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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 4
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................ 5
2.1 Electroforese.................................................................................. 5
2.1.1 Breve historial.......................................................................... 5
2.2 Princípios Físico-Químicos da Eletroforese ................................... 6
2.3 Reações Iónicas ............................................................................. 6
2.4 Corrente Elétrica............................................................................ 8
2.5 Suportes da Eletroforese ................................................................ 9
2.6 Mobilidade dos Iões....................................................................... 9
2.7 Tipos de Electroforese ................................................................. 10
2.7.1 Electroforese em Gel.............................................................. 10
2.7.2 Gel de Agarose ...................................................................... 10
2.7.3 Eletroforese em Gel de Poliacrilamida................................... 11
2.7.4 Gel SDS-PAGE ..................................................................... 11
2.8 O papel do SDS ........................................................................... 12
2.9 Aplicação das Amostras e Eletroforese ........................................ 12
2.10 Focalização Isoeléctric................................................................. 13
2.11 Electroforese Capilar.................................................................... 13
2.12 Revelação de Proteínas em Géis................................................... 14
2.13 Documentação de Resultados em Gel .......................................... 14
2.14 Mecanismo da Electroforese ........................................................ 14
3 CONCLUSÃO................................................................................... 16
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................... 17
4
1 INTRODUÇÃO
A eletroforese é uma técnica de separação que se baseia no princípio de
migração de iões em um campo elétrico. Constitui uma técnica laboratorial importante e
em amplo crescimento, pois permite a separação analítica de moléculas sintéticas e
biológicas, podendo segregar até moléculas praticamente iguais.
5
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Electroforese
2.1.1 Breve historial
Os fundamentos da eletroforese têm origem nos estudos de Michaelis, no ano de
1909, quando este percebeu que proteínas se moviam quando submetidas a um campo
elétrico, podendo ser separadas em frações. Por anos, alguns cientistas comoSverdberg
e Scott (1924), Sverdberg e Tiselius (1926) e Theorell (1935) trabalharam para
aperfeiçoar a técnica. Entretanto, a base para a eletroforese de proteínas utilizada nos
dias de hoje foi fundamentada em um método desenvolvido em 1937 pelo bioquímico
sueco Arne Tiselius, ganhador do prêmio Nobel. Seu trabalho científico relatava o
fracionamento das proteínas séricas por eletroforese, realizada na época em
equipamentos similares aos de baterias de automóveis, onde as separações das frações
ocorriam em meio líquido. Esse tipo de eletroforese foi denominada de “eletroforese de
fase líquida” e foi introduzida como meio de auxílio ao diagnóstico clínico.
O termo eletroforese é usado para descrever a migração de uma partícula
carregada sob influência de um campo elétrico, permitindo a separação dos diferentes
tipos de proteínas séricas ou plasmáticas, determinando as proporções relativas. Sob
condições de corrente elétrica constante, a força de deslocamento de uma partícula é
resultado da carga efetiva, da molaridade do tampão e da resistência do meio usado
como suporte (ágar, acetato, gel capilar).
Como as proteínas possuem cargas positivas e negativas, a mobilidade
eletroforéticaé diretamente proporcional à carga da partícula e inversamente
proporcional à viscosidade do meio. A técnica de separação de proteínas utiliza forças
eletroforéticase eletroendosmóticas, onde um polo positivo (ânodo) e outro negativo
(cátodo) geram um potencial elétrico. Atualmente, existem dois métodos para
realização da electroforese, sendo a electroforese convencional por zonas proteicas
aquela em que as proteínas migram através dos poros presentes formando zonas no
electroforetograma. E, a electroforese capilar que permite a se pação das proteínas por
seus tamanhos e outas propriedades físico-químicas, através do fluxo em tubo capilar.
6
2.2 Princípios Físico-Químicos da Eletroforese
A eletroforese consiste em empregar uma corrente elétrica contínua para separar
os componentes do sangue, urina, líquor e outras soluções. Quanto maior a corrente,
maior será a velocidade com que as moléculas de proteínas se moverão, já que os
aminoácidos que as compõem possuem em sua composição cargas elétricas positivas
ou negativas. Dessa maneira, as moléculas com carga negativa migram para o pólo
positivo, as moléculas com carga positiva migram para o pólo negativo e as que
apresentam cargas elétricas equilibradas permanecerão estáticas. Três componentes
básicos são necessários para a realização da electroforese: um campo eléctrico, que é
obtido atravás de uma fonte de corrente contínua, um suporte onde a molécula pode
migrar e a própria molécula electricamente carregada.
2.3 Reações Iónicas
A eletroforese visa a separação de moléculas em função de suas cargas elétricas,
de seus pesos moleculares e de suas conformações, em suportes porosos e tampões
apropriados, sob a influência de um campo elétrico contínuo. A carga preponderante de
uma molécula protéica é função dos seus aminoácidos. Em pH neutro, por exemplo, os
componentes lisina (Lys), arginina (Arg) e histidina (His) contribuem com carga
positiva, enquanto os radicais de ácidoglutâmico (Glu) e ácido aspártico (Asp) exercem
carga negativa.
Sendo substâncias anfólitas, as proteínas adquirem carga positiva ou negativa
em função do pH. É, portanto, conveniente manter o pH do meio estável durante a
eletroforese, mediante o uso de soluções-tampão.O sistema-tampão consiste de duas
partes: o tampão do gel, usado no preparo do gel, e o tampão dos eletrodos
(catodo/anodo), usado nos respectivos tanques. Em virtude do contato elétrico dos
pólos com as soluções-tampão dos tanques haverá participação dos componentes dos
respectivos tanques na neutralização da base formada no cátodo e do ácido formado no
ânodo. As soluções-tampão estabilizam o pH do meio e permitem o fluxo da corrente
elétrica, mas geralmente elas são inertes no processo eletroforético.
O tampão deve ter acentuada condutividade elétrica. É costume serem
aplicados, para este propósito, eletrólitos de 0,05 e 0,5 M. Em geral, soluções-tampão
mais concentradas fornecem melhor resolução, embora o tempo de separação seja
maior. Quando uma molécula com carga líquida “Q” é colocada em um campo elétrico
7
“S”, sofre efeito de uma força de campo “F” que depende do campo elétrico e da carga
da molécula.
F = S * Q
O campo elétrico “S” é a relação entre voltagem (V) e a distância entre os eletrodos (d).
F = V/d*Q
A velocidade de migração de uma molécula carregada pode ser alterada,
portanto, mudando a distância entre os eletrodos bem como alterando a voltagem do
sistema. Na ausência de uma força de resist6encia, a molécula acelera até encontrar o
eletrodo. Entretanto, isso não ocorre devido à resistência resultante da fricção com o
suporte. A força de fricção “F” é uma função do tamanho e da forma da molécula,
viscosidade da solução e velocidade de migração como mostra a equação de STOKES.
