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Avaliação da criança
com sopro cardíaco
Departamento Científico de Cardiologia
Presidente:	 Patrícia Guedes de Souza
Secretária:	 Márcia Fernanda da Costa Carvalho
Conselho Científico:	 Adriana Chassot Bresolin, Cleusa Cavalcanti Lapa Santos, Jorge Yussef Afiune,
Maria de Fátima Monteiro P. Leite, Patrícia Martins Moura Barrios
Documento Científico
Departamento Científico
de Cardiologia
Nº 2, Novembro de 2018
O sopro cardíaco é a principal causa de en-
caminhamento da criança para o cardiologista
pediátrico e decorre de turbulência do fluxo san-
guíneo podendo ser fisiológico ou patológico1
. O
exame clínico é o principal pilar na avaliação da
criança com sopro. Anamnese detalhada, exame
físico sistematizado e completo são fundamen-
tais para uma avaliação diagnóstica adequada de
uma criança com sopro2
.
O sopro cardíaco, frequente na criança, mui-
tas vezes se origina do fluxo sanguíneo normal
sem anormalidade estrutural no coração, chama-
do sopro inocente. Diante de uma criança com
sopro, o pediatra tem que fazer o diagnóstico di-
ferencial entre sopro inocente e patológico.
Na anamnese, deve-se questionar sobre con-
dições que estão associadas a doenças cardíacas:
história familiar de cardiopatia congênita em pa-
rentes de primeiro grau, cardiomiopatia hiper-
trófica ou morte súbita em lactentes; história
pessoal de condições associadas a cardiopatias
congênitas como doenças genéticas, doenças do
tecido conectivo, erro inato do metabolismo e
má-formação em outros órgãos; história de do-
enças associadas a cardiopatias adquiridas como
doença de Kawasaki e febre reumática, além de
antecedentes pré-natais e perinatais como ex-
posição fetal ao álcool, a substâncias potencial-
mente teratogênicas, infecções e diabetes ges-
tacional.
Deve-se interrogar sobre a presença de sinais
e sintomas que podem ser decorrentes de doen-
ças cardíacas, tais como intolerância aos esforços
(lembrando que para o lactente o ato de mamar é
esforço), dificuldade de ganho ponderal, cianose,
dor precordial, palpitação e síncope.
O exame físico deve ser detalhado e sistema-
tizado, avaliando-se inicialmente o estado geral,
a atividade, a coloração da pele e as característi-
cas fenotípicas. Dados antropométricos e dados
vitais como frequência cardíaca, frequência res-
piratória, pressão arterial e saturação periférica
de oxigênio devem ser aferidos e comparados
aos valores normais para faixa etária. O exame
Avaliação da criança com sopro cardíaco
2
cer uma suspeita diagnóstica. As principais ca-
racterísticas de um sopro inocente são: sopro
sistólico, suave, de curta duração, com timbre
vibratório ou musical, que muda de intensidade
com a posição, sendo mais intenso com a crian-
ça em posição supina. Em contrapartida, a pre-
sença de sopro holossitólico, sopro diastólico,
de intensidade maior ou igual a 3+/6, presença
de segunda bulha anormal ou que aumenta de
intensidade com a criança sentada ou de pé, são
características que levam a suspeição de defeito
cardíaco estrutural3
.
Os sopros inocentes podem ser os seguintes
tipos descritos abaixo:
–	Sopro de Still: audível no início da sístole, in-
tensidade de 2 a 3+/6, musical ou vibratório,
melhor audível em bordo esternal esquerdo
baixo, que reduz de intensidade quando o pa-
ciente muda da posição supina para sentada,
comum em todas as faixas etárias.
–	Sopro sistólico aórtico: sopro sistólico de eje-
ção audível em bordo esternal direito alto mais
frequente em crianças mais velhas e adoles-
centes.
–	Sopro de fluxo pulmonar: sopro sistólico de 2
a 3+/6, de ejeção, crescendo e decrescendo,
audível em bordo esternal esquerdo alto, que
diminui de intensidade quando o paciente está
deitado e levanta.
–	Sopro de estenose de ramo pulmonar: sopro
de ejeção de 1 a 2+/6, no início até meio da
sístole, audível em região axilar ou dorso, mais
comum em recém-nascidos e pequenos lac-
tentes.
