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Teste de avaliação modelo IAVE n.o2 | Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa
2 Entre Palavras 11 • Dossiê Prático do Professor • ASA
Teste de avaliação
GRUPO I
Apresenta as tuas respostas de forma bem estruturada.
A
Lê o texto.
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MARIA – «Menina e moça me levaram de casa de meu pai» – é o princípio daquele livro1
tão
bonito que minha mãe diz que não entende; entendo-o eu. – Mas aqui não há menina nem
moça; e vós, senhor Telmo Pais, meu fiel escudeiro, "faredes o que mandado vos é". – E não me
repliques, que então altercamos2
, faz-se bulha, e acorda minha mãe, que é o que eu não quero.
Coitada! Há oito dias que aqui estamos nesta casa, e é a primeira noite que dorme com
sossego. Aquele palácio a arder, aquele povo a gritar, o rebate dos sinos, aquela cena toda...
oh! tão grandiosa e sublime, que a mim me encheu de maravilha, que foi um espetáculo como
nunca vi outro de igual majestade!... À minha pobre mãe aterrou-a, não se lhe tira dos olhos:
vai a fechá-los para dormir e diz que vê aquelas chamas enoveladas em fumo a rodear-lhe a
casa, a crescer para o ar e a devorar tudo com fúria infernal... O retrato de meu pai, aquele do
quarto de lavor3
tão seu favorito, em que ele estava tão gentil-homem, vestido de cavaleiro de
Malta com a sua cruz branca no peito – aquele retrato não se pode consolar de que lho não
salvassem, que se queimasse ali. Vês tu? Ela que não cria em agouros, que sempre me estava a
repreender pelas minhas cismas, agora não lhe sai da cabeça que a perda do retrato é
prognóstico fatal de outra perda maior, que está perto, de alguma desgraça inesperada, mas
certa, que a tem de separar de meu pai. – E eu agora é que faço de forte e assisada, que zombo
de agouros e de sinas... para a animar, coitada!... que aqui entre nós, Telmo, nunca tive tanta fé
neles. Creio, oh, se creio! que são avisos que Deus nos manda para nos preparar. – E há... oh!
há grande desgraça a cair sobre meu pai... de certo! e sobre minha mãe também, que é o
mesmo.
TELMO (disfarçando o terror de que está tomado) – Não digais isso... Deus há de fazê-lo por
melhor, que lho merecem ambos. (Cobrando ânimo e exaltando-se) Vosso pai, D. Maria, é um
português às direitas. Eu sempre o tive em boa conta; mas agora, depois que lhe vi fazer aquela
ação, que o vi, com aquela alma de português velho4
, deitar as mãos às tochas, e lançar ele
mesmo o fogo à sua própria casa; queimar e destruir numa hora tanto do seu haver, tanta coisa
de seu gosto, para dar um exemplo de liberdade, uma lição tremenda a estes nossos tiranos...
oh, minha querida filha, aquilo é um homem! A minha vida, que ele queira, é sua. E a minha
pena, toda a minha pena é que o não conheci, que o não estimei sempre no que ele valia.
MARIA (com lágrimas nos olhos e tomando-lhe as mãos) – Meu Telmo, meu bom Telmo!... é uma
glória ser filha de tal pai, não é? Dize.
TELMO – Sim, é: Deus o defenda!
MARIA – Deus o defenda! Ámen. – E eles, os tiranos governadores, ainda estarão muito contra
meu pai? Já soubeste hoje alguma cousa das diligências do tio Frei Jorge?
Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa, prefácio de Annabela Rita, Porto, Edições Caixotim, 2004, pp. 93-95
1 sentimental de Bernardino Ribeiro (século XVI), que relata uma série de amores infelizes; 2 discutimos; 3 de trabalhos femininos;
4 português de antigamente
Nome ____________________________________________________________________ Turma ________ Data___________
2 Sequência 2
Teste de avaliação modelo IAVE
Entre Palavras 11 • Dossiê Prático do Professor • ASA 3
1. Nas suas palavras, Maria deixa transparecer sentimentos diferentes dos de sua mãe em relação
ao incêndio do palácio onde ambas habitavam. Justifica esta afirmação.
