O documento discute os efeitos nocivos do uso de drogas, como danos à saúde e à sociedade. A ONU estima que 200 milhões de pessoas consomem drogas ilícitas globalmente. O governo brasileiro está implementando um plano para combater o crack e outras drogas através de ações de prevenção, tratamento e reinserção social, com foco também em famílias. A prevenção do uso de drogas deve começar pelo fortalecimento familiar.
1. 26.06.2010
Combater as drogas para recuperar a cidadania
O Dia 26 de junho, Dia Mundial de Combate às Drogas, foi instituído pela ONU para alertar e
sensibilizar as pessoas dos efeitos nocivos do consumo de drogas. Segundo a Organização
Mundial de Saúde, estima-se que 200 milhões de pessoas em todo mundo consomem algum
tipo de droga ilícita. Isso representa 4,7% dos habitantes do planeta com mais de 14 anos.
Esses números são suficientemente alarmantes, mas os efeitos do uso de drogas vão muito
além dos indivíduos envolvidos e causam danos às famílias e à sociedade, atingindo
relacionamentos, saúde, convivência social e a própria economia.
Segundo a Agência da ONU, o consumo de drogas lícitas e ilícitas deve ser encarado de forma
conjunta. Além disso, é preciso tratá-lo como um problema de saúde pública e não só criminal.
O Governo Federal está implementando o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e
outras Drogas, que tem o objetivo de coordenar ações de prevenção, tratamento e reinserção
social do usuário do crack e outras drogas. Enfrentar e reprimir, em parceria com Estados,
municípios e sociedade civil, com atenção especial nas fronteiras, de forma a evitar a entrada
da droga no País. O Plano está destinando R$ 410 milhões por ano para essas ações.
As drogas já estão se tornando a doença mais grave do século 21. Chamando a atenção em
especial pelo fato de que os jovens estão começando a usar drogas cada vez mais cedo, ainda
crianças, e raramente usam uma droga só. É comum ver jovens fazendo uso de várias drogas
simultaneamente, a começar pelo álcool.
É grande o mercado de drogas trabalhando com lucro fácil. Nele, o respeito pela vida e pela
dignidade humana é conduta desprezível. O mesmo acontece com os drogaditos. Eles não
pensam em nada, mas no dinheiro fácil para adquirir a droga, que vai lhe tirar a qualidade de
vida e os valores morais. O consumo leva às infrações, crimes e prisões, destruindo qualquer
estrutura familiar.
A prevenção do uso de drogas começa pelo fortalecimento da família. Por esse motivo, os
programas de enfrentamento ao uso e tráfico de drogas devem estabelecer medidas
repressivas, mas fundamentarem-se em ações de prevenção e de saúde, com equipes de
profissionais que funcionem de forma multidisciplinar com atendimento ao dependente, mas
especialmente à família. É uma luta de todos que deve abranger governos, segmentos da
saúde, escolas e igrejas.
O Dia Internacional de Combate às Drogas tem um significado muito especial na luta pela
preservação da saúde física, emocional e espiritual de nossos jovens, buscando uma sociedade
melhor e mais humana. E neste dia 26, quero fazer uma homenagem especial a todas as
entidades da sociedade civil, em especial as comunidades terapêuticas e as igrejas que as
mantém, pelo serviço silencioso, abnegado, com grandes problemas e desafios que prestam à
2. sociedade. Está mais do que na hora de serem reconhecidas como parceiros e integrarem a
rede da saúde pública na recuperação dos dependentes químicos.
* Gleisi Hoffmann é advogada e membro do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores