Com a Televisão Digital, os emissores têm o desafio de adequar as múltiplas possibilidades de produção e distribuição de conteúdo da mais alta tecnologia, para um público de cultura heterogênea e de contrastes sociais marcantes. A mídia televisiva se transforma para além da experiência de assistir a uma programação seqüencial e se torna pervasiva, favorecendo, inclusive, o uso de recursos interativos em ambientes móveis e portáteis. Enfim, adquire o status tecnológico que possibilita sua definitiva integração ao ciberespaço, levando consigo, pela usabilidade, pelo entretenimento e pelo sentido de comunhão, a parcela da população que o computador, sozinho, não alcança. Contudo, a questão mais relevante, no processo de convergência, está na constituição de uma grade que mantenha seu foco nas experiências genuinamente televisivas, aquelas que estimulam a interação social. O HDTV aumenta o prazer compartilhado de assistir televisão em casa. Os dispositivos móveis são digitais e seus usuários, interativos. Nesse cenário, tem a ganhar o modelo de programação que souber conciliar a liberdade individual de escolhas com a satisfação da experiência comum, que primeiro estabelecer seus paradigmas “televisivos” de interação com o público.
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
TELEVISÃO DIGITAL - INTERAÇÃO E USABILIDADE
1. Lauro Teixeira
Gerente de Programação - TV APARECIDA
Designer e Mestre em Comunicação - FAAC/Unesp
lauropt@gmail.com / @msn.com
TELEVISÃO DIGITAL: Interação e Usabilidade - Lauro Teixeira
2. Alta Definição em TV Analógica
primeiras experiências,
NHK – Japão na Década de 1970
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3. Aspectos Históricos
A TV Interativa é anterior à TV Digital.
Experiência apenas local
Interação por vias indiretas: telefone, correio, internet, SMS
Winky Dink and You - CBS, 1953 Winky Dink KIT
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4. Interatividade em TV Analógica
primeiras experiências
BBC - Reino Unido - Década de 1970
Teletexto (Ceefax, 1973) e Videotexto (Prestel, 1979)
BBC – Reino Unido TVE - Espanha
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5. Tecnologia Interativa
...é preciso distinguir sempre uma tecnologia
interativa e a simplesmente reativa, baseado
na hipótese de que a primeira deve dar total
autonomia ao espectador, enquanto a segunda
pressupõe um leque de escolhas predeterminado.
(RAYMOND WILLIAMS, 1974, p. 139)
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6. O que é TV Interativa
Televisão interativa pode ser definida como qualquer coisa
que torne possível aos telespectadores dialogarem com as
pessoas que fazem um canal de televisão, programa ou
serviço. Um diálogo que leva os telespectadores para além da
experiência passiva de assistir e os permita fazer escolhas ou
tomar ações - mesmo que as ações sejam tão simples como
preencher um cartão postal e enviá-lo pelo correio, ou
desenhar uma imagem na tela da televisão.
(Mark Gawlinski, BBC)
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7. Categorias de TV Interativa
TV Expandida (eTV): a interatividade como
extensão do conteúdo da programação.
Enquetes, Reallity Shows, Propaganda, Games, Esportes,
etc.
Serviços Interativos: A TV como um terminal de
acesso. Previsão do tempo, horóscopo, sistema de e-mail,
SMS, TV Banking, etc. (Walled Gardens); Internet TV;
Teletexto Digital,
Infra-estrutura de navegação: Objetos da
interatividade, Menus, guias de programação...
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8. Categorias de TV Interativa
Canal de Retorno Aplicativos Interfaces
Estrutura Física Relação com o vídeo Design básico
Interatividade Local Aplicativo vinculado e em Overlay: Interface sobre
(sem canal de retorno) sincronia com vídeo o vídeo
Interatividade Intermitente Aplicativo vinculado mas Interface com Vídeo
(com canal de retorno) sem sincronia Redimensionado
Interatividade Permanente Aplicativo e vídeo Apenas a Interface
(com canal de retorno) desvinculados gráfica
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9. Middleware Aberto do Sistema
Brasileiro de TV Digital
Ginga-NCL e Ginga-J
Lançamento em duas versões:
Perfil 1 – Ginga 1.0
Perfil 2 – Ginga 2.0
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10. Programação - Estrutura
Programas Quentes
Os que não têm sentido fora da programação
(telejornal, esporte, novela, auditório, ao vivo, etc.)
Programas Frios
Os que podem ser gravados
(filmes, séries, documentários, infantis, etc.)
