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Na Estrada com os Livros
As bibliotecas móveis como solução de acesso a
serviços de bibliotecas num país de contrastes
Montalegre, 8 de Junho de 2013
João Henriques
1. Dissertação de mestrado
• Motivações, objectivos e
metodologia
• Contextualização
• Resultados do estudo
2. A Nave Voadora – Directório de
Bibliotecas Itinerantes
• Motivações e recolha de
informação
• Uma descrição da realidade
• Objectivos futuros
Itinerário…
Motivações
• Ressurgimento das bibliotecas móveis
•50 anos rede de bibliotecas itinerantes da Fundação
Calouste Gulbenkian (2008)
• Ausência de reflexão e debate ao contrário do que
acontece em outros países europeus (ex. Espanha)
Desigual distribuição da
população no território
português
ex. assimetria
litoral - interior
Desigualdade no
acesso a serviços
públicos básicos
SOLUÇÃO (ex. zonas rurais)
Recurso ao modelo de
itinerância
unidades móveis de saúde,
bibliotecas móveis, postos
de correios, etc.
3
Objectivos
• Demonstrar que as bibliotecas móveis como serviço
de extensão bibliotecária são um meio eficaz para
atingir zonas do território e franjas da população
que, de outro modo, não poderiam aceder aos
serviços de biblioteca e aos recursos informacionais
que ela fornece;
• Avaliar as consequências sobre os hábitos de leitura
e acesso à informação nas populações por eles
servidas.
Metodologia
• Método linear clássico (Quivy e Van Campenhoudt, 2005)
• Estudo de Caso (Bibliomóvel de Proença-a-Nova)
• Em termos exploratórios:
Análise de
documentos
normativos
Bibliografia geral e casos
de aplicação destes
serviços (práticas de
promoção da leitura,
gestão de colecções,
gestão do serviço, etc.)
Caracterização do
universo das bibliotecas
móveis em Portugal
(levantamento dos
serviços existentes)
Metodologia
• Técnica de recolha de dados: inquérito por
questionário
•População - alvo: amostra de 52 indivíduos num universo
de 220 indivíduos (utilizadores registados da Bibliomóvel)
• Estrutura do inquérito: perguntas fechadas,
complementadas por perguntas semi-abertas, uma questão
em escala ordinal
1ª parte 2ª parte 3ª parte
Identificação das
características da
população em estudo
(género, idade,
habilitações e local de
residência)
Avaliar o grau de
utilização de bibliotecas
na área geográfica alvo
de estudo
Identificar consequências
e mudanças introduzidas
pela Bibliomóvel ao nível
dos hábitos de leitura e
acesso à informação
6
Definição e Conceito de serviço
“Os serviços têm de ser fisicamente acessíveis a todos os membros da comunidade. [...]
Implica igualmente serviços destinados àqueles a quem é impossível frequentar a
biblioteca.”
Manifesto IFLA/UNESCO sobre Bibliotecas Públicas, 1994
Pontos fixos
ex. pólos da biblioteca
pública
Pontos móveis
ex. bibliotecas móveis
Empréstimos colectivos
ex. bibliocaixas ou
bibliomalas
Empréstimos
via postal
Conceito de extensão
bibliotecária:
Os processos e serviços
que uma biblioteca leva a
cabo para chegar aos seus
utilizadores que, por
razões de uma
marginalização criada por
determinado contexto
Definição e Conceito de serviço
Como definir Biblioteca Móvel?
Serviço de extensão bibliotecária da biblioteca pública, que é disponibilizado
através de um qualquer meio de transporte (carro, barco, comboio, etc.) e por
meio do qual são levados os serviços básicos de biblioteca até comunidades
desfavorecidas pela sua localização geográfica (pequenas comunidades, áreas
rurais, bairros periféricos de zonas urbanas) ou públicos específicos (prisões, lares
de idosos ou escolas), e que a esses mesmos serviços não podem ter um fácil
acesso.
A implementação do serviço: critérios
Que documentos orientadores a utilizar?
- Mobile Library Guidelines (IFLA, 1991)
- El servicio de bibliobús: pautas básicas para su funcionamiento
(2002)
Que preocupações se devem ter ao implementar estes
serviços?