F = 6πRNv
Onde:
F = Força de fricção; R = Raio da molécula; N = Viscosidade do meio; v = Velocidade
de migração
Quando a força de resistência excede a força de propulsão da molécula, não
ocorre a migração. Quando a força de propulsão excede a força de resistência, ocorre a
migração da molécula carregada. Os fatores que afetam a velocidade de migração de
uma molécula carregada podem ser obtidos quando a força de propulsão e a força de
resistência são iguais:
F = V/d*Q e F = 6ππRNv
Igualando as forças: V/d*Q = 6πRNv
Isolando a velocidade: V = V*Q/6πRNv
A velocidade de migração de uma molécula carregada em um campo elétrico é
diretamente proporcional a carga da molécula e a viscosidade da solução. Quando o
suporte utilizado for um gel de poliacrilamida, o efeito do tamanho dos poros devem ser
considerados. Como cada molécula devem possuir carga e tamanho específicos, devem
migrar para uma única posição em um campo elétrico, em um dado intervalo de tempo.
As proteínas de menor peso molecular irão migrar mais rapidamente que as de
maior peso (O’CONNELL et al., 2005). Para a realização dessa técnica, é necessário
8
um conjunto de sistemas formado por um suporte de fracionamento, uma cuba de
eletroforese, uma fonte de voltagem e uma solução tampão.
O suporte pode ser de acetato de celulose, gel de agarose ou poliacrilamida e
tubos capilares.A cuba é um equipamento formado por dois compartimentos
preenchidos com solução tampão, formando os eletrodos, sendo um positivo e o outro
negativo.A fonte de voltagem é um aparelho que transforma a corrente alternada em
contínua, podendo ter a intensidade regulada. É essa fonte que determina a polaridade
dos compartimentos da cuba.
A solução tampão é formada por água, sal ácido e sal básico. Tal solução pode
ser ácida ou alcalina, sendo específica para cada tipo de eletroforese, dada pelo grau de
molaridade ou força iônica da solução (NAOUM, 2012). A maioria dos aminoácidos
apresentam um ponto isoelétrico quase neutro. Entretanto, os polímeros que se ligam a
esses aminoácidos os transformam em moléculas carregadas negativamente. Por isso, a
maioria das soluções tampões utilizadas no sistema eletroforético são alcalinas. Como
as proteínas são estruturas com diferentes graus de complexidade, o método para
fracionamento eletroforético destas não é o mesmo.
Por este facto, existem soluções tampões específicas para cada tipo de proteína,
que são agrupadas, segundo a disposição espacial, em estruturas primária, secundária,
terciária e quaternária (MCPHERSON, 2011). A eletroforese movimenta íons através
de um suporte estabelecido. A troca iônica entre as partículas proteicas e os grupos
eletricamente carregados que compõe o suporte geram um movimento elétrico de baixa
intensidade em direção oposta ao sentido da eletroforese. Esse movimento intrínseco é
denominado eletroendosmose. Esse fenômeno atrasa o desenvolvimento eletroforético,
elevando a intensidade de calor da eletroforese.
2.4 Corrente Elétrica
A eletroforese pode ser conduzida ora sob voltagem, ora sob amperagem
(corrente) ou, então, wattagem (potência) constantes reguladas pela fonte elétrica. À
medida que as moléculas migram no campo elétrico, a resistência geralmente aumenta.
Então, a amperagem diminui sob voltagem constante, ou esta aumenta sob amperagem
constante. As variações na intensidade da corrente ou na voltagem podem ser detectadas
na fonte de energia, anotando-se os respectivos valores no início e no final da corrida
eletroforética. A escolha da voltagem, amperagem ou wattagem é feita empiricamente.
9
A temperatura elevada tende a desnaturar moléculas como as proteínas, o que
acarreta, não raro, alguma perda de atividade enzimática. Quanto mais alta a voltagem
ou a intensidade da corrente, maior será também o calor emanado. Visando manter a
temperatura baixa durante a eletroforese, o gel é resfriado com o auxílio de uma coluna
de água fria em dispositivo apropriado inserido na cuba ou efetuando-se a corrida em
geladeira.
2.5 Suportes da Eletroforese
A eletroforese pode ser desenvolvida em suportes como papel-filtro, sílica-gel,
membranas de acetato de celulose e géis de agarosa, de amido ou de poliacrilamida. O
suporte deve ser química e fisicamente inerte de modo a não interferir na mobilidade
das moléculas. O poder de resolução é importante na escolha do meio suporte. Para
enzimas, géis de amido e poliacrilamida oferecem melhor separação do que outro
suportes. Além do efeito de carga, a separação dá-se de acordo com o tamanho e a
estrutura das moléculas (peneiramento molecular). Enquanto o movimento de proteínas
de alto peso molecular e retardado pelo pequeno diâmetro dos poros do gel, proteínas
de baixo peso molecular migram livremente de acordo com as respectivas cargas.
A escolha do meio de suporte depende de preferências individuais e dos
objetivos, mas de modo geral, para proteínas, géis de poliacrilamida têm sido
preferidos por seu maior poder de resolução graças a ampla variação controlável no
diâmetro de seus poros. Além disso, géis de poliacrilamida são muito translúcidos, o
que possibilita quantificar a atividade enzimática por densitômetria. A eletroforese em
géis de amido é bem mais barata do que aquela em géis de poliacrilamida, mas suas
lâminas não tem porosidade rigorosamente controlável e a capacidade de separação é,
em consequência inferior.
Por outro lado, géis de amido são compatíveis com diferentes sistemas tampão, o
que permite otimizar a atividade e a distinção entre enzimas em funçãodos componentes
da solução-tampão e de seu valor de pH. Após a secagem, esses géis tornam-se
comparavelmente translúcidos aos géis de poliacrilamida.
2.6 Mobilidade dos Iões
Extratos protéicos são obtidos por maceração da amostra em soluções extratoras
apropriadas. O extrato protéico é aplicado no gel e submetido à eletroforese, após o que
os géis, são removidos das molduras e revelados, visando a detecção de proteínas totais
10
ou de enzimas específicas. Para proteínas, os géis são imersos numa solução de azul-
brilhante-de-comssie ou corantes a base de prata. Para enzimas específicas, os géis são
incubados em soluções, contendo os componentes (substrato, coenzimas, solução-
tampão e sais) necessários para revelação das bandas de atividade enzimática.
2.7 Tipos de Electroforese
2.7.1 Electroforese em Gel
A eletroforese em gel é um método mais comumente utilizado na separação de
macromoléculas, substituindo a eletroforese em papel. As macromoléculas migram em
um campo elétrico, atravessando os poros do gel.
