sensual
chega ao participante, provocando emoções. O indivíduo que
recebe colabora, pela percepção, selecionando, organizando e
interpretando o estímulo recebido.
12. Corpo - espaço
O espaço da experiência é o espaço em que predomina a
corporalidade dos sujeitos. Fisicamente o corpo habita o espaço
e isto lhe constitui. Estar é constituir-se de matéria numa
coporalidade espacial. Sendo assim, o espaço é lugar do corpo.
Corpo e espaço se imbrincam, sujeito implicado no espaço, ao
conheçê-lo o faz de modo significativo e daí atribui-lhe sentido
, pois sua condição homo-semioticus.
15. Extrusão da consciência . O ser humano não significa mais estar imerso na memória
genética, mas estar reconfigurado no campo eletromagnético do circuito, no domínio
da imagem. Sterlac
•Diante da obra - 14 BIS, com o corpo acoplado (os órgãos sensoriais a sistemas artificiais)
ao dispositivo móvel percebe-se a necessidade de deslocamento, em várias direções, na
busca do melhor ângulo para experimentação dos quase dez metros de objeto sintético
modelado, ocupando praticamente, a tele inteira do telefone celular, quando nos
aproximamos do ponto coincidente das coordenadas de medição e inserção do objeto no
espaço. Durante estes deslocamentos, quando existe maior aproximação do objeto
inserido na paisagem misturada, o corpo e as coisas co-interrogam-se
simultaneamente, pelo próprio dinamismo dos eventos e pela qualidade da sensorialidade
humana, que não permite que os eventos sejam registrados servilmente, o que há é uma
co-existência no real e no virtual – existência bioscíbrida-, que possibilita, segundo
Domingues (2009, p.07), a redefinição da experiência humana por processos cognitivos e
subjetivos de reenquadramento de consciência pela experiência plurisensorial.
•SANTOS, Milton. O autor ao abordar a palavra evento fala que o vocábulo ganha diferentes acepções em múltiplos sentidos. Cada autor qualifica
o vocábulo no interior do seu sistema de idéias. Para Russel, um evento resulta de uma série de instantes. "Gostaríamos de definir 'instante' de tal
modo que cada evento existisse numa série contínua e linear de instantes [...] Não devemos ver os instantes como algo independente dos eventos
e que possa ser ocupado por estes como chapéus ocupam os cabides. Cada evento será parte integrante de muitas dessas estruturas, que serão
instantes durante os quais ele existe: 'a' cada instante, que é uma estrutura da qual o evento faz parte" (RUSSEL, 1948, 1966, p. 287 apud
SANTOS, 2004, p.143).
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17. •Palavras -chave
•Corpo/espaço
•Espaço imersivo na arte;
•Geografia (Milton Santos)
•Periferia Mark Weiser – naturalização dos objetos
•Reengenharia dos sentidos
–Maturana e varela - Corpo físico
–Sterlac – ação filogenética e corpo interface
–Sentido de presença
•Corpo Acoplado-Condição Humana em Interações Expandidas.
18. Referências
•A.JONES,Caroline (edit).SENSORIUM: Embodied experience, tecnology, and
Contemporany art. The MIT Press, cambridge, Massachusetts, 2006.
•MERLEAU-PONTY- Fenomenologia da percepção. São Paulo. Ed. Martins
Fontes, 1999. P. 111-463.
•LIPARD, Lucy. Olerlay: Contemporary Art and Art of Prehistory: New York: The
New press, 1983.
•KRAUSS, Rosalind E. Caminhos da Escultura Moderna; Tradução de Júlio
Fisher.- São Paulo: Martins Fontes, 1998.
•SANTOS, Milton. A natureza do Espaço;
•SCHAMA, Simon. Paisagem e Memória; tradução Hildergard Feist.- São
Paulo: Companhia das Letras, 1996.
•www.robertsmithson.com/
•http://www.richardlong.org/sculptures/paddy.html - Acesso em 02/07/2005
•http://www1.uol.com.br/bienal/24bienal/nuh/enuhhesmit01.htm - Acesso
em 17/06/2005.