Max Weber acredita que a educação numa sociedade capitalista está condicionada ao processo de burocratização e dominação. A educação prepara os indivíduos para a burocratização e reproduz a ordem social, em vez de promover o desenvolvimento intelectual. Pierre Bourdieu acredita que a escola legitima a desigualdade social ao oferecer esperança de mobilidade de classes, mas excluindo aqueles sem "capital cultural". Ambos os autores veem a educação como meio de reprodução das estruturas sociais, não como meio libertador.
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Resumo max weber - e pierre bourdieu
1. INSTITUTO AFRO BRASILEIRO DE ENSINO SUPERIOR
Faculdade Zumbi dos Palmares
Faculdade de Pedagogia
RESUMO – SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO E BUROCRACIA
O MITO DA EDUCAÇÃO LIBERTADORA
JOYCE MOURÃO RODRIGUES
São Paulo
2013
2. RESUMO
A EDUCAÇÃO HUMANISTA
FICHA BIBLIOGRÁFICA
COVEZZI, Marinete. Curso de Pedagogia: Brasil/Japão. Cuiabá/MT: EduFMT,
2009.
FICHA DE RESUMO
Max Weber – Educação e Burocracia
Weber acredita que a educação numa sociedade moderna está diretamente
condicionada ao poder e as relações de dominação. Para ele há uma
dominação exercida nas escolas e que ultrapassa o limite escolar, mas
acontece também essa mesma dominação nas famílias e nos pais. Essa
dominação reflete não apenas na formação cultural dos jovens, mas também
no caráter dos homens.
Para o autor a educação numa sociedade capitalista tem que ser entendida a
partir do processo de burocratização, que se deu através da racionalização no
mundo do trabalho, e as formas de dominação existentes. Ele explica o
processo da burocratização a partir de uma empresa que possui uma estrutura
hierárquica e para que cargos de trabalhos sejam preenchidos existe um
processo seletivo onde seus conhecimentos, currículos, diplomas e
qualificações profissionais são avaliados, quando aprovado em áreas
específicas o individuo ocupa tal função e segue regulamentos que não podem
ser desrespeitados e executa sua tarefa de forma racional e impessoal. O
acesso a burocracia se dá no momento dessas avaliações pelas qualificações
profissionais do candidato. Para Weber, esse processo de mérito até parece
ser justo e democrático, porém a oportunidade de estudos em curso superior é
limitada a um grupo restrito de privilegiado, dessa forma a disputa por vagas
nesse nível é concorrida e geralmente buscam garantias para o futuro. Depois
de experientes no cargo, eles terão oportunidades de novos níveis na
hierarquia da empresa. Como a educação é um investimento alto, acessível
para poucos, o mais importante é o investimento econômico, e não o
investimento intelectual do aluno. Para Weber fica claro que o sistema de
educação tem como função legitimar a ordem social e reproduzir o sistema de
dominação.
Segundo seus estudos Weber concluiu que existem três tipos de dominação
legítima: dominação de caráter racional-legal: uma pessoa tem o direito de
mandar e outra a obrigação de obedecer, como por exemplo, nas empresas
capitalistas; dominação de caráter tradicional: obedece às ordens de pessoas
3. nomeadas pela tradição, como no caso dos senhores feudais; dominação de
caráter dogmático: obedece ao líder carismático pela confiança ou pela crença
que se tem nele, como é o caso de líderes políticos e religiosos.
Já na educação Weber entende a divisão da tipologia de três formas: educação
racional: objetiva a formação do aluno para atividades úteis dentro de uma
organização; educação tradicional ou humanística: formação de um homem
para comportamento centrado, determinada função; educação carismática:
testa e desperta dons, carisma, como no caso de mágicos, lideres religiosos.
Para Weber o avanço da técnica profissional fez com que se perdesse o
conteúdo ético da vida, o valor da educação propriamente dita. Hoje a
educação prepara o individuo para a burocratização e para o processo de
dominação e não para seu desenvolvimento intelectual.