Essa técnica pode ser empregada na separação de DNA, RNA e proteínas. A
qualidade do material a ser separado vai definir a composição do gel, que pode ser
basicamente de dois tipos: agarose e poliacrilamida.
2.7.2 Gel de Agarose
Os géis de agarose são uma ferramenta importante para a separação de DNA e
RNA. A agarose é um polissacarídeo extraído de algas marinhas. Consiste em um
polímero linear com repetidas unidades de agarobiose, um dissacarídeo formado pela
ligação de L-galactose e D-galactose.[6] Os géis de agarose são formados dissolvendo a
agarose, um pó cristalino, em um tampão por aquecimento. O gel é formado com o
resfriamento dessa mistura. Essa propriedade gelificante da agarose é atribuída à
formação de pontes de hidrogênio inter e intra-moleculares. O gel forma uma matriz
porosa que permite a passagem de macromoléculas. O tamanho do poro do gel é
controlado pela concentração da agarose, sendo que poros grandes são formados em
baixas concentrações e poros menores são formados em altas concentrações.
Em uma eletroforese, o gel de agarose fica submerso em uma cuba que contém
uma solução tampão, que permite a passagem e fluxo de corrente elétrica. Uma força
eletromotriz é aplicada ao longo da cuba e impulsiona a migração eletroforética dos
ácidos nucléicos. A solução tampão reduz mudanças de pH, no campo elétrico e previne
o aquecimento causado pela passagem da corrente elétrica. Na eletroforese, os ácidos
nucléicos, DNA e RNA, migram do pólo negativo em direção ao pólo positivo. Isso
ocorre porque ácidos nucléicos possuem em sua estrutura grupamentos fosfato, que são
carregados negativamente. A taxa de migração do DNA ou RNA em um gel de agarose
depende: do tamanho e conformação da molécula, concentração da agarose, voltagem
11
aplicada e tipo de tampão usado. Ao fim da eletroforese, a separação pode ser
visualizada com o uso de corantes apropriados.
2.7.3 Eletroforese em Gel de Poliacrilamida
O gel de poliacrilamida foi utilizado como meio eletroforético em 1959 por
Raymond e Weintraub para fracionamento de macromoléculas. O gel é formado porum
processo de polimerização vinílica da acrilamida, um monômero, e da bisacrilamida,
tendo a participação de catalizadores, como a riboflavina ou o persulfato de amônio. A
porosidade do gel formado pode ser determinada pela concentração da acrilamida, de
forma que quanto maior a concentração desta, menores serão os poros do gel. ).
Quando comparada com as demais técnicas, a eletroforese em gel de poliacrilamida é a
que apresenta melhor resultado pois possibilita a visualização de proteínas com
concentrações séricas baixas e identificação de 15 a 20 proteínas. Apesar disso, o
emprego dessa técnica na rotina laboratorial torna-se inviável devido à dificuldade de
execução da mesma, limitando-se a casos específicos e pesquisas científicas.
Géis em placa têm sido comumente usados por serem mais fáceis de manusear e
permitirem comparação de várias amostras num mesmo gel em condições idênticas de
eletroforese. Em algumas situações, contudo, géis em tubos são ainda usados,
especialmente na primeira direção da eletroforese bidimensional.
Quanto a posição do gel, o sistema de eletroforese pode ser vertical ou
horizontal, quanto aos tampões e respectivos valores de pH, o sistema pode ser
contínuo ou descontínuo. No sistema contínuo, o gel tem porosidade uniforme e o
tampão usado na preparação da amostra e do gel é o mesmo utilizado nos tanques dos
eletrodos. No sistema descontínuo, os íonstamponantes do gel são diferentes daqueles
dos eletrodos. O sistema descontínuo consiste de géis formados por fases de diferentes
porosidades e valores de pH. Além disso, a solução-tampão do gel é distinta daquela
dos eletrodos.
2.7.4 Gel SDS-PAGE
SDS-PAGE (eletroforese em gel de poliacrilamida na presença de dodecil
sulfato de sódio, SDS) é uma técnica muito utilizada tanto na bioquímica quanto na
biologia molecular com o objetivo de separar proteínas presentes em uma amostra com
12
base no seu peso molecular. Essa separação ocorre através da migração dessas proteínas
na malha do gel que estarão sob influência de um campo elétrico.
A migração de uma proteína carregada pelo campo elétrico se dá pela sua carga
líquida, pelo seu raio molecular e também pelo tamanho do campo aplicado. Porém, em
proteínas dobradas naturalmente, sua carga é determinada apenas a partir da soma de
sua composição de aminoácidos positivos e negativos. Sendo assim, diferentes proteínas
em seu estado nativo, mesmo com pesos moleculares similares, vão migrar em
velocidades diferentes. Para separar as proteínas com base em seu peso molecular é
necessário desnaturar sua estruturaterciária para que a molécula possa ficar linearizada e
também camuflar sua carga, função esta realizada pelo SDS.
2.8 O papel do SDS
O SDS é um detergente que, aliado a uma fonte de calor e a um agente redutor
(substância capaz de desfazer as ligações dissulfeto presentes na proteína, que podem
ser o ditiotreitol (DTT) ou então o β-mercaptoetanol) que também está presente na
composição do tampão de amostra utilizado nessa técnica, é capaz de romper a estrutura
terciária da proteína, deixando-a na forma linear. A ligação do SDS com a proteína
ocorre em uma proporção de 1,4 g de SDS para cada 1 g de proteína, o que equivale a
uma molécula de SDS para cada dois aminoácidos.
O SDS também é responsável por igualar as cargas das proteínas presentes na
amostra a ser analisada, deixando-as todas com uma carga negativa uniforme. Além
disso, para garantir que a linearização e o mascaramento das cargas se mantenha durante
toda a corrida, é necessário que o SDS também esteja na composição do gel de
eletroforese.
2.9 Aplicação das Amostras e Eletroforese
Em cada cavidade do gel aplique, cuidadosamente 75 µL do extrato de proteína.
A quantidade de amostra a ser aplicada depende da concentração de proteína e da
atividade enzimática. Complete os volumes das cavidades com solução-tampão de
tanque diluída (1:10) e adicione, respectivamente, nos tanquessuperior e inferior 500 e
1.000 mL dessa mesma solução. Calibre o aparelho para 100 V. Quando a linha
frontal do azul-de-bromofenol atingir o gel separador, regule o aparelho para 200 V.
