SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 4
Baixar para ler offline
Resumo
Partindo da leitura do texto “O que é política?” de Hannah Arendht, este ensaio realiza uma
discussão sobre a questão evocada no título: Seria uma tese de doutorado, bem como
outros trabalhos acadêmicos-científicos, política? Busca-se com este ensaio problematizar
que o autor-pesquisador não é neutro, e suas pesquisas, também não o são.
Palavras-chave: Trabalhos acadêmicos; pesquisa; pesquisador; Arendht
Partindo da leitura do texto “O que é política?” de Hannah Arendht, este ensaio busca
dialogar se uma tese de doutorado é política, assim como outros trabalhos acadêmicos.
Busca-se com este ensaio problematizar que o autor-pesquisador não é neutro, e suas
pesquisas, também não o são. Para responder tal questionamento, objeto central do texto,
assumindo-o como uma proposição afirmativa parte-se do princípio que toda e qualquer
relação humana envolve a relação de poder. Há sempre predominância (para usar um termo
mais suave) de um ou outro. Então, este ensaio sobre tese e política envolve, primeiro
conceituar o que é política e poder para então enveredar para caracterizar a tese em termos
de posicionamento político num determinado grupo social.
Na abordagem do objeto de estudo deste ensaio há de início um problema terminológico no
que diz respeito ao uso da palavra política. A definição clássica do termo “política”, foi
herdada dos antigos gregos, no século 4 a.C, através da obra de Aristóteles (2005)
2	
“Política”. O conceito de política é derivado do adjetivo originado de polis (politikós), que
significa tudo que se refere à cidade e, consequentemente, o que é urbano, civil, público e
até mesmo sociável e social (Bobbio et al., 1993, p. 954). Ou, dito de outro modo, o conceito
de política “é habitualmente empregado para indicar atividade ou conjunto de atividades que
têm de algum modo, como termo de referência, a polis, isto é, o Estado” (Bobbio, 2000, p.
160).
No conjunto de atividades que têm como referência a polis, ou seja, o Estado, este pode ser
o sujeito ou o objeto de ação. O Estado (Dias e Matos, 2012) é sujeito pelo fato de
pertencerem à esfera da política atos como o de comandar ou proibir algo, ou o exercício do
domínio exclusivo sobre um determinado território, o de legislar com normas válidas que se
impõe a todos, o de extrair e distribuir recursos de um setor para outro da sociedade e assim
por diante. O Estado é objeto da ação quando partem da sociedade civil iniciativas que
visam influenciar de alguma forma a ação do Estado.
Cabe destacar, ainda destacar que tanto política como políticas públicas estão relacionadas
com o poder social. Mas enquanto a política é um conceito amplo, relacionado com o poder
de modo geral, as políticas públicas correspondem a soluções específicas de como manejar
os assuntos públicos (Lahera (2004) p. 07).
No idioma inglês distinguem-se claramente dois termos politics e policies1
. Entretanto, na
língua portuguesa existe somente um termo para referir-se ao conjunto de todas essas
atividades descritas pelos dois termos anglo-saxões, em função disso se adota a tradução
do termo policy por “políticas públicas” para referir-se ao conjunto de atividades que dizem
respeito à ação do governo. Portanto, o termo policy (cujo plural é policies) é entendido
como ação do governo. Constitui atividade social que se propõe a assegurar, por meio da
coerção física, baseada no direito, a segurança externa e a solidariedade interna de um
território específico garantindo a ordem e providenciando ações que visam a atender às
necessidades da sociedade. A política neste sentido é executada por uma autoridade
legitimada, que busca efetuar uma realocação dos recursos escassos da sociedade. A
política, neste caso, pode ser adjetivada em função do campo de sua atuação ou de
especialização da agencia governamental encarregada de executá-la. Desse modo,
podemos nos referir à política de educação, saúde, assistência social, agrícola, fiscal, etc.,
ou seja, produtos de ações que têm efeitos o sistema político e social.
O termo politics refere-se ao conjunto de interações que definem múltiplas estratégias entre
atores para melhorar seu rendimento e alcançar certos objetivos. Refere-se à política
entendida como a construção do consenso e luta pelo poder. Desse modo, podemos nos
referir à política de uma organização, de uma empresa, de uma instituição de ensino, de um
clube, de uma família ou de um grupo social específico (Dias e Matos, 2012).
A política, também, pode ser vista como um conjunto de interações que visam atingir
determinado objetivo, e neste sentido está em toda parte, quer seja na arte, nos jogos
amorosos, nas relações de trabalho, na religião, no esporte, na educação, etc. E neste
sentido, chegamos a questão proposta do ensaio, defender que uma tese de doutorado,
																																																								
