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LÍNGUA PORTUGUESA
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APOSTILAS OPÇÃO
Língua Portuguesa 1
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
A leitura é o meio mais importante para chegarmos ao
conhecimento, portanto, precisamos aprender a ler e não
apenas “passar os olhos sobre algum texto”. Ler, na verdade, é
dar sentido à vida e ao mundo, é dominar a riqueza de
qualquer texto, seja literário, informativo, persuasivo,
narrativo, possibilidades que se misturam e as tornam
infinitas. É preciso, para uma boa leitura, exercitar-se na arte
de pensar, de captar ideias, de investigar as palavras… Para
isso, devemos entender, primeiro, algumas definições
importantes:
Texto
O texto (do latim textum: tecido) é uma unidade básica de
organização e transmissão de ideias, conceitos e informações
de modo geral. Em sentido amplo, uma escultura, um quadro,
um símbolo, um sinal de trânsito, uma foto, um filme, uma
novela de televisão também são formas textuais.
Interlocutor
É a pessoa a quem o texto se dirige.
Texto-modelo
“Não é preciso muito para sentir ciúme. Bastam três – você,
uma pessoa amada e uma intrusa. Por isso todo mundo sente.
Se sua amiga disser que não, está mentindo ou se enganando.
Quem agüenta ver o namorado conversando todo animado
com outra menina sem sentir uma pontinha de não-sei-o-quê?
(…)
É normal você querer o máximo de atenção do seu
namorado, das suas amigas, dos seus pais. Eles são a parte
mais importante da sua vida.”
(Revista Capricho)
Modelo de Perguntas
1) Considerando o texto-modelo, é possível identificar
quem é o seu interlocutor preferencial?
Um leitor jovem.
2) Quais são as informações (explícitas ou não) que
permitem a você identificar o interlocutor preferencial do
texto?
Do contexto podemos extrair indícios do interlocutor
preferencial do texto: uma jovem adolescente, que pode ser
acometida pelo ciúme. Observa-se ainda , que a revista
Capricho tem como público-alvo preferencial: meninas
adolescentes.
A linguagem informal típica dos adolescentes.
09 DICAS PARA MELHORAR A INTERPRETAÇÃO DE
TEXTOS
01) Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do
assunto;
02) Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa
a leitura;
03) Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto
pelo menos duas vezes;
04) Inferir;
05) Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
06) Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do
autor;
07) Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor
compreensão;
08) Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada
questão;
09) O autor defende ideias e você deve percebê-las;
Fonte: http://portuguesemfoco.com/09-dicas-para-
melhorar-a-interpretacao-de-textos-em-provas/
Não saber interpretar corretamente um texto pode gerar
inúmeros problemas, afetando não só o desenvolvimento
profissional, mas também o desenvolvimento pessoal. O
mundo moderno cobra de nós inúmeras competências, uma
delas é a proficiência na língua, e isso não se refere apenas a
uma boa comunicação verbal, mas também à capacidade de
entender aquilo que está sendo lido. O analfabetismo funcional
está relacionado com a dificuldade de decifrar as entrelinhas
do código, pois a leitura mecânica é bem diferente da leitura
interpretativa, aquela que fazemos ao estabelecer analogias e
criar inferências. Para que você não sofra mais com a análise
de textos, elaboramos algumas dicas para você seguir e tirar
suas dúvidas.
Uma interpretação de texto competente depende de
inúmeros fatores, mas nem por isso deixaremos de contemplar
alguns que se fazem essenciais para esse exercício. Muitas
vezes, apressados, descuidamo-nos das minúcias presentes
em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz
suficiente, o que não é verdade. Interpretar demanda paciência
e, por isso, sempre releia, pois uma segunda leitura pode
apresentar aspectos surpreendentes que não foram
observados anteriormente. Para auxiliar na busca de sentidos
do texto, você pode também retirar dele os tópicos frasais
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na
apreensão do conteúdo exposto. Lembre-se de que os
parágrafos não estão organizados, pelo menos em um bom
texto, de maneira aleatória, se estão no lugar que estão, é
porque ali se fazem necessários, estabelecendo uma relação
hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias
supracitadas ou apresentando novos conceitos.
Para finalizar, concentre-se nas ideias que de fato foram
explicitadas pelo autor: os textos argumentativos não
costumam conceder espaço para divagações ou hipóteses,
supostamente contidas nas entrelinhas. Devemos nos ater às
ideias do autor, isso não quer dizer que você precise ficar preso
na superfície do texto, mas é fundamental que não criemos, à
revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas. Quem lê com
cuidado certamente incorre menos no risco de tornar-se um
analfabeto funcional e ler com atenção é um exercício que deve
ser praticado à exaustão, assim como uma técnica, que fará de
nós leitores proficientes e sagazes. Agora que você já conhece
nossas dicas, desejamos a você uma boa leitura e bons estudos!
Fonte: http://portugues.uol.com.br/redacao/dicas-para-uma-boa-
interpretacao-texto.html
Questões
O uso da bicicleta no Brasil
A utilização da bicicleta como meio de locomoção no Brasil
ainda conta com poucos adeptos, em comparação com países
como Holanda e Inglaterra, por exemplo, nos quais a bicicleta
é um dos principais veículos nas ruas. Apesar disso, cada vez
mais pessoas começam a acreditar que a bicicleta é, numa
comparação entre todos os meios de transporte, um dos que
oferecem mais vantagens.
A bicicleta já pode ser comparada a carros, motocicletas e
a outros veículos que, por lei, devem andar na via e jamais na
calçada. Bicicletas, triciclos e outras variações são todos
Interpretação de texto.
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APOSTILAS OPÇÃO
Língua Portuguesa 2
considerados veículos, com direito de circulação pelas ruas e
prioridade sobre os automotores.
Alguns dos motivos pelos quais as pessoas aderem à
bicicleta no dia a dia são: a valorização da sustentabilidade,
pois as bikes não emitem gases nocivos ao ambiente, não
consomem petróleo e produzem muito menos sucata de
metais, plásticos e borracha; a diminuição dos
congestionamentos por excesso de veículos motorizados, que
atingem principalmente as grandes cidades; o favorecimento
da saúde, pois pedalar é um exercício físico muito bom; e a
economia no combustível, na manutenção, no seguro e, claro,
nos impostos.
No Brasil, está sendo implantado o sistema de
compartilhamento de bicicletas. Em Porto Alegre, por
exemplo, o BikePOA é um projeto de sustentabilidade da
Prefeitura, em parceria com o sistema de Bicicletas SAMBA,
com quase um ano de operação. Depois de Rio de Janeiro, São
Paulo, Santos, Sorocaba e outras cidades espalhadas pelo país
aderirem a esse sistema, mais duas capitais já estão com o
projeto pronto em 2013: Recife e Goiânia. A ideia do
compartilhamento é semelhante em todas as cidades. Em
Porto Alegre, os usuários devem fazer um cadastro pelo site. O
valor do passe mensal é R$ 10 e o do passe diário, R$ 5,
podendo-se utilizar o sistema durante todo o dia, das 6h às
22h, nas duas modalidades. Em todas as cidades que já
aderiram ao projeto, as bicicletas estão espalhadas em pontos
estratégicos.
A cultura do uso da bicicleta como meio de locomoção não
está consolidada em nossa sociedade. Muitos ainda não sabem
que a bicicleta já é considerada um meio de transporte, ou
desconhecem as leis que abrangem a bike. Na confusão de um
trânsito caótico numa cidade grande, carros, motocicletas,
ônibus e, agora, bicicletas, misturam-se, causando, muitas
vezes, discussões e acidentes que poderiam ser evitados.
Ainda são comuns os acidentes que atingem ciclistas. A
verdade é que, quando expostos nas vias públicas, eles estão
totalmente vulneráveis em cima de suas bicicletas. Por isso é
tão importante usar capacete e outros itens de segurança. A
maior parte dos motoristas de carros, ônibus, motocicletas e
caminhões desconhece as leis que abrangem os direitos dos
ciclistas. Mas muitos ciclistas também ignoram seus direitos e
deveres. Alguém que resolve integrar a bike ao seu estilo de
vida e usá-la como meio de locomoção precisa compreender
que deverá gastar com alguns apetrechos necessários para
poder trafegar. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro,
as bicicletas devem, obrigatoriamente, ser equipadas com
campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e
nos pedais, além de espelho retrovisor do lado esquerdo.
(Bárbara Moreira, http://www.eusoufamecos.net. Adaptado)
01. De acordo com o texto, o uso da bicicleta como meio de
locomoção nas metrópoles brasileiras
(A) decresce em comparação com Holanda e Inglaterra
devido à falta de regulamentação.
(B) vem se intensificando paulatinamente e tem sido
incentivado em várias cidades.
(C) tornou-se, rapidamente, um hábito cultivado pela
maioria dos moradores.
(D) é uma alternativa dispendiosa em comparação com os
demais meios de transporte.
(E) tem sido rejeitado por consistir em uma atividade
arriscada e pouco salutar.
02. A partir da leitura, é correto concluir que um dos
objetivos centrais do texto é
(A) informar o leitor sobre alguns direitos e deveres do
ciclista.
(B) convencer o leitor de que circular em uma bicicleta é
mais seguro do que dirigir um carro.
(C) mostrar que não há legislação acerca do uso da bicicleta
no Brasil.
(D) explicar de que maneira o uso da bicicleta como meio
de locomoção se consolidou no Brasil.
(E) defender que, quando circular na calçada, o ciclista
deve dar prioridade ao pedestre.
03. Considere o cartum de Evandro Alves.
Afogado no Trânsito
(http://iiiconcursodecartumuniversitario.blogspot.com.br)
Considerando a relação entre o título e a imagem, é correto
concluir que um dos temas diretamente explorados no cartum
é
(A) o aumento da circulação de ciclistas nas vias públicas.
(B) a má qualidade da pavimentação em algumas ruas.
(C) a arbitrariedade na definição dos valores das multas.
(D) o número excessivo de automóveis nas ruas.
(E) o uso de novas tecnologias no transporte público.
04. Considere o cartum de Douglas Vieira.
Televisão
(http://iiiconcursodecartumuniversitario.blogspot.com.br. Adaptado)
É correto concluir que, de acordo com o cartum ,
(A) os tipos de entretenimento disponibilizados pelo livro
ou pela TV são equivalentes.
(B) o livro, em comparação com a TV, leva a uma
imaginação mais ativa.
(C) o indivíduo que prefere ler a assistir televisão é alguém
que não sabe se distrair.
(D) a leitura de um bom livro é tão instrutiva quanto
assistir a um programa de televisão.
(E) a televisão e o livro estimulam a imaginação de modo
idêntico, embora ler seja mais prazeroso.
Leia o texto para responder às questões:
Propensão à ira de trânsito
Dirigir um carro é estressante, além de inerentemente
perigoso. Mesmo que o indivíduo seja o motorista mais seguro
do mundo, existem muitas variáveis de risco no trânsito, como
clima, acidentes de trânsito e obras nas ruas.
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APOSTILAS OPÇÃO
Língua Portuguesa 3
E com relação a todas as outras pessoas nas ruas? Algumas
não são apenas maus motoristas, sem condições de dirigir, mas
também se engajam num comportamento de risco – algumas
até agem especificamente para irritar o outro motorista ou
impedir que este chegue onde precisa.
Essa é a evolução de pensamento que alguém poderá ter
antes de passar para a ira de trânsito de fato, levando um
motorista a tomar decisões irracionais.
Dirigir pode ser uma experiência arriscada e emocionante.
Para muitos de nós, os carros são a extensão de nossa
personalidade e podem ser o bem mais valioso que possuímos.
Dirigir pode ser a expressão de liberdade para alguns, mas
também é uma atividade que tende a aumentar os níveis de
estresse, mesmo que não tenhamos consciência disso no
momento.
Dirigir é também uma atividade comunitária. Uma vez que
entra no trânsito, você se junta a uma comunidade de outros
motoristas, todos com seus objetivos, medos e habilidades ao
volante. Os psicólogos Leon James e Diane Nahl dizem que um
dos fatores da ira de trânsito é a tendência de nos
concentrarmos em nós mesmos, descartando o aspecto
comunitário do ato de dirigir.
Como perito do Congresso em Psicologia do Trânsito, o Dr.
James acredita que a causa principal da ira de trânsito não são
os congestionamentos ou mais motoristas nas ruas, e sim
como nossa cultura visualiza a direção agressiva. As crianças
aprendem que as regras normais em relação ao
comportamento e à civilidade não se aplicam quando
dirigimos um carro. Elas podem ver seus pais envolvidos em
comportamentos de disputa ao volante, mudando de faixa
continuamente ou dirigindo em alta velocidade, sempre com
pressa para chegar ao destino.
Para complicar as coisas, por vários anos psicólogos
sugeriam que o melhor meio para aliviar a raiva era
descarregar a frustração. Estudos mostram, no entanto, que a
descarga de frustrações não ajuda a aliviar a raiva. Em uma
situação de ira de trânsito, a descarga de frustrações pode
transformar um incidente em uma violenta briga.
Com isso em mente, não é surpresa que brigas violentas
aconteçam algumas vezes. A maioria das pessoas está
predisposta a apresentar um comportamento irracional
quando dirige. Dr. James vai ainda além e afirma que a maior
parte das pessoas fica emocionalmente incapacitada quando
dirige. O que deve ser feito, dizem os psicólogos, é estar ciente
de seu estado emocional e fazer as escolhas corretas, mesmo
quando estiver tentado a agir só com a emoção.
(Jonathan Strickland. Disponível em: http://carros.hsw.uol.com.br/furia-no-
transito1 .htm. Acesso em: 01.08.2013. Adaptado)
05. Tomando por base as informações contidas no texto, é
correto afirmar que
(A) os comportamentos de disputa ao volante acontecem à
medida que os motoristas se envolvem em decisões
conscientes.
(B) segundo psicólogos, as brigas no trânsito são causadas
pela constante preocupação dos motoristas com o aspecto
comunitário do ato de dirigir.
(C) para Dr. James, o grande número de carros nas ruas é o
principal motivo que provoca, nos motoristas, uma direção
agressiva.
(D) o ato de dirigir um carro envolve uma série de
experiências e atividades não só individuais como também
sociais.
(E) dirigir mal pode estar associado à falta de controle das
emoções positivas por parte dos motoristas.
1http://www.infoescola.com/redacao/argumentacao/
http://educacao.globo.com/portugues/assunto/texto-
argumentativo/argumentacao.html
Gabarito
1. (B) / 2. (A) / 3. (D) / 4. (B) / 5. (D)
ARGUMENTAÇÃO
Argumentar1 é a capacidade de relacionar fatos, teses,
estudos, opiniões, problemas e possíveis soluções a fim de
embasar determinado pensamento ou ideia.
Um texto argumentativo sempre é feito visando um
destinatário. O objetivo desse tipo de texto é convencer,
persuadir, levar o leitor a seguir uma linha de raciocínio e a
concordar com ela.
Para que a argumentação seja convincente é necessário
levar o leitor a um “beco sem saída”, onde ele seja obrigado a
concordar com os argumentos expostos.
No caso da redação, por ser um texto pequeno, há uma
obrigatoriedade em ser conciso e preciso, para que o leitor
possa ser levado direto ao ponto chave. Para isso é necessário
que se exponha a questão ou proposta a ser discutida logo no
início do texto, e a partir dela se tome uma posição, sempre de
forma impessoal. O envolvimento de opiniões pessoais, além
de ser terminantemente proibido em textos que serão
analisados em concursos, pode comprometer a veracidade dos
fatos e o poder de convencimento dos argumentos utilizados
Por exemplo, é muito mais aceitável uma afirmação de um
autor renomado ou de um livro conhecido do que o simples
posicionamento do redator a respeito de determinado
assunto.
Uma boa argumentação só é feita a partir de pequenas
regras as quais facilmente são encontradas em textos do dia a
dia, já que durante a nossa vida levamos um longo tempo
tentando convencer as outras pessoas de que estamos certos.
Os argumentos devem ter um embasamento, nunca deve-
se afirmar algo que não venha de estudos ou informações
previamente adquiridas.
Os exemplos dados devem ser coerentes com a realidade,
ou seja, podem até ser fictícios, mas não podem ser
inverossímeis.
Caso haja citações de pessoas ou trechos de textos os
mesmos devem ser razoavelmente confiáveis, não se pode
citar qualquer pessoa.
Experiências que comprovem os argumentos devem ser
também coerentes com a realidade.
Há de se imaginar sempre os questionamentos, dúvidas e
pensamentos contrários dos leitores quanto à sua
argumentação, para que a partir deles se possa construir
melhores argumentos, fundamentados em mais estudo e
pesquisa.
Quanto a estrutura do texto, este deve apresentar uma
lógica de pensamentos. Os raciocínios devem ter uma relação
http://brasilescola.uol.com.br/redacao/a-argumentacao.htm
Argumentação.
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APOSTILAS OPÇÃO
Língua Portuguesa 4
entre si, e um deve continuar o que o outro afirmava.
No início do texto deve-se apresentar o assunto e a
problemática que o envolve, sempre tomando cuidado para
não se contradizer.
Ao decorrer do texto vão sendo apresentados os
argumentos propriamente ditos, junto com exemplificações e
citações (se existirem).
No final do texto as ideias devem ser arrematadas com uma
tese (a conclusão). Essa conclusão deve vir sendo prevista pelo
leitor durante todo o texto, à medida que ele vai lendo e se
direcionando para concordar com ela.
A argumentação não trabalha com fatos claros e evidentes,
mas sim investiga fatos que geram opiniões diversas, sempre
em busca de encontrar fundamentos para localizar a opinião
mais coerente.
Não se pode, em uma argumentação, afirmar a verdade ou
negar a verdade afirmada por outra pessoa. O objetivo é fazer
com que o leitor concorde e não com que ele feche os olhos
para possíveis contra-argumentos.
Caso seja necessário se pode também fazer uma
comparação entre vários ângulos de visão a respeito do
assunto, isso poderá ajudar no processo de convencimento do
leitor, pois não dará margens para contra-argumentos. Porém
deve-se tomar muito cuidado para não se contradizer e para
ser claro. Para isso é necessário um bom domínio do assunto.
Organização Textual
O ser humano se comunica por meio de textos. Desde uma
simples e passageira interjeição como “Olá” até uma
mensagem muitíssimo extensa. Em princípio, esses textos
eram apenas orais. Hoje, são também escritos. Nesse processo,
os textos ganharam formas de organização distintas, com
propósitos nitidamente distintos também. As principais
formas de organização textual registradas na humanidade são,
assim:
- Narrativa: aquela que compreende textos que contam
uma história, relatam um acontecimento.
- Argumentativa: a que visa ao convencimento do
interlocutor.
- Descritiva: cuja finalidade é apresentar concreta ou
metaforicamente uma dada descrição.
Cada uma dessas formas de organização textual desdobra-
se em inúmeros gêneros textuais distintos, que nada mais são
do que cada concretizável possível a cada um dos objetivos
textuais. Assim, por exemplo, a diferentes formas e formatos
para se narrar: fábula, conto de fadas, romance, conto, notícia,
fofoca, etc.
Texto Argumentativo
Esse tipo de texto, que é aplicado nas redações do Enem,
inclui diferentes gêneros, tais quais, dissertação, artigo de
opinião, carta argumentativa, editorial, resenha
argumentativa, dentre outros.
Todo e qualquer texto argumentativo, como já dito, visa ao
convencimento de seu ouvinte/leitor. Por isso, ele sempre se
baseia em uma tese, ou seja, o ponto de vista central que se
pretende veicular e a respeito do qual se pretende convencer
esse interlocutor. Nos gêneros argumentativos escritos,
sobretudo, convém que essa tese seja apresentada, de maneira
clara, logo de início e que, depois, através de uma
argumentação objetiva e de diversidade lexical seja
sustentada/defendida, com vistas ao mencionado
convencimento.
A estrutura geral de um texto argumentativo consiste de
introdução, desenvolvimento e conclusão, nesta ordem. Cada
uma dessas partes, por sua vez tem função distinta dentro da
composição do texto:
Introdução: é a parte do texto argumentativo em que
apresentamos o assunto de que trataremos e a tese a ser
desenvolvida a respeito desse assunto.
Desenvolvimento: é a argumentação propriamente dita,
correspondendo aos desdobramentos da tese apresentada.
Esse é o coração do texto, por isso, comumente se desdobra em
mais de um parágrafo. De modo geral, cada argumentação em
defesa da tese geral do texto corresponde a um parágrafo.
Conclusão: a parte final do texto em que retomamos a tese
central, agora já respaldada pelos argumentos desenvolvidos
ao longo do texto.
Relação entre Tese e Argumento
De modo geral, a relação entre tese e argumento pode ser
compreendida de duas maneiras principais:
Argumento, portanto, Tese (A→ pt→T) ou Tese porque
Argumento (T→ pq→A):
(A→ pt→T)
“O governo gasta, todos os anos, bilhões de reais no
tratamento das mais diversas doenças relacionadas ao
tabagismo; os ganhos com os impostos nem de longe
compensam o dinheiro gasto com essas doenças. Além disso
(Ainda, e, também, relação de adição → quando se enumeram
argumentos a favor de sua tese), as empresas têm grandes
prejuízos por causa de afastamentos de trabalhadores devido
aos males causados pelo fumo. Portanto (logo, por
conseguinte, por isso, então → observem a relação semântica
de conclusão, típica de um silogismo), é mister que sejam
proibidas quaisquer propagandas de cigarros em todos os
meios de comunicação.”
(T→ pq→A)
O governo deve imediatamente proibir toda e qualquer
forma de propaganda de cigarro, porque (uma vez que, já que,
dado que, pois → relação de causalidade) ele gasta, todos os
anos, bilhões de reais no tratamento das mais diversas
doenças relacionadas ao tabagismo; e, muito embora (ainda
que, não obstante, mesmo que → relação de oposição: usam-
se as concessivas para refutar o argumento oposto) os ganhos
com os impostos sejam vultosos, nem de longe eles
compensam o dinheiro gasto com essas doenças.
Há diferentes tipos de argumentos e a escolha certa
consolida o texto.
- Argumentação por citação: sempre que queremos
defender uma ideia, procuramos pessoas ‘consagradas’, que
pensam como nós acerca do tema em evidência.
Apresentamos no corpo de nosso texto a menção de uma
informação extraída de outra fonte. A citação pode ser
apresentada assim:
Para Piaget, “toda moral consiste num sistema de regras e a
essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito que
o indivíduo adquire por essas regras” (Piaget, 1994, p.11).
A essência da moral é o respeito às regras. A capacidade
intelectual de compreender que a regra expressa uma
racionalidade em si mesma equilibrada.
O trecho citado deve estar de acordo com as ideias do texto,
assim, tal estratégia poderá funcionar bem.
- Argumentação por comprovação: a sustentação da
argumentação se dará a partir das informações apresentadas
(dados, estatísticas, percentuais) que a acompanham.
Esse recurso é explorado quando o objetivo é contestar um
ponto de vista equivocado. Veja:
O ministro da Educação, Cristovam Buarque, lança hoje o
Mapa da Exclusão Educacional. O estudo do Inep, feito a partir
de dados do IBGE e do Censo Educacional do Ministério da
Educação, mostra o número de crianças de sete a catorze anos
que estão fora das escolas em cada Estado.
Segundo o mapa, no Brasil, 1,4 milhão de crianças, ou 5,5
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APOSTILAS OPÇÃO
Língua Portuguesa 5
% da população nessa faixa etária (sete a catorze anos), para a
qual o ensino é obrigatório, não frequentam as salas de aula.