• Estudar a viabilidade e as condições existentes para a implementação
de um serviço de biblioteca móvel tendo em conta:
- A comunidade o ter solicitado
- A proximidade ou não com bibliotecas (pontos fixos)
- A proximidade de escolas e jardins de infância
- Quantitativos populacionais existentes e seu grau de mobilidade
A implementação do serviço: critérios
• Conhecer as características do local: tipos de público,
potenciais utilizadores, etc.
• Pontos de paragem: locais centrais, sinalizados,
periodicidade das visitas
• Estabelecer as melhores rotas possíveis
• Colecção: articulação com a colecção da biblioteca
pública fixa; carácter geral mas com atenção às
necessidades locais
• Tipos de veículos: características técnicas
• Recursos Humanos
Serviços disponibilizados
• Os serviços disponibilizados não diferem dos tradicionais:
apenas têm especificidades próprias
• Empréstimo Domiciliário: periodicidade das visitas,
flexibilidade das regras de empréstimo
• Novas Tecnologias da Informação e Comunicação: acesso
internet, existência de um número mínimo de equipamentos
• Serviços à Comunidade: Serviço de Referência, Formação,
apoio na execução de práticas ligadas ao quotidiano (escrever
carta, etc.)
• Promoção da leitura: actividades de animação da leitura (ex.
hora do conto)
Bibliotecas móveis em Portugal: um
percurso
• A 1ª República: primeiras experiências
- Proximidade com o utilizador
- Evolução em números: 50 (1920) 22 (1922) 19 (1926)
• As bibliotecas ambulantes do Secretariado Nacional de Informação
(1945-1949)
- População-alvo: populações rurais
- Valores identitários da cultura portuguesa = reflexo na colecção
• A biblioteca móvel do Museu-Biblioteca Conde Castro Guimarães (Cascais)
e o papel de Branquinho da Fonseca (1953)
- 1ª experiência bem sucedida
- Introdução de princípios inovadores para a época tais como o empréstimo domiciliário
e uma renovação constante da colecção
Bibliotecas móveis em Portugal: um
percurso
• O papel pioneiro das bibliotecas itinerantes da Fundação Calouste
Gulbenkian (1958) com adopção de outros princípios inovadores:
- Empréstimo domiciliário por período alargado
- Aconselhamento sobre leituras
- Atenção às necessidades de diferentes grupos etários (ex. crianças e adolescentes)
- Aumento gradual da cobertura do serviço
15 (1958) 29 (1960) 47 (1962) 60 (1972) 62 (1975) 57 (1989)
- Crescente adesão de utilizadores
2.571,212 (1958-1962) 6.302,991 (1963-1967) 7.346,573 (1978-1982)
- Década de 70 (séc. XX) → Extinção Serviço
Bibliotecas Fixas (2002)
Bibliotecas móveis em
Portugal (2009)
• A segunda metade da década de 90 (séc. XX) marca
o ressurgimento das bibliotecas móveis
• Distribuição territorial:
- 56 unidades circulantes
- Litoral / Interior Norte e Centro
- Grande Lisboa, Alentejo, Algarve
• Públicos: escolas e público em geral
• Veículos: carrinhas; apenas uma utiliza veículo tipo
autocarro (Mealhada)
Legenda:
BM em serviço BM recentemente em serviço
BM fora serviço (avarias) BM em projecto
BM fora serviço (pólos fixos)
Estudo de caso
Bibliomóvel de Proença-a-Nova: análise do
meio envolvente
• O concelho de Proença-a-Nova situa-se no distrito de Castelo
Branco, na denominada região do Pinhal Interior Sul
• 9.610 habitantes (Censos 2001) distribuídos por uma área de 395,4
km² e seis freguesias (Alvito da Beira, Montes da Senhora, Peral,
Proença-a-Nova e Sobreira Formosa)
• Elevados índices de desertificação = acentuada diminuição do
número de habitantes = envelhecimento
Sintoma: encerramento progressivo de numerosos
estabelecimentos de ensino do 1º ciclo EB
• Baixo nível de habilitações, maioritariamente ao nível do 1.º ciclo
do ensino básico
A Rede de Bibliotecas
Municipais de Proença-
a-Nova e a Bibliomóvel
• Biblioteca Municipal Central
(BM1)
•4 pólos
• 2.562 utilizadores (2007) = 28%
hab. concelho
• Bibliomóvel de Proença-a-Nova
surge em 29 de Junho de 2006