FICHA DE RESUMO
Pierre Bourdieu – O Mito da Educação Libertadora
Pierre Bourdieu acredita que existe uma divisão natural entre classes sociais
nas escolas. Acredita também que a condição social oferece a esse individuo
uma herança cultural que automaticamente divide os indivíduos no meio
escolar. Todo o conhecimento de família, teatro, música, literatura, arte permite
ao individuo um conhecimento que o separa de outros indivíduos. Um exemplo
muito claro disso é que pessoas que são de classe social inferior quando
chegam ao nível superior se distinguem de maioria de sua classe social, pois
tiveram oportunidade de maior herança cultural. Para Bourdieu uma parte
importante de informações não chega até as crianças de classes menos
favorecidas, essas informações são importantes, pois orientam os alunos em
tomadas de decisões, posição profissional. Na concepção do autor, o capital
cultural que é parte do capital social e que pertence ao capital econômico,
possibilita ao individuo maior capital cultural, fazendo com que ele tenha
maiores oportunidades. Bourdieu acredita que a melhor maneira de transmitir
cultura a um indivíduo é de forma direta, sem esforço metódico, para ele esse
processo é resultado de dom e aptidão e não de horas de investimento em
estudos.
Em suas pesquisas, o autor constatou que muitas são as desistências a partir
da 5ª série nas escolas da França. Alunos não são matriculados em Liceus ou
Colégios de Ensino geral por vontade dos pais. Vontade essa que se dá pelas
inseguranças e frustrações vividas pelas crianças ou pelos pais das crianças
nas expectativas de mudança de classe social e pelas dificuldades materiais
que eles encontram. E acredita que os professores mesmo inconscientes,
também participam desse processo de exclusão, pela maneira de avaliar o
4. aluno através de sua origem social. Dos alunos de classe inferior apenas os
que se destacam, recebem de seus professores incentivos de crescimento.
Para Bourdieu até mesmo os conflitos entre pais e filhos tem origem na escola,
pois filhos de classe social inferior criam expectativas de melhorarem suas
condições enquanto seus pais já sofreram todas as frustrações possíveis
resultado de sua classe social. Enquanto operários não têm esperanças de
crescimento, filhos de burgueses e a classe média são incentivados, pois
almejam melhorar sua condição econômica. Avaliando psicologicamente,
Bourdieu afirma que o sucesso ou fracasso de um individuo baseia-se em
referências anteriores. Outro fator que influencia a exclusão de classes sócias
inferiores é o fato de que as atitudes de um individuo se dão também pela
expectativa de seu grupo social, o que significa, que ele vai, automaticamente
realizar ou escolher o que é esperado pelo grupo de sua classe social.
Na opinião do autor a escola reproduz e legitima a desigualdade social, pois
oferece a esperança de uma mudança de classe social aos indivíduos e
quando esse individuo não consegue mudar sua condição e é excluído da
escola, essa exclusão é entendida como falta de dom ou aptidão. Bourdieu
afirma que a escola tem a aparência de democratizar as oportunidades porque
com o sucesso de alguns alunos de classe social inferior, se têm a impressão
de que a escola pode mesmo oferecer as oportunidades que a classe inferior
tanto espera, e dá aos alunos excluídos a sensação de que a exclusão só
aconteceu por eles não terem dom ou capacidade para os estudos. Por esse
motivo entendem que a escola é um meio de educação libertadora e que é
através dela que pode mesmo haver a mudança das classes sociais.
FICHA DE IDEIAS
De certa forma, entendemos o ponto de vista dos autores, e concordamos que
existe lógica no raciocínio de ambos. Mas se o caso das diferenças e das
exclusões acontecem principalmente pelas diferenças sociais e econômicas e
pela burocratização imposta pelo sistema, temos que pensar que precisamos
mudar nosso conceito de dom ou aptidões e precisamos perceber que todas as
circunstâncias em nossa volta influenciam positiva ou negativamente em nosso
desenvolvimento. Porém, não podemos mudar nosso conceito de que é pela
educação que podemos mudar a nossa realidade. Pois é através do estudo
que podemos melhorar nossa condição intelectual e conseqüentemente nossa
condição social e econômica, mudando também nosso “capital cultural”, E
precisamos principalmente, enquanto futuras educadoras, mudar o conceito de
avaliação para que não haja essa “exclusão” em sala de aula, mas que nós
possamos incentivar e abrir o campo intelectual dessas crianças para que eles
possam criar suas expectativa e principalmente lutar por elas.