O pior índice é do Amazonas: 16,8% das crianças do
Estado, ou 92,8 mil, estão fora da escola. O melhor, o Distrito
Federal, com apenas 2,3% (7 200) de crianças excluídas,
seguido por Rio Grande do Sul, com 2,7% (39 mil) e São Paulo,
com 3,2% (168,7 mil).
(Mônica Bergamo. Folha de S. Paulo, 3.12.2003)
Nesse tipo de citação o autor precisa de dados que
demonstrem sua tese.
- Argumentação por raciocínio lógico: a criação de
relações de causa e efeito é um recurso utilizado para
demonstrar que uma conclusão (afirmada no texto) é
necessária, e não fruto de uma interpretação pessoal que pode
ser contestada. Veja:
“O fumo é o mais grave problema de saúde pública no
Brasil. Assim como não admitimos que os comerciantes de
maconha, crack ou heroína façam propaganda para os nossos
filhos na TV, todas as formas de publicidade do cigarro
deveriam ser proibidas terminantemente. Para os
desobedientes, cadeia.”
(VARELLA, Drauzio. In: Folha de S. Paulo, 20 de maio de 2000.)
Para a construção de um bom texto argumentativo faz-se
necessário o conhecimento sobre a questão proposta,
fundamentação para que seja realizado com sucesso.
Questão
01. Identifique o sentido argumentativo dos seguintes
textos, e separe, por meio de barras, a tese e o(s)
argumento(s).
(A) “Meu carro não é grande coisa, mas é o bastante para o
que preciso. É econômico, nunca dá defeito e tem espaço
suficiente para transportar toda a minha família.”
(B) “Veja bem, o Brasil a cada ano exporta mais e mais;
além disso, todo ano batemos recordes de produção agrícola.
Sem contar que nosso parque industrial é um dos mais
modernos do mundo, definitivamente, somos o país do futuro.”
(C) “Embora a gente se ame muito, nosso namoro tem tudo
para dar errado: nossa diferença de idade é grande e nossos
gostos são quase que opostos. Além disso, a família dela é
terrível.”
(D) “Como o Brasil é um país muito injusto, toda política
social por aqui implementada é vista como demagogia,
paternalismo.”
Gabarito
a) O sentido aí presente é (T→ pq→A), uma vez que, após
uma constatação, se seguem as motivações que a
fundamentam.
Meu carro não é grande coisa, mas é o bastante para o que
preciso (TESE)./ É econômico (argumento 1), /nunca dá
defeito (argumento 2)/ e tem espaço suficiente para
transportar toda a minha família (argumento 3).
b) Nesse exemplo, já encontramos a orientação (A→ pt→T),
uma vez que se parte de exemplificações para, a partir delas,
enunciar uma proposição.
Veja bem, o Brasil a cada ano exporta mais e mais
(argumento 1);/ além disso, todo ano batemos recordes de
produção agrícola (argumento 2)./ Sem contar que nosso
parque industrial é um dos mais modernos do mundo
(argumento 3)./ Definitivamente, somos o país do futuro.
(TESE).
c) Aqui, o sentido é (T→ pq→A), em que de uma afirmação
inicial se desdobram exemplos que a justificam.
Embora a gente se ame muito, nosso namoro tem tudo para
dar errado (TESE):/ nossa diferença de idade é grande
(argumento 1) e nossos gostos são quase que opostos
(argumento 2). Além disso, a família dela é terrível (argumento
3).
d) Nesse exemplo, o movimento é (A→ pt→T), já que se
parte de uma causa que funciona como justificativa a uma
enunciação que, por sua vez, é a consequência constatada.
Como o Brasil é um país muito injusto (argumento),/ toda
política social por aqui implementada é vista como demagogia,
paternalismo (TESE).
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Faça uma boa redação no Enem: dicas para prova de 2014.
Pressupostos
Uma informação é considerada pressuposta quando um
enunciado depende dela para fazer sentido.
Considere, por exemplo, a seguinte pergunta: “Quando
Patrícia voltará para casa?”. Esse enunciado só faz sentido se
considerarmos que Patrícia saiu de casa, ao menos
temporariamente – essa é a informação pressuposta. Caso
Patrícia se encontre em casa, o pressuposto não é válido, o que
torna o enunciado sem sentido.
Repare que as informações pressupostas estão marcadas
através de palavras e expressões presentes no próprio
enunciado e resultam de um raciocínio lógico. Portanto, no
enunciado “Patrícia ainda não voltou para casa”, a palavra
“ainda” indica que a volta de Patrícia para casa é dada como
certa pelo falante.
Subentendidos
Ao contrário das informações pressupostas, as
informações subentendidas não são marcadas no próprio
enunciado, são apenas sugeridas, ou seja, podem ser
entendidas como insinuações.
O uso de subentendidos faz com que o enunciador se
esconda atrás de uma afirmação, pois não quer se
comprometer com ela. Por isso, dizemos que os subentendidos
são de responsabilidade do receptor, enquanto os
pressupostos são partilhados por enunciadores e receptores.
Em nosso cotidiano, somos cercados por informações
subentendidas. A publicidade, por exemplo, parte de hábitos e
pensamentos da sociedade para criar subentendidos. Já a
anedota é um gênero textual cuja interpretação depende a
quebra de subentendidos.
Pressupostos e
subentendidos.
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APOSTILAS OPÇÃO
Língua Portuguesa 6
Questão
01. Texto I
(Época. 12 out. 2009 - Foto: Reprodução/Enem)
Texto II
Conexão Sem Fio no Brasil
Onde haverá cobertura de telefonia celular para baixar
publicações para o Kindle.
(Época. 12 out. 2009 - Foto: Reprodução/Enem)
A capa da revista Época de 12 de outubro de 2009 traz um
anúncio sobre o lançamento do livro digital no Brasil. Já o texto
II traz informações referentes à abrangência de acessibilidade
das tecnologias de comunicação e informação nas diferentes
regiões do país. A partir da leitura dos dois textos, infere-se
que o advento do livro digital no Brasil
(A) possibilitará o acesso das diferentes regiões do país às
informações antes restritas, uma vez que eliminará as
distâncias, por meio da distribuição virtual.
(B) criará a expectativa de viabilizar a democratização da
leitura, porém esbarra na insuficiência do acesso à internet por
telefonia celular, ainda deficiente no país.
(C) fará com que os livros impressos tornem-se obsoletos,
em razão da diminuição dos gastos com os produtos digitais
gratuitamente distribuídos pela internet.
(D) garantirá a democratização dos usos da tecnologia no
país, levando em consideração as características de cada
região no que se refere aos hábitos de leitura e acesso à
informação.
(E) impulsionará o crescimento da qualidade da leitura dos
brasileiros, uma vez que as características do produto
permitem que a leitura aconteça a despeito das adversidades
geopolíticas.
Gabarito
01.B
REESCRITURA DE FRASES
Antes de discorrermos acerca de um assunto tão
importante, convidamos você, caro (a) candidato (a), a se
enlevar mediante as palavras do grandioso mestre de nossas
letras, João Cabral de Melo Neto, que, por meio de uma
metalinguagem, cumpre bem seu trabalho de lidar com as
palavras e deixar claro para nós, leitores, quão grandioso e
magnífico é o exercício da escrita. Voltemo-nos a elas,
portanto:
Catar feijão
1.
Catar feijão se limita com escrever:
joga-se os grãos na água do alguidar
e as palavras na folha de papel;
e depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel,
água congelada, por chumbo seu verbo:
pois para catar esse feijão, soprar nele,
e jogar fora o leve e oco, palha e eco.
2.
Ora, nesse catar feijão entra um risco:
o de que entre os grãos pesados entre
um grão qualquer, pedra ou indigesto,
um grão imastigável, de quebrar dente.
Certo não, quando ao catar palavras:
a pedra dá à frase seu grão mais vivo:
obstrui a leitura fluviante, flutual,
açula a atenção, isca-a como o risco.
Poema intitulado “Catar feijão”, parte constituinte do livro “Educação pela
pedra”, publicado em 1965.
A comparação ora estabelecida parece casar perfeitamente
diante daquele momento em que as ideias são elencadas. No
entanto, é preciso ser hábil para escolher palavra por palavra,
de modo a fazer com que o discurso (as orações, os períodos,
os parágrafos) torne-se claro e preciso, atendendo às
expectativas de nosso interlocutor.
Dessa forma, como aqueles grãos que boiam fora,
desnecessários por sinal, algumas palavras também parecem
não se encaixar, pois por um motivo ou outro acabam
escapando aos nossos olhos.
O porquê de escaparem? É simples, haja vista que nesse
momento essa habilidade antes mencionada entra em ação e,
em meio a esse ínterim, conhecimentos de toda ordem
parecem se relacionar, sejam eles de ordem ortográfica,
semântica, sintática e, sobretudo, aqueles indispensáveis a
todo bom redator: o conhecimento de mundo.
Dada essa manifestação, é impossível não abordar um
procedimento, tão útil quanto necessário: a reescrita textual.
Acredite que, por meio dele, você, enquanto emissor,
encontrará os grãos pesados entre um grão qualquer, pedra ou
indigesto, um grão imastigável, de quebrar dente. Vale dizer,
contudo, que essa reescrita não deve se dar somente no âmbito
de corrigir aqueles possíveis erros... digamos assim...
gramaticais. Importantes eles? Sim, sem dúvida alguma, mas
não são tudo. Cumpre afirmar que a reescrita deve ir além, haja
vista que nos permite reconhecer aquelas “falhas” que
certamente seriam reconhecidas por outra pessoa, sobretudo
em se tratando do “teor”, da “essência” discursiva.
Níveis de linguagem.
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APOSTILAS OPÇÃO
Língua Portuguesa 7
Tendo em vista que a coesão representa um dos principais
aspectos na produção textual, muitas vezes, mediante a leitura
daquilo que escrevemos, constatamos que os parágrafos não
se encontram assim tão harmoniosamente ligados como
deveriam. Às vezes, uma conjunção ali, um advérbio acolá e um
pronome adiante não se encontram bem distribuídos. Outras
vezes, percebemos uma quebra de simetria (revelada pela falta
de paralelismo), em que uma ideia poderia ter sido expressa
de outra forma.
Assim, de modo a constatar como esse aspecto assimétrico
se manifesta na prática, analise o seguinte enunciado:
“A leitura é importante, necessária, útil e traz benefícios a
todo emissor que deseja aprimorar ainda mais a competência
discursiva.”
Inferimos que com o uso de “traz benefícios” houve uma
quebra de simetria dos adjetivos explicitados (importante,
necessária, útil...). Não que isso seja considerado uma falha de
grande extensão, mas a ideia ficaria mais clara se outro
adjetivo tivesse sido utilizado, justamente para acompanhar o
raciocínio antes firmado, como por exemplo:
“A leitura é importante, necessária, útil e benéfica a todo
emissor que deseja aprimorar ainda mais a competência
discursiva.”
Outro aspecto, não menos importante, materializa-se pela
“abundância” de orações intercaladas, as quais corroboram
para a extensão da ideia, fazendo com que o interlocutor perca
o “fio da meada” e passe a não entender mais o que se afirmava
no início da oração. Dessa forma, para que fique um pouco
mais claro, analisemos o parágrafo que segue, revelando ser
um bom exemplo da ocorrência em questão:
“A leitura, esse importante instrumento – o qual o torna mais
culto, mais apto a expressar seus pensamentos –, pois amplia
significativamente seu vocabulário, contribui para o
aperfeiçoamento da escrita.”
Tudo aquilo que se afirma acerca da eficácia da leitura,
ainda que relevante, tornou extensa e cansativa a ideia
abordada. Dessa forma, retificando a oração, poderíamos
obter como essencial somente estes dizeres, os quais seguem
expressos:
“A leitura contribui para o aperfeiçoamento da escrita.”
Mediante os pressupostos aqui elencados, acreditamos ter
contribuído de forma significativa para que você aprimore
ainda mais suas habilidades no que tange à construção textual.
E que, por meio da reescrita de suas ideias, possa ser hábil em
jogar fora o leve, o oco, assim mesmo como ressalta nosso
grande mestre, e reelabore seu discurso pautando-se na
concretude das palavras, tornando-as claras, precisas,
objetivas.2
Dicas Para Uma Boa Escrita
Expressões
Condenáveis
Uso Recomendado
A nível de / Ao nível Em nível, No nível
Face a / Frente a Ante, Diante, Em face de, Em vista de,
Perante
Onde (Quando não
exprime lugar)
Em que, Na qual, Nas quais, No qual,
Nos quais
Sob um ponto de vista De um ponto de vista
Sob um prisma Por (ou através de) um prisma
Em função de Em virtude de, Por causa de, Em
consequência de, Por, Em razão de
2 http://portugues.uol.com.br/redacao/reescrita-textual.html
Expressões Não Recomendadas
- a partir de (a não ser com valor temporal).
Opção: com base em, tomando-se por base, valendo-se
de...
- através de (para exprimir “meio” ou instrumento).
Opção: por, mediante, por meio de, por intermédio de,
segundo...
- devido a.
Opção: em razão de, em virtude de, graças a, por causa
de.
- dito.
Opção: citado, mencionado.
- enquanto.
Opção: ao passo que.
- inclusive (a não ser quando significa incluindo-se).
Opção: até, ainda, igualmente, mesmo, também.
- no sentido de, com vistas a.
Opção: a fim de, para, com a finalidade de, tendo em
vista.
- pois (no início da oração).
Opção: já que, porque, uma vez que, visto que.
- principalmente.
Opção: especialmente, sobretudo, em especial, em
particular.
Expressões Que Demandam Atenção
- acaso, caso – com se, use acaso; caso rejeita o se.
- aceitado, aceito – com ter e haver, aceitado; com ser e
estar, aceito.
- acendido, aceso (formas similares) – idem.
- à custa de – e não às custas de.
- à medida que – à proporção que, ao mesmo tempo que,
conforme.
- na medida em que – tendo em vista que, uma vez que.
- a meu ver – e não ao meu ver.
- a ponto de – e não ao ponto de.
- a posteriori, a priori – não tem valor temporal.
- em termos de – modismo; evitar.
- enquanto que – o que é redundância.
- entre um e outro – entre exige a conjunção e, e não a.
- implicar em – a regência é direta (sem em).
- ir de encontro a – chocar-se com.
- ir ao encontro de – concordar com.
- se não, senão – quando se pode substituir por caso não,
separado; quando não se pode, junto.
- todo mundo – todos.
- todo o mundo – o mundo inteiro.
- não pagamento = hífen somente quando o segundo termo
for substantivo.
- este e isto – referência próxima do falante (a lugar, a
tempo presente; a futuro próximo; ao anunciar e a que se está
tratando).
- esse e isso – referência longe do falante e perto do ouvinte
(tempo futuro, desejo de distância; tempo passado próximo do
presente, ou distante ao já mencionado e a ênfase).
Erros Comuns
- Hoje ao receber alguns presentes no qual completo vinte
anos tenho muitas novidades para contar.
Uso inadequado do pronome relativo. Ele provoca falta de
coesão, pois não consegue perceber a que antecedente ele se
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APOSTILAS OPÇÃO
Língua Portuguesa 8
refere, portanto nada conecta e produz relação absurda.
- Ainda brincava de boneca quando conheci Davi, piloto de
cart, moreno, 20 anos, com olhos cor de mel. “Tudo começou
naquele baile de quinze anos”, “... é aos dezoito anos que se
começa a procurar o caminho do amanhã e encontrar as
perspectivas que nos acompanham para sempre na estrada da
vida”.
Você pode ter conhecimento do vocabulário e das regras
gramaticais e, assim, construir um texto sem erros. Entretanto,
se você reproduz sem nenhuma crítica ou reflexão expressões
gastas, vulgarizadas pelo uso contínuo. A boa qualidade do
texto fica comprometida.
- Tema: Para você, as experiências genéticas de clonagem
põem em xeque todos os conceitos humanos sobre Deus e a
vida? “Bem a clonagem não é tudo, mas na vida tudo tem o seu
valor e os homens a todo momento necessitam de descobrir
todos os mistérios da vida que nos cercam a todo instante”.
É de extrema importância seguir o que foi proposto no
tema. Antes de começar o texto leia atentamente todos os
elementos que o examinador apresentou. Esquematize as
ideias e perceba se não há falta de correspondência entre o
tema proposto e o texto criado.
- “Uma biópsia do tumor retirado do fígado do meu primo
(...) mostrou que ele não era maligno”.
Esta frase está ambígua. Não se sabe se o pronome ele
refere-se ao fígado ou ao primo. Para se evitar a ambiguidade,
deve-se observar se a relação entre cada palavra do texto está
correta.
- “Ele me tratava como uma criança, mas eu era apenas uma
criança”.
Problema com o uso do conectivo “mas”. O conectivo mas
indica uma circunstância de oposição, de ideia contrária a.
Portanto, a relação adversativa introduzida pelo “mas” no
fragmento acima produz uma ideia absurda.
- “Entretanto, como já diziam os sábios: depois da
tempestade sempre vem a bonança. Após longo suplício, meu
coração apaziguava as tormentas e a sensatez me mostrava que
só estaríamos separadas carnalmente”.
Não utilize provérbios ou ditos populares. Eles
empobrecem a redação e fazem parecer que o autor não tem
criatividade ao lançar mão de formas já gastas pelo uso
frequente.
- “Todos os deputados são corruptos”.
Evite pensamentos radicais. É recomendável não
generalizar e evitar, assim, posições extremistas.
- “Bem, acho que - você sabe - não é fácil dizer essas coisas.
Olhe, acho que ele não vai concordar com a decisão que você
tomou, quero dizer, os fatos levam você a isso, mas você sabe -
todos sabem - ele pensa diferente. É bom a gente pensar como
vai fazer para, enfim, para ele entender a decisão”.
O ato de escrever é diferente do ato de falar. O texto escrito
não deve apresentar marcas de oralidade.
- “Mal cheiro”, “mau-humorado”.
Mal opõe-se a bem e mau, a bom. Assim: mau cheiro (bom
cheiro), mal-humorado (bem-humorado). Igualmente: mau
humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.
- “Fazem” cinco anos.
Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos.
/ Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.
- “Houveram” muitos acidentes.
Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos
acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos
iguais.
- Para “mim” fazer.
Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu
fazer, para eu dizer, para eu trazer.
- Entre “eu” e você.
Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você.
/ Entre eles e ti.
- “Há” dez anos “atrás”.
Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez
anos ou dez anos atrás.
- “Entrar dentro”.
Problema de redundância. O certo seria: entrar em.
Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de
ligação, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis,
viúva do falecido.
- Vai assistir “o” jogo hoje.
Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à
missa, à sessão.
Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou)
à população. / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos.
/ Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu
à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.
- Preferia ir “do que” ficar.
Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar. É
preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer
sem glória.
- Não há regra sem “excessão”.
O certo é exceção.
Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma
correta: “paralizar” (paralisar), “beneficiente” (beneficente),
“xuxu” (chuchu), “previlégio” (privilégio), “vultuoso”
(vultoso), “cincoenta” (cinquenta), “zuar” (zoar), “frustado”
(frustrado), “calcáreo” (calcário), “advinhar” (adivinhar),
“benvindo” (bem-vindo), “ascenção” (ascensão), “pixar”
(pichar), “impecilho” (empecilho), “envólucro” (invólucro).
- Comprei “ele” para você.
Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto.
Assim: Comprei-o para você. Também: Deixe-os sair, mandou-
nos entrar, viu-a, mandou-me.
- “Aluga-se” casas.
O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-
se consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-se
terrenos. / Procuram-se empregados.
- Chegou “em” São Paulo.
Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São
Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo.
- Todos somos “cidadões”.
O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres (de
caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres.
- A última “seção” de cinema.
Seção significa divisão, repartição, e sessão equivale a
tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de
Esportes, seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de
pancadas, sessão do Congresso.
- Vendeu “uma” grama de ouro.
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Língua Portuguesa 9
Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro,
vitamina C de dois gramas.
- “Porisso”.
Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de.
- Não viu “qualquer” risco.
Deve-se usar “nenhum”, e não “qualquer.
Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo.
/ Nunca promoveu nenhuma confusão .
- A feira “inicia” amanhã.
Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia-se
(inaugura-se) amanhã.
- O peixe tem muito “espinho”.
Peixe tem espinha.
Veja outras confusões desse tipo: O “fuzil” (fusível)
queimou. / Casa “germinada” (geminada), “ciclo” (círculo)
vicioso, “cabeçário” (cabeçalho).
- Não sabiam« aonde »ele estava.
O certo: Não sabiam onde ele estava.
Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei
aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?
- “Obrigado”, disse a moça.
Obrigado concorda com a pessoa: “Obrigada”, disse a moça.
/ Obrigado pela atenção. / Muito obrigados por tudo.
- Ela era “meia” louca.
Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio
amiga.
- “Fica” você comigo.
Fica é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo
é fique: Fique você comigo. / Venha pra Caixa você também. /
Chegue aqui.
- A questão não tem nada« haver »com você.
A questão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver.
Da mesma forma: Tem tudo a ver com você.
- Vou “emprestar” dele.
Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou
pegar o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o livro (ceder) ao
meu irmão.
Repare nesta concordância: Pediu emprestadas duas
malas.
- Ele foi um dos que “chegou” antes.
Um dos que faz a concordância no plural: Ele foi um dos
que chegaram antes (dos que chegaram antes, ele foi um). /
Era um dos que sempre vibravam com a vitória.
- “Cerca de 18” pessoas o saudaram. Cerca de indica
arredondamento e não pode aparecer com números exatos:
Cerca de 20 pessoas o saudaram.
- Tinha “chego” atrasado.
“Chego” não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.
- Queria namorar “com” o colega.
O com não existe: Queria namorar o colega.
- O processo deu entrada “junto ao” STF.
Processo dá entrada no STF
- As pessoas “esperavam-o”.
Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a,
os e as tomam a forma no, na, nos e nas: As pessoas esperavam-
no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos.
- Vocês “fariam-lhe” um favor?
Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes)
depois de futuro do presente, futuro do pretérito (antigo
condicional) ou particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-
iam) um favor? / Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca
“imporá-se”). / Os amigos nos darão (e não “darão-nos”) um
presente. / Tendo-me formado (e nunca tendo “formado-me”).
- Chegou “a” duas horas e partirá daqui “há” cinco minutos.
Há indica passado e equivale a faz, enquanto a exprime
distância ou tempo futuro (não pode ser substituído por faz):
Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro)
cinco minutos. / O atirador estava a (distância) pouco menos
de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias.
- Estávamos “em” quatro à mesa.
O “em” não existe: Estávamos quatro à mesa / .Éramos seis.
/ Ficamos cinco na sala .
- Sentou “na” mesa para comer.
Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima de. Veja o
certo: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou ao piano, à
máquina, ao computador.
- Ficou contente “por causa que” ninguém se feriu.
A locução não existe. Use porque: Ficou contente porque
ninguém se feriu.
- O time empatou “em” 2 a 2.
A preposição é “por”: O time empatou por 2 a 2. Repare que
ele ganha por e perde por. Da mesma forma: empate por.
- Não queria que “receiassem” a sua companhia.
O i não existe: Não queria que receassem a sua companhia.
Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só
existe i quando o acento cai no e que precede a terminação ear:
receiem, passeias, enfeiam).
- Eles “tem” razão.
No plural, têm é com acento. Tem é a forma do singular. O
mesmo ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm;
ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.
- Acordos “políticos-partidários”. Nos adjetivos compostos,
só o último elemento varia: acordos político-partidários.
Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas
econômico-financeiras, partidos social-democratas.
- Andou por “todo” país.
Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o país
(pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi
demitida.