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sexta-feira, entre as 14:00h e as
17:30h
• Visitas: Periodicidade quinzenal
Legenda:
A23
IC8
Estrada Nacional
Estradas Municipais
A Rede de Bibliotecas Municipais de
Proença-a-Nova e a Bibliomóvel
• Percurso da Bibliomóvel serve, directamente, 23% da população do
concelho (2.209 habitantes residentes nos pontos de paragem)
220 habitantes (10%) são utilizadores registados
• Serviços: empréstimo domiciliário (livros e DVD’s), fotocópias, serviço
de referência, acesso à Internet e os “Antídotos contra a solidão e o
isolamento”
• Novo serviço de itinerância: Maletras = Mala das Letras
• Animação: Hora do Conto e Animação de Verão
Colecção
Livros DVD’s Periódicos
828 115 8 publicações periódicas: 2 diários (1 desportivo e 1 generalista),
1 jornal regional e 5 revistas mensais
Análise dos resultados
Caracterização da população em estudo
• Predominância de utilizadores do
sexo feminino (61,5%)
• Repartição equitativa entre adultos
(42,3%) e os escalões mais jovens
- Crianças = 21,2%
- Jovens = 17,3%
• Habilitações literárias
- 1º ciclo ensino básico (46,2%)
- 3º ciclo ensino básico (30,8%)
21,2 %
17,3 %
42,3 %
19,2 %
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Percentagem%
Escalão etário
Crianças (0-14)
Jovens (15-24)
Adultos (25-64)
Idosos (65+)
• Perfil do utilizador
- Adultos do sexo feminino, portadores de
qualificações ao nível do 1.º ciclo do ensino básico
(56,3%)
Sem esquecer:
- Jovens do sexo masculino, portadores de
qualificações ao nível do 3º ciclo
- Idosos, portadores de qualificações ao nível do 1º
ciclo
• Cobertura territorial restrita aos utilizadores
residentes em cada ponto de paragem
Análise dos resultados
Análise dos resultados
• 84,6% dos inquiridos nunca
frequentaram bibliotecas fora do
concelho
• 51,9% inquiridos frequentou os
pontos fixos de biblioteca
existentes no concelho
- Crianças (90,9%)
- Jovens (100%)
• O perfil dos não frequentadores
de bibliotecas é mais envelhecido
- Adultos (68,2%)
- Idosos (90%)
Utilização de bibliotecas do concelho
38,7 %
22,6 %
22,6 %
9,7 %
6,5 %
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Percentagem%
Motivos para o não recurso às
bibliotecas concelhias
Não sentia necessidade de
recorrer ao uso de
bibliotecas
Ausência de transporte
próprio para a deslocação
Ausência de tempo para aí
me desclocar devido à
minha actividade
profissional
Ausência de transportes
públicos para me deslocar
às bibliotecas
Outras razões
Análise dos resultados
A Bibliomóvel e os seus impactos
• Principal razão para a sua utilização é o facto de ela ser a biblioteca mais
próxima (46,2%)
- Adultos (40%) - Idosos (80%)
• Desenvolvimento de comportamentos latentes
como o gosto pela leitura
- 28,8% e 17,3% como 1ª e 2ª
razões, respectivamente
- Crianças e Jovens = sinal de reforço da leitura
- Adultos e Idosos = criação desse mesmo gosto pela
leitura
• Fraco papel dos encarregados de educação no
estímulo da leitura (1,9%)
Análise dos resultados
• Aumento do nível conhecimentos e cultura geral (27,1%)
• Estar mais informado sobre assuntos da actualidade (8,6%)
• Transformação dos
hábitos de leitura e
informação (82,7%)
• Reforço da prática da
leitura (55,7%)
- Crianças (66,7%)
- Jovens (62,5%)
- Adultos (48,5%)
- Idosos (61,5%)
6,7%
6,1%
23,1%
20%
25%
36,4%
15,4%
66,7%
62,5%
48,5%
61,5%
12,5%
3%
6,7%
6,1%
0 20 40 60 80
Crianças
Jovens
Adultos
Idosos
Percentagem %
EscalõesEtários
Outras razões
Senti a necessidade de
melhorar a minha
formação/escolaridade
Passei a ler mais do que lia
antes
Aumentei os meus
conhecimentos/cultura
geral
Passei a estar mais
informado sobre assuntos
da actualidade
Análise dos resultados
Crianças Jovens Adultos Idosos
Livros 39,1% 25 40,5% 40%
Periódicos 0 8,3% 51,4% 60%
DVD’s 30,4% 25% 2,7% 0
Internet 30,4% 41,7% 5,4% 0
Que recursos contribuíram para essa transformação?