13
2.10 Focalização Isoeléctric
Esse tipo de eletroforese é usado especificamente para o fracionamento de
substâncias moleculares, como proteínas e DNA, somente por suas cargas elétricas,
permitindo que cada proteína migre para o ponto isoelétrico, concentrando-se nas zonas
em que alcançam a posição do pH específico. Este método caracteriza-se pelo uso de
um suporte de gel (ágar ou poliacrilamida) que tenha, adicionado em sua composição,
substâncias anfotéricas, distribuídas em faixas com pH graduais dispostas em zonas
estabelecidas entre o ânodo e cátodo. Após alguns ajustes desde a criação, a eletroforese
por focalização isoelétrica apresenta uma qualidade de fracionamento proteico superior
a qualquer outro tipo de eletroforese. Porém, o alto custo dos materiais e a necessidade
de pessoal especializado para a execução e interpretação, torna o uso da técnica
apropriado apenas em pesquisas científicas. É mais indicada para rastreamento de
hemoglobinopatias (BERTHOLO & MOREIRA, 2006).
2.11 Electroforese Capilar
A eletroforese capilar é uma técnica que se difere das demais por ser a única
capaz de separar macromoléculas carregadas, utilizando vários métodos de separação,
como a eletroforese capilar de zona, isotacoforese capilar e eletroforese capilar em gel.
Além de proteínas séricas, essa técnica permite a determinação de várias outras
substâncias, como hidrocarbonetos, vitaminas, fármacos e ácidos orgânicos (MICKE,
2004). Dos vários métodos existentes na eletroforese capilar para separação de
proteínas, a técnica mais utilizada é a eletroforese capilar de zona, por ser simples e
rápida.
O fracionamento ocorre pela diferença das velocidades dos íons no campo
elétrico formado no tubo capilar, que está preenchido com uma solução tampão. Ao se
introduzir a amostra na extremidade positiva (ânodo) do tubo, a diferença de potencial
aplicada faz com que os íons da amostra migrem através do tubo, com velocidades e
sentidos variados. A análise qualitativa baseia-se na comparação dos tempos de
migração da solução padrão com os tempos de migração das substâncias da amostra
avaliada. A análise quantitativa é expressa em gráficos que expressam os picos de cada
fração separada (SPUDEIT et al., 2012).
O uso da eletroforese capilar ainda é restrito já que o equipamento utilizado
nessa técnica tem um custo elevado. Contudo, é uma ótima alternativa para
14
fracionamento de proteínas, por ser rápida (apenas quatro minutos), por oferecer boa
resolução e eficiência, além de necessitar de uma pequena quantidade de amostra. É
frequentemente utilizada na análise dos íons presentes nos alimentos de origem animal,
compostos e fluídos biológicos.
2.12 Revelação de Proteínas em Géis
Após a eletroforese, os géis são corados em soluções apropriadas para revelação
de bandas de proteínas totais ou enzimas específicas. Para proteínas totais, a
eletroforese é usualmente desenvolvida em géis de poliacrilamida, em virtude de seu
maior poder de resolução. Para enzimas, tanto o gel de amido quanto o gel de
poliacrilamida podem ser empregados satisfatoriamente, e os métodos de revelação são
essencialmente os mesmos.
2.13 Documentação de Resultados em Gel
Fotografia Convencional: A câmera fotográfica é acoplada a um sistema de
iluminação com luz incidente e transmitida. Os braços flexíveis da luminária permitem
a focalização da luz sobre o gel. Muitas vezes apenas a luz transmitida é suficiente para
sensibilizar o filme e obter fotos de boa qualidade.
Fotografia Digital: A fotodocumentação digital é feita mediante o uso de um
sistema computadorizado que permite a captura, a visualização e o processamento de
imagens de bandas de proteínas e ácidos nucléicos reveladas em géis. O sistema
consiste de uma câmara escura de mesa, tendo internamente um transiluminador móvel
de luz ultravioleta (UV) para géis corados com brometo de etídio para ácidosnucléicos
ou transiluminador de luz branca para géis de proteínas ou enzimas coradas. Em
virtude de seu alto custo atualmente, este sistema é ainda inacessível à maioria dos
laboratórios, mas suas consideráveis vantagens em relação aos métodos convencionais
de documentação de resultados em géis justificam o seu uso.
2.14 Mecanismo da Electroforese
1. a amostra contendo as macromoléculas devidamente desnaturadas e reduzidas é
distribuída ao nos poços ou cavidades do gel de suporte;
2. após a distribuição o equipamento é fechado e o campo elétrico é aplicado no
gel, através de um dispositivo diferencial de energia elétrica e as
macromoléculas vão sendo distribuídas pela extensão do gel e são separadas em
função de sua massa e tamanho molecular que são os principais fatores que
determinam a mobilidade eletroforética.
15
3. No topo do gel existe uma mistura de macromoléculas de variados tamanhos e
massas moleculares de modo que quando o campo elétrico é aplicado as
moléculas menores migram primeiro, pela malha formada pelo gel. Ao passo
que durante a distribuição o gel funciona como uma peneira molecular e as
moléculas com massa molecular mais elevada vão sendo retidas ao longo do
processo pelas malhas gel o que permite que as macromoléculas sejam
analisadas pela sua massa molecular.
4. No final do processo quando todas as macromoléculas estão ditribuidas o gel é
mergulhado em uma solução corante.
5. Para proteínas são usadas solução de nitrato de prata que detecta proteínas
mesmo que a concentração seja muito baixa. Ou o gel é mergulhado em uma
solução ácida e alcoólica de corante azul de coomassie. Um período de tempo é
aguardo e em seguida observa-se o eletroforetograma que nada mais é do que o
gel corado. Para analise de ácidos nucléicos (DNA e RNA) são usados corantes
como brometo de etidio, laranja de acridina e profalvina que são corantes com
estrutura aromática, quando sob a luz utravioleta apresentam fluorescência.
16
3 CONCLUSÃO
A eletroforese consiste em empregar uma corrente elétrica contínua para separar
os componentes do sangue, urina, líquor e outras soluções. Em que, quanto maior a
corrente, maior será a velocidade com que as moléculas de proteínas se moverão.
A técnica de separação de proteínas utiliza forças eletroforéticase
eletroendosmóticas, onde um pólo positivo (ânodo) e outro negativo (cátodo) geram um
potencial elétrico Este potencial promove a migração das proteínas em direção ao
ânodo e, dependendo do peso molecular e da carga elétrica, percorrem distâncias
distintas, gerando diferentes bandas, representadas por albumina, globulinas alfa e beta
e gama. As frações separadas são observadas a partir de um corante sensível a proteínas
e quantificadas por densitometria ou eluição. Os resultados são expressos em
percentagem de concentração das diversas frações e em forma gráfica. A taxa de
migração das proteínas pode ser afetada pelo pH, força iônica e composição do sistema
tampão usado.
A empregabilidade da electroforese já é notória nos tempos actuais, podendo
estar presentes em diversas áreas como é o caso da Medicina e indústrias alimentares.