1
Dias (2008). Há outro termo em inglês Polity que refere-se à política como sistema político, estrutura onde
interagem vários elementos em função do poder.
3	
assim como outros trabalhos científicos-acadêmicos, é política. De uma maneira geral, os
trabalhos científicos ao serem elaborados, partem do que já foi elaborado por outros
pesquisadores e buscam ir além, apresentando novas análises teóricas e práticas,
corroborando ou refutando discussões e perspectivas de estudos realizados.
Retornando ao conceito central deste ensaio, podemos também entender a arte da política
como destreza, habilidade, perícia, com que se maneja assunto delicado ou uma atitude já
estabelecida com respeito a determinados assuntos. Sob essa perspectiva, podemos
observar a construção de uma tese. Neste tipo de trabalho, espera-se que novos aspectos
sobre determinados temas sejam apresentados e revistos tomando-se como base uma ótica
de análise diferenciada e mais aprofundada. Resultando em uma construção que deve ser
guiada pela reflexão do pesquisador com base em uma investigação considerada original. A
tese é portanto, o resultado de uma decisão, deliberação, de uma soberania do autor que
definiu, não apenas o tema, mas também os recortes teóricos-metodológicos para a
construção do trabalho.
Nessa perspectiva, entendemos que não há neutralidade por parte do acadêmico, uma vez
que para desenvolver seu referencial teórico e escolhe e utiliza-se de autores, obras e
recortes para dialogar em sua produção. Do mesmo modo, o pesquisador buscará utilizar-se
de princípios, métodos e técnicas visando assegurar a confiabilidade dos resultados da
pesquisa. Portanto, ao desenvolver suas pesquisas precisa ter em mente que, segundo
Hanna Arendt, “não precisa ser a marionete de um destino situado fora de seu ser” (aqui
entendidos como as etiquetas classificatórias dos estudos “ismos” e o modelos reaplicáveis,
mas mesmo que as utilize será uma escolha).
Arendht acentua que a política não surge no homem, mas entre os homens, ou seja, na
relação que se estabelece entre eles. Nesse sentido, cabe perguntar “o que o pesquisador
traz para a pesquisa? Quais preocupações, perspectivas e concepções prévias influenciam
sua pesquisa? Ela afirma que “a liberdade e a espontaneidade dos diferentes homens são
pressupostos necessários para o surgimento de um espaço entre homens, onde só então se
torna possível a política.” Para a autora, a liberdade de externar opinião, distingue-se da
liberdade característica do agir, do fazer um novo começo, porque numa medida muitíssimo
maior não pode prescindir da presença de outros e do ser-confrontado com suas opiniões.”
Logo, as discussões realizadas com o orientador; o processo de avaliação pelos pares
realizados pelas revistas e congresso, e seus pareceres; o debate realizado nas
apresentações de trabalhos baseados na pesquisa em desenvolvimento nos encontros
científicos; e principalmente nas bancas de defesa de projeto e da tese, validam e
enriquecem a construção do pesquisador. Para a autora, a política é algo imprescindível na
vida do ser e da sociedade, a política permite aos homens buscar a realização de seus
objetivos coletivos e individuais.
Assim, no sentido da política, o agir, ou seja, a construção da pesquisa, “também jamais
pode realizar-se em isolamento, porquanto aquele que começa alguma coisa só pode levá-
la a cabo se ganhar outros que o ajudem”. O trecho destacado da obra de Arendht, busca
chamar a atenção para os que são nominados na parte destinada aos ‘agradecimentos’, não
apenas os familiares, professores e colegas, mas, no caso da abordagem deste ensaio,
devemos destaca especialmente as pessoas que cooperaram, cederam materiais e
tornaram possível a realização do trabalho. A partir das entrevistas, questionários,
4	
observação participante, dentre outros, percebe-se que “só na liberdade do falar um com o
outro nasce o mundo sobre o qual se fala, em sua objetividade visível de todos os lados”.
Portanto, o simples fato de estar no ambiente pesquisado já o altera, e seus
questionamentos podem levar ao(s) entrevistado(s) refletir sobre pontos antes não
trabalhados ou sob uma perspectiva diferenciada.
A política, como destacado, possui diferentes significados, mas todos de algum modo estão
relacionados com posse, manutenção ou distribuição do poder. A maior parte dos cientistas
sociais compartilha a ideia de que poder é a capacidade para afetar o comportamento dos
outros. E o poder pode ser considerado um meio que o grupo ou individuo tem de fazer com
que as coisas sejam realizadas por outros indivíduos ou grupos. Podemos dizer que
politicamente, uma teoria ganha novos adeptos quando outros indivíduos e grupos
referenciam o trabalho, atestando sua concordância ao divulga-lo. Paula (2013, p.19)
adverte que um “ponto crucial para a sustentação e a sobrevivência das perspectivas
alternativas” é a integração dos pesquisadores que as sustentam. Neste caminhar, quanto
mais adeptos mais força e repercussão. Nesse sentido, fica a seguinte questão provocativa:
no meio acadêmico-científico, devemos seguir junto com a maioria ou devemos buscar
maior pluralidade? Por fim, podemos afirmar que, o pesquisador é um ator, atuando como
um observador coadjuvante (que também age e exerce influência) que busca identificar e
capturar informações do sujeito objeto de pesquisa.
Referências
ARENDT, Hannah. O que é política?, Editora: Bertrand Brasil, 3ª ed., 2002.
ARISTÓTELES. Política. São Paulo: Martin Claret, 2005.
BOBBIO, Norberto. Teoria Geral da Política. 2 ed. Tradução de Daniela Beccaccia
Versiani. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de
política. 5 ed. Coordenação da tradução: João Ferreira. Brasília: Editora UNB, 1993, v.1.
DIAS, Reinaldo. Gestão Ambiental. São Paulo: Atlas, 2009.
DIAS, R.; MATOS, F. Políticas Públicas - Princípios, Propósitos e Processos. São
Paulo: Atlas, 2012.
LAHERA, Eugenio P. Políticas y Politicas Públicas. Santiago de Chile: Cepal,
2004.(Série Políticas Sociales, 95)
PAULA, Ana Paula Paes. Repensando os estudos organizacionais: o circulo das
matrizes epistemológicas e a abordagem Freudo-Frankfurtiana. Tese Titular: Belo Horizonte:
CAD/UFMG, 2013.