• Para 17,3% dos inquiridos, o surgimento
da Bibliomóvel não produziu quaisquer alterações
nos seus hábitos de leitura e informação
- 70% já liam anteriormente
- 20% afirmaram não gostar de ler
Análise dos resultados
• Benefícios para as suas
comunidades (92%)
- Incremento dos hábitos de leitura
- Posse de mais informação sobre os
mais variados assuntos
- Reforço de laços de solidariedade
e vizinhança em torno da leitura
• Benefícios mais sentidos
pelos idosos (35,3%)
• 8% dos inquiridos não identificaram quaisquer benefícios para as suas
comunidades
24,4%
52,6%
23,1%
0
10
20
30
40
50
60
Percentagem%
Benefícios para a aldeia
Proporcionou
maior convívio
As pessoas lêm
mais
As pessoas estão
mais informadas
Outras razões
Conclusões
• Biblioteca pública = pólo de vida cultural e de socialização
a biblioteca móvel alarga esse conceito
• Oportunidade para fomentar a coesão social e cultural de um país
ao elevar os níveis de literacia
• Meio de fomentar a procura de formação
• Reforço dos laços de solidariedade nas comunidades em torno da
leitura
• Necessidade de reflexão sobre as bibliotecas móveis
- Criação de espaços de debate
- Criação de instrumentos de planeamento e avaliação
A Nave Voadora, Directório de
Bibliotecas Itinerantes Portuguesas
A Nave Voadora, Directório de
Bibliotecas Itinerantes Portuguesas
Motivações
• Contibuto para promoção da reflexão e debate
• Descrever uma realidade pouco conhecida ou
esquecida (até 2008/2008)
• Agregar recursos vários
dispersos ou desconhecidos
(Bibliografia, recursos para bibliotecários, etc.)
A Nave Voadora, Directório de
Bibliotecas Itinerantes Portuguesas
Como?
• Pesquisa de informação nos sítios Internet das
autarquias e bibliotecas públicas
• Meios de comunicação social
nacionais e regionais
• Formato wiki (Wetpaint)
• Problemas: ausência ou
informação desactualizada
Bibliotecas móveis em
Portugal (2013)
• 69 unidades circulantes em Portugal
Continental e ilhas (R.A. Açores)
• Distribuição territorial:
- Litoral / Interior Norte
- Alentejo / Algarve
- Menor n.º na zona centro
• Públicos: público em
geral, escolas, instituições sociais, lares
de idosos ou estabelecimentos prisionais.
Legenda:
BM em serviço BM desactivadas
BM em projecto
2009
56
2013
69
Itinerantes em Portugal no ano 2013
• 32
serviços
s.d.
indicada
1958 (1)
1961 (1)
1989 (1)
1991 (1) 1993 (1)
1994 (1)
1997 (4)
1998 (2)
2000 (1) 2001 (2)
2002 (3)
2004 (2)
2005 (2)
2006 (3) 2007 (1)
2008 (1)
2009 (1)
2010 (1)
2011 (4) 2012 (3)
2013 (1)
Itinerantes em Portugal no ano 2013
Itinerantes em Portugal no ano 2013
Uma razão para os diferentes números por
vezes apresentados
Itinerantes em Portugal no ano 2013
Itinerantes em Portugal no ano 2013
A Nave Voadora na(s) rede(s)…
Youtube (2011)
Facebook (2013)
Google + (2013)
A Nave Voadora,Directório de Bibliotecas
Itinerantes Portuguesas
Objectivos futuros
• Actualização da informação mais permanente e
participativa facilitando o debate
• Continuação da recolha da memória das
itinerantes (vídeos, recortes de imprensa, etc.)
• Descrição (possível) da história
das itinerantes em Portugal
MAIOR MOBILIZAÇÃO DE TODOS
Obrigado 
anavevoadora@gmail.com
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Bibliomovel Proença-a-Nova, Nuno Marçal, Bibliotecário-Ambulante
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Unesco
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Literacia da Informação e Formação de Utilizadores.