17
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
↑ Color electrophoretic displays using same polarity reversing address
pulse (em inglês), 26 de maio de 2017, consultado em 18 de novembro de
2019
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Eletroforese
https://www.infoescola.com/bioquimica/eletroforese/

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Eletroforese de proteínas: fundamentos, técnicas e aplicações

  • 1. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 4 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................ 5 2.1 Electroforese.................................................................................. 5 2.1.1 Breve historial.......................................................................... 5 2.2 Princípios Físico-Químicos da Eletroforese ................................... 6 2.3 Reações Iónicas ............................................................................. 6 2.4 Corrente Elétrica............................................................................ 8 2.5 Suportes da Eletroforese ................................................................ 9 2.6 Mobilidade dos Iões....................................................................... 9 2.7 Tipos de Electroforese ................................................................. 10 2.7.1 Electroforese em Gel.............................................................. 10 2.7.2 Gel de Agarose ...................................................................... 10 2.7.3 Eletroforese em Gel de Poliacrilamida................................... 11 2.7.4 Gel SDS-PAGE ..................................................................... 11 2.8 O papel do SDS ........................................................................... 12 2.9 Aplicação das Amostras e Eletroforese ........................................ 12 2.10 Focalização Isoeléctric................................................................. 13 2.11 Electroforese Capilar.................................................................... 13 2.12 Revelação de Proteínas em Géis................................................... 14 2.13 Documentação de Resultados em Gel .......................................... 14 2.14 Mecanismo da Electroforese ........................................................ 14 3 CONCLUSÃO................................................................................... 16 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................... 17
  • 2. 4 1 INTRODUÇÃO A eletroforese é uma técnica de separação que se baseia no princípio de migração de iões em um campo elétrico. Constitui uma técnica laboratorial importante e em amplo crescimento, pois permite a separação analítica de moléculas sintéticas e biológicas, podendo segregar até moléculas praticamente iguais.
  • 3. 5 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Electroforese 2.1.1 Breve historial Os fundamentos da eletroforese têm origem nos estudos de Michaelis, no ano de 1909, quando este percebeu que proteínas se moviam quando submetidas a um campo elétrico, podendo ser separadas em frações. Por anos, alguns cientistas comoSverdberg e Scott (1924), Sverdberg e Tiselius (1926) e Theorell (1935) trabalharam para aperfeiçoar a técnica. Entretanto, a base para a eletroforese de proteínas utilizada nos dias de hoje foi fundamentada em um método desenvolvido em 1937 pelo bioquímico sueco Arne Tiselius, ganhador do prêmio Nobel. Seu trabalho científico relatava o fracionamento das proteínas séricas por eletroforese, realizada na época em equipamentos similares aos de baterias de automóveis, onde as separações das frações ocorriam em meio líquido. Esse tipo de eletroforese foi denominada de “eletroforese de fase líquida” e foi introduzida como meio de auxílio ao diagnóstico clínico. O termo eletroforese é usado para descrever a migração de uma partícula carregada sob influência de um campo elétrico, permitindo a separação dos diferentes tipos de proteínas séricas ou plasmáticas, determinando as proporções relativas. Sob condições de corrente elétrica constante, a força de deslocamento de uma partícula é resultado da carga efetiva, da molaridade do tampão e da resistência do meio usado como suporte (ágar, acetato, gel capilar). Como as proteínas possuem cargas positivas e negativas, a mobilidade eletroforéticaé diretamente proporcional à carga da partícula e inversamente proporcional à viscosidade do meio. A técnica de separação de proteínas utiliza forças eletroforéticase eletroendosmóticas, onde um polo positivo (ânodo) e outro negativo (cátodo) geram um potencial elétrico. Atualmente, existem dois métodos para realização da electroforese, sendo a electroforese convencional por zonas proteicas aquela em que as proteínas migram através dos poros presentes formando zonas no electroforetograma. E, a electroforese capilar que permite a se pação das proteínas por seus tamanhos e outas propriedades físico-químicas, através do fluxo em tubo capilar.
  • 4. 6 2.2 Princípios Físico-Químicos da Eletroforese A eletroforese consiste em empregar uma corrente elétrica contínua para separar os componentes do sangue, urina, líquor e outras soluções. Quanto maior a corrente, maior será a velocidade com que as moléculas de proteínas se moverão, já que os aminoácidos que as compõem possuem em sua composição cargas elétricas positivas ou negativas. Dessa maneira, as moléculas com carga negativa migram para o pólo positivo, as moléculas com carga positiva migram para o pólo negativo e as que apresentam cargas elétricas equilibradas permanecerão estáticas. Três componentes básicos são necessários para a realização da electroforese: um campo eléctrico, que é obtido atravás de uma fonte de corrente contínua, um suporte onde a molécula pode migrar e a própria molécula electricamente carregada. 2.3 Reações Iónicas A eletroforese visa a separação de moléculas em função de suas cargas elétricas, de seus pesos moleculares e de suas conformações, em suportes porosos e tampões apropriados, sob a influência de um campo elétrico contínuo. A carga preponderante de uma molécula protéica é função dos seus aminoácidos. Em pH neutro, por exemplo, os componentes lisina (Lys), arginina (Arg) e histidina (His) contribuem com carga positiva, enquanto os radicais de ácidoglutâmico (Glu) e ácido aspártico (Asp) exercem carga negativa. Sendo substâncias anfólitas, as proteínas adquirem carga positiva ou negativa em função do pH. É, portanto, conveniente manter o pH do meio estável durante a eletroforese, mediante o uso de soluções-tampão.O sistema-tampão consiste de duas partes: o tampão do gel, usado no preparo do gel, e o tampão dos eletrodos (catodo/anodo), usado nos respectivos tanques. Em virtude do contato elétrico dos pólos com as soluções-tampão dos tanques haverá participação dos componentes dos respectivos tanques na neutralização da base formada no cátodo e do ácido formado no ânodo. As soluções-tampão estabilizam o pH do meio e permitem o fluxo da corrente elétrica, mas geralmente elas são inertes no processo eletroforético. O tampão deve ter acentuada condutividade elétrica. É costume serem aplicados, para este propósito, eletrólitos de 0,05 e 0,5 M. Em geral, soluções-tampão mais concentradas fornecem melhor resolução, embora o tempo de separação seja maior. Quando uma molécula com carga líquida “Q” é colocada em um campo elétrico