2. Atenta na primeira didascália do texto. Recorrendo ao teu conhecimento da obra, indica que
motivos teria Telmo para se comportar do modo indicado.
3. Telmo confessa ter ocorrido nele determinada mudança relativamente ao modo como
considerava Manuel de Sousa Coutinho. Explicita a natureza dessa alteração.
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E, enquanto eu estes canto, e a vós não posso,
Sublime Rei, que não me atrevo a tanto,
Tomai as rédeas1
vós do Reino vosso:
Dareis matéria a nunca ouvido canto.
Comecem a sentir o peso grosso
(Que polo mundo todo faça espanto)
De exércitos e feitos singulares
De África as terras e do Oriente os mares2
.
Em vós os olhos tem o Mouro frio3
,
Em quem vê seu exício4
afigurado;
Só com vos ver, o bárbaro Gentio5
Mostra o pescoço ao jugo já inclinado;
Tethys6
todo o cerúleo senhorio7
Tem pera vós por dote8
aparelhado9
,
Que, afeiçoada ao gesto belo e tenro,
Deseja de comprar-vos pera genro10
.
Em vós se vem, da Olímpica morada,
Dos dous avôs11
as almas cá famosas;
Hũa na paz angélica dourada,
Outra, polas batalhas sanguinosas.
Em vós esperam ver-se renovada
Sua memória e obras valerosas;
E lá12
vos tem lugar, no fim da idade,
No templo da suprema Eternidade13
.
Luís de Camões, Os Lusíadas, I, 15 a 17, Emanuel Paulo Ramos (org.), 3.a edição, Porto, Porto Editora, 1987, pp. 74-75
1 D. Sebastião começou a governar com 14 anos, em 1568; 2 vv. 5-8: as terras de África e os mares do Oriente comecem a sentir a força dos
exércitos portugueses e das suas façanhas únicas, de tal modo que o mundo se espante; 3 cheio de medo; 4 extermínio, destruição; 5
populações não civilizadas e pagas; 6 deusa marítima; 7 o mar; 8 riquezas que eram levadas para o casamento pela mulher; 9 preparado; 10
Tétis pretende casar uma filha com D. Sebastião, levando a filha o mar como dote; 11 as almas de D. João III, famoso pela paz, e de Carlos V,
famoso pela guerra; ambos eram avôs de D. Sebastiao; 12 vv. 22 e 17: «lá», no céu; «cá», na terra; 13 vv. 23: no Paraíso, que no v. 16 é a
«Olímpica morada»
4. Identifica, justificando, o destinatário das palavras do Poeta.
5. O texto refere vários exemplos de matéria épica.
Apresenta dois deles, justificando.
Teste de avaliação modelo IAVE n.o2 | Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa
4 Entre Palavras 11 • Dossiê Prático do Professor • ASA
GRUPO II
Nas respostas aos itens de escolha múltipla, seleciona a opção correta.
Lê o texto.
Sobre os refugiados
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Bem sei que este tema é complicado e muita gente tem ideias e visões diferentes. Esta é a
minha opinião. Certa ou errada, antes de mais, merece ser respeitada, assim como eu respeito a
dos outros. Podem concordar ou discordar, mas devem respeitar.
Para mim, o termo migrantes tem vindo a ser mal usado. Se bem que a definição de migrante
seja aquele «que ou o que muda de país ou de região», não acho que se deva classificar pessoas
que fogem da guerra de simples migrantes. Quando o enorme Aristides de Sousa Mendes
desobedeceu a Salazar para salvar milhares de pessoas da morte certa se caíssem nas mãos dos
nazis, não estava a ajudar migrantes, mas sim refugiados (da definição «que procuram refúgio»).