Sem o, todo quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada
homem) é mortal. / Toda nação (qualquer nação) tem
inimigos.
- “Todos” amigos o elogiavam.
No plural, todos exige os: Todos os amigos o elogiavam. /
Era difícil apontar todas as contradições do texto.
- Ela “mesmo” arrumou a sala.
“Mesmo” é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala.
/ As vítimas mesmas recorreram à polícia .
- Chamei-o e “o mesmo” não atendeu.
Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou
substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. / Os funcionários
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APOSTILAS OPÇÃO
Língua Portuguesa 10
públicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão
dos servidores (e não “dos mesmos”).
- Vou sair “essa” noite.
É este que designa o tempo no qual se está o objeto
próximo: Esta noite, esta semana (a semana em que se está),
este dia, este jornal (o jornal que estou lendo), este século (o
século 20).
- A temperatura chegou a 0 “graus”. Zero indica singular
sempre: Zero grau, zero-quilômetro, zero hora.
- Comeu frango “ao invés de” peixe.
Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de
peixe.
Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de
entrar, saiu.
- Se eu “ver” você por aí...
O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu
vier (de vir); se eu tiver (de ter); se ele puser (de pôr); se ele
fizer (de fazer); se nós dissermos (de dizer).
- Evite que a bomba “expluda”. Explodir só tem as pessoas
em que depois do “d” vêm “e” e “i”: Explode, explodiram, etc.
Portanto, não escreva nem fale “exploda” ou “expluda”,
- Disse o que “quiz”.
Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e pôr:
Quis, quisesse, quiseram, quiséssemos; pôs, pus, pusesse,
puseram, puséssemos.
- O homem “possue” muitos bens.
O certo: O homem possui muitos bens. Verbos em uir só
têm a terminação ui: Inclui, atribui, polui. Verbos em uar é que
admitem ue: Continue, recue, atue, atenue.
- A tese “onde”.
Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora.
/ Veja o jardim onde as crianças brincam. Nos demais casos,
use em que: A tese em que ele defende essa ideia. / O livro em
que... / A faixa em que ele canta... / Na entrevista em que ...
- Já “foi comunicado” da decisão.
Uma decisão é comunicada, mas ninguém “é comunicado”
de alguma coisa. Assim: Já foi informado (cientificado, avisado)
da decisão. Outra forma errada: A diretoria “comunicou” os
empregados da decisão. Opções corretas: A diretoria
comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi
comunicada aos empregados.
- A modelo “pousou” o dia todo.
Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante,
etc.
- Espero que “viagem” hoje.
Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A forma
verbal é viajem (de viajar).
Evite também “comprimentar” alguém: de cumprimento
(saudação), só pode resultar cumprimentar. Comprimento é
extensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido
(concretizado).
- O pai “sequer” foi avisado.
Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi
avisado. / Partiu sem sequer nos avisar.
- O fato passou “desapercebido”.
Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado.
Desapercebido significa desprevenido.
- “Haja visto” seu empenho...
A expressão é “haja vista” e não varia: Haja vista seu
empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista suas críticas.
- A moça “que ele gosta”.
Quem gosta, gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta
- É hora “dele” chegar.
Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou
pronome, nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele
chegar. / Apesar de o amigo tê-lo convidado. / Depois de esses
fatos terem ocorrido.
- A festa começa às 8 “hrs.”.
As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural
nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não “kms.”), 5 m, 10 kg.
- “Dado” os índices das pesquisas...
A concordância é normal: Dados os índices das pesquisas...
/ Dado o resultado... / Dadas as suas ideias...
- Ficou “sobre” a mira do assaltante.
Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do
assaltante. / Escondeu-se sob a cama.
Sobre equivale a em cima de ou a respeito de: Estava sobre
o telhado. / Falou sobre a inflação. E lembre-se: O animal ou o
piano têm cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz
alguma coisa e alguém vai para trás.
- “Ao meu ver”. Não existe artigo nessas expressões: A meu
ver, a seu ver, a nosso ver.
Mudança de Posição dos Vocábulos
A mudança de posição de certos vocábulos ou termos da
oração pode mudar o sentido da frase ou não.
Uma simples frase como esta:
A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas
vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez.
(Friedrich Nietzsche)
Pode ser invertida de diversas formas, sem alteração de
sentido.
Veja algumas:
Divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas, como
se fosse a primeira vez, é a vantagem de ter péssima memória.
A vantagem de ter péssima memória é divertir-se com as
mesmas coisas boas, como se fosse a primeira vez, muitas
vezes.
Divertir-se com as mesmas coisas boas, muitas vezes, como
se fosse a primeira vez, é a vantagem de ter péssima memória.
E por aí vai...
Em outras palavras, a inversão de termos dentro de uma
frase pode não alterar seu sentido. No entanto, não é sempre
assim que ocorre, pois, às vezes, alguns vocábulos (adjetivos,
pronomes, advérbios, palavras denotativas etc.), quando
deslocados, a alteração de sentido fica visível. Veja que o
deslocamento, ou seja, a inversão dos termos pode gerar
alteração de sentido:
– João é um alto funcionário.
– João é um funcionário alto.
– Qualquer mulher merece respeito.
– Maria é uma mulher qualquer.
– Pedro já fez a prova.
– Pedro fez a prova já.
– Até aquela aluna o elogiou.
– Aquela aluna o elogiou até.
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APOSTILAS OPÇÃO
Língua Portuguesa 11
Percebeu que houve flagrante mudança de sentido nestas
duplas? Portanto, a inversão dos termos na frase pode ou não
alterar o sentido dela.3
Questões
01. (TJ/AL - Analista Judiciário - FGV/2018) “Hoje, fala-
se muito sobre intolerância religiosa”; essa frase apresenta
reescritura inadequada em:
(A) Fala-se muito, hoje, sobre intolerância religiosa;
(B) Sobre intolerância religiosa, hoje fala-se muito;
(C) Hoje muito é falado sobre intolerância religiosa;
(D) Muito é falado, hoje, sobre intolerância religiosa;
(E) Fala-se hoje muito sobre intolerância religiosa.
02. (MPE/RJ - Técnico Administrativo - FUJB) “Nos
últimos dez anos tivemos oito planos de estabilização”; essa
frase do texto foi reescrita de diversos modos nas alternativas
a seguir. A alternativa em que a reescritura modificou o
sentido original da frase é:
(A) Tivemos, no último decênio, oito planos de
estabilização.
(B) Oito planos de estabilização foi o que tivemos nos
últimos dez anos.
(C) Tivemos oito planos de estabilização nos últimos dez
anos.
(D) Na última década tivemos oito planos de estabilização.
(E) Os últimos oito planos de estabilização foram
realizados em dez anos.
03. (TRT 4ª Região - Analista Judiciário - FCC) A frase
correta é:
(A) Ele acabou sendo malquisto porque sistematicamente
obstrói as votações; se antevir o que lhe espera na próxima
sessão, certamente mudará de atitude.
(B) Ele diz que sua invejável capacidade de aurir forças
quando tudo parece perdido se deve ao fato de ter provido de
família muito humilde.
(C) Confirmo o que havia dito a semanas atrás: se me
aprazer tornar a vê-la depois de tanto tempo e dissabores, lá
estarei; senão, não contem comigo.
(D) Sob o pretexto de pôr fim ao litígio, fizeram-nos entrar
em acordo; agora, ou o encerram eles, ou o fazemos nós,
recorrendo à força da lei.
(E) A maneira porque se comporta não é a mais adequada,
mas tudo isso são sinais da idade provecta: que lhe seja dado o
direito e a alegria de conduzir-se à seu bel prazer.
04. (SEFIN/RO - Contador - FGV/2018) Um dos
conselhos para uma boa escrita é que as frases de um texto
tenham a mesma organização sintática numa enumeração.
No fragmento “Se hoje é possível existir redes sociais; se é
possível que pessoas se organizem em grupos...”, para que as
duas frases tenham a mesma organização, a mudança
adequada seria:
(A) a primeira frase deveria ser “Se é possível que existam
redes sociais”.
(B) a primeira frase deveria ser “Se é possível a existência
de redes sociais”.
(C) a segunda frase deveria ser “se é possível a organização
de pessoas em grupos”.
(D) a segunda frase deveria ser “se é possível que pessoas
sejam organizadas em grupos”.
(E) a segunda frase deveria ser “se é possível pessoas
organizando-se em grupos”.
3 PESTANA, Fernando. A gramática para concursos. Elsevier. 2011.
Gabarito
01.E / 02.E / 03.D / 04.A
ORTOGRAFIA
Alfabeto
O alfabeto da língua portuguesa é formado por 26 letras. A –
B – C – D – E – F – G – H – I – J – K – L – M – N – O – P – Q – R – S –
T – U – V – W – X – Y – Z.
Observação: emprega-se também o “ç”, que representa o
fonema /s/ diante das letras: a, o, e u em determinadas palavras.
Emprego das Letras e Fonemas
Emprego das letras K, W e Y
Utilizam-se nos seguintes casos:
1) Em antropônimos originários de outras línguas e seus
derivados. Exemplos: Kant, kantismo; Darwin, darwinismo;
Taylor, taylorista.
2) Em topônimos originários de outras línguas e seus
derivados. Exemplos: Kuwait, kuwaitiano.
3) Em siglas, símbolos, e mesmo em palavras adotadas como
unidades de medida de curso internacional. Exemplos: K
(Potássio), W (West), kg (quilograma), km (quilômetro), Watt.
Emprego do X
Se empregará o “X” nas seguintes situações:
1) Após ditongos.
Exemplos: caixa, frouxo, peixe.
Exceção: recauchutar e seus derivados.
2) Após a sílaba inicial “en”.
Exemplos: enxame, enxada, enxaqueca.
Exceção: palavras iniciadas por “ch” que recebem o prefixo
“en-”. Ex.: encharcar (de charco), enchiqueirar (de chiqueiro),
encher e seus derivados (enchente, enchimento, preencher...)
3) Após a sílaba inicial “me-”.
Exemplos: mexer, mexerica, mexicano, mexilhão.
Exceção: mecha.
4) Se empregará o “X” em vocábulos de origem indígena ou
africana e em palavras inglesas aportuguesadas.
Exemplos: abacaxi, xavante, orixá, xará, xerife, xampu,
bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, puxar,
rixa, oxalá, praxe, roxo, vexame, xadrez, xarope, xaxim, xícara,
xale, xingar, etc.
Emprego do Ch
Se empregará o “Ch” nos seguintes vocábulos: bochecha,
bucha, cachimbo, chalé, charque, chimarrão, chuchu, chute,
cochilo, debochar, fachada, fantoche, ficha, flecha, mochila,
pechincha, salsicha, tchau, etc.
Emprego do G
Se empregará o “G” em:
1) Substantivos terminados em: -agem, -igem, -ugem.
Exemplos: barragem, miragem, viagem, origem, ferrugem.
Ortografia e acentuação.
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APOSTILAS OPÇÃO
Língua Portuguesa 12
Exceção: pajem.
2) Palavras terminadas em: -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio.
Exemplos: estágio, privilégio, prestígio, relógio, refúgio.
3) Em palavras derivadas de outras que já apresentam “G”.
Exemplos: engessar (de gesso), massagista (de massagem),
vertiginoso (de vertigem).
Observação - também se emprega com a letra “G” os
seguintes vocábulos: algema, auge, bege, estrangeiro, geada,
gengiva, gibi, gilete, hegemonia, herege, megera, monge,
rabugento, vagem.
Emprego do J
Para representar o fonema “j’ na forma escrita, a grafia
considerada correta é aquela que ocorre de acordo com a
origem da palavra, como por exemplo no caso da na palavra jipe
que origina-se do inglês jeep. Porém também se empregará o “J”
nas seguintes situações:
1) Em verbos terminados em -jar ou -jear. Exemplos:
Arranjar: arranjo, arranje, arranjem
Despejar: despejo, despeje, despejem
Viajar: viajo, viaje, viajem
2) Nas palavras de origem tupi, africana, árabe ou exótica.
Exemplos: biju, jiboia, canjica, pajé, jerico, manjericão, Moji.
3) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam “J”.
Exemplos: laranja –laranjeira / loja – lojista / lisonja –
lisonjeador / nojo – nojeira / cereja – cerejeira / varejo –
varejista / rijo – enrijecer / jeito – ajeitar.
Observação - também se emprega com a letra “J” os
seguintes vocábulos: berinjela, cafajeste, jeca, jegue, majestade,
jeito, jejum, laje, traje, pegajento.
Emprego do S
Utiliza-se “S” nos seguintes casos:
1) Palavras derivadas de outras que já apresentam “S” no
radical. Exemplos: análise – analisar / catálise – catalisador /
casa – casinha ou casebre / liso – alisar.
2) Nos sufixos -ês e -esa, ao indicarem nacionalidade, título
ou origem. Exemplos: burguês – burguesa / inglês – inglesa /
chinês – chinesa / milanês – milanesa.
3) Nos sufixos formadores de adjetivos -ense, -oso e –osa.
Exemplos: catarinense / palmeirense / gostoso – gostosa /
amoroso – amorosa / gasoso – gasosa/ teimoso – teimosa.
4) Nos sufixos gregos -ese, -isa, -osa.
Exemplos: catequese, diocese, poetisa, profetisa,
sacerdotisa, glicose, metamorfose, virose.
5) Após ditongos.
Exemplos: coisa, pouso, lousa, náusea.
6) Nas formas dos verbos pôr e querer, bem como em seus
derivados.
Exemplos: pus, pôs, pusemos, puseram, pusera, pusesse,
puséssemos, quis, quisemos, quiseram, quiser, quisera,
quiséssemos, repus, repusera, repusesse, repuséssemos.
7) Em nomes próprios personativos.
Exemplos: Baltasar, Heloísa, Inês, Isabel, Luís, Luísa,
Resende, Sousa, Teresa, Teresinha, Tomás.
Observação - também se emprega com a letra “S” os
seguintes vocábulos: abuso, asilo, através, aviso, besouro, brasa,
cortesia, decisão, despesa, empresa, freguesia, fusível, maisena,
mesada, paisagem, paraíso, pêsames, presépio, presídio,
querosene, raposa, surpresa, tesoura, usura, vaso, vigésimo,
visita, etc.
Emprego do Z
Se empregará o “Z” nos seguintes casos:
1) Palavras derivadas de outras que já apresentam Z no
radical.
Exemplos: deslize – deslizar / razão – razoável / vazio –
esvaziar / raiz – enraizar /cruz – cruzeiro.
2) Nos sufixos -ez, -eza, ao formarem substantivos abstratos
a partir de adjetivos.
Exemplos: inválido – invalidez / limpo – limpeza / macio –
maciez / rígido – rigidez / frio – frieza / nobre – nobreza / pobre
– pobreza / surdo – surdez.
3) Nos sufixos -izar, ao formar verbos e -ização, ao formar
substantivos.
Exemplos: civilizar – civilização / hospitalizar –
hospitalização / colonizar – colonização / realizar – realização.
4) Nos derivados em -zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita.
Exemplos: cafezal, cafezeiro, cafezinho, arvorezinha, cãozito,
avezita.
5) Nos seguintes vocábulos: azar, azeite, azedo, amizade,
buzina, bazar, catequizar, chafariz, cicatriz, coalizão, cuscuz,
proeza, vizinho, xadrez, verniz, etc.
6) Em vocábulos homófonos, estabelecendo distinção no
contraste entre o S e o Z. Exemplos:
Cozer (cozinhar) e coser (costurar);
Prezar (ter em consideração) e presar (prender);
Traz (forma do verbo trazer) e trás (parte posterior).
Observação: em muitas palavras, a letra X soa como Z.
Como por exemplo: exame, exato, exausto, exemplo, existir,
exótico, inexorável.
Emprego do Fonema S
Existemdiversasformaspara a representaçãodofonema “S”
no qual podem ser: s, ç, x e dos dígrafos sc, sç, ss, xc, xs. Assim
vajamos algumas situações:
1) Emprega-se o S: nos substantivos derivados de verbos
terminados em -andir, -ender, -verter e -pelir.
Exemplos: expandir – expansão / pretender – pretensão /
verter – versão / expelir – expulsão / estender – extensão /
suspender – suspensão / converter – conversão / repelir –
repulsão.
2) Emprega-se Ç: nos substantivos derivados dos verbos ter
e torcer.
Exemplos: ater – atenção / torcer – torção /deter – detenção
/ distorcer – distorção / manter – manutenção / contorcer –
contorção.
3) Emprega-se o X: em casos que a letra X soa como Ss.
Exemplos: auxílio, expectativa, experto, extroversão, sexta,
sintaxe, texto, trouxe.
4) Emprega-se Sc: nos termos eruditos.
Exemplos: acréscimo, ascensorista, consciência, descender,
discente, fascículo, fascínio, imprescindível, miscigenação,
miscível, plebiscito, rescisão, seiscentos, transcender, etc.
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APOSTILAS OPÇÃO
Língua Portuguesa 13
5) Emprega-se Sç: na conjugação de alguns verbos.
Exemplos: nascer - nasço, nasça / crescer - cresço, cresça /
Descer - desço, desça.
6) Emprega-se Ss: nos substantivos derivados de verbos
terminados em -gredir, -mitir, -ceder e -cutir.
Exemplos: agredir – agressão / demitir – demissão / ceder –
cessão / discutir – discussão/ progredir – progressão /
transmitir – transmissão / exceder – excesso / repercutir –
repercussão.
7) Emprega-se o Xc e o Xs: em dígrafos que soam como Ss.
Exemplos: exceção, excêntrico, excedente, excepcional,
exsudar.
Atenção - não se esqueça que uso da letra X apresenta
algumas variações. Observe:
1) O “X” pode representar os seguintes fonemas:
“ch” - xarope, vexame;
“cs” - axila, nexo;
“z” - exame, exílio;
“ss” - máximo, próximo;
“s” - texto, extenso.
2) Não soa nos grupos internos -xce- e -xci-
Exemplos: excelente, excitar.
Emprego do E
Se empregará o “E” nas seguintes situações:
1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -oar, -uar
Exemplos: magoar - magoe, magoes / continuar- continue,
continues.
2) Em palavras formadas com o prefixo ante- (antes,
anterior).
Exemplos: antebraço, antecipar.
3) Nos seguintes vocábulos: cadeado, confete, disenteria,
empecilho, irrequieto, mexerico, orquídea, etc.
Emprego do I
Se empregará o “I” nas seguintes situações:
1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -air, -oer, -uir.
Exemplos:
Cair- cai
Doer- dói
Influir- influi
2) Em palavras formadas com o prefixo anti- (contra).
Exemplos: anticristo, antitetânico.
3) Nos seguintes vocábulos: aborígine, artimanha, chefiar,
digladiar, penicilina, privilégio, etc.
Emprego do O/U
A oposição o/u é responsável pela diferença de significado
de algumas palavras. Veja os exemplos: comprimento
(extensão) e cumprimento (saudação, realização) soar (emitir
som) e suar (transpirar).
- Grafam-se com a letra “O”: bolacha, bússola, costume,
moleque.
- Grafam-se com a letra “U”: camundongo, jabuti, Manuel,
tábua.
Emprego do H
Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor
fonético. Conservou-se apenas como símbolo, por força da
etimologia e da tradição escrita. A palavra hoje, por exemplo,
grafa-se desta forma devido a sua origem na forma latina hodie.
Assim vejamos o seu emprego:
1) Inicial, quando etimológico.
Exemplos: hábito, hesitar, homologar, Horácio.
2) Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh, nh.
Exemplos: flecha, telha, companhia.
3) Final e inicial, em certas interjeições.
Exemplos: ah!, ih!, eh!, oh!, hem?, hum!, etc.
4) Em compostos unidos por hífen, no início do segundo
elemento, se etimológico.
Exemplos: anti-higiênico, pré-histórico, super-homem, etc.
Observações:
1) No substantivo Bahia, o “h” sobrevive por tradição. Note
que nos substantivos derivados como baiano, baianada ou
baianinha ele não é utilizado.
2) Osvocábuloserva,Espanha e invernonãopossuema letra
“h” na sua composição. No entanto, seus derivados eruditos
sempre são grafados com h, como por exemplo: herbívoro,
hispânico, hibernal.
Questões
01. (FIOCRUZ – Assistente Técnico de Gestão em Saúde
– FIOCRUZ/2016)
O FUTURO NO PASSADO
1 Poucas previsões para o futuro feitas no passado se
realizaram. O mundo se mudava do campo para as cidades, e
era natural que o futuro idealizado então fosse o da cidade
perfeita. Mas o helicóptero não substituiu o automóvel
particular e só recentemente começou-se a experimentar
carros que andam sobre faixas magnéticas nas ruas, liberando
seus ocupantes para a leitura, o sono ou o amor no banco de
trás. As cidades não se transformaram em laboratórios de
convívio civilizado, como previam, e sim na maior prova da
impossibilidade da coexistência de desiguais.
2 A ciência trouxe avanços espetaculares nas lides de
guerra, como os bombardeios com precisão cirúrgica que não
poupam civis, mas não trouxe a democratização da
prosperidade antevista. Mágicas novas como o cinema
prometiam ultrapassar os limites da imaginação.
Ultrapassaram, mas para o território da banalidade
espetaculosa. A TV foi prevista, e a energia nuclear intuída,
mas a revolução da informática não foi nem sonhada. As
revoluções na medicina foram notáveis, certo, mas a
prevenção do câncer ainda não foi descoberta. Pensando bem,
nem a do resfriado. A comida em pílulas não veio - se bem que
a nouvelle cuisine chegou perto. Até a colonização do espaço,
como previam os roteiristas do “Flash Gordon”, está atrasada.
Mal chegamos a Marte, só para descobrir que é um imenso
terreno baldio. E os profetas da felicidade universal não
contavam com uma coisa: o lixo produzido pela sua visão.
Nenhuma previsão incluía a poluição e o aquecimento global.
3 Mas assim como os videntes otimistas falharam, talvez o
pessimismo de hoje divirta nossos bisnetos. Eles certamente
falarão da Aids, por exemplo, como nós hoje falamos da gripe
espanhola. A ciência e a técnica ainda nos surpreenderão.
Estamos na pré-história da energia magnética e por fusão
nuclear fria.
4 É verdade que cada salto da ciência corresponderá a um
passo atrás, rumo ao irracional. Quanto mais perto a ciência
chegar das últimas revelações do Universo, mais as pessoas
procurarão respostas no misticismo e refúgio no tribal. E
quanto mais a ciência avança por caminhos nunca antes
sonhados, mais leigo fica o leigo. A volta ao irracional é a birra
do leigo.
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APOSTILAS OPÇÃO
Língua Portuguesa 14
(VERÍSSIMO. L. F. O Globo. 24/07/2016, p. 15.)
“e era natural que o futuro IDEALIZADO então fosse o da
cidade perfeita.” (1º §) O vocábulo em destaque no trecho
acima grafa-se com a letra Z, em conformidade com a norma
de emprego do sufixo–izar.
Das opções abaixo, aquela em que um dos vocábulos está
INCORRETAMENTE grafado por não se enquadrar nessa
norma é:
(A) alcoolizado / barbarizar / burocratizar.
(B) catalizar / abalizado / amenizar.
(C) catequizar / cauterizado / climatizar.
(D) contemporizado / corporizar / cretinizar
(E) esterilizar / estigmatizado / estilizar.
02. (Pref. De Biguaçu/SC – Professor III – Inglês/2016)
De acordo com a Língua Portuguesa culta, assinale a
alternativa cujas palavras seguem as regras de ortografia:
(A) Preciso contratar um eletrecista e um encanador para
o final da tarde.
(B) O trabalho voluntário continua sendo feito
prazerosamente pelos alunos.