  • 5. 7 “S”, sofre efeito de uma força de campo “F” que depende do campo elétrico e da carga da molécula. F = S * Q O campo elétrico “S” é a relação entre voltagem (V) e a distância entre os eletrodos (d). F = V/d*Q A velocidade de migração de uma molécula carregada pode ser alterada, portanto, mudando a distância entre os eletrodos bem como alterando a voltagem do sistema. Na ausência de uma força de resist6encia, a molécula acelera até encontrar o eletrodo. Entretanto, isso não ocorre devido à resistência resultante da fricção com o suporte. A força de fricção “F” é uma função do tamanho e da forma da molécula, viscosidade da solução e velocidade de migração como mostra a equação de STOKES. F = 6πRNv Onde: F = Força de fricção; R = Raio da molécula; N = Viscosidade do meio; v = Velocidade de migração Quando a força de resistência excede a força de propulsão da molécula, não ocorre a migração. Quando a força de propulsão excede a força de resistência, ocorre a migração da molécula carregada. Os fatores que afetam a velocidade de migração de uma molécula carregada podem ser obtidos quando a força de propulsão e a força de resistência são iguais: F = V/d*Q e F = 6ππRNv Igualando as forças: V/d*Q = 6πRNv Isolando a velocidade: V = V*Q/6πRNv A velocidade de migração de uma molécula carregada em um campo elétrico é diretamente proporcional a carga da molécula e a viscosidade da solução. Quando o suporte utilizado for um gel de poliacrilamida, o efeito do tamanho dos poros devem ser considerados. Como cada molécula devem possuir carga e tamanho específicos, devem migrar para uma única posição em um campo elétrico, em um dado intervalo de tempo. As proteínas de menor peso molecular irão migrar mais rapidamente que as de maior peso (O’CONNELL et al., 2005). Para a realização dessa técnica, é necessário
  • 6. 8 um conjunto de sistemas formado por um suporte de fracionamento, uma cuba de eletroforese, uma fonte de voltagem e uma solução tampão. O suporte pode ser de acetato de celulose, gel de agarose ou poliacrilamida e tubos capilares.A cuba é um equipamento formado por dois compartimentos preenchidos com solução tampão, formando os eletrodos, sendo um positivo e o outro negativo.A fonte de voltagem é um aparelho que transforma a corrente alternada em contínua, podendo ter a intensidade regulada. É essa fonte que determina a polaridade dos compartimentos da cuba. A solução tampão é formada por água, sal ácido e sal básico. Tal solução pode ser ácida ou alcalina, sendo específica para cada tipo de eletroforese, dada pelo grau de molaridade ou força iônica da solução (NAOUM, 2012). A maioria dos aminoácidos apresentam um ponto isoelétrico quase neutro. Entretanto, os polímeros que se ligam a esses aminoácidos os transformam em moléculas carregadas negativamente. Por isso, a maioria das soluções tampões utilizadas no sistema eletroforético são alcalinas. Como as proteínas são estruturas com diferentes graus de complexidade, o método para fracionamento eletroforético destas não é o mesmo. Por este facto, existem soluções tampões específicas para cada tipo de proteína, que são agrupadas, segundo a disposição espacial, em estruturas primária, secundária, terciária e quaternária (MCPHERSON, 2011). A eletroforese movimenta íons através de um suporte estabelecido. A troca iônica entre as partículas proteicas e os grupos eletricamente carregados que compõe o suporte geram um movimento elétrico de baixa intensidade em direção oposta ao sentido da eletroforese. Esse movimento intrínseco é denominado eletroendosmose. Esse fenômeno atrasa o desenvolvimento eletroforético, elevando a intensidade de calor da eletroforese. 2.4 Corrente Elétrica A eletroforese pode ser conduzida ora sob voltagem, ora sob amperagem (corrente) ou, então, wattagem (potência) constantes reguladas pela fonte elétrica. À medida que as moléculas migram no campo elétrico, a resistência geralmente aumenta. Então, a amperagem diminui sob voltagem constante, ou esta aumenta sob amperagem constante. As variações na intensidade da corrente ou na voltagem podem ser detectadas na fonte de energia, anotando-se os respectivos valores no início e no final da corrida eletroforética. A escolha da voltagem, amperagem ou wattagem é feita empiricamente.
  • 7. 9 A temperatura elevada tende a desnaturar moléculas como as proteínas, o que acarreta, não raro, alguma perda de atividade enzimática. Quanto mais alta a voltagem ou a intensidade da corrente, maior será também o calor emanado. Visando manter a temperatura baixa durante a eletroforese, o gel é resfriado com o auxílio de uma coluna de água fria em dispositivo apropriado inserido na cuba ou efetuando-se a corrida em geladeira. 2.5 Suportes da Eletroforese A eletroforese pode ser desenvolvida em suportes como papel-filtro, sílica-gel, membranas de acetato de celulose e géis de agarosa, de amido ou de poliacrilamida. O suporte deve ser química e fisicamente inerte de modo a não interferir na mobilidade das moléculas. O poder de resolução é importante na escolha do meio suporte. Para enzimas, géis de amido e poliacrilamida oferecem melhor separação do que outro suportes. Além do efeito de carga, a separação dá-se de acordo com o tamanho e a estrutura das moléculas (peneiramento molecular). Enquanto o movimento de proteínas de alto peso molecular e retardado pelo pequeno diâmetro dos poros do gel, proteínas de baixo peso molecular migram livremente de acordo com as respectivas cargas. A escolha do meio de suporte depende de preferências individuais e dos objetivos, mas de modo geral, para proteínas, géis de poliacrilamida têm sido preferidos por seu maior poder de resolução graças a ampla variação controlável no diâmetro de seus poros. Além disso, géis de poliacrilamida são muito translúcidos, o que possibilita quantificar a atividade enzimática por densitômetria. A eletroforese em géis de amido é bem mais barata do que aquela em géis de poliacrilamida, mas suas lâminas não tem porosidade rigorosamente controlável e a capacidade de separação é, em consequência inferior. Por outro lado, géis de amido são compatíveis com diferentes sistemas tampão, o que permite otimizar a atividade e a distinção entre enzimas em funçãodos componentes da solução-tampão e de seu valor de pH. Após a secagem, esses géis tornam-se comparavelmente translúcidos aos géis de poliacrilamida. 2.6 Mobilidade dos Iões Extratos protéicos são obtidos por maceração da amostra em soluções extratoras apropriadas. O extrato protéico é aplicado no gel e submetido à eletroforese, após o que os géis, são removidos das molduras e revelados, visando a detecção de proteínas totais