Da mesma forma, pessoas que fogem de tiroteios e bombardeamentos nas suas cidades,
deveriam, a meu ver, ser chamados também de refugiados e não de migrantes. Até porque estas
pessoas fogem de uma morte quase certa, arriscando a vida na travessia do Mediterrâneo em
condições muito precárias, muitas vezes aplicando todo o dinheiro que possuem para esse efeito
(quem ganha com isso são aqueles que cobram para transportar estas pessoas, deixando-as depois
à sua sorte no alto mar).
Porque são refugiados, porque é uma obrigação legal – porque Portugal é um dos subscritores
dos vários tratados internacionais que afirmam a necessidade de proteger e apoiar os refugiados –
mas, antes disso, uma obrigação moral, porque não há valores mais altos do que a vida e a
dignidade humanas, sou claramente a favor do apoio e da receção de refugiados em Portugal.
Mas, dito isto, tem de haver condições.
A maioria foge de países em guerra, cujos intervenientes já por várias vezes ameaçaram os
países europeus, por isso, deve, a meu ver, toda a Europa recensear todos aqueles que chegam
por essa via. Todos os refugiados, seja qual for o país pelo qual entrem na Europa, devem ser
registados, com todos os dados possíveis (dados pessoais como nome, proveniência, altura, peso,
impressão digital, etc., etc.), de forma a, por um lado, captar a possibilidade de haver membros
com histórico de criminalidade e, por outro lado, para existirem dados reais de quantas pessoas
nestas condições entram no velho continente e, com esses dados, organizar e canalizar as mesmas
para onde for possível abrigá-las.
Outra condição será o trabalho. Numa Europa a braços com uma crise económica, estas
pessoas devem ter consciência de que devem contribuir para a comunidade onde se vão inserir. E
muitos dirão «mas há tanto desemprego na Europa, que ocupação vamos dar a estas pessoas?»
Por muito desemprego que exista, há sempre, por exemplo, as tarefas que os naturais dos países
não querem fazer. Neste sentido, não me parece tão descabida a sugestão de António Costa de
propor algumas destas pessoas para a limpeza das matas. Mas sem tornar isso uma obrigação
inevitável, pois os refugiados não são pessoas condenadas a trabalho comunitário. Há que, ainda
assim, sensibilizá-los para que a comunidade que os recebe o faz de braços abertos, mas não tem
condições de os sustentar sem retribuição da parte deles.
Os refugiados não são os culpados nem da guerra que assola os seus países, nem da pobreza
em que muitos vivem no nosso. E se a situação fosse inversa, nós gostaríamos certamente de ser
bem recebidos noutros países. Temos todos de trabalhar para ajudar quem mais precisa, sejam os
nossos compatriotas, seja quem, em situação de desespero e emergência, nos pede ajuda. Porque
hoje são eles, amanhã podemos ser nós.
João Cerveira, in http://www.maisopiniao.com, publicado a 12 de setembro de 2015 (texto adaptado, consultado em 14 de outubro de 2015)
Teste de avaliação modelo IAVE
Entre Palavras 11 • Dossiê Prático do Professor • ASA 5
1. O ponto de vista apresentado pelo autor, no segundo parágrafo, consiste em afirmar que
(A) a palavra migrante não tem sido usada com propriedade, pois tem sido aplicada a
pessoas que se limitam a mudar de país ou de região.
(B) o uso da palavra migrante para referir pessoas que se deslocam para encontrar refúgio é
correto.
(C) a palavra migrante deve usar-se exclusivamente para referir pessoas que procuram
refúgio.
(D) o uso da palavra migrante só se aplica a quem arrisca a vida atravessando o Mediterrâneo.
2. O autor inicia o terceiro parágrafo (linha 15) apresentando
(A) um ponto de vista sem argumentos que o justifiquem.
(B) vários argumentos que justificam um ponto de vista apresentado anteriormente.
(C) vários argumentos que justificam um ponto de vista apresentado posteriormente.
(D) um argumento que comprova um ponto de vista.
3. A utilização do conector «por isso» (linha 21) concretiza um exemplo de coesão
(A) temporal.
(B) lexical.
(C) interfrásica.
(D) referencial.