–	Sopro sistólico supraventricular: sopro audí-
vel em região supra clavicular, de ejeção, curto,
que reduz de intensidade com hiperextensão
dos ombros e é mais frequente em crianças
mais velhas e adolescentes.
–	“Venous hum” ou zumbido venoso: sopro con-
tínuo, que aumenta na diástole, audível na
face anterior e inferior do pescoço, ao lado do
esternocleidomastoídeo principalmente à di-
reita sendo o único sopro inocente que não é
sistólico3,4
.
de sistemas deve ter uma atenção especial para
achados que podem ser decorrentes de doenças
cardíacas como dispneia, presença de creptos
pulmonares, sibilos (podem ser decorrentes de
edema pulmonar) e hepatomegalia. O exame
cardiovascular não é restrito à ausculta cardíaca,
inicia com a inspeção do precórdio pesquisando
a presença de abaulamento em região precordial
que corresponde a aumento da área cardíaca, se-
guido pela palpação em que a presença de im-
pulsão sugere sobrecarga de volume ou pressão
nos ventrículos e o achado de frêmito, que  de-
corre de significativa turbulência de fluxo; e fi-
nalmente a ausculta em que se analisa o ritmo se
é regular em dois tempos (presença de terceira
bulha resulta de alteração de complacência do
ventrículo em pacientes com insuficiência car-
díaca), as características da segunda bulha com
atenção para achados patológicos como des-
dobramento fixo e hiperfonese e a pesquisa de
sons anormais como estalidos, além dos sopros.
Ainda no exame cardiovascular, os pulsos devem
ser palpados nos quatro membros e as amplitu-
des comparadas; o diferencial de amplitude de
pulsos entre membro superior e inferior é um
dado semiológico de coarctação da aorta3
.
Diante da ausculta de um sopro cardíaco, ele
deve ser analisado nos seguintes pontos: tempo
no clico cardíaco, localização, intensidade e qua-
lidade.  Em relação ao tempo, o sopro pode ser:
sistólico, diastólico ou contínuo e a intensidade
varia de 1 a 6/+. Os sopros sistólicos podem ser
de ejeção em que há um intervalo entre a pri-
meira bulha e início do sopro sendo crescendo e
decrescendo, podendo ser patológico ou inocen-
te ou de regurgitação, que começa junto com a
primeira bulha e geralmente dura toda a sístole
e geralmente é patológico.
O achado de sopro cardíaco ao exame de
uma criança gera grande angústia aos pais e ao
pediatra. Os sopros cardíacos são comuns na
criança e virtualmente toda criança pode apre-
sentar um sopro inocente em algum momento
do seu desenvolvimento. O pediatra deve ter
o conhecimento das características dos sopros
inocentes e patológicos para tentar estabele-
Departamento Científico de Cardiologia • Sociedade Brasileira de Pediatria
3
Importante ressaltar que a ausculta cardíaca
precisa ser feita em local silencioso, com este-
toscópio adequado e com a criança tranquila, de-
vendo-se considerar reavaliação se não houver
condições adequadas no primeiro exame.
Vale ressaltar que da mesma forma que a
presença do sopro cardíaco nem sempre está
associada a uma cardiopatia, a sua ausência não
afasta a possibilidade de defeito cardíaco, pois
várias cardiopatias congênitas e adquiridas não
cursam com sopro cardíaco. Uma segunda bu-
lha anormal muitas vezes é um dado mais im-
portante do que a presença do sopro. Algumas
cardiopatias graves como transposição de gran-
des artérias, coarctação da aorta, interrupção
do arco aórtico, truncus arteriosus, ventrículo
único sem estenose pulmonar, miocardiopatia
entre outros podem não apresentar sopro car-
díaco.
A criança assintomática com sopro cardía-
co e com as seguintes características: sistólico,
muda de intensidade com a posição, curta dura-
ção, sem estalidos ou galope, sem irradiação e
baixa intensidade provavelmente tem um sopro
inocente3
. Cabe ao pediatra decidir se encami-
nhará o paciente ao especialista, se solicitará
um ecocardiograma ou as duas condutas. O eco-
cardiograma como todo exame complementar
deve ser analisado sempre fazendo correlação
com os dados clínicos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
3.	 FrankJE,JacobeKM.EvaluationandManagement
of Heart Murmurs in Children. Am Fam Phys.