  • 8. 10 ou de enzimas específicas. Para proteínas, os géis são imersos numa solução de azul- brilhante-de-comssie ou corantes a base de prata. Para enzimas específicas, os géis são incubados em soluções, contendo os componentes (substrato, coenzimas, solução- tampão e sais) necessários para revelação das bandas de atividade enzimática. 2.7 Tipos de Electroforese 2.7.1 Electroforese em Gel A eletroforese em gel é um método mais comumente utilizado na separação de macromoléculas, substituindo a eletroforese em papel. As macromoléculas migram em um campo elétrico, atravessando os poros do gel. Essa técnica pode ser empregada na separação de DNA, RNA e proteínas. A qualidade do material a ser separado vai definir a composição do gel, que pode ser basicamente de dois tipos: agarose e poliacrilamida. 2.7.2 Gel de Agarose Os géis de agarose são uma ferramenta importante para a separação de DNA e RNA. A agarose é um polissacarídeo extraído de algas marinhas. Consiste em um polímero linear com repetidas unidades de agarobiose, um dissacarídeo formado pela ligação de L-galactose e D-galactose.[6] Os géis de agarose são formados dissolvendo a agarose, um pó cristalino, em um tampão por aquecimento. O gel é formado com o resfriamento dessa mistura. Essa propriedade gelificante da agarose é atribuída à formação de pontes de hidrogênio inter e intra-moleculares. O gel forma uma matriz porosa que permite a passagem de macromoléculas. O tamanho do poro do gel é controlado pela concentração da agarose, sendo que poros grandes são formados em baixas concentrações e poros menores são formados em altas concentrações. Em uma eletroforese, o gel de agarose fica submerso em uma cuba que contém uma solução tampão, que permite a passagem e fluxo de corrente elétrica. Uma força eletromotriz é aplicada ao longo da cuba e impulsiona a migração eletroforética dos ácidos nucléicos. A solução tampão reduz mudanças de pH, no campo elétrico e previne o aquecimento causado pela passagem da corrente elétrica. Na eletroforese, os ácidos nucléicos, DNA e RNA, migram do pólo negativo em direção ao pólo positivo. Isso ocorre porque ácidos nucléicos possuem em sua estrutura grupamentos fosfato, que são carregados negativamente. A taxa de migração do DNA ou RNA em um gel de agarose depende: do tamanho e conformação da molécula, concentração da agarose, voltagem
  • 9. 11 aplicada e tipo de tampão usado. Ao fim da eletroforese, a separação pode ser visualizada com o uso de corantes apropriados. 2.7.3 Eletroforese em Gel de Poliacrilamida O gel de poliacrilamida foi utilizado como meio eletroforético em 1959 por Raymond e Weintraub para fracionamento de macromoléculas. O gel é formado porum processo de polimerização vinílica da acrilamida, um monômero, e da bisacrilamida, tendo a participação de catalizadores, como a riboflavina ou o persulfato de amônio. A porosidade do gel formado pode ser determinada pela concentração da acrilamida, de forma que quanto maior a concentração desta, menores serão os poros do gel. ). Quando comparada com as demais técnicas, a eletroforese em gel de poliacrilamida é a que apresenta melhor resultado pois possibilita a visualização de proteínas com concentrações séricas baixas e identificação de 15 a 20 proteínas. Apesar disso, o emprego dessa técnica na rotina laboratorial torna-se inviável devido à dificuldade de execução da mesma, limitando-se a casos específicos e pesquisas científicas. Géis em placa têm sido comumente usados por serem mais fáceis de manusear e permitirem comparação de várias amostras num mesmo gel em condições idênticas de eletroforese. Em algumas situações, contudo, géis em tubos são ainda usados, especialmente na primeira direção da eletroforese bidimensional. Quanto a posição do gel, o sistema de eletroforese pode ser vertical ou horizontal, quanto aos tampões e respectivos valores de pH, o sistema pode ser contínuo ou descontínuo. No sistema contínuo, o gel tem porosidade uniforme e o tampão usado na preparação da amostra e do gel é o mesmo utilizado nos tanques dos eletrodos. No sistema descontínuo, os íonstamponantes do gel são diferentes daqueles dos eletrodos. O sistema descontínuo consiste de géis formados por fases de diferentes porosidades e valores de pH. Além disso, a solução-tampão do gel é distinta daquela dos eletrodos. 2.7.4 Gel SDS-PAGE SDS-PAGE (eletroforese em gel de poliacrilamida na presença de dodecil sulfato de sódio, SDS) é uma técnica muito utilizada tanto na bioquímica quanto na biologia molecular com o objetivo de separar proteínas presentes em uma amostra com
  • 10. 12 base no seu peso molecular. Essa separação ocorre através da migração dessas proteínas na malha do gel que estarão sob influência de um campo elétrico. A migração de uma proteína carregada pelo campo elétrico se dá pela sua carga líquida, pelo seu raio molecular e também pelo tamanho do campo aplicado. Porém, em proteínas dobradas naturalmente, sua carga é determinada apenas a partir da soma de sua composição de aminoácidos positivos e negativos. Sendo assim, diferentes proteínas em seu estado nativo, mesmo com pesos moleculares similares, vão migrar em velocidades diferentes. Para separar as proteínas com base em seu peso molecular é necessário desnaturar sua estruturaterciária para que a molécula possa ficar linearizada e também camuflar sua carga, função esta realizada pelo SDS. 2.8 O papel do SDS O SDS é um detergente que, aliado a uma fonte de calor e a um agente redutor (substância capaz de desfazer as ligações dissulfeto presentes na proteína, que podem ser o ditiotreitol (DTT) ou então o β-mercaptoetanol) que também está presente na composição do tampão de amostra utilizado nessa técnica, é capaz de romper a estrutura terciária da proteína, deixando-a na forma linear. A ligação do SDS com a proteína ocorre em uma proporção de 1,4 g de SDS para cada 1 g de proteína, o que equivale a uma molécula de SDS para cada dois aminoácidos. O SDS também é responsável por igualar as cargas das proteínas presentes na amostra a ser analisada, deixando-as todas com uma carga negativa uniforme. Além disso, para garantir que a linearização e o mascaramento das cargas se mantenha durante toda a corrida, é necessário que o SDS também esteja na composição do gel de eletroforese. 2.9 Aplicação das Amostras e Eletroforese Em cada cavidade do gel aplique, cuidadosamente 75 µL do extrato de proteína. A quantidade de amostra a ser aplicada depende da concentração de proteína e da atividade enzimática. Complete os volumes das cavidades com solução-tampão de tanque diluída (1:10) e adicione, respectivamente, nos tanquessuperior e inferior 500 e 1.000 mL dessa mesma solução. Calibre o aparelho para 100 V. Quando a linha frontal do azul-de-bromofenol atingir o gel separador, regule o aparelho para 200 V.