4. Com a utilização, no terceiro parágrafo, dos marcadores textuais «por um lado» (linha 24) e «por
outro lado» (linha 25), o autor
(A) organiza a informação.
(B) apresenta duas causas.
(C) insere dois exemplos.
(D) distingue duas atitudes.
5. As medidas que o autor propõe no final do terceiro parágrafo (linhas 23 a 25) destinam-se a
(A) saber com exatidão quem entra na Europa.
(B) perceber a origem e o historial de cada refugiado.
(C) verificar os registos criminais de quem entra na Europa.
(D) conhecer quem entra na Europa e a preparar o seu futuro.
6. A expressão «Neste sentido» (linha 32) refere-se a uma
(A) possível ocupação dos refugiados.
(B) necessária ocupação dos refugiados.
(C) desnecessária ocupação dos refugiados.
(D) improvável ocupação dos refugiados.
Teste de avaliação modelo IAVE n.o2 | Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa
6 Entre Palavras 11 • Dossiê Prático do Professor • ASA
7. No último parágrafo (linhas 37 a 41), o autor utiliza um argumento baseado na ideia de
(A) reciprocidade.
(B) solidariedade.
(C) caridade.
(D) complementaridade.
8. Considerando o contexto, indica os referentes dos deíticos destacados no excerto.
«Temos todos de trabalhar para ajudar quem mais precisa, sejam os nossos compatriotas, seja quem,
em situação de desespero e emergência, nos pede ajuda. Porque hoje são eles, amanhã podemos ser
nós.» (linhas 39 a 41).
9. Refere a função sintática do último pronome pessoal átono presente no texto.
10. Transcreve, do penúltimo parágrafo do texto, a oração coordenada explicativa nele presente.
GRUPO III
O mundo moderno apresenta hoje, bem mais do que no passado, um conjunto de características
que podem provocar medos, receios e incertezas nos adolescentes.
Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras,
apresenta uma opinião sobre a importância e o modo de se combaterem aspetos negativos visíveis
na nossa sociedade.
Fundamenta o teu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustra cada um
deles com, pelo menos, um exemplo significativo.

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  • 1. Teste de avaliação modelo IAVE n.o2 | Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa 2 Entre Palavras 11 • Dossiê Prático do Professor • ASA Teste de avaliação GRUPO I Apresenta as tuas respostas de forma bem estruturada. A Lê o texto. - - - - 5 - - - - 10 - - - - 15 - - - - 20 - - - - 25 - - - - 30 - - - MARIA – «Menina e moça me levaram de casa de meu pai» – é o princípio daquele livro1 tão bonito que minha mãe diz que não entende; entendo-o eu. – Mas aqui não há menina nem moça; e vós, senhor Telmo Pais, meu fiel escudeiro, "faredes o que mandado vos é". – E não me repliques, que então altercamos2 , faz-se bulha, e acorda minha mãe, que é o que eu não quero. Coitada! Há oito dias que aqui estamos nesta casa, e é a primeira noite que dorme com sossego. Aquele palácio a arder, aquele povo a gritar, o rebate dos sinos, aquela cena toda... oh! tão grandiosa e sublime, que a mim me encheu de maravilha, que foi um espetáculo como nunca vi outro de igual majestade!... À minha pobre mãe aterrou-a, não se lhe tira dos olhos: vai a fechá-los para dormir e diz que vê aquelas chamas enoveladas em fumo a rodear-lhe a casa, a crescer para o ar e a devorar tudo com fúria infernal... O retrato de meu pai, aquele do quarto de lavor3 tão seu favorito, em que ele estava tão gentil-homem, vestido de cavaleiro de Malta com a sua cruz branca no peito – aquele retrato não se pode consolar de que lho não salvassem, que se queimasse ali. Vês tu? Ela que não cria em agouros, que sempre me estava a repreender pelas minhas cismas, agora não lhe sai da cabeça que a perda do retrato é prognóstico fatal de outra perda maior, que está perto, de alguma desgraça inesperada, mas certa, que a tem de separar de meu pai. – E eu agora é que faço de forte e assisada, que zombo de agouros e de sinas... para a animar, coitada!... que aqui entre nós, Telmo, nunca tive tanta fé neles. Creio, oh, se creio! que são avisos que Deus nos manda para nos