2011; 84(7):793-800.
4.	 Park MK. Physical Examination. In Park’s
Pediatric Cardiology for Practitioners. 6ª ed,
2014, Elsevier, Canadá.
1.	 Biancaniello T. Innocent murmurs. Circulation.
2005;111(3):e20-e22.
2.	 Cassidy SC, Allen HD, Phillips, JR. History and
Physical Examination. In Moss  Adams’ Heart
Disease in Infants, Children and Adolescents,
9ª ed, 2016, Wolthers Kluver, Londres.
4
Diretoria
Triênio 2016/2018
PRESIDENTE:
Luciana Rodrigues Silva (BA)
1º VICE-PRESIDENTE:
Clóvis Francisco Constantino (SP)
2º VICE-PRESIDENTE:
Edson Ferreira Liberal (RJ)
SECRETÁRIO GERAL:
Sidnei Ferreira (RJ)
1º SECRETÁRIO:
Cláudio Hoineff (RJ)
2º SECRETÁRIO:
Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS)
3º SECRETÁRIO:
Virgínia Resende Silva Weffort (MG)
DIRETORIA FINANCEIRA:
Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ)
2ª DIRETORIA FINANCEIRA:
Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP)
3ª DIRETORIA FINANCEIRA:
Fátima Maria Lindoso da Silva Lima (GO)
DIRETORIA DE INTEGRAÇÃO REGIONAL:
Fernando Antônio Castro Barreiro (BA)
Membros:
Hans Walter Ferreira Greve (BA)
Eveline Campos Monteiro de Castro (CE)
Alberto Jorge Félix Costa (MS)
Analíria Moraes Pimentel (PE)
Corina Maria Nina Viana Batista (AM)
Adelma Alves de Figueiredo (RR)
COORDENADORES REGIONAIS:
Norte: Bruno Acatauassu Paes Barreto (PA)
Nordeste: Anamaria Cavalcante e Silva (CE)
Sudeste: Luciano Amedée Péret Filho (MG)
Sul: Darci Vieira Silva Bonetto (PR)
Centro-oeste: Regina Maria Santos Marques (GO)
ASSESSORES DA PRESIDÊNCIA:
Assessoria para Assuntos Parlamentares:
Marun David Cury (SP)
Assessoria de Relações Institucionais:
Clóvis Francisco Constantino (SP)
Assessoria de Políticas Públicas:
Mário Roberto Hirschheimer (SP)
Rubens Feferbaum (SP)
Maria Albertina Santiago Rego (MG)
Sérgio Tadeu Martins Marba (SP)
Assessoria de Políticas Públicas – Crianças e
Adolescentes com Deficiência:
Alda Elizabeth Boehler Iglesias Azevedo (MT)
Eduardo Jorge Custódio da Silva (RJ)
Assessoria de Acompanhamento da Licença
Maternidade e Paternidade:
João Coriolano Rego Barros (SP)
Alexandre Lopes Miralha (AM)
Ana Luiza Velloso da Paz Matos (BA)
Assessoria para Campanhas:
Conceição Aparecida de Mattos Segre (SP)
GRUPOS DE TRABALHO:
Drogas e Violência na Adolescência:
Evelyn Eisenstein (RJ)
Doenças Raras:
Magda Maria Sales Carneiro Sampaio (SP)
Atividade Física
Coordenadores:
Ricardo do Rêgo Barros (RJ)
Luciana Rodrigues Silva (BA)
Membros:
Helita Regina F. Cardoso de Azevedo (BA)
Patrícia Guedes de Souza (BA)
Profissionais de Educação Física:
Teresa Maria Bianchini de Quadros (BA)
Alex Pinheiro Gordia (BA)
Isabel Guimarães (BA)
Jorge Mota (Portugal)
Mauro Virgílio Gomes de Barros (PE)
Colaborador:
Dirceu Solé (SP)
Metodologia Científica:
Gisélia Alves Pontes da Silva (PE)
Cláudio Leone (SP)
Pediatria e Humanidade:
Álvaro Jorge Madeiro Leite (CE)
Luciana Rodrigues Silva (BA)
João de Melo Régis Filho (PE)
Transplante em Pediatria:
Themis Reverbel da Silveira (RS)
Irene Kazue Miura (SP)
Carmen Lúcia Bonnet (PR)
Adriana Seber (SP)
Paulo Cesar Koch Nogueira (SP)
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Oftalmologia Pediátrica
Coordenador:
Fábio Ejzenbaum (SP)
Membros:
Luciana Rodrigues Silva (BA)
Dirceu Solé (SP)
Galton Carvalho Vasconcelos (MG)
Julia Dutra Rossetto (RJ)
Luisa Moreira Hopker (PR)
Rosa Maria Graziano (SP)
Celia Regina Nakanami (SP)
DIRETORIA E COORDENAÇÕES:
DIRETORIA DE QUALIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL
Maria Marluce dos Santos Vilela (SP)
COORDENAÇÃO DO CEXTEP:
Hélcio Villaça Simões (RJ)
COORDENAÇÃO DE ÁREA DE ATUAÇÃO
Mauro Batista de Morais (SP)
COORDENAÇÃO DE CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL
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DIRETORIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Nelson Augusto Rosário Filho (PR)
REPRESENTANTE NO GPEC (Global Pediatric Education Consortium)
Ricardo do Rego Barros (RJ)
REPRESENTANTE NA ACADEMIA AMERICANA DE PEDIATRIA (AAP)
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REPRESENTANTE NA AMÉRICA LATINA
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Titulares:
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Suplentes:
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ACADEMIA BRASILEIRA DE PEDIATRIA
Presidente:
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Vice-presidente:
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Secretário Geral:
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Dc sbp 2018 avaliac crianc com_soprocardiaco

  • 1. 1 Avaliação da criança com sopro cardíaco Departamento Científico de Cardiologia Presidente: Patrícia Guedes de Souza Secretária: Márcia Fernanda da Costa Carvalho Conselho Científico: Adriana Chassot Bresolin, Cleusa Cavalcanti Lapa Santos, Jorge Yussef Afiune, Maria de Fátima Monteiro P. Leite, Patrícia Martins Moura Barrios Documento Científico Departamento Científico de Cardiologia Nº 2, Novembro de 2018 O sopro cardíaco é a principal causa de en- caminhamento da criança para o cardiologista pediátrico e decorre de turbulência do fluxo san- guíneo podendo ser fisiológico ou patológico1 . O exame clínico é o principal pilar na avaliação da criança com sopro. Anamnese detalhada, exame físico sistematizado e completo são fundamen- tais para uma avaliação diagnóstica adequada de uma criança com sopro2 . O sopro cardíaco, frequente na criança, mui- tas vezes se origina do fluxo sanguíneo normal sem anormalidade estrutural no coração, chama- do sopro inocente. Diante de uma criança com sopro, o pediatra tem que fazer o diagnóstico di- ferencial entre sopro inocente e patológico. Na anamnese, deve-se questionar sobre con- dições que estão associadas a doenças cardíacas: história familiar de cardiopatia congênita em pa- rentes de primeiro grau, cardiomiopatia hiper- trófica ou morte súbita em lactentes; história pessoal de condições associadas a cardiopatias congênitas como doenças genéticas, doenças do tecido conectivo, erro inato do metabolismo e má-formação em outros órgãos; história de do- enças associadas a cardiopatias adquiridas como doença de Kawasaki e febre reumática, além de antecedentes pré-natais e perinatais como ex- posição fetal ao álcool, a substâncias potencial- mente teratogênicas, infecções e diabetes ges- tacional. Deve-se interrogar sobre a presença de sinais e sintomas que podem ser decorrentes de doen- ças cardíacas, tais como intolerância aos esforços (lembrando que para o lactente o ato de mamar é esforço), dificuldade de ganho ponderal, cianose, dor precordial, palpitação e síncope. O exame físico deve ser detalhado e sistema- tizado, avaliando-se inicialmente o estado geral, a atividade, a coloração da pele e as característi- cas fenotípicas. Dados antropométricos e dados vitais como frequência cardíaca, frequência res- piratória, pressão arterial e saturação periférica de oxigênio devem ser aferidos e comparados aos valores normais para faixa etária. O exame