(C) Ainda não foram atendidas as reinvindicações dos
professores em greve.
(D) Na lista de compras, é preciso descriminar melhor os
produtos em falta.
(E) Passou bastante desapercebido o caso envolvendo um
juiz federal.
03. (PC/PA – Escrivão de Polícia Civil – FUNCAB/2016)
Dificilmente, em uma ciência-arte como a Psicologia-
Psiquiatria, há algo que se possa asseverar com 100% de
certeza. Isso porque há áreas bastante interpretativas, sujeitas
a leituras diversas, a depender do observador e do observado.
Porém, existe um fato na Psicologia-Psiquiatria forense que é
100% de certeza e não está sujeito a interpretação ou a
dissimulação por parte de quem está a ser examinado. E
revela, objetivamente, dados do psiquismo da pessoa ou, em
outras palavras, mostra características comportamentais
indissimuláveis, claras e objetivas. O que pode ser tão exato,
em matéria de Psicologia-Psiquiatria, que não admite
variáveis? Resposta: todos os crimes, sem exceção, são como
fotografias exatas e em cores do comportamento do indivíduo.
E como o psiquismo é responsável pelo modo de agir, por
conseguinte, tem os em todos os crimes, obrigatoriamente e
sempre, elementos objetivos da mente de quem os praticou.
Por exemplo, o delito foi cometido com multiplicidade de
golpes, com ferocidade na execução, não houve ocultação de
cadáver, não se verifica cúmplice, premeditação etc. Registre-
se que esses dados já aconteceram. Portanto, são insimuláveis,
100% objetivos. Basta juntar essas características
comportamentais que teremos algo do psiquismo de quem o
praticou. Nesse caso específico, infere-se que a pessoa é
explosiva, impulsiva e sem freios, provável portadora de
algum transtorno ligado à disritmia psicocerebral, algum
estreitamento de consciência, no qual o sentimento invadiu o
pensamento e determinou a conduta.
Em outro exemplo, temos homicídio praticado com um só
golpe, premeditado, com ocultação de cadáver, concurso de
cúmplice etc. Nesse caso, os dados apontam para o lado do
criminoso comum, que entendia o que fazia.
Claro que não é possível, apenas pela morfologia do crime,
saber-se tudo do diagnóstico do criminoso. Mas, por outro
lado, é na maneira como o delito foi praticado que se
encontram características 100% seguras da mente de quem o
praticou, a evidenciar fatos, tal qual a imagem fotográfica
revela-nos exatamente algo, seja muito ou pouco, do momento
em que foi registrada. Em suma, a forma como as coisas foram
feitas revela muito da pessoa que as fez.
PALOMBA, Guido Arturo. Rev. Psique: n° 100 (ed. comemorativa), p. 82.
Tal como ocorre com “interpretaÇÃO ” e “dissimulaÇÃO”,
grafa-se com “ç” o sufixo de ambas as palavras arroladas em:
(A) apreenção do menor - sanção legal.
(B) detenção do infrator - ascenção ao posto.
(C) presunção de culpa - coerção penal.
(D) interceção do juiz - contenção do distúrbio.
(E) submição à lei - indução ao crime.
04. (UFAM – Auxiliar em Administração – COMVEST-
UFAM/2016) Foi na minha última viagem ao Perú que entrei
em uma baiúca muito agradável. Apesar de simples, era bem
frequentada. Isso podia ser constatado pelas assinaturas (ou
simples rúbricas) dispostas em quadros afixados nas paredes
do estabelecimento, algumas delas de pessoas famosas. Insisti
com o garçom para também colocar a minha assinatura,
registrando ali a minha presença. No final, o ônus foi pesado: a
conta veio muito salgada. Tudo seria perfeito se o tempo ali
passado, por algum milagre, tivesse sido gratuíto.
Assinale a alternativa que apresenta palavra em que a
acentuação está CORRETA, de acordo com a Reforma
Ortográfica em vigor:
(A) gratuíto
(B) Perú
(C) ônus
(D) rúbricas
(E) baiúca
05. (Pref. De Quixadá/CE – Agente de Combate às
Endemias – Serctam/2016) Marque a opção em
que TODOS os vocábulos se completam com a letra “s”:
(A) pesqui__a, ga__olina, ali__erce.
(B) e__ótico, talve__, ala__ão.
(C) atrá__, preten__ão, atra__o.
(D) bati__ar, bu__ina, pra__o.
(E) valori__ar, avestru__, Mastru__.
Gabarito
01.B / 02.B / 03.C / 04.C / 05.C
Emprego das Iniciais Maiúsculas e Minúsculas
Inicial Maiúscula
Utiliza-se inicial maiúscula nos seguintes casos:
1) No começo de um período, verso ou citação direta.
Disse o Padre Antônio Vieira: “Estar com Cristo em qualquer
lugar, ainda que seja no inferno, é estar no Paraíso.”
“Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que à luz do sol encerra
As promessas divinas da Esperança…”
(Castro Alves)
2) Nos antropônimos, reais ou fictícios.
Exemplos: Pedro Silva, Cinderela, D. Quixote.
3) Nos topônimos, reais ou fictícios.
Exemplos: Rio de Janeiro, Rússia, Macondo.
4) Nos nomes mitológicos.
Exemplos: Dionísio, Netuno.
5) Nos nomes de festas e festividades.
Exemplos: Natal, Páscoa, Ramadã.
6) Em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais.
Exemplos: ONU, Sr., V. Ex.ª.
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APOSTILAS OPÇÃO
Língua Portuguesa 15
7) Nos nomes que designam altos conceitos religiosos,
políticos ou nacionalistas.
Exemplos: Igreja (Católica, Apostólica, Romana), Estado,
Nação, Pátria, União, etc.
Observação: esses nomes escrevem-se com inicial
minúscula quando são empregados em sentido geral ou
indeterminado.
Exemplo: Todos amam sua pátria.
Emprego Facultativo da Letra Maiúscula
1) No início dos versos que não abrem período, é facultativo
o uso da letra maiúscula, como por exemplo:
“Aqui, sim, no meu cantinho,
vendo rir-me o candeeiro,
gozo o bem de estar sozinho
e esquecer o mundo inteiro.”
2) Nos nomes de logradouros públicos, templos e edifícios.
Exemplos: Rua da Liberdade ou rua da Liberdade / Igreja do
Rosário ou igreja do Rosário / Edifício Azevedo ou edifício
Azevedo.
Inicial Minúscula
Utiliza-se inicial minúscula nos seguintes casos:
1) Em todos os vocábulos correntes da língua portuguesa.
Exemplos: carro, flor, boneca, menino, porta, etc.
2) Depois de dois-pontos, não se tratando de citação direta,
usa-se letra minúscula.
Exemplo: “Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas:
ouro, incenso, mirra.” (Manuel Bandeira)
3) Nos nomes de meses, estações do ano e dias da semana.
Exemplos: janeiro, julho, dezembro, etc. / segunda, sexta,
domingo, etc. / primavera, verão, outono, inverno.
4) Nos pontos cardeais.
Exemplos: “Percorri o país de norte a sul e de leste a oeste.”
/ “Estes são os pontos colaterais: nordeste, noroeste, sudeste,
sudoeste.”
Observação: quando empregados em sua forma absoluta,
os pontos cardeais são grafados com letra maiúscula.
Exemplos: Nordeste (região do Brasil) / Ocidente (europeu)
/Oriente (asiático).
Emprego Facultativo da Letra Minúscula
1) Nos vocábulos que compõem uma citação bibliográfica.
Exemplos:
Crime e Castigo ou Crime e castigo
Grande Sertão: Veredas ou Grande sertão: veredas
Em Busca do Tempo Perdido ou Em busca do tempo perdido
2) Nas formas de tratamento e reverência, bem como em
nomes sagrados e que designam crenças religiosas.
Exemplos:
Governador Mário Covas ou governador Mário Covas
Papa João Paulo II ou papa João Paulo II
Excelentíssimo Senhor Reitor ou excelentíssimo senhor
reitor
Santa Maria ou santa Maria
c) Nos nomes que designam domínios de saber, cursos e
disciplinas.
Exemplos:
Português ou português
Línguas e Literaturas Modernas ou línguas e literaturas
modernas
História do Brasil ou história do Brasil
Arquitetura ou arquitetura
Questões
01. (Câmara de Maringá/PR – Assistente Legislativo
– Instituto)
Longe é um lugar que existe?
Voamos algum tempo em silêncio, até que finalmente ele
disse: "Não entendo muito bem o que você falou, mas o que
menos entendo é o fato de estar indo a uma festa."
— Claro que estou indo à festa. — respondi. — O que há de
tão difícil de se compreender nisso?
Enfim, sem nunca atingir o fim, imaginando-se uma
Gaivota sobrevoando o mar, viajar é sentir-se ainda mais
pássaro livre tocado pelas lufadas de vento, contraponto, de
uma ave mirrada de asas partidas numa gaiola lacrada,
sobrevivendo apenas de alpiste da melhor qualidade e água
filtrada. Ou ainda, pássaros presos na ambivalência
existencial... fadado ao fracasso ou ao sucesso... ao ser livre ou
viver presos em suas próprias armadilhas...
Fica sob sua escolha e risco, a liberdade para voar os ventos
ascendentes; que pássaro quer ser; que lugares quer
sobrevoar; que viagem ao inusitado mais lhe compraz. Por
mais e mais, qual a serventia dessas asas enormes, herança
genética de seus pais e que lhe confere enorme envergadura?
Diga para quê serve? Ao primeiro sinal de perigo, debique e
pouse na cerca mais próxima. Ora, não venha com desculpas
esfarrapadas e vamos dona Gaivota, espante a preguiça, bata
as asas e saia do ninho! Não tenha medo de voar. Pois, como é
de conhecimento dos "Mestres dos ares e da Terra", longe é um
lugar que não existe para quem voa rente ao céu e viaja léguas
e mais léguas de distância com a mochila nas costas, olhar no
horizonte e os pés socados em terra firme.
Longe é a porta de entrada do lugar que não existe? Não
deve ser, não; pois as Gaivotas sacodem a poeira das asas,
limpam os resquícios de alimentos dos bicos e batem o toc-toc
lá.
<http://www.recantodasletras.com.br/contosdefantasia/6031227>
O uso do termo “Gaivota” sempre com letra maiúscula ao
longo do texto se deve ao fato de que
(A) o autor busca, com isso, fazer uma conexão mais
próxima entre o leitor e o animal.
(B) o autor quis dar destaque ao termo, apesar de não
haver importância da referência ao animal para o texto.
(C) há uma mudança no texto, em que, no início, as
personagens eram duas pessoas e, a partir do segundo
parágrafo, é uma gaivota.
(D) o texto faz uma reflexão sobre a ação humana de viajar,
porém comparando os seres humanos com gaivotas.
(E) o autor utiliza o termo “Gaivota” como símbolo de
imponência, o que se relaciona à forma como os seres
humanos são tratados no texto.
02. (MGS – Todos os Cargos de Nível Fundamental
Completo – IBFC/2017)
Estranhas Gentilezas
(Ivan Angelo)
Estão acontecendo coisas estranhas. Sabe-se que as
pessoas nas grandes cidades não têm o hábito da gentileza.
Não é por ruindade, é falta de tempo. Gastam a paciência nos
ônibus, no trânsito, nas filas, nos mercados, nas salas de
espera, nos embates familiares, e depois economizam com a
gente.
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APOSTILAS OPÇÃO
Língua Portuguesa 16
Comigo dá-se o contrário, é o que estou notando de uns
dias para cá. Tratam-me com inquietante delicadeza. Já
captava aqui e ali sinais suspeitos, imprecisos, ventinho de
asas de borboleta, quase nada. A impressão de que há algo
estranho tomou meu corpo mesmo foi na semana passada. Um
vizinho que já fora meu amigo telefonou-me desfazendo o
engano que nos afastava, intriga de pessoa que nem conheço e
que afinal resolvera esclarecer tudo. Difícil reconstruir a
amizade, mas a inimizade morria ali.
Como disse, eu vinha desconfiando tenuemente de
algumas amabilidades. O episódio do vizinho fez surgir em
meu espírito a hipótese de uma trama, que já mobilizava até
pessoas distantes. E as próximas?
Tenho reparado. As próximas telefonam amáveis, sem
motivo. Durante o telefonema fico aguardando o assunto que
estaria embrulhado nos enfeites da conversa, e ele não sai. Um
número inesperado de pessoas me cumprimenta na rua, com
acenos de cabeça. Mulheres, antes esquivas, sorriem
transitáveis nas ruas dos Jardins1. Num restaurante caro, o
maître2, com uma piscadela, fura a demorada fila de executivos
à espera e me arruma rapidinho uma mesa para dois. Um
homem de pasta que parecia impaciente à minha frente me
cede o último lugar no elevador. O jornaleiro larga sua banca
na avenida Sumaré e vem ao prédio avisar-me que o jornal
chegou. Os vizinhos de cima silenciam depois das dez da noite.
[...]
Que significa isso? Que querem comigo? Que complô é
este? Que vão pedir em troca de tanta gentileza?
Aguardo, meio apreensivo, meio feliz.
Interrompo a crônica nesse ponto, saio para ir ao banco,
desço pelas escadas porque alguém segura o elevador lá em
cima, o segurança do banco faz-me esvaziar os bolsos antes de
entrar na porta giratória, enfrento a fila do caixa, não aceitam
meus cheques para pagar contas em nome de minha mulher,
saio mal-humorado do banco, atravesso a avenida arriscando
a vida entre bólidos3 , um caminhão joga-me água suja de uma
poça, o elevador continua preso lá em cima, subo a pé, entro no
apartamento, sento-me ao computador e ponho-me de novo a
sonhar com gentilezas.
Vocabulário:
1 bairro Jardim Paulista, um dos mais requintados de São
Paulo
2 funcionário que coordena agendamentos entre outras
coisas nos restaurantes
3 carros muito velozes
Em “nas ruas dos Jardins1" (4º§), a palavra em destaque
foi escrita com letra maiúscula por se tratar de:
(A) um erro de grafia.
(B) um destaque do autor
(C) um substantivo próprio.
(D) um substantivo coletivo.
Gabarito
01.D / 02.C
Palavras ou Expressões que geram dificuldades
Algumas palavras ou expressões costumam apresentar
dificuldades colocando em maus lençóis quem pretende falar
ou redigir português culto. Esta é uma oportunidade para você
aperfeiçoar seu desempenho. Preste atenção e tente
incorporar tais palavras certas em situações apropriadas.
A anos: Daqui a um ano iremos à Europa. (a indica tempo
futuro)
Há anos: Não o vejo há meses. (há indica tempo passado)
Atenção: Há muito tempo já indica passado. Não há
necessidade de usar atrás, isto é um pleonasmo.
Acerca de: Falávamos acerca de uma solução melhor. (a
respeito de)
Há cerca de: Há cerca de dias resolvemos este caso. (faz
tempo)
Ao encontro de: Sua atitude vai ao encontro da verdade.
(estar a favor de)
De encontro a: Minhas opiniões vão de encontro às suas.
(oposição, choque)
A fim de: Vou a fim de visitá-la. (finalidade)
Afim: Somos almas afins. (igual, semelhante)
Ao invés de: Ao invés de falar começou a chorar. (oposição,
ao contrário de)
Em vez de: Em vez de acompanhar-me, ficou só. (no lugar
de)
A par: Estamos a par das boas notícias. (bem informado,
ciente)
Ao par: O dólar e o euro estão ao par. (de igualdade ou
equivalência entre valores financeiros – câmbio)
Aprender: O menino aprendeu a lição. (tomar
conhecimento de)
Apreender: O fiscal apreendeu a carteirinha do menino.
(prender)
Baixar: os preços quando não há objeto direto; os preços
funcionam como sujeito: Baixaram os preços (sujeito) nos
supermercados. Vamos comemorar, pessoal!
Abaixar: os preços empregado com objeto direto: Os postos
(sujeito) de combustível abaixaram os preços (objeto direto)
da gasolina.
Bebedor: Tornei-me um grande bebedor de vinho. (pessoa
que bebe)
Bebedouro: Este bebedouro está funcionando bem.
(aparelho que fornece água)
Bem-Vindo: Você é sempre bem-vindo aqui, jovem.
(adjetivo composto)
Benvindo: Benvindo é meu colega de classe. (nome
próprio)
Câmara: Ficaram todos reunidos na Câmara Municipal.
(local de trabalho)
Câmera: Comprei uma câmera japonesa. (aparelho que
fotografa)
Champanha/Champanhe (do francês): O
champanha/champanhe está bem gelado.
Cessão: Foi confirmada a cessão do terreno. (ato de doar)
Sessão: A sessão do filme durou duas horas. (intervalo de
tempo)
Seção/Secção: Visitei hoje a seção de esportes. (repartição
pública, departamento)
Demais: Vocês falam demais, caras! (advérbio de
intensidade)
Demais: Chamaram mais dez candidatos, os demais devem
aguardar. (equivale a “os outros”)
De mais: Não vejo nada de mais em sua decisão. (opõe-se a
“de menos”)
Descriminar: O réu foi descriminado; pra sorte dele.
(inocentar, absolver de crime)
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APOSTILAS OPÇÃO
Língua Portuguesa 17
Discriminar: Era impossível discriminar os caracteres do
documento. (diferençar, distinguir, separar)
Descrição: A descrição sobre o jogador foi perfeita.
(descrever)
Discrição: Você foi muito discreto. (reservado)
Entrega em domicílio: Fiz a entrega em domicílio. (lugar)
Entrega a domicílio: Enviou as compras a domicílio. (com
verbos de movimento)
Espectador: Os espectadores se fartaram da apresentação.
(aquele que vê, assiste)
Expectador: O expectador aguardava o momento da
chamada. (que espera alguma coisa)
Estada: A estada dela aqui foi gratificante. (tempo em algum
lugar)
Estadia: A estadia do carro foi prolongada por mais
algumas semanas. (prazo concedido para carga e descarga)
Fosforescente: Este material é fosforescente. (que brilha
no escuro)
Fluorescente: A luz branca do carro era fluorescente.
(determinado tipo de luminosidade)
Haja: É preciso que não haja descuido. (verbo haver – 1ª
pessoa singular do presente do subjuntivo)
Aja: Aja com cuidado, Carlinhos. (verbo agir – 1ª pessoa
singular do presente do subjuntivo)
Houve: Houve um grande incêndio no centro de São
Paulo. (verbo haver - 3ª pessoa do singular do pretérito
perfeito)
Ouve: A mãe disse: ninguém me ouve. (verbo ouvir - 3ª
pessoa singular do presente do indicativo)
Mal: Dormi mal. (oposto de bem)
Mau: Você é um mau exemplo. (oposto de bom)
Mas: Telefonei-lhe mas ela não atendeu. (ideia contrária)
Mais: Há mais flores perfumadas no campo. (opõe-se a
menos)
Nem um: Nem um filho de Deus apareceu para ajudá-la.
(equivale a nem um sequer)
Nenhum: Nenhum jornal divulgou o resultado do concurso.
(oposto de algum)
Onde: Onde fica a farmácia mais próxima? (lugar em que se
está)
Aonde: Aonde vão com tanta pressa? (ideia de movimento)
Por ora: Por ora chega de trabalhar. (por este momento)
Por hora: Você deve cobrar por hora. (cada sessenta
minutos)
Senão: Não fazia coisa nenhuma senão criticar. (caso
contrário)
Se não: Se não houver homens honestos, o país não sairá
desta situação crítica. (se por acaso não)
Tampouco: Não compareceu, tampouco apresentou
qualquer justificativa. (Também não)
Tão pouco: Encontramo-nos tão pouco esta semana.
(intensidade)
Trás ou Atrás: O menino estava atrás da árvore. (lugar)
Traz: Ele traz consigo muita felicidade. (verbo trazer)
Vultoso: Fizemos um trabalho vultoso aqui. (volumoso)
Vultuoso: Sua face está vultuosa e deformada. (congestão
no rosto)
Questão
01. (TCM/RJ – Técnico de Controle Externo –
IBFC/2016) Analise as afirmativas abaixo, dê valores
Verdadeiro (V) ou Falso (F) quanto ao emprego do acento
circunflexo estabelecido pelo Novo Acordo Ortográfico.
( ) O acento permanece na grafia de 'pôde' (o verbo
conjugado no passado) para diferenciá-la de 'pode' (o verbo
conjugado no presente).
( ) O acento circunflexo de 'pôr' (verbo) cai e a palavra terá
a mesma grafia de 'por' (preposição), diferenciando-se pelo
contexto de uso.
( ) a queda do acento na conjugação da terceira pessoa do
plural do presente do indicativo dos verbos crer, dar, ler, ter,
vir e seus derivados.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de
cima para baixo.
(A) V F F
(B) F V F
(C) F F V
(D) F V V
02. (Detran/CE – Vistoriador – UCE-CEV/2018) Na frase
“... as penalidades são as previstas pelo bom senso...”, a palavra
destacada é homônima de censo. Assinale a opção em que o
emprego dos homônimos destacados está adequado.
(A) O reitor da faculdade solicitou que todos os
funcionários participassem do censo anual para verificar
quem realmente está na ativa.
(B) Foi pedido para que todos os motoristas respondessem
ao senso, a fim de se obter o número real de carros no pátio da
universidade.
(C) Os infratores são penalizados com a “multa moral” por
não demonstrarem censo crítico.
(D) Se o infrator tiver censo, saberá o que dizer na hora da
punição.
Gabarito
01.A / 02.A
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APOSTILAS OPÇÃO
Língua Portuguesa 18
Emprego do Porquê
Por
Que
Orações Interrogativas
(pode ser substituído
por: por qual motivo, por
qual razão)
Exemplo:
Por que devemos nos
preocupar com o meio
ambiente?
Equivalendo a “pelo
qual”
Exemplo:
Os motivos por que não
respondeu são
desconhecidos.
Por
Quê
Final de frases e seguidos
de pontuação
Exemplos:
Você ainda tem coragem de
perguntar por quê?
Você não vai? Por quê?
Não sei por quê!
Porque
Conjunção que indica
explicação ou causa
Exemplos:
A situação agravou-se porque
ninguém reclamou.
Ninguém mais o espera,
porque ele sempre se atrasa.
Conjunção de Finalidade
– equivale a “para que”,
“a fim de que”.
Exemplos:
Não julgues porque não te
julguem.
Porquê
Função de substantivo –
vem acompanhado de
artigo ou pronome
Exemplos:
Não é fácil encontrar o
porquê de toda confusão.
Dê-me um porquê de sua
saída.
1. Por que (pergunta);
2. Porque (resposta);
3. Por quê (fim de frase: motivo);
4. O Porquê (substantivo).
Questões
01. (TJ/SP - Escrevente Técnico Judiciário - VUNESP)
Que mexer o esqueleto é bom para a saúde já virou até
sabedoria popular. Agora, estudo levanta hipóteses sobre
........................ praticar atividade física..........................benefícios
para a totalidade do corpo. Os resultados podem levar a novas
terapias para reabilitar músculos contundidos ou mesmo para
.......................... e restaurar a perda muscular que ocorre com o
avanço da idade.
(Ciência Hoje, março de 2012)
As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e res-
pectivamente, com:
(A) porque … trás … previnir
(B) porque … traz … previnir
(C) porquê … tras … previnir
(D) por que … traz … prevenir
(E) por quê … tráz … prevenir
02. Pref. de Salvador/BA - Técnico de Nível Médio II –
FGV/2017)
Por que sentimos calafrios e desconforto ao ouvir certos
sons agudos – como unhas arranhando um quadro-negro?