preparar. – E há... oh! há grande desgraça a cair sobre meu pai... de certo! e sobre minha mãe também, que é o mesmo. TELMO (disfarçando o terror de que está tomado) – Não digais isso... Deus há de fazê-lo por melhor, que lho merecem ambos. (Cobrando ânimo e exaltando-se) Vosso pai, D. Maria, é um português às direitas. Eu sempre o tive em boa conta; mas agora, depois que lhe vi fazer aquela ação, que o vi, com aquela alma de português velho4 , deitar as mãos às tochas, e lançar ele mesmo o fogo à sua própria casa; queimar e destruir numa hora tanto do seu haver, tanta coisa de seu gosto, para dar um exemplo de liberdade, uma lição tremenda a estes nossos tiranos... oh, minha querida filha, aquilo é um homem! A minha vida, que ele queira, é sua. E a minha pena, toda a minha pena é que o não conheci, que o não estimei sempre no que ele valia. MARIA (com lágrimas nos olhos e tomando-lhe as mãos) – Meu Telmo, meu bom Telmo!... é uma glória ser filha de tal pai, não é? Dize. TELMO – Sim, é: Deus o defenda! MARIA – Deus o defenda! Ámen. – E eles, os tiranos governadores, ainda estarão muito contra meu pai? Já soubeste hoje alguma cousa das diligências do tio Frei Jorge? Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa, prefácio de Annabela Rita, Porto, Edições Caixotim, 2004, pp. 93-95 1 sentimental de Bernardino Ribeiro (século XVI), que relata uma série de amores infelizes; 2 discutimos; 3 de trabalhos femininos; 4 português de antigamente Nome ____________________________________________________________________ Turma ________ Data___________ 2 Sequência 2
  • 2. Teste de avaliação modelo IAVE Entre Palavras 11 • Dossiê Prático do Professor • ASA 3 1. Nas suas palavras, Maria deixa transparecer sentimentos diferentes dos de sua mãe em relação ao incêndio do palácio onde ambas habitavam. Justifica esta afirmação. 2. Atenta na primeira didascália do texto. Recorrendo ao teu conhecimento da obra, indica que motivos teria Telmo para se comportar do modo indicado. 3. Telmo confessa ter ocorrido nele determinada mudança relativamente ao modo como considerava Manuel de Sousa Coutinho. Explicita a natureza dessa alteração. B Lê o texto. - - - - 5 - - - 10 - - - - 15 - - - - 20 - - - - E, enquanto eu estes canto, e a vós não posso, Sublime Rei, que não me atrevo a tanto, Tomai as rédeas1 vós do Reino vosso: Dareis matéria a nunca ouvido canto. Comecem a sentir o peso grosso (Que polo mundo todo faça espanto) De exércitos e feitos singulares De África as terras e do Oriente os mares2 . Em vós os olhos tem o Mouro frio3 , Em quem vê seu exício4 afigurado; Só com vos ver, o bárbaro Gentio5 Mostra o pescoço ao jugo já inclinado; Tethys6 todo o cerúleo senhorio7 Tem pera vós por dote8 aparelhado9 , Que, afeiçoada ao gesto belo e tenro, Deseja de comprar-vos pera genro10 . Em vós se vem, da Olímpica morada, Dos dous avôs11 as almas cá famosas; Hũa na paz angélica dourada, Outra, polas batalhas sanguinosas. Em vós esperam ver-se renovada Sua memória e obras valerosas; E lá12 vos tem lugar, no fim da idade, No templo da suprema Eternidade13 . Luís de Camões, Os Lusíadas, I, 15 a 17, Emanuel Paulo Ramos (org.), 3.a edição, Porto, Porto Editora, 1987, pp. 74-75 1 D. Sebastião começou a governar com 14 anos, em 1568; 2 vv. 5-8: as terras de África e os mares do Oriente comecem a sentir a força dos exércitos portugueses e das suas façanhas únicas, de tal modo que o mundo se espante; 3 cheio de medo; 4 extermínio, destruição; 5 populações não civilizadas e pagas; 6 deusa marítima; 7 o mar; 8 riquezas que eram levadas para o casamento pela mulher; 9 preparado; 10 Tétis pretende casar uma filha com D. Sebastião, levando a filha o mar como dote; 11 as almas de D. João III, famoso pela paz, e de Carlos V, famoso pela guerra; ambos eram avôs de D. Sebastiao; 12 vv. 22 e 17: «lá», no céu; «cá», na terra; 13 vv. 23: no Paraíso, que no v. 16 é a «Olímpica morada» 4. Identifica, justificando, o destinatário das palavras do Poeta. 5. O texto refere vários exemplos de matéria épica. Apresenta dois deles, justificando.