  • 11. 13 2.10 Focalização Isoeléctric Esse tipo de eletroforese é usado especificamente para o fracionamento de substâncias moleculares, como proteínas e DNA, somente por suas cargas elétricas, permitindo que cada proteína migre para o ponto isoelétrico, concentrando-se nas zonas em que alcançam a posição do pH específico. Este método caracteriza-se pelo uso de um suporte de gel (ágar ou poliacrilamida) que tenha, adicionado em sua composição, substâncias anfotéricas, distribuídas em faixas com pH graduais dispostas em zonas estabelecidas entre o ânodo e cátodo. Após alguns ajustes desde a criação, a eletroforese por focalização isoelétrica apresenta uma qualidade de fracionamento proteico superior a qualquer outro tipo de eletroforese. Porém, o alto custo dos materiais e a necessidade de pessoal especializado para a execução e interpretação, torna o uso da técnica apropriado apenas em pesquisas científicas. É mais indicada para rastreamento de hemoglobinopatias (BERTHOLO & MOREIRA, 2006). 2.11 Electroforese Capilar A eletroforese capilar é uma técnica que se difere das demais por ser a única capaz de separar macromoléculas carregadas, utilizando vários métodos de separação, como a eletroforese capilar de zona, isotacoforese capilar e eletroforese capilar em gel. Além de proteínas séricas, essa técnica permite a determinação de várias outras substâncias, como hidrocarbonetos, vitaminas, fármacos e ácidos orgânicos (MICKE, 2004). Dos vários métodos existentes na eletroforese capilar para separação de proteínas, a técnica mais utilizada é a eletroforese capilar de zona, por ser simples e rápida. O fracionamento ocorre pela diferença das velocidades dos íons no campo elétrico formado no tubo capilar, que está preenchido com uma solução tampão. Ao se introduzir a amostra na extremidade positiva (ânodo) do tubo, a diferença de potencial aplicada faz com que os íons da amostra migrem através do tubo, com velocidades e sentidos variados. A análise qualitativa baseia-se na comparação dos tempos de migração da solução padrão com os tempos de migração das substâncias da amostra avaliada. A análise quantitativa é expressa em gráficos que expressam os picos de cada fração separada (SPUDEIT et al., 2012). O uso da eletroforese capilar ainda é restrito já que o equipamento utilizado nessa técnica tem um custo elevado. Contudo, é uma ótima alternativa para
  • 12. 14 fracionamento de proteínas, por ser rápida (apenas quatro minutos), por oferecer boa resolução e eficiência, além de necessitar de uma pequena quantidade de amostra. É frequentemente utilizada na análise dos íons presentes nos alimentos de origem animal, compostos e fluídos biológicos. 2.12 Revelação de Proteínas em Géis Após a eletroforese, os géis são corados em soluções apropriadas para revelação de bandas de proteínas totais ou enzimas específicas. Para proteínas totais, a eletroforese é usualmente desenvolvida em géis de poliacrilamida, em virtude de seu maior poder de resolução. Para enzimas, tanto o gel de amido quanto o gel de poliacrilamida podem ser empregados satisfatoriamente, e os métodos de revelação são essencialmente os mesmos. 2.13 Documentação de Resultados em Gel Fotografia Convencional: A câmera fotográfica é acoplada a um sistema de iluminação com luz incidente e transmitida. Os braços flexíveis da luminária permitem a focalização da luz sobre o gel. Muitas vezes apenas a luz transmitida é suficiente para sensibilizar o filme e obter fotos de boa qualidade. Fotografia Digital: A fotodocumentação digital é feita mediante o uso de um sistema computadorizado que permite a captura, a visualização e o processamento de imagens de bandas de proteínas e ácidos nucléicos reveladas em géis. O sistema consiste de uma câmara escura de mesa, tendo internamente um transiluminador móvel de luz ultravioleta (UV) para géis corados com brometo de etídio para ácidosnucléicos ou transiluminador de luz branca para géis de proteínas ou enzimas coradas. Em virtude de seu alto custo atualmente, este sistema é ainda inacessível à maioria dos laboratórios, mas suas consideráveis vantagens em relação aos métodos convencionais de documentação de resultados em géis justificam o seu uso. 2.14 Mecanismo da Electroforese 1. a amostra contendo as macromoléculas devidamente desnaturadas e reduzidas é distribuída ao nos poços ou cavidades do gel de suporte; 2. após a distribuição o equipamento é fechado e o campo elétrico é aplicado no gel, através de um dispositivo diferencial de energia elétrica e as macromoléculas vão sendo distribuídas pela extensão do gel e são separadas em função de sua massa e tamanho molecular que são os principais fatores que determinam a mobilidade eletroforética.
  • 13. 15 3. No topo do gel existe uma mistura de macromoléculas de variados tamanhos e massas moleculares de modo que quando o campo elétrico é aplicado as moléculas menores migram primeiro, pela malha formada pelo gel. Ao passo que durante a distribuição o gel funciona como uma peneira molecular e as moléculas com massa molecular mais elevada vão sendo retidas ao longo do processo pelas malhas gel o que permite que as macromoléculas sejam analisadas pela sua massa molecular. 4. No final do processo quando todas as macromoléculas estão ditribuidas o gel é mergulhado em uma solução corante. 5. Para proteínas são usadas solução de nitrato de prata que detecta proteínas mesmo que a concentração seja muito baixa. Ou o gel é mergulhado em uma solução ácida e alcoólica de corante azul de coomassie. Um período de tempo é aguardo e em seguida observa-se o eletroforetograma que nada mais é do que o gel corado. Para analise de ácidos nucléicos (DNA e RNA) são usados corantes como brometo de etidio, laranja de acridina e profalvina que são corantes com estrutura aromática, quando sob a luz utravioleta apresentam fluorescência.
  • 14. 16 3 CONCLUSÃO A eletroforese consiste em empregar uma corrente elétrica contínua para separar os componentes do sangue, urina, líquor e outras soluções. Em que, quanto maior a corrente, maior será a velocidade com que as moléculas de proteínas se moverão. A técnica de separação de proteínas utiliza forças eletroforéticase eletroendosmóticas, onde um pólo positivo (ânodo) e outro negativo (cátodo) geram um potencial elétrico Este potencial promove a migração das proteínas em direção ao ânodo e, dependendo do peso molecular e da carga elétrica, percorrem distâncias distintas, gerando diferentes bandas, representadas por albumina, globulinas alfa e beta e gama. As frações separadas são observadas a partir de um corante sensível a proteínas e quantificadas por densitometria ou eluição. Os resultados são expressos em percentagem de concentração das diversas frações e em forma gráfica. A taxa de migração das proteínas pode ser afetada pelo pH, força iônica e composição do sistema tampão usado. A empregabilidade da electroforese já é notória nos tempos actuais, podendo estar presentes em diversas áreas como é o caso da Medicina e indústrias alimentares.
  • 15. 17 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ↑ Color electrophoretic displays using same polarity reversing address pulse (em inglês), 26 de maio de 2017, consultado em 18 de novembro de 2019 https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Eletroforese https://www.infoescola.com/bioquimica/eletroforese/