Esta é uma reação instintiva para protegermos nossa
audição. A cóclea (parte interna do ouvido) tem uma
membrana que vibra de acordo com as frequências sonoras
que ali chegam. A parte mais próxima ao exterior está ligada à
audição de sons agudos; a região mediana é responsável pela
audição de sons de frequência média; e a porção mais final, por
sons graves. As células da parte inicial, mais delicadas e frágeis,
são facilmente destruídas – razão por que, ao envelhecermos,
perdemos a capacidade de ouvir sons agudos. Quando
frequências muito agudas chegam a essa parte da membrana,
as células podem ser danificadas, pois, quanto mais alta a
frequência, mais energia tem seu movimento ondulatório. Isso,
em parte, explica nossa aversão a determinados sons agudos,
mas não a todos. Afinal, geralmente não sentimos calafrios ou
uma sensação ruim ao ouvirmos uma música com notas
agudas.
Aí podemos acrescentar outro fator. Uma nota de violão
tem um número limitado e pequeno de frequências –
formando um som mais “limpo”. Já no espectro de som
proveniente de unhas arranhando um quadro-negro (ou de
atrito entre isopores ou entre duas bexigas de ar) há um
número infinito delas. Assim, as células vibram de acordo com
muitas frequências e aquelas presentes na parte inicial da
cóclea, por serem mais frágeis, são lesadas com mais
facilidade. Daí a sensação de aversão a esse sons agudos e
“crus”.
Ronald Ranvaud, Ciência Hoje, nº 282.
Assinale a frase em que a grafia do vocábulo sublinhado
está equivocada.
(A) Por que sentimos calafrios?
(B) A razão porque sentimos calafrios é conhecida.
(C) Qual o porquê de sentirmos calafrios?
(D) Sentimos calafrios porque precisamos defender nossa
audição.
(E) Sentimos calafrios por quê?
Gabarito
01.D / 02.B
ACENTUAÇÃO
Acentuação Tônica
Implica na intensidade com que são pronunciadas as
sílabas das palavras. Aquela que se dá de forma mais
acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. As demais, como
são pronunciadas com menos intensidade, são denominadas
de átonas.
De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas
como oxítona, paroxítona e proparoxítonas, independente de
levar acento gráfico:
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a
última sílaba. Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel
Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica se
evidencia na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque –
retrato – passível
Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica se
evidencia na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara –
tímpano – médico – ônibus
Como podemos observar, mediante todos os exemplos
mencionados, os vocábulos possuem mais de uma sílaba, mas
em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente, no
qual são os chamados de monossílabos, que quando
pronunciados apresentam certa diferenciação quanto à
intensidade.
Tal diferenciação só é percebida quando os pronunciamos
em uma dada sequência de palavras. Assim como podemos
observar no exemplo a seguir:
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  • 1. LÍNGUA PORTUGUESA Apostila Digital Licenciada para Luciana Couto - lucouto20@hotmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br
  • 2. APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 1 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO A leitura é o meio mais importante para chegarmos ao conhecimento, portanto, precisamos aprender a ler e não apenas “passar os olhos sobre algum texto”. Ler, na verdade, é dar sentido à vida e ao mundo, é dominar a riqueza de qualquer texto, seja literário, informativo, persuasivo, narrativo, possibilidades que se misturam e as tornam infinitas. É preciso, para uma boa leitura, exercitar-se na arte de pensar, de captar ideias, de investigar as palavras… Para isso, devemos entender, primeiro, algumas definições importantes: Texto O texto (do latim textum: tecido) é uma unidade básica de organização e transmissão de ideias, conceitos e informações de modo geral. Em sentido amplo, uma escultura, um quadro, um símbolo, um sinal de trânsito, uma foto, um filme, uma novela de televisão também são formas textuais. Interlocutor É a pessoa a quem o texto se dirige. Texto-modelo “Não é preciso muito para sentir ciúme. Bastam três – você, uma pessoa amada e uma intrusa. Por isso todo mundo sente. Se sua amiga disser que não, está mentindo ou se enganando. Quem agüenta ver o namorado conversando todo animado com outra menina sem sentir uma pontinha de não-sei-o-quê? (…) É normal você querer o máximo de atenção do seu namorado, das suas amigas, dos seus pais. Eles são a parte mais importante da sua vida.” (Revista Capricho) Modelo de Perguntas 1) Considerando o texto-modelo, é possível identificar quem é o seu interlocutor preferencial? Um leitor jovem. 2) Quais são as informações (explícitas ou não) que permitem a você identificar o interlocutor preferencial do texto? Do contexto podemos extrair indícios do interlocutor preferencial do texto: uma jovem adolescente, que pode ser acometida pelo ciúme. Observa-se ainda , que a revista Capricho tem como público-alvo preferencial: meninas adolescentes. A linguagem informal típica dos adolescentes. 09 DICAS PARA MELHORAR A INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 01) Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto; 02) Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura; 03) Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo menos duas vezes; 04) Inferir; 05) Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar; 06) Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor; 07) Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor compreensão; 08) Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão; 09) O autor defende ideias e você deve percebê-las; Fonte: http://portuguesemfoco.com/09-dicas-para- melhorar-a-interpretacao-de-textos-em-provas/ Não saber interpretar corretamente um texto pode gerar inúmeros problemas, afetando não só o desenvolvimento profissional, mas também o desenvolvimento pessoal. O mundo moderno cobra de nós inúmeras competências, uma delas é a proficiência na língua, e isso não se refere apenas a uma boa comunicação verbal, mas também à capacidade de entender aquilo que está sendo lido. O analfabetismo funcional está relacionado com a dificuldade de decifrar as entrelinhas do código, pois a leitura mecânica é bem diferente da leitura interpretativa, aquela que fazemos ao estabelecer analogias e criar inferências. Para que você não sofra mais com a análise de textos, elaboramos algumas dicas para você seguir e tirar suas dúvidas. Uma interpretação de texto competente depende de inúmeros fatores, mas nem por isso deixaremos de contemplar alguns que se fazem essenciais para esse exercício. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos das minúcias presentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz suficiente, o que não é verdade. Interpretar demanda paciência e, por isso, sempre releia, pois uma segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes que não foram observados anteriormente. Para auxiliar na busca de sentidos do texto, você pode também retirar dele os tópicos frasais presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreensão do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não estão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleatória, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias supracitadas ou apresentando novos conceitos. Para finalizar, concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo autor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas. Quem lê com cuidado certamente incorre menos no risco de tornar-se um analfabeto funcional e ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes e sagazes. Agora que você já conhece nossas dicas, desejamos a você uma boa leitura e bons estudos! Fonte: http://portugues.uol.com.br/redacao/dicas-para-uma-boa- interpretacao-texto.html Questões O uso da bicicleta no Brasil A utilização da bicicleta como meio de locomoção no Brasil ainda conta com poucos adeptos, em comparação com países como Holanda e Inglaterra, por exemplo, nos quais a bicicleta é um dos principais veículos nas ruas. Apesar disso, cada vez mais pessoas começam a acreditar que a bicicleta é, numa comparação entre todos os meios de transporte, um dos que oferecem mais vantagens. A bicicleta já pode ser comparada a carros, motocicletas e a outros veículos que, por lei, devem andar na via e jamais na calçada. Bicicletas, triciclos e outras variações são todos Interpretação de texto. Apostila Digital Licenciada para Luciana Couto - lucouto20@hotmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS
  • 3. APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 2 considerados veículos, com direito de circulação pelas ruas e prioridade sobre os automotores. Alguns dos motivos pelos quais as pessoas aderem à bicicleta no dia a dia são: a valorização da sustentabilidade, pois as bikes não emitem gases nocivos ao ambiente, não consomem petróleo e produzem muito menos sucata de metais, plásticos e borracha; a diminuição dos congestionamentos por excesso de veículos motorizados, que atingem principalmente as grandes cidades; o favorecimento da saúde, pois pedalar é um exercício físico muito bom; e a economia no combustível, na manutenção, no seguro e, claro, nos impostos. No Brasil, está sendo implantado o sistema de compartilhamento de bicicletas. Em Porto Alegre, por exemplo, o BikePOA é um projeto de sustentabilidade da Prefeitura, em parceria com o sistema de Bicicletas SAMBA, com quase um ano de operação. Depois de Rio de Janeiro, São Paulo, Santos, Sorocaba e outras cidades espalhadas pelo país aderirem a esse sistema, mais duas capitais já estão com o projeto pronto em 2013: Recife e Goiânia. A ideia do compartilhamento é semelhante em todas as cidades. Em Porto Alegre, os usuários devem fazer um cadastro pelo site. O valor do passe mensal é R$ 10 e o do passe diário, R$ 5, podendo-se utilizar o sistema durante todo o dia, das 6h às 22h, nas duas modalidades. Em todas as cidades que já aderiram ao projeto, as bicicletas estão espalhadas em pontos estratégicos. A cultura do uso da bicicleta como meio de locomoção não está consolidada em nossa sociedade. Muitos ainda não sabem que a bicicleta já é considerada um meio de transporte, ou desconhecem as leis que abrangem a bike. Na confusão de um trânsito caótico numa cidade grande, carros, motocicletas, ônibus e, agora, bicicletas, misturam-se, causando, muitas vezes, discussões e acidentes que poderiam ser evitados. Ainda são comuns os acidentes que atingem ciclistas. A verdade é que, quando expostos nas vias públicas, eles estão totalmente vulneráveis em cima de suas bicicletas. Por isso é tão importante usar capacete e outros itens de segurança. A maior parte dos motoristas de carros, ônibus, motocicletas e caminhões desconhece as leis que abrangem os direitos dos ciclistas. Mas muitos ciclistas também ignoram seus direitos e deveres. Alguém que resolve integrar a bike ao seu estilo de vida e usá-la como meio de locomoção precisa compreender que deverá gastar com alguns apetrechos necessários para poder trafegar. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, as bicicletas devem, obrigatoriamente, ser equipadas com campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos pedais, além de espelho retrovisor do lado esquerdo. (Bárbara Moreira, http://www.eusoufamecos.net. Adaptado) 01. De acordo com o texto, o uso da bicicleta como meio de locomoção nas metrópoles brasileiras (A) decresce em comparação com Holanda e Inglaterra devido à falta de regulamentação. (B) vem se intensificando paulatinamente e tem sido incentivado em várias cidades. (C) tornou-se, rapidamente, um hábito cultivado pela maioria dos moradores. (D) é uma alternativa dispendiosa em comparação com os demais meios de transporte. (E) tem sido rejeitado por consistir em uma atividade arriscada e pouco salutar. 02. A partir da leitura, é correto concluir que um dos objetivos centrais do texto é (A) informar o leitor sobre alguns direitos e deveres do ciclista. (B) convencer o leitor de que circular em uma bicicleta é mais seguro do que dirigir um carro. (C) mostrar que não há legislação acerca do uso da bicicleta no Brasil. (D) explicar de que maneira o uso da bicicleta como meio de locomoção se consolidou no Brasil. (E) defender que, quando circular na calçada, o ciclista deve dar prioridade ao pedestre. 03. Considere o cartum de Evandro Alves. Afogado no Trânsito (http://iiiconcursodecartumuniversitario.blogspot.com.br) Considerando a relação entre o título e a imagem, é correto concluir que um dos temas diretamente explorados no cartum é (A) o aumento da circulação de ciclistas nas vias públicas. (B) a má qualidade da pavimentação em algumas ruas. (C) a arbitrariedade na definição dos valores das multas. (D) o número excessivo de automóveis nas ruas. (E) o uso de novas tecnologias no transporte público. 04. Considere o cartum de Douglas Vieira. Televisão (http://iiiconcursodecartumuniversitario.blogspot.com.br. Adaptado) É correto concluir que, de acordo com o cartum , (A) os tipos de entretenimento disponibilizados pelo livro ou pela TV são equivalentes. (B) o livro, em comparação com a TV, leva a uma imaginação mais ativa. (C) o indivíduo que prefere ler a assistir televisão é alguém que não sabe se distrair. (D) a leitura de um bom livro é tão instrutiva quanto assistir a um programa de televisão. (E) a televisão e o livro estimulam a imaginação de modo idêntico, embora ler seja mais prazeroso. Leia o texto para responder às questões: Propensão à ira de trânsito Dirigir um carro é estressante, além de inerentemente perigoso. Mesmo que o indivíduo seja o motorista mais seguro do mundo, existem muitas variáveis de risco no trânsito, como clima, acidentes de trânsito e obras nas ruas. Apostila Digital Licenciada para Luciana Couto - lucouto20@hotmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br
  • 4. APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 3 E com relação a todas as outras pessoas nas ruas? Algumas não são apenas maus motoristas, sem condições de dirigir, mas também se engajam num comportamento de risco – algumas até agem especificamente para irritar o outro motorista ou impedir que este chegue onde precisa. Essa é a evolução de pensamento que alguém poderá ter antes de passar para a ira de trânsito de fato, levando um motorista a tomar decisões irracionais. Dirigir pode ser uma experiência arriscada e emocionante. Para muitos de nós, os carros são a extensão de nossa personalidade e podem ser o bem mais valioso que possuímos. Dirigir pode ser a expressão de liberdade para alguns, mas também é uma atividade que tende a aumentar os níveis de estresse, mesmo que não tenhamos consciência disso no momento. Dirigir é também uma atividade comunitária. Uma vez que entra no trânsito, você se junta a uma comunidade de outros motoristas, todos com seus objetivos, medos e habilidades ao volante. Os psicólogos Leon James e Diane Nahl dizem que um dos fatores da ira de trânsito é a tendência de nos concentrarmos em nós mesmos, descartando o aspecto comunitário do ato de dirigir. Como perito do Congresso em Psicologia do Trânsito, o Dr. James acredita que a causa principal da ira de trânsito não são os congestionamentos ou mais motoristas nas ruas, e sim como nossa cultura visualiza a direção agressiva. As crianças aprendem que as regras normais em relação ao comportamento e à civilidade não se aplicam quando dirigimos um carro. Elas podem ver seus pais envolvidos em comportamentos de disputa ao volante, mudando de faixa continuamente ou dirigindo em alta velocidade, sempre com pressa para chegar ao destino. Para complicar as coisas, por vários anos psicólogos sugeriam que o melhor meio para aliviar a raiva era descarregar a frustração. Estudos mostram, no entanto, que a descarga de frustrações não ajuda a aliviar a raiva. Em uma situação de ira de trânsito, a descarga de frustrações pode transformar um incidente em uma violenta briga. Com isso em mente, não é surpresa que brigas violentas aconteçam algumas vezes. A maioria das pessoas está predisposta a apresentar um comportamento irracional quando dirige. Dr. James vai ainda além e afirma que a maior parte das pessoas fica emocionalmente incapacitada quando dirige. O que deve ser feito, dizem os psicólogos, é estar ciente de seu estado emocional e fazer as escolhas corretas, mesmo quando estiver tentado a agir só com a emoção. (Jonathan Strickland. Disponível em: http://carros.hsw.uol.com.br/furia-no- transito1 .htm. Acesso em: 01.08.2013. Adaptado) 05. Tomando por base as informações contidas no texto, é correto afirmar que (A) os comportamentos de disputa ao volante acontecem à medida que os motoristas se envolvem em decisões conscientes. (B) segundo psicólogos, as brigas no trânsito são causadas pela constante preocupação dos motoristas com o aspecto comunitário do ato de dirigir. (C) para Dr. James, o grande número de carros nas ruas é o principal motivo que provoca, nos motoristas, uma direção agressiva. (D) o ato de dirigir um carro envolve uma série de experiências e atividades não só individuais como também sociais. (E) dirigir mal pode estar associado à falta de controle das emoções positivas por parte dos motoristas. 1http://www.infoescola.com/redacao/argumentacao/ http://educacao.globo.com/portugues/assunto/texto- argumentativo/argumentacao.html Gabarito 1. (B) / 2. (A) / 3. (D) / 4. (B) / 5. (D) ARGUMENTAÇÃO Argumentar1 é a capacidade de relacionar fatos, teses, estudos, opiniões, problemas e possíveis soluções a fim de embasar determinado pensamento ou ideia. Um texto argumentativo sempre é feito visando um destinatário. O objetivo desse tipo de texto é convencer, persuadir, levar o leitor a seguir uma linha de raciocínio e a concordar com ela. Para que a argumentação seja convincente é necessário levar o leitor a um “beco sem saída”, onde ele seja obrigado a concordar com os argumentos expostos. No caso da redação, por ser um texto pequeno, há uma obrigatoriedade em ser conciso e preciso, para que o leitor possa ser levado direto ao ponto chave. Para isso é necessário que se exponha a questão ou proposta a ser discutida logo no início do texto, e a partir dela se tome uma posição, sempre de forma impessoal. O envolvimento de opiniões pessoais, além de ser terminantemente proibido em textos que serão analisados em concursos, pode comprometer a veracidade dos fatos e o poder de convencimento dos argumentos utilizados Por exemplo, é muito mais aceitável uma afirmação de um autor renomado ou de um livro conhecido do que o simples posicionamento do redator a respeito de determinado assunto. Uma boa argumentação só é feita a partir de pequenas regras as quais facilmente são encontradas em textos do dia a dia, já que durante a nossa vida levamos um longo tempo tentando convencer as outras pessoas de que estamos certos. Os argumentos devem ter um embasamento, nunca deve- se afirmar algo que não venha de estudos ou informações previamente adquiridas. Os exemplos dados devem ser coerentes com a realidade, ou seja, podem até ser fictícios, mas não podem ser inverossímeis. Caso haja citações de pessoas ou trechos de textos os mesmos devem ser razoavelmente confiáveis, não se pode citar qualquer pessoa. Experiências que comprovem os argumentos devem ser também coerentes com a realidade. Há de se imaginar sempre os questionamentos, dúvidas e pensamentos contrários dos leitores quanto à sua argumentação, para que a partir deles se possa construir melhores argumentos, fundamentados em mais estudo e pesquisa. Quanto a estrutura do texto, este deve apresentar uma lógica de pensamentos. Os raciocínios devem ter uma relação http://brasilescola.uol.com.br/redacao/a-argumentacao.htm Argumentação. Apostila Digital Licenciada para Luciana Couto - lucouto20@hotmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br
  • 5. APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 4 entre si, e um deve continuar o que o outro afirmava. No início do texto deve-se apresentar o assunto e a problemática que o envolve, sempre tomando cuidado para não se contradizer. Ao decorrer do texto vão sendo apresentados os argumentos propriamente ditos, junto com exemplificações e citações (se existirem). No final do texto as ideias devem ser arrematadas com uma tese (a conclusão). Essa conclusão deve vir sendo prevista pelo leitor durante todo o texto, à medida que ele vai lendo e se direcionando para concordar com ela. A argumentação não trabalha com fatos claros e evidentes, mas sim investiga fatos que geram opiniões diversas, sempre em busca de encontrar fundamentos para localizar a opinião mais coerente. Não se pode, em uma argumentação, afirmar a verdade ou negar a verdade afirmada por outra pessoa. O objetivo é fazer com que o leitor concorde e não com que ele feche os olhos para possíveis contra-argumentos. Caso seja necessário se pode também fazer uma comparação entre vários ângulos de visão a respeito do assunto, isso poderá ajudar no processo de convencimento do leitor, pois não dará margens para contra-argumentos. Porém deve-se tomar muito cuidado para não se contradizer e para ser claro. Para isso é necessário um bom domínio do assunto. Organização Textual O ser humano se comunica por meio de textos. Desde uma simples e passageira interjeição como “Olá” até uma mensagem muitíssimo extensa. Em princípio, esses textos eram apenas orais. Hoje, são também escritos. Nesse processo, os textos ganharam formas de organização distintas, com propósitos nitidamente distintos também. As principais formas de organização textual registradas na humanidade são, assim: - Narrativa: aquela que compreende textos que contam uma história, relatam um acontecimento. - Argumentativa: a que visa ao convencimento do interlocutor. - Descritiva: cuja finalidade é apresentar concreta ou metaforicamente uma dada descrição. Cada uma dessas formas de organização textual desdobra- se em inúmeros gêneros textuais distintos, que nada mais são do que cada concretizável possível a cada um dos objetivos textuais. Assim, por exemplo, a diferentes formas e formatos para se narrar: fábula, conto de fadas, romance, conto, notícia, fofoca, etc. Texto Argumentativo Esse tipo de texto, que é aplicado nas redações do Enem, inclui diferentes gêneros, tais quais, dissertação, artigo de opinião, carta argumentativa, editorial, resenha argumentativa, dentre outros. Todo e qualquer texto argumentativo, como já dito, visa ao convencimento de seu ouvinte/leitor. Por isso, ele sempre se baseia em uma tese, ou seja, o ponto de vista central que se pretende veicular e a respeito do qual se pretende convencer esse interlocutor. Nos gêneros argumentativos escritos, sobretudo, convém que essa tese seja apresentada, de maneira clara, logo de início e que, depois, através de uma argumentação objetiva e de diversidade lexical seja sustentada/defendida, com vistas ao mencionado convencimento. A estrutura geral de um texto argumentativo consiste de introdução, desenvolvimento e conclusão, nesta ordem. Cada uma dessas partes, por sua vez tem função distinta dentro da composição do texto: Introdução: é a parte do texto argumentativo em que apresentamos o assunto de que trataremos e a tese a ser desenvolvida a respeito desse assunto. Desenvolvimento: é a argumentação propriamente dita, correspondendo aos desdobramentos da tese apresentada. Esse é o coração do texto, por isso, comumente se desdobra em mais de um parágrafo. De modo geral, cada argumentação em defesa da tese geral do texto corresponde a um parágrafo. Conclusão: a parte final do texto em que retomamos a tese central, agora já respaldada pelos argumentos desenvolvidos ao longo do texto. Relação entre Tese e Argumento De modo geral, a relação entre tese e argumento pode ser compreendida de duas maneiras principais: Argumento, portanto, Tese (A→ pt→T) ou Tese porque Argumento (T→ pq→A): (A→ pt→T) “O governo gasta, todos os anos, bilhões de reais no tratamento das mais diversas doenças relacionadas ao tabagismo; os ganhos com os impostos nem de longe compensam o dinheiro gasto com essas doenças. Além disso (Ainda, e, também, relação de adição → quando se enumeram argumentos a favor de sua tese), as empresas têm grandes prejuízos por causa de afastamentos de trabalhadores devido aos males causados pelo fumo. Portanto (logo, por conseguinte, por isso, então → observem a relação semântica de conclusão, típica de um silogismo), é mister que sejam proibidas quaisquer propagandas de cigarros em todos os meios de comunicação.” (T→ pq→A) O governo deve imediatamente proibir toda e qualquer forma de propaganda de cigarro, porque (uma vez que, já que, dado que, pois → relação de causalidade) ele gasta, todos os anos, bilhões de reais no tratamento das mais diversas doenças relacionadas ao tabagismo; e, muito embora (ainda que, não obstante, mesmo que → relação de oposição: usam- se as concessivas para refutar o argumento oposto) os ganhos com os impostos sejam vultosos, nem de longe eles compensam o dinheiro gasto com essas doenças. Há diferentes tipos de argumentos e a escolha certa consolida o texto. - Argumentação por citação: sempre que queremos defender uma ideia, procuramos pessoas ‘consagradas’, que pensam como nós acerca do tema em evidência. Apresentamos no corpo de nosso texto a menção de uma informação extraída de outra fonte. A citação pode ser apresentada assim: Para Piaget, “toda moral consiste num sistema de regras e a essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito que o indivíduo adquire por essas regras” (Piaget, 1994, p.11). A essência da moral é o respeito às regras. A capacidade intelectual de compreender que a regra expressa uma racionalidade em si mesma equilibrada. O trecho citado deve estar de acordo com as ideias do texto, assim, tal estratégia poderá funcionar bem. - Argumentação por comprovação: a sustentação da argumentação se dará a partir das informações apresentadas (dados, estatísticas, percentuais) que a acompanham. Esse recurso é explorado quando o objetivo é contestar um ponto de vista equivocado. Veja: O ministro da Educação, Cristovam Buarque, lança hoje o Mapa da Exclusão Educacional. O estudo do Inep, feito a partir de dados do IBGE e do Censo Educacional do Ministério da Educação, mostra o número de crianças de sete a catorze anos que estão fora das escolas em cada Estado. Segundo o mapa, no Brasil, 1,4 milhão de crianças, ou 5,5 Apostila Digital Licenciada para Luciana Couto - lucouto20@hotmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br