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11. Programação - Estrutura
linha do tempo período de fruição
Programação de televisão
Canal A
Canal B
Auto-programação DVD
No egocasting, maior consumo de conteúdo frio
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12. Programação - Estrutura
linha do tempo período de fruição
Programação de televisão
Canal A
Canal B
Auto-programação DVD
Porém, programas quentes são genuinamente televisivos
e concorrem menos com outras mídias
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13. Níveis – Programação Interativa
programação
de massa
controle do emissor
auto-programação
controle do indivíduo
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14. Níveis de consumo audiovisual
Televisão Digital
Programação de massa
IPTV e WebTV
auto-programação
Telespectador Usuário Interagente
Nível de Nível de Nível de
passividade interação reativa interação mútua
O conteúdo é O conteúdo é
O conteúdo é
empurrado puxado pela
a audiência
até a audiência audiência
Programação Programação
pela transmissão pelo acesso Auto-programação
(temporal) (espacial) (espaço-temporal)
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15. Programação
nível de atenção
Bloco de programa Intervalo
linha do tempo
O break tem a função de:
- Garantir a “respiração” para absorver a dispersão
- Permite explorar ganchos de tensão
- Estimular o imaginário
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16. Programação Interativa
i
i i i
Interatividade ao longo da programação:
- Explora momentos de atenção
- Satisfaz o interesse por conteúdo extra
- Promove uma experiência mais satisfatória
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17. Programação Interativa
i merchandising interativo i i
- Cuidado na estratégia de persuasão em merchandising interativo
- O telespectador quer ver o programa
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18. Programação Interativa
i
i - TV Shop
i i - Marketing
- Maior retenção de atenção em comerciais
- Novos modos de relacionamento com produtos e marcas
- Espaço de compra. T-Commerce
- Cuidados com o ponto de quebra do fluxo
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19. Programação Interativa
i
Interação no i
i programa (etv) i i
- Estímulo a imersão em interações reativas
- Interação mútua entre os que querem se expressar
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20. Programação Interativa
i durante o intervalo
i
i i i
- Explorar interação que segure a audiência entre os blocos.
- Cuidado com interações que coloquem o comercial em segundo plano
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21. Programação Interativa
independente do programa (EPG)
i
i
i i i
- Maior transparência de grade
- Cuidados com estrutura de gêneros
- Maior consistência de uso
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22. Usabilidade
Espaço:
Em geral os espectadores de TV prestam menos atenção no que
estão vendo do que os de computador e dispositivos móveis.
A experiência de televisão se dá curvando-se para trás.
As pessoas podem achar a interação cansativa e irritante.
A interface deve ser simples: menos é mais.
Tempo:
Espectadores de TV estão acostumados com a uma experiência
visual e auditiva muito rica e uma sensação de tempo real.
A navegação básica deve dar respostas em frações de segundos
Deve acompanhar o raciocínio do usuário, inclusive na TV
Expandida
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23. Design para Usabilidade
Princípios de design com foco em
usabilidade:
Visibilidade (visibility);
Retorno (feedback);
Restrições (constraints);
Mapeamento (mapping);
Consistência (consistency);
Pistas (affordances)
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24. Design Visibilidade
Trata-se da medida em que os objetos da interação
reativa são perceptíveis ao interagente
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25. Design FeedBack
Trata-se do modo como a reação do sistema se
torna perceptível ao interagente
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26. Design - Restrições
Refere-se a delimitar o tipo de interação que
pode ocorrer em um determinado momento.
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27. Design - Restrições
Na interface acima, foram ocultadas as cores vermelha,
amarela e azul e os números 5, 6, 7, 8, 9, e 0
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28. Design - Restrições
As opções “vermelho” e “amarelo” não estão claras na
tela. Deveriam estar restritas visualmente para evitar
confusão
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29. Design - Mapeamento
Trata-se da relação lógica entres os controles de acordo
com seus efeitos no sistema
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30. Design - Consistência
É transferência de conhecimento entre aplicações de uso semelhante
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31. Design - Affordances
Affordance significa “dar uma pista”. É o modo de projetar
objetos que se apresentem óbvios quanto à função que
exercem.
Affordance: percebida e a real
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32. Enfim...
Não há massas,
há apenas maneiras de ver
as pessoas como massas.
Raymond Williams, 1958
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33. Para saber mais, leia!
ucg.br/editora
(62) 3946-1080
lauropt@gmail.com
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34. Para saber mais, leia!
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