O documento apresenta cálculos de ROCE (Retorno sobre o Capital Empregado) e ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) para diferentes cenários de endividamento de uma empresa. Discutem-se os efeitos da taxa de juros e do nível de empréstimos sobre a rentabilidade dos sócios. Desenvolve-se uma fórmula para calcular o ROE a partir do ROCE, da taxa de juros e do nível de endividamento.
1. ROCE e ROE
O BalançoPatrimonial realizadode umadeterminadaempresaé apresentadoabaixo.Asvendasanuais
foramde $ 900.000. A margemoperacional foi de 8% e a alíquotado IR/CSSLé de 34%.
Realizado
AtivoTotal 1.000.000
Contasa pagar 200.000
Empréstimos 0
Patr líquido 800.000
Tot Pass e PL 1.000.000
01_Elabore a Demonstraçãodo Resultadoe calcule oROE.
02_Qual foi o capital empregado pelossóciosparafinanciaraempresa?Qual foi suarentabilidade? Este
valorcorresponde aoRetorno sobre o Capital Empregado(ROCE).
O Capital Empregadocorresponde aototal de fontesonerosasque financiaaempresa,ouseja,ototal de
empréstimose de patrimôniolíquido.
03_Qual teria sidoo ROCE e o ROE se a empresativesse utilizadoempréstimos comofonte de capital?O
uso de empréstimosaumentariaoudiminuiriaarentabilidade dossócios? Analise cadacasoabaixo:
Caso1 Caso2 Caso3 Caso4 Caso5
Empréstimos 0 400.000 400.000 400.000 400.000
Taxa de juros - 7% 8% 9% 10%
PL 800.000 400.000 400.000 400.000 400.000
ROCE
ROE
04_Avalie o efeitodoaumentodoendividamentosobre oROE,considerandoataxade jurosde (a) 7%; (b)
10%, completandoatabelaabaixo. OaumentodoendividamentoelevaoROE?
Caso2 Caso2’ Caso4 Caso4’
Empréstimos 400.000 500.000 400.000 500.000
Taxa de juros 7% 7% 10% 10%
PL 400.000 300.000 400.000 300.000
ROCE
ROE
05_Desenvolvaumafórmulaque calcule oROE a partir do ROCE,da taxa de jurose do endividamento.
Observação sobre o ROCE. Os autores tradicionais de Finanças consideram Capital Empregado ou
C.E. como a soma de todo o capital de longo prazo que financia a empresa. Ou seja, Capital
Empregado é a soma do Patrimônio Líquido com os empréstimos de longo prazo captados pela
empresa. Tais autores não incluem no C.E. os empréstimos bancários de curto prazo captados pela
2. empresa. O contexto do Mercado Financeiro dos países do Primeiro Mundo é o da abundância de
capital para empréstimos tanto de curto prazo quanto de longo prazo, onde os de curto prazo
predominantemente são mais baratos do que os de longo prazo. Neste contexto, as empresas
necessitam menos de empréstimos de curto prazo para financiar suas operações do que observamos
no Brasil. Em nosso país, assim como nos demais países do Terceiro Mundo, há escassez de capital
para financiamento de longo prazo das empresas. Por isso, muitas acabam se utilizando de
empréstimos de curto prazo para financiamento de suas operações. Além disso, temos uma distorção:
aqui, os empréstimos de curto prazo muitas vezes são mais caros que os de longo prazo. Tal distorção
é decorrente de empréstimos de longo prazo subsidiados pelo BNDES, a título de incentivo para
determinados setores.