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Encontro de Bibliotecas itinerantes em Montalegre, 8 Junho 2013

  • 1. Na Estrada com os Livros As bibliotecas móveis como solução de acesso a serviços de bibliotecas num país de contrastes Montalegre, 8 de Junho de 2013 João Henriques
  • 2. 1. Dissertação de mestrado • Motivações, objectivos e metodologia • Contextualização • Resultados do estudo 2. A Nave Voadora – Directório de Bibliotecas Itinerantes • Motivações e recolha de informação • Uma descrição da realidade • Objectivos futuros Itinerário…
  • 3. Motivações • Ressurgimento das bibliotecas móveis •50 anos rede de bibliotecas itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian (2008) • Ausência de reflexão e debate ao contrário do que acontece em outros países europeus (ex. Espanha) Desigual distribuição da população no território português ex. assimetria litoral - interior Desigualdade no acesso a serviços públicos básicos SOLUÇÃO (ex. zonas rurais) Recurso ao modelo de itinerância unidades móveis de saúde, bibliotecas móveis, postos de correios, etc. 3
  • 4. Objectivos • Demonstrar que as bibliotecas móveis como serviço de extensão bibliotecária são um meio eficaz para atingir zonas do território e franjas da população que, de outro modo, não poderiam aceder aos serviços de biblioteca e aos recursos informacionais que ela fornece; • Avaliar as consequências sobre os hábitos de leitura e acesso à informação nas populações por eles servidas.
  • 5. Metodologia • Método linear clássico (Quivy e Van Campenhoudt, 2005) • Estudo de Caso (Bibliomóvel de Proença-a-Nova) • Em termos exploratórios: Análise de documentos normativos Bibliografia geral e casos de aplicação destes serviços (práticas de promoção da leitura, gestão de colecções, gestão do serviço, etc.) Caracterização do universo das bibliotecas móveis em Portugal (levantamento dos serviços existentes)
  • 6. Metodologia • Técnica de recolha de dados: inquérito por questionário •População - alvo: amostra de 52 indivíduos num universo de 220 indivíduos (utilizadores registados da Bibliomóvel) • Estrutura do inquérito: perguntas fechadas, complementadas por perguntas semi-abertas, uma questão em escala ordinal 1ª parte 2ª parte 3ª parte Identificação das características da população em estudo (género, idade, habilitações e local de residência) Avaliar o grau de utilização de bibliotecas na área geográfica alvo de estudo Identificar consequências e mudanças introduzidas pela Bibliomóvel ao nível dos hábitos de leitura e acesso à informação 6
  • 7. Definição e Conceito de serviço “Os serviços têm de ser fisicamente acessíveis a todos os membros da comunidade. [...] Implica igualmente serviços destinados àqueles a quem é impossível frequentar a biblioteca.” Manifesto IFLA/UNESCO sobre Bibliotecas Públicas, 1994 Pontos fixos ex. pólos da biblioteca pública Pontos móveis ex. bibliotecas móveis Empréstimos colectivos ex. bibliocaixas ou bibliomalas Empréstimos via postal Conceito de extensão bibliotecária: Os processos e serviços que uma biblioteca leva a cabo para chegar aos seus utilizadores que, por razões de uma marginalização criada por determinado contexto
  • 8. Definição e Conceito de serviço Como definir Biblioteca Móvel? Serviço de extensão bibliotecária da biblioteca pública, que é disponibilizado através de um qualquer meio de transporte (carro, barco, comboio, etc.) e por meio do qual são levados os serviços básicos de biblioteca até comunidades desfavorecidas pela sua localização geográfica (pequenas comunidades, áreas rurais, bairros periféricos de zonas urbanas) ou públicos específicos (prisões, lares de idosos ou escolas), e que a esses mesmos serviços não podem ter um fácil acesso.