  • 6. APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 5 % da população nessa faixa etária (sete a catorze anos), para a qual o ensino é obrigatório, não frequentam as salas de aula. O pior índice é do Amazonas: 16,8% das crianças do Estado, ou 92,8 mil, estão fora da escola. O melhor, o Distrito Federal, com apenas 2,3% (7 200) de crianças excluídas, seguido por Rio Grande do Sul, com 2,7% (39 mil) e São Paulo, com 3,2% (168,7 mil). (Mônica Bergamo. Folha de S. Paulo, 3.12.2003) Nesse tipo de citação o autor precisa de dados que demonstrem sua tese. - Argumentação por raciocínio lógico: a criação de relações de causa e efeito é um recurso utilizado para demonstrar que uma conclusão (afirmada no texto) é necessária, e não fruto de uma interpretação pessoal que pode ser contestada. Veja: “O fumo é o mais grave problema de saúde pública no Brasil. Assim como não admitimos que os comerciantes de maconha, crack ou heroína façam propaganda para os nossos filhos na TV, todas as formas de publicidade do cigarro deveriam ser proibidas terminantemente. Para os desobedientes, cadeia.” (VARELLA, Drauzio. In: Folha de S. Paulo, 20 de maio de 2000.) Para a construção de um bom texto argumentativo faz-se necessário o conhecimento sobre a questão proposta, fundamentação para que seja realizado com sucesso. Questão 01. Identifique o sentido argumentativo dos seguintes textos, e separe, por meio de barras, a tese e o(s) argumento(s). (A) “Meu carro não é grande coisa, mas é o bastante para o que preciso. É econômico, nunca dá defeito e tem espaço suficiente para transportar toda a minha família.” (B) “Veja bem, o Brasil a cada ano exporta mais e mais; além disso, todo ano batemos recordes de produção agrícola. Sem contar que nosso parque industrial é um dos mais modernos do mundo, definitivamente, somos o país do futuro.” (C) “Embora a gente se ame muito, nosso namoro tem tudo para dar errado: nossa diferença de idade é grande e nossos gostos são quase que opostos. Além disso, a família dela é terrível.” (D) “Como o Brasil é um país muito injusto, toda política social por aqui implementada é vista como demagogia, paternalismo.” Gabarito a) O sentido aí presente é (T→ pq→A), uma vez que, após uma constatação, se seguem as motivações que a fundamentam. Meu carro não é grande coisa, mas é o bastante para o que preciso (TESE)./ É econômico (argumento 1), /nunca dá defeito (argumento 2)/ e tem espaço suficiente para transportar toda a minha família (argumento 3). b) Nesse exemplo, já encontramos a orientação (A→ pt→T), uma vez que se parte de exemplificações para, a partir delas, enunciar uma proposição. Veja bem, o Brasil a cada ano exporta mais e mais (argumento 1);/ além disso, todo ano batemos recordes de produção agrícola (argumento 2)./ Sem contar que nosso parque industrial é um dos mais modernos do mundo (argumento 3)./ Definitivamente, somos o país do futuro. (TESE). c) Aqui, o sentido é (T→ pq→A), em que de uma afirmação inicial se desdobram exemplos que a justificam. Embora a gente se ame muito, nosso namoro tem tudo para dar errado (TESE):/ nossa diferença de idade é grande (argumento 1) e nossos gostos são quase que opostos (argumento 2). Além disso, a família dela é terrível (argumento 3). d) Nesse exemplo, o movimento é (A→ pt→T), já que se parte de uma causa que funciona como justificativa a uma enunciação que, por sua vez, é a consequência constatada. Como o Brasil é um país muito injusto (argumento),/ toda política social por aqui implementada é vista como demagogia, paternalismo (TESE). Artigos Relacionados Redação Enem 2014: apostas para o tema Faça uma boa redação no Enem: dicas para prova de 2014. Pressupostos Uma informação é considerada pressuposta quando um enunciado depende dela para fazer sentido. Considere, por exemplo, a seguinte pergunta: “Quando Patrícia voltará para casa?”. Esse enunciado só faz sentido se considerarmos que Patrícia saiu de casa, ao menos temporariamente – essa é a informação pressuposta. Caso Patrícia se encontre em casa, o pressuposto não é válido, o que torna o enunciado sem sentido. Repare que as informações pressupostas estão marcadas através de palavras e expressões presentes no próprio enunciado e resultam de um raciocínio lógico. Portanto, no enunciado “Patrícia ainda não voltou para casa”, a palavra “ainda” indica que a volta de Patrícia para casa é dada como certa pelo falante. Subentendidos Ao contrário das informações pressupostas, as informações subentendidas não são marcadas no próprio enunciado, são apenas sugeridas, ou seja, podem ser entendidas como insinuações. O uso de subentendidos faz com que o enunciador se esconda atrás de uma afirmação, pois não quer se comprometer com ela. Por isso, dizemos que os subentendidos são de responsabilidade do receptor, enquanto os pressupostos são partilhados por enunciadores e receptores. Em nosso cotidiano, somos cercados por informações subentendidas. A publicidade, por exemplo, parte de hábitos e pensamentos da sociedade para criar subentendidos. Já a anedota é um gênero textual cuja interpretação depende a quebra de subentendidos. Pressupostos e subentendidos. Apostila Digital Licenciada para Luciana Couto - lucouto20@hotmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br
  • 7. APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 6 Questão 01. Texto I (Época. 12 out. 2009 - Foto: Reprodução/Enem) Texto II Conexão Sem Fio no Brasil Onde haverá cobertura de telefonia celular para baixar publicações para o Kindle. (Época. 12 out. 2009 - Foto: Reprodução/Enem) A capa da revista Época de 12 de outubro de 2009 traz um anúncio sobre o lançamento do livro digital no Brasil. Já o texto II traz informações referentes à abrangência de acessibilidade das tecnologias de comunicação e informação nas diferentes regiões do país. A partir da leitura dos dois textos, infere-se que o advento do livro digital no Brasil (A) possibilitará o acesso das diferentes regiões do país às informações antes restritas, uma vez que eliminará as distâncias, por meio da distribuição virtual. (B) criará a expectativa de viabilizar a democratização da leitura, porém esbarra na insuficiência do acesso à internet por telefonia celular, ainda deficiente no país. (C) fará com que os livros impressos tornem-se obsoletos, em razão da diminuição dos gastos com os produtos digitais gratuitamente distribuídos pela internet. (D) garantirá a democratização dos usos da tecnologia no país, levando em consideração as características de cada região no que se refere aos hábitos de leitura e acesso à informação. (E) impulsionará o crescimento da qualidade da leitura dos brasileiros, uma vez que as características do produto permitem que a leitura aconteça a despeito das adversidades geopolíticas. Gabarito 01.B REESCRITURA DE FRASES Antes de discorrermos acerca de um assunto tão importante, convidamos você, caro (a) candidato (a), a se enlevar mediante as palavras do grandioso mestre de nossas letras, João Cabral de Melo Neto, que, por meio de uma metalinguagem, cumpre bem seu trabalho de lidar com as palavras e deixar claro para nós, leitores, quão grandioso e magnífico é o exercício da escrita. Voltemo-nos a elas, portanto: Catar feijão 1. Catar feijão se limita com escrever: joga-se os grãos na água do alguidar e as palavras na folha de papel; e depois, joga-se fora o que boiar. Certo, toda palavra boiará no papel, água congelada, por chumbo seu verbo: pois para catar esse feijão, soprar nele, e jogar fora o leve e oco, palha e eco. 2. Ora, nesse catar feijão entra um risco: o de que entre os grãos pesados entre um grão qualquer, pedra ou indigesto, um grão imastigável, de quebrar dente. Certo não, quando ao catar palavras: a pedra dá à frase seu grão mais vivo: obstrui a leitura fluviante, flutual, açula a atenção, isca-a como o risco. Poema intitulado “Catar feijão”, parte constituinte do livro “Educação pela pedra”, publicado em 1965. A comparação ora estabelecida parece casar perfeitamente diante daquele momento em que as ideias são elencadas. No entanto, é preciso ser hábil para escolher palavra por palavra, de modo a fazer com que o discurso (as orações, os períodos, os parágrafos) torne-se claro e preciso, atendendo às expectativas de nosso interlocutor. Dessa forma, como aqueles grãos que boiam fora, desnecessários por sinal, algumas palavras também parecem não se encaixar, pois por um motivo ou outro acabam escapando aos nossos olhos. O porquê de escaparem? É simples, haja vista que nesse momento essa habilidade antes mencionada entra em ação e, em meio a esse ínterim, conhecimentos de toda ordem parecem se relacionar, sejam eles de ordem ortográfica, semântica, sintática e, sobretudo, aqueles indispensáveis a todo bom redator: o conhecimento de mundo. Dada essa manifestação, é impossível não abordar um procedimento, tão útil quanto necessário: a reescrita textual. Acredite que, por meio dele, você, enquanto emissor, encontrará os grãos pesados entre um grão qualquer, pedra ou indigesto, um grão imastigável, de quebrar dente. Vale dizer, contudo, que essa reescrita não deve se dar somente no âmbito de corrigir aqueles possíveis erros... digamos assim... gramaticais. Importantes eles? Sim, sem dúvida alguma, mas não são tudo. Cumpre afirmar que a reescrita deve ir além, haja vista que nos permite reconhecer aquelas “falhas” que certamente seriam reconhecidas por outra pessoa, sobretudo em se tratando do “teor”, da “essência” discursiva. Níveis de linguagem. Apostila Digital Licenciada para Luciana Couto - lucouto20@hotmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br
  • 8. APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 7 Tendo em vista que a coesão representa um dos principais aspectos na produção textual, muitas vezes, mediante a leitura daquilo que escrevemos, constatamos que os parágrafos não se encontram assim tão harmoniosamente ligados como deveriam. Às vezes, uma conjunção ali, um advérbio acolá e um pronome adiante não se encontram bem distribuídos. Outras vezes, percebemos uma quebra de simetria (revelada pela falta de paralelismo), em que uma ideia poderia ter sido expressa de outra forma. Assim, de modo a constatar como esse aspecto assimétrico se manifesta na prática, analise o seguinte enunciado: “A leitura é importante, necessária, útil e traz benefícios a todo emissor que deseja aprimorar ainda mais a competência discursiva.” Inferimos que com o uso de “traz benefícios” houve uma quebra de simetria dos adjetivos explicitados (importante, necessária, útil...). Não que isso seja considerado uma falha de grande extensão, mas a ideia ficaria mais clara se outro adjetivo tivesse sido utilizado, justamente para acompanhar o raciocínio antes firmado, como por exemplo: “A leitura é importante, necessária, útil e benéfica a todo emissor que deseja aprimorar ainda mais a competência discursiva.” Outro aspecto, não menos importante, materializa-se pela “abundância” de orações intercaladas, as quais corroboram para a extensão da ideia, fazendo com que o interlocutor perca o “fio da meada” e passe a não entender mais o que se afirmava no início da oração. Dessa forma, para que fique um pouco mais claro, analisemos o parágrafo que segue, revelando ser um bom exemplo da ocorrência em questão: “A leitura, esse importante instrumento – o qual o torna mais culto, mais apto a expressar seus pensamentos –, pois amplia significativamente seu vocabulário, contribui para o aperfeiçoamento da escrita.” Tudo aquilo que se afirma acerca da eficácia da leitura, ainda que relevante, tornou extensa e cansativa a ideia abordada. Dessa forma, retificando a oração, poderíamos obter como essencial somente estes dizeres, os quais seguem expressos: “A leitura contribui para o aperfeiçoamento da escrita.” Mediante os pressupostos aqui elencados, acreditamos ter contribuído de forma significativa para que você aprimore ainda mais suas habilidades no que tange à construção textual. E que, por meio da reescrita de suas ideias, possa ser hábil em jogar fora o leve, o oco, assim mesmo como ressalta nosso grande mestre, e reelabore seu discurso pautando-se na concretude das palavras, tornando-as claras, precisas, objetivas.2 Dicas Para Uma Boa Escrita Expressões Condenáveis Uso Recomendado A nível de / Ao nível Em nível, No nível Face a / Frente a Ante, Diante, Em face de, Em vista de, Perante Onde (Quando não exprime lugar) Em que, Na qual, Nas quais, No qual, Nos quais Sob um ponto de vista De um ponto de vista Sob um prisma Por (ou através de) um prisma Em função de Em virtude de, Por causa de, Em consequência de, Por, Em razão de 2 http://portugues.uol.com.br/redacao/reescrita-textual.html Expressões Não Recomendadas - a partir de (a não ser com valor temporal). Opção: com base em, tomando-se por base, valendo-se de... - através de (para exprimir “meio” ou instrumento). Opção: por, mediante, por meio de, por intermédio de, segundo... - devido a. Opção: em razão de, em virtude de, graças a, por causa de. - dito. Opção: citado, mencionado. - enquanto. Opção: ao passo que. - inclusive (a não ser quando significa incluindo-se). Opção: até, ainda, igualmente, mesmo, também. - no sentido de, com vistas a. Opção: a fim de, para, com a finalidade de, tendo em vista. - pois (no início da oração). Opção: já que, porque, uma vez que, visto que. - principalmente. Opção: especialmente, sobretudo, em especial, em particular. Expressões Que Demandam Atenção - acaso, caso – com se, use acaso; caso rejeita o se. - aceitado, aceito – com ter e haver, aceitado; com ser e estar, aceito. - acendido, aceso (formas similares) – idem. - à custa de – e não às custas de. - à medida que – à proporção que, ao mesmo tempo que, conforme. - na medida em que – tendo em vista que, uma vez que. - a meu ver – e não ao meu ver. - a ponto de – e não ao ponto de. - a posteriori, a priori – não tem valor temporal. - em termos de – modismo; evitar. - enquanto que – o que é redundância. - entre um e outro – entre exige a conjunção e, e não a. - implicar em – a regência é direta (sem em). - ir de encontro a – chocar-se com. - ir ao encontro de – concordar com. - se não, senão – quando se pode substituir por caso não, separado; quando não se pode, junto. - todo mundo – todos. - todo o mundo – o mundo inteiro. - não pagamento = hífen somente quando o segundo termo for substantivo. - este e isto – referência próxima do falante (a lugar, a tempo presente; a futuro próximo; ao anunciar e a que se está tratando). - esse e isso – referência longe do falante e perto do ouvinte (tempo futuro, desejo de distância; tempo passado próximo do presente, ou distante ao já mencionado e a ênfase). Erros Comuns - Hoje ao receber alguns presentes no qual completo vinte anos tenho muitas novidades para contar. Uso inadequado do pronome relativo. Ele provoca falta de coesão, pois não consegue perceber a que antecedente ele se Apostila Digital Licenciada para Luciana Couto - lucouto20@hotmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br
  • 9. APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 8 refere, portanto nada conecta e produz relação absurda. - Ainda brincava de boneca quando conheci Davi, piloto de cart, moreno, 20 anos, com olhos cor de mel. “Tudo começou naquele baile de quinze anos”, “... é aos dezoito anos que se começa a procurar o caminho do amanhã e encontrar as perspectivas que nos acompanham para sempre na estrada da vida”. Você pode ter conhecimento do vocabulário e das regras gramaticais e, assim, construir um texto sem erros. Entretanto, se você reproduz sem nenhuma crítica ou reflexão expressões gastas, vulgarizadas pelo uso contínuo. A boa qualidade do texto fica comprometida. - Tema: Para você, as experiências genéticas de clonagem põem em xeque todos os conceitos humanos sobre Deus e a vida? “Bem a clonagem não é tudo, mas na vida tudo tem o seu valor e os homens a todo momento necessitam de descobrir todos os mistérios da vida que nos cercam a todo instante”. É de extrema importância seguir o que foi proposto no tema. Antes de começar o texto leia atentamente todos os elementos que o examinador apresentou. Esquematize as ideias e perceba se não há falta de correspondência entre o tema proposto e o texto criado. - “Uma biópsia do tumor retirado do fígado do meu primo (...) mostrou que ele não era maligno”. Esta frase está ambígua. Não se sabe se o pronome ele refere-se ao fígado ou ao primo. Para se evitar a ambiguidade, deve-se observar se a relação entre cada palavra do texto está correta. - “Ele me tratava como uma criança, mas eu era apenas uma criança”. Problema com o uso do conectivo “mas”. O conectivo mas indica uma circunstância de oposição, de ideia contrária a. Portanto, a relação adversativa introduzida pelo “mas” no fragmento acima produz uma ideia absurda. - “Entretanto, como já diziam os sábios: depois da tempestade sempre vem a bonança. Após longo suplício, meu coração apaziguava as tormentas e a sensatez me mostrava que só estaríamos separadas carnalmente”. Não utilize provérbios ou ditos populares. Eles empobrecem a redação e fazem parecer que o autor não tem criatividade ao lançar mão de formas já gastas pelo uso frequente. - “Todos os deputados são corruptos”. Evite pensamentos radicais. É recomendável não generalizar e evitar, assim, posições extremistas. - “Bem, acho que - você sabe - não é fácil dizer essas coisas. Olhe, acho que ele não vai concordar com a decisão que você tomou, quero dizer, os fatos levam você a isso, mas você sabe - todos sabem - ele pensa diferente. É bom a gente pensar como vai fazer para, enfim, para ele entender a decisão”. O ato de escrever é diferente do ato de falar. O texto escrito não deve apresentar marcas de oralidade. - “Mal cheiro”, “mau-humorado”. Mal opõe-se a bem e mau, a bom. Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado). Igualmente: mau humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar. - “Fazem” cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias. - “Houveram” muitos acidentes. Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais. - Para “mim” fazer. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer. - Entre “eu” e você. Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. / Entre eles e ti. - “Há” dez anos “atrás”. Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos ou dez anos atrás. - “Entrar dentro”. Problema de redundância. O certo seria: entrar em. Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do falecido. - Vai assistir “o” jogo hoje. Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à missa, à sessão. Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou) à população. / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes. - Preferia ir “do que” ficar. Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar. É preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem glória. - Não há regra sem “excessão”. O certo é exceção. Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma correta: “paralizar” (paralisar), “beneficiente” (beneficente), “xuxu” (chuchu), “previlégio” (privilégio), “vultuoso” (vultoso), “cincoenta” (cinquenta), “zuar” (zoar), “frustado” (frustrado), “calcáreo” (calcário), “advinhar” (adivinhar), “benvindo” (bem-vindo), “ascenção” (ascensão), “pixar” (pichar), “impecilho” (empecilho), “envólucro” (invólucro). - Comprei “ele” para você. Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. Assim: Comprei-o para você. Também: Deixe-os sair, mandou- nos entrar, viu-a, mandou-me. - “Aluga-se” casas. O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem- se consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se empregados. - Chegou “em” São Paulo. Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo. - Todos somos “cidadões”. O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres (de caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres. - A última “seção” de cinema. Seção significa divisão, repartição, e sessão equivale a tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de Esportes, seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do Congresso. - Vendeu “uma” grama de ouro. Apostila Digital Licenciada para Luciana Couto - lucouto20@hotmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br