  • 2. Avaliação da criança com sopro cardíaco 2 cer uma suspeita diagnóstica. As principais ca- racterísticas de um sopro inocente são: sopro sistólico, suave, de curta duração, com timbre vibratório ou musical, que muda de intensidade com a posição, sendo mais intenso com a crian- ça em posição supina. Em contrapartida, a pre- sença de sopro holossitólico, sopro diastólico, de intensidade maior ou igual a 3+/6, presença de segunda bulha anormal ou que aumenta de intensidade com a criança sentada ou de pé, são características que levam a suspeição de defeito cardíaco estrutural3 . Os sopros inocentes podem ser os seguintes tipos descritos abaixo: – Sopro de Still: audível no início da sístole, in- tensidade de 2 a 3+/6, musical ou vibratório, melhor audível em bordo esternal esquerdo baixo, que reduz de intensidade quando o pa- ciente muda da posição supina para sentada, comum em todas as faixas etárias. – Sopro sistólico aórtico: sopro sistólico de eje- ção audível em bordo esternal direito alto mais frequente em crianças mais velhas e adoles- centes. – Sopro de fluxo pulmonar: sopro sistólico de 2 a 3+/6, de ejeção, crescendo e decrescendo, audível em bordo esternal esquerdo alto, que diminui de intensidade quando o paciente está deitado e levanta. – Sopro de estenose de ramo pulmonar: sopro de ejeção de 1 a 2+/6, no início até meio da sístole, audível em região axilar ou dorso, mais comum em recém-nascidos e pequenos lac- tentes. – Sopro sistólico supraventricular: sopro audí- vel em região supra clavicular, de ejeção, curto, que reduz de intensidade com hiperextensão dos ombros e é mais frequente em crianças mais velhas e adolescentes. – “Venous hum” ou zumbido venoso: sopro con- tínuo, que aumenta na diástole, audível na face anterior e inferior do pescoço, ao lado do esternocleidomastoídeo principalmente à di- reita sendo o único sopro inocente que não é sistólico3,4 . de sistemas deve ter uma atenção especial para achados que podem ser decorrentes de doenças cardíacas como dispneia, presença de creptos pulmonares, sibilos (podem ser decorrentes de edema pulmonar) e hepatomegalia. O exame cardiovascular não é restrito à ausculta cardíaca, inicia com a inspeção do precórdio pesquisando a presença de abaulamento em região precordial que corresponde a aumento da área cardíaca, se- guido pela palpação em que a presença de im- pulsão sugere sobrecarga de volume ou pressão nos ventrículos e o achado de frêmito, que de- corre de significativa turbulência de fluxo; e fi- nalmente a ausculta em que se analisa o ritmo se é regular em dois tempos (presença de terceira bulha resulta de alteração de complacência do ventrículo em pacientes com insuficiência car- díaca), as características da segunda bulha com atenção para achados patológicos como des- dobramento fixo e hiperfonese e a pesquisa de sons anormais como estalidos, além dos sopros. Ainda no exame cardiovascular, os pulsos devem ser palpados nos quatro membros e as amplitu- des comparadas; o diferencial de amplitude de pulsos entre membro superior e inferior é um dado semiológico de coarctação da aorta3 . Diante da ausculta de um sopro cardíaco, ele deve ser analisado nos seguintes pontos: tempo no clico cardíaco, localização, intensidade e qua- lidade. Em relação ao tempo, o sopro pode ser: sistólico, diastólico ou contínuo e a intensidade varia de 1 a 6/+. Os sopros sistólicos podem ser de ejeção em