  • 9. A implementação do serviço: critérios Que documentos orientadores a utilizar? - Mobile Library Guidelines (IFLA, 1991) - El servicio de bibliobús: pautas básicas para su funcionamiento (2002) Que preocupações se devem ter ao implementar estes serviços? • Estudar a viabilidade e as condições existentes para a implementação de um serviço de biblioteca móvel tendo em conta: - A comunidade o ter solicitado - A proximidade ou não com bibliotecas (pontos fixos) - A proximidade de escolas e jardins de infância - Quantitativos populacionais existentes e seu grau de mobilidade
  • 10. A implementação do serviço: critérios • Conhecer as características do local: tipos de público, potenciais utilizadores, etc. • Pontos de paragem: locais centrais, sinalizados, periodicidade das visitas • Estabelecer as melhores rotas possíveis • Colecção: articulação com a colecção da biblioteca pública fixa; carácter geral mas com atenção às necessidades locais • Tipos de veículos: características técnicas • Recursos Humanos
  • 11. Serviços disponibilizados • Os serviços disponibilizados não diferem dos tradicionais: apenas têm especificidades próprias • Empréstimo Domiciliário: periodicidade das visitas, flexibilidade das regras de empréstimo • Novas Tecnologias da Informação e Comunicação: acesso internet, existência de um número mínimo de equipamentos • Serviços à Comunidade: Serviço de Referência, Formação, apoio na execução de práticas ligadas ao quotidiano (escrever carta, etc.) • Promoção da leitura: actividades de animação da leitura (ex. hora do conto)
  • 12. Bibliotecas móveis em Portugal: um percurso • A 1ª República: primeiras experiências - Proximidade com o utilizador - Evolução em números: 50 (1920) 22 (1922) 19 (1926) • As bibliotecas ambulantes do Secretariado Nacional de Informação (1945-1949) - População-alvo: populações rurais - Valores identitários da cultura portuguesa = reflexo na colecção • A biblioteca móvel do Museu-Biblioteca Conde Castro Guimarães (Cascais) e o papel de Branquinho da Fonseca (1953) - 1ª experiência bem sucedida - Introdução de princípios inovadores para a época tais como o empréstimo domiciliário e uma renovação constante da colecção
  • 13. Bibliotecas móveis em Portugal: um percurso • O papel pioneiro das bibliotecas itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian (1958) com adopção de outros princípios inovadores: - Empréstimo domiciliário por período alargado - Aconselhamento sobre leituras - Atenção às necessidades de diferentes grupos etários (ex. crianças e adolescentes) - Aumento gradual da cobertura do serviço 15 (1958) 29 (1960) 47 (1962) 60 (1972) 62 (1975) 57 (1989) - Crescente adesão de utilizadores 2.571,212 (1958-1962) 6.302,991 (1963-1967) 7.346,573 (1978-1982) - Década de 70 (séc. XX) → Extinção Serviço Bibliotecas Fixas (2002)
  • 14. Bibliotecas móveis em Portugal (2009) • A segunda metade da década de 90 (séc. XX) marca o ressurgimento das bibliotecas móveis • Distribuição territorial: - 56 unidades circulantes - Litoral / Interior Norte e Centro - Grande Lisboa, Alentejo, Algarve • Públicos: escolas e público em geral • Veículos: carrinhas; apenas uma utiliza veículo tipo autocarro (Mealhada) Legenda: BM em serviço BM recentemente em serviço BM fora serviço (avarias) BM em projecto BM fora serviço (pólos fixos)
  • 15. Estudo de caso Bibliomóvel de Proença-a-Nova: análise do meio envolvente • O concelho de Proença-a-Nova situa-se no distrito de Castelo Branco, na denominada região do Pinhal Interior Sul • 9.610 habitantes (Censos 2001) distribuídos por uma área de 395,4 km² e seis freguesias (Alvito da Beira, Montes da Senhora, Peral, Proença-a-Nova e Sobreira Formosa) • Elevados índices de desertificação = acentuada diminuição do número de habitantes = envelhecimento Sintoma: encerramento progressivo de numerosos estabelecimentos de ensino do 1º ciclo EB • Baixo nível de habilitações, maioritariamente ao nível do 1.º ciclo do ensino básico
  • 16. A Rede de Bibliotecas Municipais de Proença- a-Nova e a Bibliomóvel • Biblioteca Municipal Central (BM1) •4 pólos • 2.562 utilizadores (2007) = 28% hab. concelho • Bibliomóvel de Proença-a-Nova surge em 29 de Junho de 2006 • 8 rotas, no período de terça a sexta-feira, entre as 14:00h e as 17:30h • Visitas: Periodicidade quinzenal Legenda: A23 IC8 Estrada Nacional Estradas Municipais