  • 3. Teste de avaliação modelo IAVE n.o2 | Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa 4 Entre Palavras 11 • Dossiê Prático do Professor • ASA GRUPO II Nas respostas aos itens de escolha múltipla, seleciona a opção correta. Lê o texto. Sobre os refugiados - - - - 5 - - - - 10 - - - - 15 - - - - 20 - - - - 25 - - - - 30 - - - - 35 - - - - 40 - Bem sei que este tema é complicado e muita gente tem ideias e visões diferentes. Esta é a minha opinião. Certa ou errada, antes de mais, merece ser respeitada, assim como eu respeito a dos outros. Podem concordar ou discordar, mas devem respeitar. Para mim, o termo migrantes tem vindo a ser mal usado. Se bem que a definição de migrante seja aquele «que ou o que muda de país ou de região», não acho que se deva classificar pessoas que fogem da guerra de simples migrantes. Quando o enorme Aristides de Sousa Mendes desobedeceu a Salazar para salvar milhares de pessoas da morte certa se caíssem nas mãos dos nazis, não estava a ajudar migrantes, mas sim refugiados (da definição «que procuram refúgio»). Da mesma forma, pessoas que fogem de tiroteios e bombardeamentos nas suas cidades, deveriam, a meu ver, ser chamados também de refugiados e não de migrantes. Até porque estas pessoas fogem de uma morte quase certa, arriscando a vida na travessia do Mediterrâneo em condições muito precárias, muitas vezes aplicando todo o dinheiro que possuem para esse efeito (quem ganha com isso são aqueles que cobram para transportar estas pessoas, deixando-as depois à sua sorte no alto mar). Porque são refugiados, porque é uma obrigação legal – porque Portugal é um dos subscritores dos vários tratados internacionais que afirmam a necessidade de proteger e apoiar os refugiados – mas, antes disso, uma obrigação moral, porque não há valores mais altos do que a vida e a dignidade humanas, sou claramente a favor do apoio e da receção de refugiados em Portugal. Mas, dito isto, tem de haver condições. A maioria foge de países em guerra, cujos intervenientes já por várias vezes ameaçaram os países europeus, por isso, deve, a meu ver, toda a Europa recensear todos aqueles que chegam por essa via. Todos os refugiados, seja qual for o país pelo qual entrem na Europa, devem ser registados, com todos os dados possíveis (dados pessoais como nome, proveniência, altura, peso, impressão digital, etc., etc.), de forma a, por um lado, captar a possibilidade de haver membros com histórico de criminalidade e, por outro lado, para existirem dados reais de quantas pessoas nestas condições entram no velho continente e, com esses dados, organizar e canalizar as mesmas para onde for possível abrigá-las. Outra condição será o trabalho. Numa Europa a braços com uma crise económica, estas pessoas devem ter consciência de que devem contribuir para a comunidade onde se vão inserir. E muitos dirão «mas há tanto desemprego na Europa, que ocupação vamos dar a estas pessoas?» Por muito desemprego que exista, há sempre, por exemplo, as tarefas que os naturais dos países não querem fazer. Neste sentido, não me parece tão descabida a sugestão de António Costa de propor algumas destas pessoas para a limpeza das matas. Mas sem tornar isso uma obrigação inevitável, pois os refugiados não são pessoas condenadas a trabalho comunitário. Há que, ainda assim, sensibilizá-los para que a comunidade que os recebe o faz de braços abertos, mas não tem condições de os sustentar sem retribuição da parte deles. Os refugiados não são os culpados nem da guerra que assola os seus países, nem da pobreza em que muitos vivem no nosso. E se a situação fosse inversa, nós gostaríamos certamente de ser bem recebidos noutros países. Temos todos de trabalhar para ajudar quem mais precisa, sejam os nossos compatriotas, seja quem, em situação de desespero e emergência, nos pede ajuda. Porque hoje são eles, amanhã podemos ser nós. João Cerveira, in http://www.maisopiniao.com, publicado a 12 de setembro de 2015 (texto adaptado, consultado em 14 de outubro de 2015)