Mais conteúdo relacionado

Destaque

Genealogia da internet (parte 3 - convergência e web 1.0 )
Genealogia da internet (parte 3 - convergência e web 1.0 )Genealogia da internet (parte 3 - convergência e web 1.0 )
Genealogia da internet (parte 3 - convergência e web 1.0 )
fabiomalini
 
Análises Automatizadas de tweets e posts: filtrando textos no twitter e no fa...
Análises Automatizadas de tweets e posts: filtrando textos no twitter e no fa...Análises Automatizadas de tweets e posts: filtrando textos no twitter e no fa...
Análises Automatizadas de tweets e posts: filtrando textos no twitter e no fa...
fabiomalini
 
Genealogia da internet (a cultura p2p)
Genealogia da internet (a cultura p2p)Genealogia da internet (a cultura p2p)
Genealogia da internet (a cultura p2p)
fabiomalini
 

Destaque (20)

Crítica e internet
Crítica e internetCrítica e internet
Crítica e internet
 
Ensaio: os rótulos e as ‘verdades’ absolutas
Ensaio: os rótulos e as ‘verdades’ absolutasEnsaio: os rótulos e as ‘verdades’ absolutas
Ensaio: os rótulos e as ‘verdades’ absolutas
 
Analise de Redes Sociais
Analise de Redes SociaisAnalise de Redes Sociais
Analise de Redes Sociais
 
Genealogia da internet (parte 3 - convergência e web 1.0 )
Genealogia da internet (parte 3 - convergência e web 1.0 )Genealogia da internet (parte 3 - convergência e web 1.0 )
Genealogia da internet (parte 3 - convergência e web 1.0 )
 
Fórum de Líderes - "Desafios e Tendências do Varejo"
Fórum de Líderes - "Desafios e Tendências do Varejo"Fórum de Líderes - "Desafios e Tendências do Varejo"
Fórum de Líderes - "Desafios e Tendências do Varejo"
 
Análises Automatizadas de tweets e posts: filtrando textos no twitter e no fa...
Análises Automatizadas de tweets e posts: filtrando textos no twitter e no fa...Análises Automatizadas de tweets e posts: filtrando textos no twitter e no fa...
Análises Automatizadas de tweets e posts: filtrando textos no twitter e no fa...
 