  • 10. APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 9 Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro, vitamina C de dois gramas. - “Porisso”. Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de. - Não viu “qualquer” risco. Deve-se usar “nenhum”, e não “qualquer. Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / Nunca promoveu nenhuma confusão . - A feira “inicia” amanhã. Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia-se (inaugura-se) amanhã. - O peixe tem muito “espinho”. Peixe tem espinha. Veja outras confusões desse tipo: O “fuzil” (fusível) queimou. / Casa “germinada” (geminada), “ciclo” (círculo) vicioso, “cabeçário” (cabeçalho). - Não sabiam« aonde »ele estava. O certo: Não sabiam onde ele estava. Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos? - “Obrigado”, disse a moça. Obrigado concorda com a pessoa: “Obrigada”, disse a moça. / Obrigado pela atenção. / Muito obrigados por tudo. - Ela era “meia” louca. Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio amiga. - “Fica” você comigo. Fica é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo é fique: Fique você comigo. / Venha pra Caixa você também. / Chegue aqui. - A questão não tem nada« haver »com você. A questão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver. Da mesma forma: Tem tudo a ver com você. - Vou “emprestar” dele. Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o livro (ceder) ao meu irmão. Repare nesta concordância: Pediu emprestadas duas malas. - Ele foi um dos que “chegou” antes. Um dos que faz a concordância no plural: Ele foi um dos que chegaram antes (dos que chegaram antes, ele foi um). / Era um dos que sempre vibravam com a vitória. - “Cerca de 18” pessoas o saudaram. Cerca de indica arredondamento e não pode aparecer com números exatos: Cerca de 20 pessoas o saudaram. - Tinha “chego” atrasado. “Chego” não existe. O certo: Tinha chegado atrasado. - Queria namorar “com” o colega. O com não existe: Queria namorar o colega. - O processo deu entrada “junto ao” STF. Processo dá entrada no STF - As pessoas “esperavam-o”. Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os e as tomam a forma no, na, nos e nas: As pessoas esperavam- no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos. - Vocês “fariam-lhe” um favor? Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) depois de futuro do presente, futuro do pretérito (antigo condicional) ou particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe- iam) um favor? / Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca “imporá-se”). / Os amigos nos darão (e não “darão-nos”) um presente. / Tendo-me formado (e nunca tendo “formado-me”). - Chegou “a” duas horas e partirá daqui “há” cinco minutos. Há indica passado e equivale a faz, enquanto a exprime distância ou tempo futuro (não pode ser substituído por faz): Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) cinco minutos. / O atirador estava a (distância) pouco menos de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias. - Estávamos “em” quatro à mesa. O “em” não existe: Estávamos quatro à mesa / .Éramos seis. / Ficamos cinco na sala . - Sentou “na” mesa para comer. Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima de. Veja o certo: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou ao piano, à máquina, ao computador. - Ficou contente “por causa que” ninguém se feriu. A locução não existe. Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu. - O time empatou “em” 2 a 2. A preposição é “por”: O time empatou por 2 a 2. Repare que ele ganha por e perde por. Da mesma forma: empate por. - Não queria que “receiassem” a sua companhia. O i não existe: Não queria que receassem a sua companhia. Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só existe i quando o acento cai no e que precede a terminação ear: receiem, passeias, enfeiam). - Eles “tem” razão. No plural, têm é com acento. Tem é a forma do singular. O mesmo ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem. - Acordos “políticos-partidários”. Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia: acordos político-partidários. Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-financeiras, partidos social-democratas. - Andou por “todo” país. Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o país (pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi demitida. Sem o, todo quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada homem) é mortal. / Toda nação (qualquer nação) tem inimigos. - “Todos” amigos o elogiavam. No plural, todos exige os: Todos os amigos o elogiavam. / Era difícil apontar todas as contradições do texto. - Ela “mesmo” arrumou a sala. “Mesmo” é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. / As vítimas mesmas recorreram à polícia . - Chamei-o e “o mesmo” não atendeu. Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. / Os funcionários Apostila Digital Licenciada para Luciana Couto - lucouto20@hotmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br
  • 11. APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 10 públicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos servidores (e não “dos mesmos”). - Vou sair “essa” noite. É este que designa o tempo no qual se está o objeto próximo: Esta noite, esta semana (a semana em que se está), este dia, este jornal (o jornal que estou lendo), este século (o século 20). - A temperatura chegou a 0 “graus”. Zero indica singular sempre: Zero grau, zero-quilômetro, zero hora. - Comeu frango “ao invés de” peixe. Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de peixe. Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu. - Se eu “ver” você por aí... O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu vier (de vir); se eu tiver (de ter); se ele puser (de pôr); se ele fizer (de fazer); se nós dissermos (de dizer). - Evite que a bomba “expluda”. Explodir só tem as pessoas em que depois do “d” vêm “e” e “i”: Explode, explodiram, etc. Portanto, não escreva nem fale “exploda” ou “expluda”, - Disse o que “quiz”. Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e pôr: Quis, quisesse, quiseram, quiséssemos; pôs, pus, pusesse, puseram, puséssemos. - O homem “possue” muitos bens. O certo: O homem possui muitos bens. Verbos em uir só têm a terminação ui: Inclui, atribui, polui. Verbos em uar é que admitem ue: Continue, recue, atue, atenue. - A tese “onde”. Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / Veja o jardim onde as crianças brincam. Nos demais casos, use em que: A tese em que ele defende essa ideia. / O livro em que... / A faixa em que ele canta... / Na entrevista em que ... - Já “foi comunicado” da decisão. Uma decisão é comunicada, mas ninguém “é comunicado” de alguma coisa. Assim: Já foi informado (cientificado, avisado) da decisão. Outra forma errada: A diretoria “comunicou” os empregados da decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos empregados. - A modelo “pousou” o dia todo. Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante, etc. - Espero que “viagem” hoje. Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A forma verbal é viajem (de viajar). Evite também “comprimentar” alguém: de cumprimento (saudação), só pode resultar cumprimentar. Comprimento é extensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido (concretizado). - O pai “sequer” foi avisado. Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi avisado. / Partiu sem sequer nos avisar. - O fato passou “desapercebido”. Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado. Desapercebido significa desprevenido. - “Haja visto” seu empenho... A expressão é “haja vista” e não varia: Haja vista seu empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista suas críticas. - A moça “que ele gosta”. Quem gosta, gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta - É hora “dele” chegar. Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou pronome, nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele chegar. / Apesar de o amigo tê-lo convidado. / Depois de esses fatos terem ocorrido. - A festa começa às 8 “hrs.”. As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não “kms.”), 5 m, 10 kg. - “Dado” os índices das pesquisas... A concordância é normal: Dados os índices das pesquisas... / Dado o resultado... / Dadas as suas ideias... - Ficou “sobre” a mira do assaltante. Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do assaltante. / Escondeu-se sob a cama. Sobre equivale a em cima de ou a respeito de: Estava sobre o telhado. / Falou sobre a inflação. E lembre-se: O animal ou o piano têm cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz alguma coisa e alguém vai para trás. - “Ao meu ver”. Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso ver. Mudança de Posição dos Vocábulos A mudança de posição de certos vocábulos ou termos da oração pode mudar o sentido da frase ou não. Uma simples frase como esta: A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez. (Friedrich Nietzsche) Pode ser invertida de diversas formas, sem alteração de sentido. Veja algumas: Divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas, como se fosse a primeira vez, é a vantagem de ter péssima memória. A vantagem de ter péssima memória é divertir-se com as mesmas coisas boas, como se fosse a primeira vez, muitas vezes. Divertir-se com as mesmas coisas boas, muitas vezes, como se fosse a primeira vez, é a vantagem de ter péssima memória. E por aí vai... Em outras palavras, a inversão de termos dentro de uma frase pode não alterar seu sentido. No entanto, não é sempre assim que ocorre, pois, às vezes, alguns vocábulos (adjetivos, pronomes, advérbios, palavras denotativas etc.), quando deslocados, a alteração de sentido fica visível. Veja que o deslocamento, ou seja, a inversão dos termos pode gerar alteração de sentido: – João é um alto funcionário. – João é um funcionário alto. – Qualquer mulher merece respeito. – Maria é uma mulher qualquer. – Pedro já fez a prova. – Pedro fez a prova já. – Até aquela aluna o elogiou. – Aquela aluna o elogiou até. Apostila Digital Licenciada para Luciana Couto - lucouto20@hotmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br
  • 12. APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 11 Percebeu que houve flagrante mudança de sentido nestas duplas? Portanto, a inversão dos termos na frase pode ou não alterar o sentido dela.3 Questões 01. (TJ/AL - Analista Judiciário - FGV/2018) “Hoje, fala- se muito sobre intolerância religiosa”; essa frase apresenta reescritura inadequada em: (A) Fala-se muito, hoje, sobre intolerância religiosa; (B) Sobre intolerância religiosa, hoje fala-se muito; (C) Hoje muito é falado sobre intolerância religiosa; (D) Muito é falado, hoje, sobre intolerância religiosa; (E) Fala-se hoje muito sobre intolerância religiosa. 02. (MPE/RJ - Técnico Administrativo - FUJB) “Nos últimos dez anos tivemos oito planos de estabilização”; essa frase do texto foi reescrita de diversos modos nas alternativas a seguir. A alternativa em que a reescritura modificou o sentido original da frase é: (A) Tivemos, no último decênio, oito planos de estabilização. (B) Oito planos de estabilização foi o que tivemos nos últimos dez anos. (C) Tivemos oito planos de estabilização nos últimos dez anos. (D) Na última década tivemos oito planos de estabilização. (E) Os últimos oito planos de estabilização foram realizados em dez anos. 03. (TRT 4ª Região - Analista Judiciário - FCC) A frase correta é: (A) Ele acabou sendo malquisto porque sistematicamente obstrói as votações; se antevir o que lhe espera na próxima sessão, certamente mudará de atitude. (B) Ele diz que sua invejável capacidade de aurir forças quando tudo parece perdido se deve ao fato de ter provido de família muito humilde. (C) Confirmo o que havia dito a semanas atrás: se me aprazer tornar a vê-la depois de tanto tempo e dissabores, lá estarei; senão, não contem comigo. (D) Sob o pretexto de pôr fim ao litígio, fizeram-nos entrar em acordo; agora, ou o encerram eles, ou o fazemos nós, recorrendo à força da lei. (E) A maneira porque se comporta não é a mais adequada, mas tudo isso são sinais da idade provecta: que lhe seja dado o direito e a alegria de conduzir-se à seu bel prazer. 04. (SEFIN/RO - Contador - FGV/2018) Um dos conselhos para uma boa escrita é que as frases de um texto tenham a mesma organização sintática numa enumeração. No fragmento “Se hoje é possível existir redes sociais; se é possível que pessoas se organizem em grupos...”, para que as duas frases tenham a mesma organização, a mudança adequada seria: (A) a primeira frase deveria ser “Se é possível que existam redes sociais”. (B) a primeira frase deveria ser “Se é possível a existência de redes sociais”. (C) a segunda frase deveria ser “se é possível a organização de pessoas em grupos”. (D) a segunda frase deveria ser “se é possível que pessoas sejam organizadas em grupos”. (E) a segunda frase deveria ser “se é possível pessoas organizando-se em grupos”. 3 PESTANA, Fernando. A gramática para concursos. Elsevier. 2011. Gabarito 01.E / 02.E / 03.D / 04.A ORTOGRAFIA Alfabeto O alfabeto da língua portuguesa é formado por 26 letras. A – B – C – D – E – F – G – H – I – J – K – L – M – N – O – P – Q – R – S – T – U – V – W – X – Y – Z. Observação: emprega-se também o “ç”, que representa o fonema /s/ diante das letras: a, o, e u em determinadas palavras. Emprego das Letras e Fonemas Emprego das letras K, W e Y Utilizam-se nos seguintes casos: 1) Em antropônimos originários de outras línguas e seus derivados. Exemplos: Kant, kantismo; Darwin, darwinismo; Taylor, taylorista. 2) Em topônimos originários de outras línguas e seus derivados. Exemplos: Kuwait, kuwaitiano. 3) Em siglas, símbolos, e mesmo em palavras adotadas como unidades de medida de curso internacional. Exemplos: K (Potássio), W (West), kg (quilograma), km (quilômetro), Watt. Emprego do X Se empregará o “X” nas seguintes situações: 1) Após ditongos. Exemplos: caixa, frouxo, peixe. Exceção: recauchutar e seus derivados. 2) Após a sílaba inicial “en”. Exemplos: enxame, enxada, enxaqueca. Exceção: palavras iniciadas por “ch” que recebem o prefixo “en-”. Ex.: encharcar (de charco), enchiqueirar (de chiqueiro), encher e seus derivados (enchente, enchimento, preencher...) 3) Após a sílaba inicial “me-”. Exemplos: mexer, mexerica, mexicano, mexilhão. Exceção: mecha. 4) Se empregará o “X” em vocábulos de origem indígena ou africana e em palavras inglesas aportuguesadas. Exemplos: abacaxi, xavante, orixá, xará, xerife, xampu, bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, puxar, rixa, oxalá, praxe, roxo, vexame, xadrez, xarope, xaxim, xícara, xale, xingar, etc. Emprego do Ch Se empregará o “Ch” nos seguintes vocábulos: bochecha, bucha, cachimbo, chalé, charque, chimarrão, chuchu, chute, cochilo, debochar, fachada, fantoche, ficha, flecha, mochila, pechincha, salsicha, tchau, etc. Emprego do G Se empregará o “G” em: 1) Substantivos terminados em: -agem, -igem, -ugem. Exemplos: barragem, miragem, viagem, origem, ferrugem. Ortografia e acentuação. Apostila Digital Licenciada para Luciana Couto - lucouto20@hotmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br
  • 13. APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 12 Exceção: pajem. 2) Palavras terminadas em: -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio. Exemplos: estágio, privilégio, prestígio, relógio, refúgio. 3) Em palavras derivadas de outras que já apresentam “G”. Exemplos: engessar (de gesso), massagista (de massagem), vertiginoso (de vertigem). Observação - também se emprega com a letra “G” os seguintes vocábulos: algema, auge, bege, estrangeiro, geada, gengiva, gibi, gilete, hegemonia, herege, megera, monge, rabugento, vagem. Emprego do J Para representar o fonema “j’ na forma escrita, a grafia considerada correta é aquela que ocorre de acordo com a origem da palavra, como por exemplo no caso da na palavra jipe que origina-se do inglês jeep. Porém também se empregará o “J” nas seguintes situações: 1) Em verbos terminados em -jar ou -jear. Exemplos: Arranjar: arranjo, arranje, arranjem Despejar: despejo, despeje, despejem Viajar: viajo, viaje, viajem 2) Nas palavras de origem tupi, africana, árabe ou exótica. Exemplos: biju, jiboia, canjica, pajé, jerico, manjericão, Moji. 3) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam “J”. Exemplos: laranja –laranjeira / loja – lojista / lisonja – lisonjeador / nojo – nojeira / cereja – cerejeira / varejo – varejista / rijo – enrijecer / jeito – ajeitar. Observação - também se emprega com a letra “J” os seguintes vocábulos: berinjela, cafajeste, jeca, jegue, majestade, jeito, jejum, laje, traje, pegajento. Emprego do S Utiliza-se “S” nos seguintes casos: 1) Palavras derivadas de outras que já apresentam “S” no radical. Exemplos: análise – analisar / catálise – catalisador / casa – casinha ou casebre / liso – alisar. 2) Nos sufixos -ês e -esa, ao indicarem nacionalidade, título ou origem. Exemplos: burguês – burguesa / inglês – inglesa / chinês – chinesa / milanês – milanesa. 3) Nos sufixos formadores de adjetivos -ense, -oso e –osa. Exemplos: catarinense / palmeirense / gostoso – gostosa / amoroso – amorosa / gasoso – gasosa/ teimoso – teimosa. 4) Nos sufixos gregos -ese, -isa, -osa. Exemplos: catequese, diocese, poetisa, profetisa, sacerdotisa, glicose, metamorfose, virose. 5) Após ditongos. Exemplos: coisa, pouso, lousa, náusea. 6) Nas formas dos verbos pôr e querer, bem como em seus derivados. Exemplos: pus, pôs, pusemos, puseram, pusera, pusesse, puséssemos, quis, quisemos, quiseram, quiser, quisera, quiséssemos, repus, repusera, repusesse, repuséssemos. 7) Em nomes próprios personativos. Exemplos: Baltasar, Heloísa, Inês, Isabel, Luís, Luísa, Resende, Sousa, Teresa, Teresinha, Tomás. Observação - também se emprega com a letra “S” os seguintes vocábulos: abuso, asilo, através, aviso, besouro, brasa, cortesia, decisão, despesa, empresa, freguesia, fusível, maisena, mesada, paisagem, paraíso, pêsames, presépio, presídio, querosene, raposa, surpresa, tesoura, usura, vaso, vigésimo, visita, etc. Emprego do Z Se empregará o “Z” nos seguintes casos: 1) Palavras derivadas de outras que já apresentam Z no radical. Exemplos: deslize – deslizar / razão – razoável / vazio – esvaziar / raiz – enraizar /cruz – cruzeiro. 2) Nos sufixos -ez, -eza, ao formarem substantivos abstratos a partir de adjetivos. Exemplos: inválido – invalidez / limpo – limpeza / macio – maciez / rígido – rigidez / frio – frieza / nobre – nobreza / pobre – pobreza / surdo – surdez. 3) Nos sufixos -izar, ao formar verbos e -ização, ao formar substantivos. Exemplos: civilizar – civilização / hospitalizar – hospitalização / colonizar – colonização / realizar – realização. 4) Nos derivados em -zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita. Exemplos: cafezal, cafezeiro, cafezinho, arvorezinha, cãozito, avezita. 5) Nos seguintes vocábulos: azar, azeite, azedo, amizade, buzina, bazar, catequizar, chafariz, cicatriz, coalizão, cuscuz, proeza, vizinho, xadrez, verniz, etc. 6) Em vocábulos homófonos, estabelecendo distinção no contraste entre o S e o Z. Exemplos: Cozer (cozinhar) e coser (costurar); Prezar (ter em consideração) e presar (prender); Traz (forma do verbo trazer) e trás (parte posterior). Observação: em muitas palavras, a letra X soa como Z. Como por exemplo: exame, exato, exausto, exemplo, existir, exótico, inexorável. Emprego do Fonema S Existemdiversasformaspara a representaçãodofonema “S” no qual podem ser: s, ç, x e dos dígrafos sc, sç, ss, xc, xs. Assim vajamos algumas situações: 1) Emprega-se o S: nos substantivos derivados de verbos terminados em -andir, -ender, -verter e -pelir. Exemplos: expandir – expansão / pretender – pretensão / verter – versão / expelir – expulsão / estender – extensão / suspender – suspensão / converter – conversão / repelir – repulsão. 2) Emprega-se Ç: nos substantivos derivados dos verbos ter e torcer. Exemplos: ater – atenção / torcer – torção /deter – detenção / distorcer – distorção / manter – manutenção / contorcer – contorção. 3) Emprega-se o X: em casos que a letra X soa como Ss. Exemplos: auxílio, expectativa, experto, extroversão, sexta, sintaxe, texto, trouxe. 4) Emprega-se Sc: nos termos eruditos. Exemplos: acréscimo, ascensorista, consciência, descender, discente, fascículo, fascínio, imprescindível, miscigenação, miscível, plebiscito, rescisão, seiscentos, transcender, etc. Apostila Digital Licenciada para Luciana Couto - lucouto20@hotmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br
  • 14. APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 13 5) Emprega-se Sç: na conjugação de alguns verbos. Exemplos: nascer - nasço, nasça / crescer - cresço, cresça / Descer - desço, desça. 6) Emprega-se Ss: nos substantivos derivados de verbos terminados em -gredir, -mitir, -ceder e -cutir. Exemplos: agredir – agressão / demitir – demissão / ceder – cessão / discutir – discussão/ progredir – progressão / transmitir – transmissão / exceder – excesso / repercutir – repercussão. 7) Emprega-se o Xc e o Xs: em dígrafos que soam como Ss. Exemplos: exceção, excêntrico, excedente, excepcional, exsudar. Atenção - não se esqueça que uso da letra X apresenta algumas variações. Observe: 1) O “X” pode representar os seguintes fonemas: “ch” - xarope, vexame; “cs” - axila, nexo; “z” - exame, exílio; “ss” - máximo, próximo; “s” - texto, extenso. 2) Não soa nos grupos internos -xce- e -xci- Exemplos: excelente, excitar. Emprego do E Se empregará o “E” nas seguintes situações: 1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -oar, -uar Exemplos: magoar - magoe, magoes / continuar- continue, continues. 2) Em palavras formadas com o prefixo ante- (antes, anterior). Exemplos: antebraço, antecipar. 3) Nos seguintes vocábulos: cadeado, confete, disenteria, empecilho, irrequieto, mexerico, orquídea, etc. Emprego do I Se empregará o “I” nas seguintes situações: 1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -air, -oer, -uir. Exemplos: Cair- cai Doer- dói Influir- influi 2) Em palavras formadas com o prefixo anti- (contra). Exemplos: anticristo, antitetânico. 3) Nos seguintes vocábulos: aborígine, artimanha, chefiar, digladiar, penicilina, privilégio, etc. Emprego do O/U A oposição o/u é responsável pela diferença de significado de algumas palavras. Veja os exemplos: comprimento (extensão) e cumprimento (saudação, realização) soar (emitir som) e suar (transpirar). - Grafam-se com a letra “O”: bolacha, bússola, costume, moleque. - Grafam-se com a letra “U”: camundongo, jabuti, Manuel, tábua. Emprego do H Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor fonético. Conservou-se apenas como símbolo, por força da etimologia e da tradição escrita. A palavra hoje, por exemplo, grafa-se desta forma devido a sua origem na forma latina hodie. Assim vejamos o seu emprego: 1) Inicial, quando etimológico. Exemplos: hábito, hesitar, homologar, Horácio. 2) Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh, nh. Exemplos: flecha, telha, companhia. 3) Final e inicial, em certas interjeições. Exemplos: ah!, ih!, eh!, oh!, hem?, hum!, etc. 4) Em compostos unidos por hífen, no início do segundo elemento, se etimológico. Exemplos: anti-higiênico, pré-histórico, super-homem, etc. Observações: 1) No substantivo Bahia, o “h” sobrevive por tradição. Note que nos substantivos derivados como baiano, baianada ou baianinha ele não é utilizado. 2) Osvocábuloserva,Espanha e invernonãopossuema letra “h” na sua composição. No entanto, seus derivados eruditos sempre são grafados com h, como por exemplo: herbívoro, hispânico, hibernal. Questões 01. (FIOCRUZ – Assistente Técnico de Gestão em Saúde – FIOCRUZ/2016) O FUTURO NO PASSADO 1 Poucas previsões para o futuro feitas no passado se realizaram. O mundo se mudava do campo para as cidades, e era natural que o futuro idealizado então fosse o da cidade perfeita. Mas o helicóptero não substituiu o automóvel particular e só recentemente começou-se a experimentar carros que andam sobre faixas magnéticas nas ruas, liberando seus ocupantes para a leitura, o sono ou o amor no banco de trás. As cidades não se transformaram em laboratórios de convívio civilizado, como previam, e sim na maior prova da impossibilidade da coexistência de desiguais. 2 A ciência trouxe avanços espetaculares nas lides de guerra, como os bombardeios com precisão cirúrgica que não poupam civis, mas não trouxe a democratização da prosperidade antevista. Mágicas novas como o cinema prometiam ultrapassar os limites da imaginação. Ultrapassaram, mas para o território da banalidade espetaculosa. A TV foi prevista, e a energia nuclear intuída, mas a revolução da informática não foi nem sonhada. As revoluções na medicina foram notáveis, certo, mas a prevenção do câncer ainda não foi descoberta. Pensando bem, nem a do resfriado. A comida em pílulas não veio - se bem que a nouvelle cuisine chegou perto. Até a colonização do espaço, como previam os roteiristas do “Flash Gordon”, está atrasada. Mal chegamos a Marte, só para descobrir que é um imenso terreno baldio. E os profetas da felicidade universal não contavam com uma coisa: o lixo produzido pela sua visão. Nenhuma previsão incluía a poluição e o aquecimento global. 3 Mas assim como os videntes otimistas falharam, talvez o pessimismo de hoje divirta nossos bisnetos. Eles certamente falarão da Aids, por exemplo, como nós hoje falamos da gripe espanhola. A ciência e a técnica ainda nos surpreenderão. Estamos na pré-história da energia magnética e por fusão nuclear fria. 4 É verdade que cada salto da ciência corresponderá a um passo atrás, rumo ao irracional. Quanto mais perto a ciência chegar das últimas revelações do Universo, mais as pessoas procurarão respostas no misticismo e refúgio no tribal. E quanto mais a ciência avança por caminhos nunca antes sonhados, mais leigo fica o leigo. A volta ao irracional é a birra do leigo. Apostila Digital Licenciada para Luciana Couto - lucouto20@hotmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br
