O texto descreve a jornada de uma mulher aposentada chamada Sinhá que está enfrentando sentimentos de solidão, tédio e perda de propósito após se aposentar. Ela descobriu que as pessoas a viam apenas por seu cargo e não por quem ela realmente era. Agora que está aposentada, Sinhá sente que suas asas para voar foram cortadas e que a vida perdeu o sentido e alegria que tinha antes.
3. E agora, Sinhá? Você se aposentou e descobriu que para muitos você não era você, mas apenas o seu cargo. Seus entes mais queridos mudaram de plano. Seus filhos cresceram e cortaram o cordão. E agora, Sinhá? O tempo se arrasta, os ponteiros são lentos, as horas não passam. Seus amigos não vêm e tampouco você vai e o mais assustador, é que isto não lhe importa mais.
4. E agora, Sinhá? Você já conhece o outro lado da fama e não está mais disposta a pagar o preço. Você já sabe que para cada topo, sempre existe outro bem mais alto e desafiador. Você sente que seu vigor está incompatível com a próxima escalada. E agora, Sinhá? Você quer estender as asas e alçar vôo como um imperativo de sua alma. Mas cadê as asas, Sinhá? O cantar já não é. O dançar já não é. O versejar já se foi e as flores são de plástico. O natal jubiloso já não é, o reveillon, apenas uma taça, não há lascívia no carnaval, nem se renasce mais na páscoa.
5. E agora, Sinhá? Livros, não mais! De auto ajuda, jamais! Filosofias? Todas exauridas à visão de quem as criou e aquela que era só sua, fragmentou. E agora, Sinhá? Que a vida lhe parece de uma torturante mesmice e pequenez ou será você que se "apequenou" feito grão de mostarda, jogada numa terra qualquer onde brotar parece impossível.
6. E agora, Sinhá? Você deu-se conta que virou mercúrio: todos pensam que você está esférica, compacta e luminosa porque aos olhos deles, assim lhes parece. Mas só você sabe, Sinhá, que você se dispersará em mil partículas a qualquer mão que porventura queira lhe tocar. E agora, Sinhá? Volte pra casa, Sinhá! Volte para o mar! Volte para a-mar! ————————————————————————————— (Singela homenagem a Carlos Drummond de Andrade). Descalvado – SP – 10 dez. 2005. .
7. Texto: Recebido da autora, por e-mail, em 11 dez. 2005. Imagem: Arquivo (Editada) Música: Edelweiss - instrumental (piano and violin) - Izabela. Formatação: José Carlos Abreu Teixeira. O PPS “E Agora, Sinhá” termina aqui. A seguir são apresentados alguns dados biográficos de FÁTIMA IRENE PINTO. Caso esses dados não sejam de seu interesse, aperte para sair a tecla “Esc”, a primeira de cima para baixo do lado esquerdo do teclado. Para prosseguir, continue a clicar.
8. Fátima Irene Pinto Fátima Irene Pinto, quarta filha de Arthur Ferreira Pinto e Sílvia Veronezi Pinto, nasceu em Pirajuí (SP) no 17 de Agosto de 1953. Mudou-se com a família para a cidade de Descalvado (SP) aos 3 anos de idade, onde hoje reside. Formada em Letras em 1978 ( Fac. Barão de Mauá - Rib.Preto), mãe de gêmeos, Renan Veronezzi e Régis Veronezzi, adora ler e tem muitos livros de H. Rohden - Pietro Ubaldi - Yogananda - Chopra.
9. Acha a Bíblia um manancial de conhecimento assim como a Mitologia. Gosta de estudar sobre Confrarias e Metafísica ... um pouquinho de tudo, como diz, mas dá realce à "Grande Síntese" de Pietro Ubaldi que leu aos 16 anos e acha uma obra sublime e nunca mais deixou de retomar várias vezes. Vê o seu primeiro livro, MOMENTOS CATÁRTICOS, como um livro com temas denotadamente tristes. Já os livros posteriores mostram uma nova mulher em fase de gratidão e renovação perante a vida. Livros editados: Momentos Catárticos. São Paulo: Fiuza Editores, 2001. Palavras Para Entorpecer O Coração. Belo Horizonte: Soler Editora, 2004. “ RELICÁRIO" Fragmentos de Amor e Paixão. Belo Horizonte: Soler Editora, 2004. Ecos da Alma. Belo Horizonte: Soler Editora, 2005.
10. A partir e 1990, passou a dedicar-se integralmente ao trabalho e aos filhos, preenchendo o pouco tempo disponível com estudos vários, na condição de auto-didata. Nessa condição, foi aluna dos cursos Pró-Vida; Ordem Rosa Cruz e Self Realization da Índia, dentre outros. Fátima Irene consta em diversas Coletâneas e E-Books e tem diversos textos traduzidos para outros idiomas. — ——————————— Fontes: http://www.paralerepensar.com.br/fatimairene.htm http://www.fatimairene.com/especial/biografia.htm
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12. E Agora, Sinhá? E agora, Sinhá? Você se aposentou e descobriu que para muitos você não era você, mas apenas o seu cargo. Seus entes mais queridos mudaram de plano. Seus filhos cresceram e cortaram o cordão. E agora, Sinhá? O tempo se arrasta, os ponteiros são lentos, as horas não passam. Seus amigos não vêm e tampouco você vai e o mais assustador, é que isto não lhe importa mais.
13. E agora, Sinhá? Você já conhece o outro lado da fama e não está mais disposta a pagar o preço. Você já sabe que para cada topo, sempre existe outro bem mais alto e desafiador. Você sente que seu vigor está incompatível com a próxima escalada. E agora, Sinhá? Você quer estender as asas e alçar vôo como um imperativo de sua alma. Mas cadê as asas, Sinhá? O cantar já não é. O dançar já não é. O versejar já se foi e as flores são de plástico. O natal jubiloso já não é, o reveillon, apenas uma taça, não há lascívia no carnaval, nem se renasce mais na páscoa.
14. E agora, Sinhá? Você deu-se conta que virou mercúrio: todos pensam que você está esférica, compacta e luminosa porque aos olhos deles, assim lhes parece. Mas só você sabe, Sinhá, que você se dispersará em mil partículas a qualquer mão que proventura queira lhe tocar. E agora, Sinhá? Volte pra casa, Sinhá! Volte para o mar! Volte para a-mar! 10.12.05 Fátima Irene Pinto (Singela homenagem a Carlos Drummond de Andrade) E-mail recebido em 11 dez. 2005.
15. E agora, Sinhá? Livros, não mais! De auto ajuda, jamais! Filosofias? Todas exauridas à visão de quem as criou e aquela que era só sua, fragmentou. E agora, Sinhá? Que a vida lhe parece de uma torturante mesmice e pequenez ou será você que se "apequenou" feito grão de mostarda, jogada numa terra qualquer onde brotar parece impossível.