As funções do administrador e a prática docente (ensaio)
As funções do administrador e a prática docente (ensaio)As funções do administrador e a prática docente (ensaio)
As funções do administrador e a prática docente (ensaio)
 
Congresso E-Commerce Brasil - Sistema tributário e os desafios para o e-commerce
Congresso E-Commerce Brasil - Sistema tributário e os desafios para o e-commerceCongresso E-Commerce Brasil - Sistema tributário e os desafios para o e-commerce
Congresso E-Commerce Brasil - Sistema tributário e os desafios para o e-commerce
 
Visões preliminares do #VemPraRua
Visões preliminares do #VemPraRua Visões preliminares do #VemPraRua
Visões preliminares do #VemPraRua
 
Diferença dos protestos nas redes sociais: o #VemPraRua entre 2013 e 2015
Diferença dos protestos nas redes sociais: o #VemPraRua entre 2013 e 2015Diferença dos protestos nas redes sociais: o #VemPraRua entre 2013 e 2015
Diferença dos protestos nas redes sociais: o #VemPraRua entre 2013 e 2015
 
#DataScience e Ação Coletiva. slide #ArenaNetMundial
#DataScience e Ação Coletiva. slide #ArenaNetMundial#DataScience e Ação Coletiva. slide #ArenaNetMundial
#DataScience e Ação Coletiva. slide #ArenaNetMundial
 
Os próximos 20 anos do e-commerce no Brasil: regulamentação, inovação, mercad...
Os próximos 20 anos do e-commerce no Brasil: regulamentação, inovação, mercad...Os próximos 20 anos do e-commerce no Brasil: regulamentação, inovação, mercad...
Os próximos 20 anos do e-commerce no Brasil: regulamentação, inovação, mercad...
 
Genealogia da internet
Genealogia da internetGenealogia da internet
Genealogia da internet
 
Genealogia da internet (a cultura p2p)
Genealogia da internet (a cultura p2p)Genealogia da internet (a cultura p2p)
Genealogia da internet (a cultura p2p)
 
Ensaio sobre O Caçado sabendo Caçar (Edgar Morin)
Ensaio sobre O Caçado sabendo Caçar (Edgar Morin)Ensaio sobre O Caçado sabendo Caçar (Edgar Morin)
Ensaio sobre O Caçado sabendo Caçar (Edgar Morin)
 
Forum 2016 - Advanced Customer Aquisition – How to generate visitors without ...
Forum 2016 - Advanced Customer Aquisition – How to generate visitors without ...Forum 2016 - Advanced Customer Aquisition – How to generate visitors without ...
Forum 2016 - Advanced Customer Aquisition – How to generate visitors without ...
 
Refinamento de campanhas com publicacoes de midias sociais
Refinamento de campanhas com publicacoes de midias sociaisRefinamento de campanhas com publicacoes de midias sociais
Refinamento de campanhas com publicacoes de midias sociais
 
Influenciadores
InfluenciadoresInfluenciadores
Influenciadores
 
Congresso E-Commerce Brasil 2017 - Cross-device – Performance de vendas x Exp...
Congresso E-Commerce Brasil 2017 - Cross-device – Performance de vendas x Exp...Congresso E-Commerce Brasil 2017 - Cross-device – Performance de vendas x Exp...
Congresso E-Commerce Brasil 2017 - Cross-device – Performance de vendas x Exp...
 
Congresso E-Commerce Brasil Vendas 2017 - Varejo online e performance: as ten...
Congresso E-Commerce Brasil Vendas 2017 - Varejo online e performance: as ten...Congresso E-Commerce Brasil Vendas 2017 - Varejo online e performance: as ten...
Congresso E-Commerce Brasil Vendas 2017 - Varejo online e performance: as ten...
 

Semelhante a Ensaio: Sua tese de doutorado (ou pesquisa) é política?