que há um intervalo entre a pri- meira bulha e início do sopro sendo crescendo e decrescendo, podendo ser patológico ou inocen- te ou de regurgitação, que começa junto com a primeira bulha e geralmente dura toda a sístole e geralmente é patológico. O achado de sopro cardíaco ao exame de uma criança gera grande angústia aos pais e ao pediatra. Os sopros cardíacos são comuns na criança e virtualmente toda criança pode apre- sentar um sopro inocente em algum momento do seu desenvolvimento. O pediatra deve ter o conhecimento das características dos sopros inocentes e patológicos para tentar estabele-
  • 3. Departamento Científico de Cardiologia • Sociedade Brasileira de Pediatria 3 Importante ressaltar que a ausculta cardíaca precisa ser feita em local silencioso, com este- toscópio adequado e com a criança tranquila, de- vendo-se considerar reavaliação se não houver condições adequadas no primeiro exame. Vale ressaltar que da mesma forma que a presença do sopro cardíaco nem sempre está associada a uma cardiopatia, a sua ausência não afasta a possibilidade de defeito cardíaco, pois várias cardiopatias congênitas e adquiridas não cursam com sopro cardíaco. Uma segunda bu- lha anormal muitas vezes é um dado mais im- portante do que a presença do sopro. Algumas cardiopatias graves como transposição de gran- des artérias, coarctação da aorta, interrupção do arco aórtico, truncus arteriosus, ventrículo único sem estenose pulmonar, miocardiopatia entre outros podem não apresentar sopro car- díaco. A criança assintomática com sopro cardía- co e com as seguintes características: sistólico, muda de intensidade com a posição, curta dura- ção, sem estalidos ou galope, sem irradiação e baixa intensidade provavelmente tem um sopro inocente3 . Cabe ao pediatra decidir se encami- nhará o paciente ao especialista, se solicitará um ecocardiograma ou as duas condutas. O eco- cardiograma como todo exame complementar deve ser analisado sempre fazendo correlação com os dados clínicos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 3. FrankJE,JacobeKM.EvaluationandManagement of Heart Murmurs in Children. Am Fam Phys. 2011; 84(7):793-800. 4. Park MK. Physical Examination. In Park’s Pediatric Cardiology for Practitioners. 6ª ed, 2014, Elsevier, Canadá. 1. Biancaniello T. Innocent murmurs. Circulation. 2005;111(3):e20-e22. 2. Cassidy SC, Allen HD, Phillips, JR. History and Physical Examination. In Moss Adams’ Heart Disease in Infants, Children and Adolescents, 9ª ed, 2016, Wolthers Kluver, Londres.
  • 4. 4 Diretoria Triênio 2016/2018 PRESIDENTE: Luciana Rodrigues Silva (BA) 1º VICE-PRESIDENTE: Clóvis Francisco Constantino (SP) 2º VICE-PRESIDENTE: Edson Ferreira Liberal (RJ) SECRETÁRIO GERAL: Sidnei Ferreira (RJ) 1º SECRETÁRIO: Cláudio Hoineff (RJ) 2º SECRETÁRIO: Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS) 3º SECRETÁRIO: Virgínia Resende Silva Weffort (MG) DIRETORIA FINANCEIRA: Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) 2ª DIRETORIA FINANCEIRA: Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) 3ª DIRETORIA FINANCEIRA: Fátima Maria Lindoso da Silva Lima (GO) DIRETORIA DE INTEGRAÇÃO REGIONAL: Fernando Antônio Castro Barreiro (BA) Membros: Hans Walter Ferreira Greve (BA) Eveline Campos Monteiro de Castro (CE) Alberto Jorge Félix Costa (MS) Analíria Moraes Pimentel (PE) Corina Maria Nina Viana Batista (AM) Adelma Alves de Figueiredo (RR) COORDENADORES REGIONAIS: Norte: Bruno Acatauassu Paes Barreto (PA) Nordeste: Anamaria Cavalcante e Silva (CE) Sudeste: Luciano Amedée Péret Filho (MG) Sul: Darci Vieira Silva Bonetto (PR) Centro-oeste: Regina Maria Santos Marques (GO) ASSESSORES DA PRESIDÊNCIA: Assessoria para Assuntos Parlamentares: Marun David Cury (SP) Assessoria de Relações Institucionais: Clóvis Francisco Constantino (SP) Assessoria de Políticas Públicas: Mário Roberto Hirschheimer (SP) Rubens Feferbaum (SP) Maria Albertina Santiago Rego (MG) Sérgio Tadeu Martins Marba (SP) Assessoria de Políticas Públicas – Crianças e Adolescentes com Deficiência: Alda Elizabeth Boehler Iglesias Azevedo (MT) Eduardo Jorge Custódio da Silva (RJ) Assessoria de Acompanhamento da Licença Maternidade e Paternidade: João Coriolano Rego Barros (SP) Alexandre Lopes Miralha (AM) Ana Luiza Velloso da Paz Matos (BA) Assessoria para Campanhas: Conceição Aparecida de Mattos Segre (SP) GRUPOS DE TRABALHO: Drogas e Violência na Adolescência: Evelyn Eisenstein (RJ) Doenças Raras: Magda Maria Sales Carneiro Sampaio (SP) Atividade Física Coordenadores: Ricardo do Rêgo Barros (RJ) Luciana Rodrigues Silva (BA) Membros: Helita Regina F. Cardoso de Azevedo (BA) Patrícia Guedes de Souza (BA) Profissionais de Educação Física: Teresa Maria Bianchini de Quadros (BA) Alex Pinheiro Gordia (BA) Isabel Guimarães (BA) Jorge Mota (Portugal) Mauro Virgílio Gomes de Barros (PE) Colaborador: Dirceu Solé (SP) Metodologia Científica: Gisélia Alves Pontes da Silva (PE) Cláudio Leone (SP) Pediatria e Humanidade: Álvaro Jorge Madeiro Leite (CE) Luciana Rodrigues Silva (BA) João de Melo Régis Filho (PE) Transplante em Pediatria: Themis Reverbel da Silveira (RS) Irene Kazue Miura (SP) Carmen Lúcia Bonnet (PR) Adriana Seber (SP) Paulo Cesar Koch Nogueira (SP) Fabianne Altruda de M. Costa Carlesse (SP) Oftalmologia Pediátrica Coordenador: Fábio Ejzenbaum (SP) Membros: Luciana Rodrigues Silva (BA) Dirceu Solé (SP) Galton Carvalho Vasconcelos (MG) Julia Dutra Rossetto (RJ) Luisa Moreira Hopker (PR) Rosa Maria Graziano (SP) Celia Regina Nakanami (SP) DIRETORIA E COORDENAÇÕES: DIRETORIA DE QUALIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL Maria Marluce dos Santos Vilela (SP) COORDENAÇÃO DO CEXTEP: Hélcio Villaça Simões (RJ) COORDENAÇÃO DE ÁREA DE ATUAÇÃO Mauro Batista de Morais (SP) COORDENAÇÃO DE CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL José Hugo de Lins Pessoa (SP) DIRETORIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS Nelson Augusto Rosário Filho (PR) REPRESENTANTE NO GPEC (Global Pediatric Education Consortium) Ricardo do Rego Barros (RJ) REPRESENTANTE NA ACADEMIA AMERICANA DE PEDIATRIA (AAP) Sérgio Augusto Cabral (RJ) REPRESENTANTE NA AMÉRICA LATINA Francisco José Penna (MG) DIRETORIA DE DEFESA PROFISSIONAL, BENEFÍCIOS E PREVIDÊNCIA Marun David Cury (SP) DIRETORIA-ADJUNTA DE DEFESA PROFISSIONAL Sidnei Ferreira (RJ) Cláudio Barsanti (SP) Paulo Tadeu Falanghe (SP) Cláudio Orestes Britto Filho (PB) Mário Roberto Hirschheimer (SP) João Cândido de Souza Borges (CE) COORDENAÇÃO VIGILASUS Anamaria Cavalcante e Silva (CE) Fábio Elíseo Fernandes Álvares Leite (SP) Jussara Melo de Cerqueira Maia (RN) Edson Ferreira Liberal (RJ) Célia Maria Stolze Silvany (BA) Kátia Galeão Brandt (PE) Elizete Aparecida Lomazi (SP) Maria Albertina Santiago Rego (MG) Isabel Rey Madeira (RJ) Jocileide Sales Campos (CE) COORDENAÇÃO DE SAÚDE SUPLEMENTAR Maria Nazareth Ramos Silva (RJ) Corina Maria Nina Viana Batista (AM) Álvaro Machado Neto (AL) Joana