  • 4. Teste de avaliação modelo IAVE Entre Palavras 11 • Dossiê Prático do Professor • ASA 5 1. O ponto de vista apresentado pelo autor, no segundo parágrafo, consiste em afirmar que (A) a palavra migrante não tem sido usada com propriedade, pois tem sido aplicada a pessoas que se limitam a mudar de país ou de região. (B) o uso da palavra migrante para referir pessoas que se deslocam para encontrar refúgio é correto. (C) a palavra migrante deve usar-se exclusivamente para referir pessoas que procuram refúgio. (D) o uso da palavra migrante só se aplica a quem arrisca a vida atravessando o Mediterrâneo. 2. O autor inicia o terceiro parágrafo (linha 15) apresentando (A) um ponto de vista sem argumentos que o justifiquem. (B) vários argumentos que justificam um ponto de vista apresentado anteriormente. (C) vários argumentos que justificam um ponto de vista apresentado posteriormente. (D) um argumento que comprova um ponto de vista. 3. A utilização do conector «por isso» (linha 21) concretiza um exemplo de coesão (A) temporal. (B) lexical. (C) interfrásica. (D) referencial. 4. Com a utilização, no terceiro parágrafo, dos marcadores textuais «por um lado» (linha 24) e «por outro lado» (linha 25), o autor (A) organiza a informação. (B) apresenta duas causas. (C) insere dois exemplos. (D) distingue duas atitudes. 5. As medidas que o autor propõe no final do terceiro parágrafo (linhas 23 a 25) destinam-se a (A) saber com exatidão quem entra na Europa. (B) perceber a origem e o historial de cada refugiado. (C) verificar os registos criminais de quem entra na Europa. (D) conhecer quem entra na Europa e a preparar o seu futuro. 6. A expressão «Neste sentido» (linha 32) refere-se a uma (A) possível ocupação dos refugiados. (B) necessária ocupação dos refugiados. (C) desnecessária ocupação dos refugiados. (D) improvável ocupação dos refugiados.
  • 5. Teste de avaliação modelo IAVE n.o2 | Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa 6 Entre Palavras 11 • Dossiê Prático do Professor • ASA 7. No último parágrafo (linhas 37 a 41), o autor utiliza um argumento baseado na ideia de (A) reciprocidade. (B) solidariedade. (C) caridade. (D) complementaridade. 8. Considerando o contexto, indica os referentes dos deíticos destacados no excerto. «Temos todos de trabalhar para ajudar quem mais precisa, sejam os nossos compatriotas, seja quem, em situação de desespero e emergência, nos pede ajuda. Porque hoje são eles, amanhã podemos ser nós.» (linhas 39 a 41). 9. Refere a função sintática do último pronome pessoal átono presente no texto. 10. Transcreve, do penúltimo parágrafo do texto, a oração coordenada explicativa nele presente. GRUPO III O mundo moderno apresenta hoje, bem mais do que no passado, um conjunto de características que podem provocar medos, receios e incertezas nos adolescentes. Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, apresenta uma opinião sobre a importância e o modo de se combaterem aspetos negativos visíveis na nossa sociedade. Fundamenta o teu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustra cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.