  • 17. A Rede de Bibliotecas Municipais de Proença-a-Nova e a Bibliomóvel • Percurso da Bibliomóvel serve, directamente, 23% da população do concelho (2.209 habitantes residentes nos pontos de paragem) 220 habitantes (10%) são utilizadores registados • Serviços: empréstimo domiciliário (livros e DVD’s), fotocópias, serviço de referência, acesso à Internet e os “Antídotos contra a solidão e o isolamento” • Novo serviço de itinerância: Maletras = Mala das Letras • Animação: Hora do Conto e Animação de Verão Colecção Livros DVD’s Periódicos 828 115 8 publicações periódicas: 2 diários (1 desportivo e 1 generalista), 1 jornal regional e 5 revistas mensais
  • 18. Análise dos resultados Caracterização da população em estudo • Predominância de utilizadores do sexo feminino (61,5%) • Repartição equitativa entre adultos (42,3%) e os escalões mais jovens - Crianças = 21,2% - Jovens = 17,3% • Habilitações literárias - 1º ciclo ensino básico (46,2%) - 3º ciclo ensino básico (30,8%) 21,2 % 17,3 % 42,3 % 19,2 % 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 Percentagem% Escalão etário Crianças (0-14) Jovens (15-24) Adultos (25-64) Idosos (65+)
  • 19. • Perfil do utilizador - Adultos do sexo feminino, portadores de qualificações ao nível do 1.º ciclo do ensino básico (56,3%) Sem esquecer: - Jovens do sexo masculino, portadores de qualificações ao nível do 3º ciclo - Idosos, portadores de qualificações ao nível do 1º ciclo • Cobertura territorial restrita aos utilizadores residentes em cada ponto de paragem Análise dos resultados
  • 20. Análise dos resultados • 84,6% dos inquiridos nunca frequentaram bibliotecas fora do concelho • 51,9% inquiridos frequentou os pontos fixos de biblioteca existentes no concelho - Crianças (90,9%) - Jovens (100%) • O perfil dos não frequentadores de bibliotecas é mais envelhecido - Adultos (68,2%) - Idosos (90%) Utilização de bibliotecas do concelho 38,7 % 22,6 % 22,6 % 9,7 % 6,5 % 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 Percentagem% Motivos para o não recurso às bibliotecas concelhias Não sentia necessidade de recorrer ao uso de bibliotecas Ausência de transporte próprio para a deslocação Ausência de tempo para aí me desclocar devido à minha actividade profissional Ausência de transportes públicos para me deslocar às bibliotecas Outras razões
  • 21. Análise dos resultados A Bibliomóvel e os seus impactos • Principal razão para a sua utilização é o facto de ela ser a biblioteca mais próxima (46,2%) - Adultos (40%) - Idosos (80%) • Desenvolvimento de comportamentos latentes como o gosto pela leitura - 28,8% e 17,3% como 1ª e 2ª razões, respectivamente - Crianças e Jovens = sinal de reforço da leitura - Adultos e Idosos = criação desse mesmo gosto pela leitura • Fraco papel dos encarregados de educação no estímulo da leitura (1,9%)
  • 22. Análise dos resultados • Aumento do nível conhecimentos e cultura geral (27,1%) • Estar mais informado sobre assuntos da actualidade (8,6%) • Transformação dos hábitos de leitura e informação (82,7%) • Reforço da prática da leitura (55,7%) - Crianças (66,7%) - Jovens (62,5%) - Adultos (48,5%) - Idosos (61,5%) 6,7% 6,1% 23,1% 20% 25% 36,4% 15,4% 66,7% 62,5% 48,5% 61,5% 12,5% 3% 6,7% 6,1% 0 20 40 60 80 Crianças Jovens Adultos Idosos Percentagem % EscalõesEtários Outras razões Senti a necessidade de melhorar a minha formação/escolaridade Passei a ler mais do que lia antes Aumentei os meus conhecimentos/cultura geral Passei a estar mais informado sobre assuntos da actualidade
  • 23. Análise dos resultados Crianças Jovens Adultos Idosos Livros 39,1% 25 40,5% 40% Periódicos 0 8,3% 51,4% 60% DVD’s 30,4% 25% 2,7% 0 Internet 30,4% 41,7% 5,4% 0 Que recursos contribuíram para essa transformação? • Para 17,3% dos inquiridos, o surgimento da Bibliomóvel não produziu quaisquer alterações nos seus hábitos de leitura e informação - 70% já liam anteriormente - 20% afirmaram não gostar de ler
  • 24. Análise dos resultados • Benefícios para as suas comunidades (92%) - Incremento dos hábitos de leitura - Posse de mais informação sobre os mais variados assuntos - Reforço de laços de solidariedade e vizinhança em torno da leitura • Benefícios mais sentidos pelos idosos (35,3%) • 8% dos inquiridos não identificaram quaisquer benefícios para as suas comunidades 24,4% 52,6% 23,1% 0 10 20 30 40 50 60 Percentagem% Benefícios para a aldeia Proporcionou maior convívio As pessoas lêm mais As pessoas estão mais informadas Outras razões
  • 25. Conclusões • Biblioteca pública = pólo de vida cultural e de socialização a biblioteca móvel alarga esse conceito • Oportunidade para fomentar a coesão social e cultural de um país ao elevar os níveis de literacia • Meio de fomentar a procura de formação • Reforço dos laços de solidariedade nas comunidades em torno da leitura • Necessidade de reflexão sobre as bibliotecas móveis - Criação de espaços de debate - Criação de instrumentos de planeamento e avaliação
  • 26.