Angélica Paiva Maciel (CE) Cecim El Achkar (SC) Maria Helena Simões Freitas e Silva (MA) DIRETORIA DOS DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS E COORDENAÇÃO DE DOCUMENTOS CIENTÍFICOS Dirceu Solé (SP) DIRETORIA-ADJUNTA DOS DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS Lícia Maria Oliveira Moreira (BA) DIRETORIA DE CURSOS, EVENTOS E PROMOÇÕES Lilian dos Santos Rodrigues Sadeck (SP) COORDENAÇÃO DE CONGRESSOS E SIMPÓSIOS Ricardo Queiroz Gurgel (SE) Paulo César Guimarães (RJ) Cléa Rodrigues Leone (SP) COORDENAÇÃO GERAL DOS PROGRAMAS DE ATUALIZAÇÃO Ricardo Queiroz Gurgel (SE) COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE REANIMAÇÃO NEONATAL Maria Fernanda Branco de Almeida (SP) Ruth Guinsburg (SP) COORDENAÇÃO PALS – REANIMAÇÃO PEDIÁTRICA Alexandre Rodrigues Ferreira (MG) Kátia Laureano dos Santos (PB) COORDENAÇÃO BLS – SUPORTE BÁSICO DE VIDA Valéria Maria Bezerra Silva (PE) COORDENAÇÃO DO CURSO DE APRIMORAMENTO EM NUTROLOGIA PEDIÁTRICA (CANP) Virgínia Resende S. Weffort (MG) PEDIATRIA PARA FAMÍLIAS Luciana Rodrigues Silva (BA) Coordenadores: Nilza Perin (SC) Normeide Pedreira dos Santos (BA) Fábio Pessoa (GO) PORTAL SBP Flávio Diniz Capanema (MG) COORDENAÇÃO DO CENTRO DE INFORMAÇÃO CIENTÍFICA José Maria Lopes (RJ) PROGRAMA DE ATUALIZAÇÃO CONTINUADA À DISTÂNCIA Altacílio Aparecido Nunes (SP) João Joaquim Freitas do Amaral (CE) DOCUMENTOS CIENTÍFICOS Luciana Rodrigues Silva (BA) Dirceu Solé (SP) Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho (PE) Joel Alves Lamounier (MG) DIRETORIA DE PUBLICAÇÕES Fábio Ancona Lopez (SP) EDITORES DA REVISTA SBP CIÊNCIA Joel Alves Lamounier (MG) Altacílio Aparecido Nunes (SP) Paulo Cesar Pinho Pinheiro (MG) Flávio Diniz Capanema (MG) EDITOR DO JORNAL DE PEDIATRIA (JPED) Renato Procianoy (RS) EDITOR REVISTA RESIDÊNCIA PEDIÁTRICA Clémax Couto Sant’Anna (RJ) EDITOR ADJUNTO REVISTA RESIDÊNCIA PEDIÁTRICA Marilene Augusta Rocha Crispino Santos (RJ) Márcia Garcia Alves Galvão (RJ) CONSELHO EDITORIAL EXECUTIVO Gil Simões Batista (RJ) Sidnei Ferreira (RJ) Isabel Rey Madeira (RJ) Sandra Mara Moreira Amaral (RJ) Bianca Carareto Alves Verardino (RJ) Maria de Fátima Bazhuni Pombo March (RJ) Sílvio da Rocha Carvalho (RJ) Rafaela Baroni Aurilio (RJ) COORDENAÇÃO DO PRONAP Carlos Alberto Nogueira-de-Almeida (SP) Fernanda Luísa Ceragioli Oliveira (SP) COORDENAÇÃO DO TRATADO DE PEDIATRIA Luciana Rodrigues Silva (BA) Fábio Ancona Lopez (SP) DIRETORIA DE ENSINO E PESQUISA Joel Alves Lamounier (MG) COORDENAÇÃO DE PESQUISA Cláudio Leone (SP) COORDENAÇÃO DE PESQUISA-ADJUNTA Gisélia Alves Pontes da Silva (PE) COORDENAÇÃO DE GRADUAÇÃO Rosana Fiorini Puccini (SP) COORDENAÇÃO ADJUNTA DE GRADUAÇÃO Rosana Alves (ES) Suzy Santana Cavalcante (BA) Angélica Maria Bicudo-Zeferino (SP) Silvia Wanick Sarinho (PE) COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO Victor Horácio da Costa Junior (PR) Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE) Fátima Maria Lindoso da Silva Lima (GO) Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) Jefferson Pedro Piva (RS) COORDENAÇÃO DE RESIDÊNCIA E ESTÁGIOS EM PEDIATRIA Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS) Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) Victor Horácio da Costa Junior (PR) Clóvis Francisco Constantino (SP) Silvio da Rocha Carvalho (RJ) Tânia Denise Resener (RS) Delia Maria de Moura Lima Herrmann (AL) Helita Regina F. 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