O documento discute a construção da BR-135 através de uma zona cárstica no município de São Desidério na Bahia. A obra ameaçava cavernas e formações geológicas na área. Embora o Ibama tenha solicitado um novo traçado para desviar a rodovia do carste, o órgão acabou liberando as obras com condições de monitoramento para proteger o patrimônio espeleológico.
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Zona cárstica da br 135
1. Zona cárstica da BR 135
{ Estudo de Ética e Política
Universidade Federal da Bahia
Instituto de Ciências Ambientais e Desenvolvimento Sustentável
IAD180 – Ética e Política
Igor Souza, Luan Café
2. Definição de Carste
Carste pode ser definido em termos de um conjunto de formas,
condicionadas pela estrutura e por dissolução das rochas, e
processos geomorfológicos [intemperismo químico] associados.
Terrenos cársticos são caracterizados por depressões fechadas,
drenagens subterrâneas e cavernas. (WHITE, 1988, p. 3;
GILLIESON, 1996, p. 1).
3.
4. Localização da Área
A zona cárstica em questão fica localizada no municípío de São
Desidério, onde um empreendimento de Pavimentação e
Revitalização da BR-135, obra do Governo Federal, realizada
pelo Ministério dos Transportes está sendo executada pelo
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
(DNIT).
A BR-135 cruza quatro estados e 22 municípios. Hoje, recebe um
volume médio diário de 971 veículos. A previsão para o final do
empreendimento é de 1.305 veículos em média por dia.
5. As formações geológicas fazem parte do sistema João Rodrigues, que está
reservado para integrar uma unidade de conservação indicada pelo CECAV.
6. Caverna do buraco do inferno, sob a construção da BR 135 Crédito: Grupo Bambuí
7. De acordo com representante do Grupo Bambuí de Pesquisas
Espeleológicas, sete cavidades menores foram suprimidas apenas com
o trabalho de terraplanagem. Pedaços do teto do Buraco do Inferno da
Lagoa do Cemitério começaram a cair com a obra, quando se utilizava
explosivos.
9. Segundo Alexandre Lobo, do Grupo Bambuí de Pesquisas
Espeleológicas, há mais de uma centena de cavernas na
região. Três dezenas delas são consideradas "expressivas" e
deveriam estar protegidas. O Instituto Chico Mendes tem
planos de criar uma unidade de conservação ali.
A caverna é considerada de relevância máxima por abrigar o
lago subterrâneo do Cruzeiro, de 13.860 m2.
10. Em 2008, Lobo integrou uma equipe que mapeou as grutas na
região de influência da BR-135. O objetivo era sugerir um
traçado alternativo para a obra de pavimentação da estrada,
justamente para desviá-la do carste.
11.
12. Segundo reportagem de novembro de 2009 do Jornal Nova Fronteira, o
CECAV elaborava o relatório técnico do trabalho realizado, mas já
destacava a significância ambiental e espeleológica que a região de São
Desidério representa. Assim como também reconheceu a necessidade da
realização de outras campanhas de prospecção e de pesquisas para
desvendar ainda mais os ricos atributos que ali se revelam.
13.
14. O Ibama chegou a solicitar um parecer aos especialistas em
espeleologia no Ministério do Meio Ambiente.
O chefe do Cecav, Jocy Cruz, lembra que foi feita uma análise no
local e chegou-se a conclusão de que a rodovia deveria fazer um
novo traçado. “Nosso parecer é apenas uma opinião técnica. O
órgão licenciador é o Ibama”, ressaltou Jocy.
15. O passo seguinte do Ibama foi solicitar novo EIA/Rima para o trecho
e um estudo específico, ao empreendedor da BR-135.
O coordenador de Transportes do Ibama, Marcus Melo, disse que o
estudo geofísico apresentado demonstrou a não interferência das
obras nas cavernas da região, logo o Ibama revogou a suspensão da
licença em fevereiro de 2011.
16. A liberação das obras a partir do km 212 teve condições: explosivos
não devem mais ser utilizados e, em caso de desobstrução deve-se
utilizar tecnologia que não promova vibração de grande
intensidade, informou a assessoria de comunicação do
Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit).
17. De acordo com o órgão do Ministério dos Transportes, a pedido do
Ibama, haverá monitoramento constante das obras, de modo a
identificar vibrações ou trepidações que possam afetar o patrimônio
espeleológico.
Haverá uma revisão do projeto (em análise) com proposta de
alteração da pavimentação. Antes seriam feitas duas camadas de
solo estabilizado e mais a capa asfáltica. A nova proposta é utilizar
uma única camada de concreto de cimento portland. Como o novo
projeto está em análise, a obra no trecho não foi retomada, informa
o Dnit.
18. O PCA ainda possui um Programa de Prospecção e Resgate Arqueológico
19. Pedra do pescoço, antes do início das obras - Celso Calheiros 11 de Julho de 2011
20. Pedra do pescoço pós-início das obras - Celso Calheiros 11 de Julho de 2011
21. Referências Bibliográficas
SISTEMA CÁRSTICO E IMPACTOS ANTRÓPICOS:
CONSIDERAÇÕES SOBRE O MANEJO; Rubens Hardt 1; SIMPGEO
– SP
Estrada atropela maior lago subterrâneo do Brasil, na Bahia;
CLAUDIO ANGELO; 09/2010; Folha de São Paulo
Obras da BR135 são paralisadas; 9/2010; Redespeleo Brasil
BR-135 muda traçado por causa de cavernas; Celso Calheiros; Julho
de 2011; econotícias; www.oeco.com.br