  • 27. A Nave Voadora, Directório de Bibliotecas Itinerantes Portuguesas
  • 28. A Nave Voadora, Directório de Bibliotecas Itinerantes Portuguesas Motivações • Contibuto para promoção da reflexão e debate • Descrever uma realidade pouco conhecida ou esquecida (até 2008/2008) • Agregar recursos vários dispersos ou desconhecidos (Bibliografia, recursos para bibliotecários, etc.)
  • 29. A Nave Voadora, Directório de Bibliotecas Itinerantes Portuguesas Como? • Pesquisa de informação nos sítios Internet das autarquias e bibliotecas públicas • Meios de comunicação social nacionais e regionais • Formato wiki (Wetpaint) • Problemas: ausência ou informação desactualizada
  • 30. Bibliotecas móveis em Portugal (2013) • 69 unidades circulantes em Portugal Continental e ilhas (R.A. Açores) • Distribuição territorial: - Litoral / Interior Norte - Alentejo / Algarve - Menor n.º na zona centro • Públicos: público em geral, escolas, instituições sociais, lares de idosos ou estabelecimentos prisionais. Legenda: BM em serviço BM desactivadas BM em projecto
  • 32. Itinerantes em Portugal no ano 2013 • 32 serviços s.d. indicada 1958 (1) 1961 (1) 1989 (1) 1991 (1) 1993 (1) 1994 (1) 1997 (4) 1998 (2) 2000 (1) 2001 (2) 2002 (3) 2004 (2) 2005 (2) 2006 (3) 2007 (1) 2008 (1) 2009 (1) 2010 (1) 2011 (4) 2012 (3) 2013 (1)
  • 33. Itinerantes em Portugal no ano 2013
  • 34. Itinerantes em Portugal no ano 2013 Uma razão para os diferentes números por vezes apresentados
  • 35. Itinerantes em Portugal no ano 2013
  • 36. Itinerantes em Portugal no ano 2013
  • 37. A Nave Voadora na(s) rede(s)… Youtube (2011) Facebook (2013) Google + (2013)
  • 38. A Nave Voadora,Directório de Bibliotecas Itinerantes Portuguesas Objectivos futuros • Actualização da informação mais permanente e participativa facilitando o debate • Continuação da recolha da memória das itinerantes (vídeos, recortes de imprensa, etc.) • Descrição (possível) da história das itinerantes em Portugal MAIOR MOBILIZAÇÃO DE TODOS

Notas do Editor

  1. Divisão em 2 partes da apresentação
  2. Lacuna/ refelsão esquecida na área da Biblioteconomia
  3. Documentos normativos: versão antiga normas IFLA e Normas espanholas e ESPANHA. Ministerio de Educación, Cultura y Deporte. Secretaría de Estadode Cultura. Dirección General del Libro, Archivo y Bibliotecas (2002) - El servicio debibliobús. Pautas básicas para su funcionamiento . Madrid: Ministerio de Educación,Cultura y Deporte. Secretaría de Estado de Cultura. Dirección General del Libro,Archivo y Bibliotecas, 2002. [Emlinha]. [Consult. 3 Mar. 2008]Levantamentosites, contactos etc.
  4. Biblioteca sem muros nem ameias (14, 15 Maio 2009)
  5. Inicio 2010
  6. 13 membros registadosBibliografia, recursos tecnicos como transformação de viaturas
  7. Modelos Renualt, Opel…
  8. Ainda mapas criados no Google Maps mas incipiente devido à pouca informação ou outras prioridades
  9. Mais utilizadores registados a efectivamente actualizar dados – Cooperparação de outras pessoas como moderadoresMais informação mais actualizada (ex. ano de matrícula viaturas – avaliar idade parque automóvel)