  • 15. APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 14 (VERÍSSIMO. L. F. O Globo. 24/07/2016, p. 15.) “e era natural que o futuro IDEALIZADO então fosse o da cidade perfeita.” (1º §) O vocábulo em destaque no trecho acima grafa-se com a letra Z, em conformidade com a norma de emprego do sufixo–izar. Das opções abaixo, aquela em que um dos vocábulos está INCORRETAMENTE grafado por não se enquadrar nessa norma é: (A) alcoolizado / barbarizar / burocratizar. (B) catalizar / abalizado / amenizar. (C) catequizar / cauterizado / climatizar. (D) contemporizado / corporizar / cretinizar (E) esterilizar / estigmatizado / estilizar. 02. (Pref. De Biguaçu/SC – Professor III – Inglês/2016) De acordo com a Língua Portuguesa culta, assinale a alternativa cujas palavras seguem as regras de ortografia: (A) Preciso contratar um eletrecista e um encanador para o final da tarde. (B) O trabalho voluntário continua sendo feito prazerosamente pelos alunos. (C) Ainda não foram atendidas as reinvindicações dos professores em greve. (D) Na lista de compras, é preciso descriminar melhor os produtos em falta. (E) Passou bastante desapercebido o caso envolvendo um juiz federal. 03. (PC/PA – Escrivão de Polícia Civil – FUNCAB/2016) Dificilmente, em uma ciência-arte como a Psicologia- Psiquiatria, há algo que se possa asseverar com 100% de certeza. Isso porque há áreas bastante interpretativas, sujeitas a leituras diversas, a depender do observador e do observado. Porém, existe um fato na Psicologia-Psiquiatria forense que é 100% de certeza e não está sujeito a interpretação ou a dissimulação por parte de quem está a ser examinado. E revela, objetivamente, dados do psiquismo da pessoa ou, em outras palavras, mostra características comportamentais indissimuláveis, claras e objetivas. O que pode ser tão exato, em matéria de Psicologia-Psiquiatria, que não admite variáveis? Resposta: todos os crimes, sem exceção, são como fotografias exatas e em cores do comportamento do indivíduo. E como o psiquismo é responsável pelo modo de agir, por conseguinte, tem os em todos os crimes, obrigatoriamente e sempre, elementos objetivos da mente de quem os praticou. Por exemplo, o delito foi cometido com multiplicidade de golpes, com ferocidade na execução, não houve ocultação de cadáver, não se verifica cúmplice, premeditação etc. Registre- se que esses dados já aconteceram. Portanto, são insimuláveis, 100% objetivos. Basta juntar essas características comportamentais que teremos algo do psiquismo de quem o praticou. Nesse caso específico, infere-se que a pessoa é explosiva, impulsiva e sem freios, provável portadora de algum transtorno ligado à disritmia psicocerebral, algum estreitamento de consciência, no qual o sentimento invadiu o pensamento e determinou a conduta. Em outro exemplo, temos homicídio praticado com um só golpe, premeditado, com ocultação de cadáver, concurso de cúmplice etc. Nesse caso, os dados apontam para o lado do criminoso comum, que entendia o que fazia. Claro que não é possível, apenas pela morfologia do crime, saber-se tudo do diagnóstico do criminoso. Mas, por outro lado, é na maneira como o delito foi praticado que se encontram características 100% seguras da mente de quem o praticou, a evidenciar fatos, tal qual a imagem fotográfica revela-nos exatamente algo, seja muito ou pouco, do momento em que foi registrada. Em suma, a forma como as coisas foram feitas revela muito da pessoa que as fez. PALOMBA, Guido Arturo. Rev. Psique: n° 100 (ed. comemorativa), p. 82. Tal como ocorre com “interpretaÇÃO ” e “dissimulaÇÃO”, grafa-se com “ç” o sufixo de ambas as palavras arroladas em: (A) apreenção do menor - sanção legal. (B) detenção do infrator - ascenção ao posto. (C) presunção de culpa - coerção penal. (D) interceção do juiz - contenção do distúrbio. (E) submição à lei - indução ao crime. 04. (UFAM – Auxiliar em Administração – COMVEST- UFAM/2016) Foi na minha última viagem ao Perú que entrei em uma baiúca muito agradável. Apesar de simples, era bem frequentada. Isso podia ser constatado pelas assinaturas (ou simples rúbricas) dispostas em quadros afixados nas paredes do estabelecimento, algumas delas de pessoas famosas. Insisti com o garçom para também colocar a minha assinatura, registrando ali a minha presença. No final, o ônus foi pesado: a conta veio muito salgada. Tudo seria perfeito se o tempo ali passado, por algum milagre, tivesse sido gratuíto. Assinale a alternativa que apresenta palavra em que a acentuação está CORRETA, de acordo com a Reforma Ortográfica em vigor: (A) gratuíto (B) Perú (C) ônus (D) rúbricas (E) baiúca 05. (Pref. De Quixadá/CE – Agente de Combate às Endemias – Serctam/2016) Marque a opção em que TODOS os vocábulos se completam com a letra “s”: (A) pesqui__a, ga__olina, ali__erce. (B) e__ótico, talve__, ala__ão. (C) atrá__, preten__ão, atra__o. (D) bati__ar, bu__ina, pra__o. (E) valori__ar, avestru__, Mastru__. Gabarito 01.B / 02.B / 03.C / 04.C / 05.C Emprego das Iniciais Maiúsculas e Minúsculas Inicial Maiúscula Utiliza-se inicial maiúscula nos seguintes casos: 1) No começo de um período, verso ou citação direta. Disse o Padre Antônio Vieira: “Estar com Cristo em qualquer lugar, ainda que seja no inferno, é estar no Paraíso.” “Auriverde pendão de minha terra, Que a brisa do Brasil beija e balança, Estandarte que à luz do sol encerra As promessas divinas da Esperança…” (Castro Alves) 2) Nos antropônimos, reais ou fictícios. Exemplos: Pedro Silva, Cinderela, D. Quixote. 3) Nos topônimos, reais ou fictícios. Exemplos: Rio de Janeiro, Rússia, Macondo. 4) Nos nomes mitológicos. Exemplos: Dionísio, Netuno. 5) Nos nomes de festas e festividades. Exemplos: Natal, Páscoa, Ramadã. 6) Em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais. Exemplos: ONU, Sr., V. Ex.ª. Apostila Digital Licenciada para Luciana Couto - lucouto20@hotmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br
  • 16. APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 15 7) Nos nomes que designam altos conceitos religiosos, políticos ou nacionalistas. Exemplos: Igreja (Católica, Apostólica, Romana), Estado, Nação, Pátria, União, etc. Observação: esses nomes escrevem-se com inicial minúscula quando são empregados em sentido geral ou indeterminado. Exemplo: Todos amam sua pátria. Emprego Facultativo da Letra Maiúscula 1) No início dos versos que não abrem período, é facultativo o uso da letra maiúscula, como por exemplo: “Aqui, sim, no meu cantinho, vendo rir-me o candeeiro, gozo o bem de estar sozinho e esquecer o mundo inteiro.” 2) Nos nomes de logradouros públicos, templos e edifícios. Exemplos: Rua da Liberdade ou rua da Liberdade / Igreja do Rosário ou igreja do Rosário / Edifício Azevedo ou edifício Azevedo. Inicial Minúscula Utiliza-se inicial minúscula nos seguintes casos: 1) Em todos os vocábulos correntes da língua portuguesa. Exemplos: carro, flor, boneca, menino, porta, etc. 2) Depois de dois-pontos, não se tratando de citação direta, usa-se letra minúscula. Exemplo: “Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso, mirra.” (Manuel Bandeira) 3) Nos nomes de meses, estações do ano e dias da semana. Exemplos: janeiro, julho, dezembro, etc. / segunda, sexta, domingo, etc. / primavera, verão, outono, inverno. 4) Nos pontos cardeais. Exemplos: “Percorri o país de norte a sul e de leste a oeste.” / “Estes são os pontos colaterais: nordeste, noroeste, sudeste, sudoeste.” Observação: quando empregados em sua forma absoluta, os pontos cardeais são grafados com letra maiúscula. Exemplos: Nordeste (região do Brasil) / Ocidente (europeu) /Oriente (asiático). Emprego Facultativo da Letra Minúscula 1) Nos vocábulos que compõem uma citação bibliográfica. Exemplos: Crime e Castigo ou Crime e castigo Grande Sertão: Veredas ou Grande sertão: veredas Em Busca do Tempo Perdido ou Em busca do tempo perdido 2) Nas formas de tratamento e reverência, bem como em nomes sagrados e que designam crenças religiosas. Exemplos: Governador Mário Covas ou governador Mário Covas Papa João Paulo II ou papa João Paulo II Excelentíssimo Senhor Reitor ou excelentíssimo senhor reitor Santa Maria ou santa Maria c) Nos nomes que designam domínios de saber, cursos e disciplinas. Exemplos: Português ou português Línguas e Literaturas Modernas ou línguas e literaturas modernas História do Brasil ou história do Brasil Arquitetura ou arquitetura Questões 01. (Câmara de Maringá/PR – Assistente Legislativo – Instituto) Longe é um lugar que existe? Voamos algum tempo em silêncio, até que finalmente ele disse: "Não entendo muito bem o que você falou, mas o que menos entendo é o fato de estar indo a uma festa." — Claro que estou indo à festa. — respondi. — O que há de tão difícil de se compreender nisso? Enfim, sem nunca atingir o fim, imaginando-se uma Gaivota sobrevoando o mar, viajar é sentir-se ainda mais pássaro livre tocado pelas lufadas de vento, contraponto, de uma ave mirrada de asas partidas numa gaiola lacrada, sobrevivendo apenas de alpiste da melhor qualidade e água filtrada. Ou ainda, pássaros presos na ambivalência existencial... fadado ao fracasso ou ao sucesso... ao ser livre ou viver presos em suas próprias armadilhas... Fica sob sua escolha e risco, a liberdade para voar os ventos ascendentes; que pássaro quer ser; que lugares quer sobrevoar; que viagem ao inusitado mais lhe compraz. Por mais e mais, qual a serventia dessas asas enormes, herança genética de seus pais e que lhe confere enorme envergadura? Diga para quê serve? Ao primeiro sinal de perigo, debique e pouse na cerca mais próxima. Ora, não venha com desculpas esfarrapadas e vamos dona Gaivota, espante a preguiça, bata as asas e saia do ninho! Não tenha medo de voar. Pois, como é de conhecimento dos "Mestres dos ares e da Terra", longe é um lugar que não existe para quem voa rente ao céu e viaja léguas e mais léguas de distância com a mochila nas costas, olhar no horizonte e os pés socados em terra firme. Longe é a porta de entrada do lugar que não existe? Não deve ser, não; pois as Gaivotas sacodem a poeira das asas, limpam os resquícios de alimentos dos bicos e batem o toc-toc lá. <http://www.recantodasletras.com.br/contosdefantasia/6031227> O uso do termo “Gaivota” sempre com letra maiúscula ao longo do texto se deve ao fato de que (A) o autor busca, com isso, fazer uma conexão mais próxima entre o leitor e o animal. (B) o autor quis dar destaque ao termo, apesar de não haver importância da referência ao animal para o texto. (C) há uma mudança no texto, em que, no início, as personagens eram duas pessoas e, a partir do segundo parágrafo, é uma gaivota. (D) o texto faz uma reflexão sobre a ação humana de viajar, porém comparando os seres humanos com gaivotas. (E) o autor utiliza o termo “Gaivota” como símbolo de imponência, o que se relaciona à forma como os seres humanos são tratados no texto. 02. (MGS – Todos os Cargos de Nível Fundamental Completo – IBFC/2017) Estranhas Gentilezas (Ivan Angelo) Estão acontecendo coisas estranhas. Sabe-se que as pessoas nas grandes cidades não têm o hábito da gentileza. Não é por ruindade, é falta de tempo. Gastam a paciência nos ônibus, no trânsito, nas filas, nos mercados, nas salas de espera, nos embates familiares, e depois economizam com a gente. 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  • 17. APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 16 Comigo dá-se o contrário, é o que estou notando de uns dias para cá. Tratam-me com inquietante delicadeza. Já captava aqui e ali sinais suspeitos, imprecisos, ventinho de asas de borboleta, quase nada. A impressão de que há algo estranho tomou meu corpo mesmo foi na semana passada. Um vizinho que já fora meu amigo telefonou-me desfazendo o engano que nos afastava, intriga de pessoa que nem conheço e que afinal resolvera esclarecer tudo. Difícil reconstruir a amizade, mas a inimizade morria ali. Como disse, eu vinha desconfiando tenuemente de algumas amabilidades. O episódio do vizinho fez surgir em meu espírito a hipótese de uma trama, que já mobilizava até pessoas distantes. E as próximas? Tenho reparado. As próximas telefonam amáveis, sem motivo. Durante o telefonema fico aguardando o assunto que estaria embrulhado nos enfeites da conversa, e ele não sai. Um número inesperado de pessoas me cumprimenta na rua, com acenos de cabeça. Mulheres, antes esquivas, sorriem transitáveis nas ruas dos Jardins1. Num restaurante caro, o maître2, com uma piscadela, fura a demorada fila de executivos à espera e me arruma rapidinho uma mesa para dois. Um homem de pasta que parecia impaciente à minha frente me cede o último lugar no elevador. O jornaleiro larga sua banca na avenida Sumaré e vem ao prédio avisar-me que o jornal chegou. Os vizinhos de cima silenciam depois das dez da noite. [...] Que significa isso? Que querem comigo? Que complô é este? Que vão pedir em troca de tanta gentileza? Aguardo, meio apreensivo, meio feliz. Interrompo a crônica nesse ponto, saio para ir ao banco, desço pelas escadas porque alguém segura o elevador lá em cima, o segurança do banco faz-me esvaziar os bolsos antes de entrar na porta giratória, enfrento a fila do caixa, não aceitam meus cheques para pagar contas em nome de minha mulher, saio mal-humorado do banco, atravesso a avenida arriscando a vida entre bólidos3 , um caminhão joga-me água suja de uma poça, o elevador continua preso lá em cima, subo a pé, entro no apartamento, sento-me ao computador e ponho-me de novo a sonhar com gentilezas. Vocabulário: 1 bairro Jardim Paulista, um dos mais requintados de São Paulo 2 funcionário que coordena agendamentos entre outras coisas nos restaurantes 3 carros muito velozes Em “nas ruas dos Jardins1" (4º§), a palavra em destaque foi escrita com letra maiúscula por se tratar de: (A) um erro de grafia. (B) um destaque do autor (C) um substantivo próprio. (D) um substantivo coletivo. Gabarito 01.D / 02.C Palavras ou Expressões que geram dificuldades Algumas palavras ou expressões costumam apresentar dificuldades colocando em maus lençóis quem pretende falar ou redigir português culto. Esta é uma oportunidade para você aperfeiçoar seu desempenho. Preste atenção e tente incorporar tais palavras certas em situações apropriadas. A anos: Daqui a um ano iremos à Europa. (a indica tempo futuro) Há anos: Não o vejo há meses. (há indica tempo passado) Atenção: Há muito tempo já indica passado. Não há necessidade de usar atrás, isto é um pleonasmo. Acerca de: Falávamos acerca de uma solução melhor. (a respeito de) Há cerca de: Há cerca de dias resolvemos este caso. (faz tempo) Ao encontro de: Sua atitude vai ao encontro da verdade. (estar a favor de) De encontro a: Minhas opiniões vão de encontro às suas. (oposição, choque) A fim de: Vou a fim de visitá-la. (finalidade) Afim: Somos almas afins. (igual, semelhante) Ao invés de: Ao invés de falar começou a chorar. (oposição, ao contrário de) Em vez de: Em vez de acompanhar-me, ficou só. (no lugar de) A par: Estamos a par das boas notícias. (bem informado, ciente) Ao par: O dólar e o euro estão ao par. (de igualdade ou equivalência entre valores financeiros – câmbio) Aprender: O menino aprendeu a lição. (tomar conhecimento de) Apreender: O fiscal apreendeu a carteirinha do menino. (prender) Baixar: os preços quando não há objeto direto; os preços funcionam como sujeito: Baixaram os preços (sujeito) nos supermercados. Vamos comemorar, pessoal! Abaixar: os preços empregado com objeto direto: Os postos (sujeito) de combustível abaixaram os preços (objeto direto) da gasolina. Bebedor: Tornei-me um grande bebedor de vinho. (pessoa que bebe) Bebedouro: Este bebedouro está funcionando bem. (aparelho que fornece água) Bem-Vindo: Você é sempre bem-vindo aqui, jovem. (adjetivo composto) Benvindo: Benvindo é meu colega de classe. (nome próprio) Câmara: Ficaram todos reunidos na Câmara Municipal. (local de trabalho) Câmera: Comprei uma câmera japonesa. (aparelho que fotografa) Champanha/Champanhe (do francês): O champanha/champanhe está bem gelado. Cessão: Foi confirmada a cessão do terreno. (ato de doar) Sessão: A sessão do filme durou duas horas. (intervalo de tempo) Seção/Secção: Visitei hoje a seção de esportes. (repartição pública, departamento) Demais: Vocês falam demais, caras! (advérbio de intensidade) Demais: Chamaram mais dez candidatos, os demais devem aguardar. (equivale a “os outros”) De mais: Não vejo nada de mais em sua decisão. (opõe-se a “de menos”) Descriminar: O réu foi descriminado; pra sorte dele. (inocentar, absolver de crime) Apostila Digital Licenciada para Luciana Couto - lucouto20@hotmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br
  • 18. APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 17 Discriminar: Era impossível discriminar os caracteres do documento. (diferençar, distinguir, separar) Descrição: A descrição sobre o jogador foi perfeita. (descrever) Discrição: Você foi muito discreto. (reservado) Entrega em domicílio: Fiz a entrega em domicílio. (lugar) Entrega a domicílio: Enviou as compras a domicílio. (com verbos de movimento) Espectador: Os espectadores se fartaram da apresentação. (aquele que vê, assiste) Expectador: O expectador aguardava o momento da chamada. (que espera alguma coisa) Estada: A estada dela aqui foi gratificante. (tempo em algum lugar) Estadia: A estadia do carro foi prolongada por mais algumas semanas. (prazo concedido para carga e descarga) Fosforescente: Este material é fosforescente. (que brilha no escuro) Fluorescente: A luz branca do carro era fluorescente. (determinado tipo de luminosidade) Haja: É preciso que não haja descuido. (verbo haver – 1ª pessoa singular do presente do subjuntivo) Aja: Aja com cuidado, Carlinhos. (verbo agir – 1ª pessoa singular do presente do subjuntivo) Houve: Houve um grande incêndio no centro de São Paulo. (verbo haver - 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito) Ouve: A mãe disse: ninguém me ouve. (verbo ouvir - 3ª pessoa singular do presente do indicativo) Mal: Dormi mal. (oposto de bem) Mau: Você é um mau exemplo. (oposto de bom) Mas: Telefonei-lhe mas ela não atendeu. (ideia contrária) Mais: Há mais flores perfumadas no campo. (opõe-se a menos) Nem um: Nem um filho de Deus apareceu para ajudá-la. (equivale a nem um sequer) Nenhum: Nenhum jornal divulgou o resultado do concurso. (oposto de algum) Onde: Onde fica a farmácia mais próxima? (lugar em que se está) Aonde: Aonde vão com tanta pressa? (ideia de movimento) Por ora: Por ora chega de trabalhar. (por este momento) Por hora: Você deve cobrar por hora. (cada sessenta minutos) Senão: Não fazia coisa nenhuma senão criticar. (caso contrário) Se não: Se não houver homens honestos, o país não sairá desta situação crítica. (se por acaso não) Tampouco: Não compareceu, tampouco apresentou qualquer justificativa. (Também não) Tão pouco: Encontramo-nos tão pouco esta semana. (intensidade) Trás ou Atrás: O menino estava atrás da árvore. (lugar) Traz: Ele traz consigo muita felicidade. (verbo trazer) Vultoso: Fizemos um trabalho vultoso aqui. (volumoso) Vultuoso: Sua face está vultuosa e deformada. (congestão no rosto) Questão 01. (TCM/RJ – Técnico de Controle Externo – IBFC/2016) Analise as afirmativas abaixo, dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F) quanto ao emprego do acento circunflexo estabelecido pelo Novo Acordo Ortográfico. ( ) O acento permanece na grafia de 'pôde' (o verbo conjugado no passado) para diferenciá-la de 'pode' (o verbo conjugado no presente). ( ) O acento circunflexo de 'pôr' (verbo) cai e a palavra terá a mesma grafia de 'por' (preposição), diferenciando-se pelo contexto de uso. ( ) a queda do acento na conjugação da terceira pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos crer, dar, ler, ter, vir e seus derivados. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo. (A) V F F (B) F V F (C) F F V (D) F V V 02. (Detran/CE – Vistoriador – UCE-CEV/2018) Na frase “... as penalidades são as previstas pelo bom senso...”, a palavra destacada é homônima de censo. Assinale a opção em que o emprego dos homônimos destacados está adequado. (A) O reitor da faculdade solicitou que todos os funcionários participassem do censo anual para verificar quem realmente está na ativa. (B) Foi pedido para que todos os motoristas respondessem ao senso, a fim de se obter o número real de carros no pátio da universidade. (C) Os infratores são penalizados com a “multa moral” por não demonstrarem censo crítico. (D) Se o infrator tiver censo, saberá o que dizer na hora da punição. Gabarito 01.A / 02.A Apostila Digital Licenciada para Luciana Couto - lucouto20@hotmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br
  • 19. APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 18 Emprego do Porquê Por Que Orações Interrogativas (pode ser substituído por: por qual motivo, por qual razão) Exemplo: Por que devemos nos preocupar com o meio ambiente? Equivalendo a “pelo qual” Exemplo: Os motivos por que não respondeu são desconhecidos. Por Quê Final de frases e seguidos de pontuação Exemplos: Você ainda tem coragem de perguntar por quê? Você não vai? Por quê? Não sei por quê! Porque Conjunção que indica explicação ou causa Exemplos: A situação agravou-se porque ninguém reclamou. Ninguém mais o espera, porque ele sempre se atrasa. Conjunção de Finalidade – equivale a “para que”, “a fim de que”. Exemplos: Não julgues porque não te julguem. Porquê Função de substantivo – vem acompanhado de artigo ou pronome Exemplos: Não é fácil encontrar o porquê de toda confusão. Dê-me um porquê de sua saída. 1. Por que (pergunta); 2. Porque (resposta); 3. Por quê (fim de frase: motivo); 4. O Porquê (substantivo). Questões 01. (TJ/SP - Escrevente Técnico Judiciário - VUNESP) Que mexer o esqueleto é bom para a saúde já virou até sabedoria popular. Agora, estudo levanta hipóteses sobre ........................ praticar atividade física..........................benefícios para a totalidade do corpo. Os resultados podem levar a novas terapias para reabilitar músculos contundidos ou mesmo para .......................... e restaurar a perda muscular que ocorre com o avanço da idade. (Ciência Hoje, março de 2012) As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e res- pectivamente, com: (A) porque … trás … previnir (B) porque … traz … previnir (C) porquê … tras … previnir (D) por que … traz … prevenir (E) por quê … tráz … prevenir 02. Pref. de Salvador/BA - Técnico de Nível Médio II – FGV/2017) Por que sentimos calafrios e desconforto ao ouvir certos sons agudos – como unhas arranhando um quadro-negro? Esta é uma reação instintiva para protegermos nossa audição. A cóclea (parte interna do ouvido) tem uma membrana que vibra de acordo com as frequências sonoras que ali chegam. A parte mais próxima ao exterior está ligada à audição de sons agudos; a região mediana é responsável pela audição de sons de frequência média; e a porção mais final, por sons graves. As células da parte inicial, mais delicadas e frágeis, são facilmente destruídas – razão por que, ao envelhecermos, perdemos a capacidade de ouvir sons agudos. Quando frequências muito agudas chegam a essa parte da membrana, as células podem ser danificadas, pois, quanto mais alta a frequência, mais energia tem seu movimento ondulatório. Isso, em parte, explica nossa aversão a determinados sons agudos, mas não a todos. Afinal, geralmente não sentimos calafrios ou uma sensação ruim ao ouvirmos uma música com notas agudas. Aí podemos acrescentar outro fator. Uma nota de violão tem um número limitado e pequeno de frequências – formando um som mais “limpo”. Já no espectro de som proveniente de unhas arranhando um quadro-negro (ou de atrito entre isopores ou entre duas bexigas de ar) há um número infinito delas. Assim, as células vibram de acordo com muitas frequências e aquelas presentes na parte inicial da cóclea, por serem mais frágeis, são lesadas com mais facilidade. Daí a sensação de aversão a esse sons agudos e “crus”. Ronald Ranvaud, Ciência Hoje, nº 282. Assinale a frase em que a grafia do vocábulo sublinhado está equivocada. (A) Por que sentimos calafrios? (B) A razão porque sentimos calafrios é conhecida. (C) Qual o porquê de sentirmos calafrios? (D) Sentimos calafrios porque precisamos defender nossa audição. (E) Sentimos calafrios por quê? Gabarito 01.D / 02.B ACENTUAÇÃO Acentuação Tônica Implica na intensidade com que são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. As demais, como são pronunciadas com menos intensidade, são denominadas de átonas. De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas como oxítona, paroxítona e proparoxítonas, independente de levar acento gráfico: Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a última sílaba. Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica se evidencia na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato – passível Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica se evidencia na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus Como podemos observar, mediante todos os exemplos mencionados, os vocábulos possuem mais de uma sílaba, mas em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente, no qual são os chamados de monossílabos, que quando pronunciados apresentam certa diferenciação quanto à intensidade. Tal diferenciação só é percebida quando os pronunciamos em uma dada sequência de palavras. Assim como podemos observar no exemplo a seguir: Apostila Digital Licenciada para Luciana Couto - lucouto20@hotmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br