01 isabela e alice-introdução a política
01 isabela e alice-introdução a política01 isabela e alice-introdução a política
01 isabela e alice-introdução a política
Sérgio Braga
 
Resenha - Teoria Estruturalista: Estratégia Organizacional
Resenha - Teoria Estruturalista: Estratégia OrganizacionalResenha - Teoria Estruturalista: Estratégia Organizacional
Resenha - Teoria Estruturalista: Estratégia Organizacional
admetz01
 
8609-Texto do artigo-36396-1-10-20171219 (1).pdf
8609-Texto do artigo-36396-1-10-20171219 (1).pdf8609-Texto do artigo-36396-1-10-20171219 (1).pdf
8609-Texto do artigo-36396-1-10-20171219 (1).pdf
wisilca
 
Introdução à ciencia politica uab
Introdução à ciencia politica   uabIntrodução à ciencia politica   uab
Introdução à ciencia politica uab
Espi Sul
 
Texto18 P7
Texto18 P7Texto18 P7
Texto18 P7
renatotf
 
Metodo e materialismo hist
Metodo e materialismo histMetodo e materialismo hist
Metodo e materialismo hist
Liliane DTO
 
Neoinstitucionalismo
NeoinstitucionalismoNeoinstitucionalismo
Neoinstitucionalismo
Petianos
 

Semelhante a Ensaio: Sua tese de doutorado (ou pesquisa) é política? (20)

Tgs morgan27022018
Tgs morgan27022018Tgs morgan27022018
Tgs morgan27022018
 
Tgs morgan27022018
Tgs morgan27022018Tgs morgan27022018
Tgs morgan27022018
 
01 isabela e alice-introdução a política
01 isabela e alice-introdução a política01 isabela e alice-introdução a política
01 isabela e alice-introdução a política
 
01 isabela e alice-introdução a política
01 isabela e alice-introdução a política01 isabela e alice-introdução a política
01 isabela e alice-introdução a política
 
Metodologia
MetodologiaMetodologia
Metodologia
 
Neoinstitucionalismo
NeoinstitucionalismoNeoinstitucionalismo
Neoinstitucionalismo
 
Den
DenDen
Den
 
Hall e taylor 2003 - três versões do neoinstitucionalismo
Hall e taylor   2003 - três versões do neoinstitucionalismoHall e taylor   2003 - três versões do neoinstitucionalismo
Hall e taylor 2003 - três versões do neoinstitucionalismo
 
Trabalho de politicas publicas
Trabalho de politicas publicasTrabalho de politicas publicas
Trabalho de politicas publicas
 
Monografia Thomas Boina Dalvi
Monografia Thomas Boina DalviMonografia Thomas Boina Dalvi
Monografia Thomas Boina Dalvi
 
Resenha - Teoria Estruturalista: Estratégia Organizacional
Resenha - Teoria Estruturalista: Estratégia OrganizacionalResenha - Teoria Estruturalista: Estratégia Organizacional
Resenha - Teoria Estruturalista: Estratégia Organizacional
 
8609-Texto do artigo-36396-1-10-20171219 (1).pdf
8609-Texto do artigo-36396-1-10-20171219 (1).pdf8609-Texto do artigo-36396-1-10-20171219 (1).pdf
8609-Texto do artigo-36396-1-10-20171219 (1).pdf
 
Introdução à ciencia politica uab
Introdução à ciencia politica   uabIntrodução à ciencia politica   uab
Introdução à ciencia politica uab
 
Psicologia e Políticas Públicas
Psicologia e Políticas PúblicasPsicologia e Políticas Públicas
Psicologia e Políticas Públicas
 
The Foundations of Deliberative Democracy - Traducao livre
The Foundations of Deliberative Democracy - Traducao livreThe Foundations of Deliberative Democracy - Traducao livre
The Foundations of Deliberative Democracy - Traducao livre
 
Texto18 P7
Texto18 P7Texto18 P7
Texto18 P7
 
Metodo e materialismo hist
Metodo e materialismo histMetodo e materialismo hist
Metodo e materialismo hist
 
Neoinstitucionalismo
NeoinstitucionalismoNeoinstitucionalismo
Neoinstitucionalismo
 
O campo em bourdieu e a produção científica em administração pública no...
O campo em bourdieu e a produção científica em administração pública no...O campo em bourdieu e a produção científica em administração pública no...
O campo em bourdieu e a produção científica em administração pública no...
 
Fichamento: BECKER, Howard S. Métodos de Pesquisa em Ciências Sociais
Fichamento: BECKER, Howard S. Métodos de Pesquisa em Ciências SociaisFichamento: BECKER, Howard S. Métodos de Pesquisa em Ciências Sociais
Fichamento: BECKER, Howard S. Métodos de Pesquisa em Ciências Sociais
 

Mais de fcmatosbh

Dados desagregados por gênero na busca da equidade na gestão pública da água ...
Dados desagregados por gênero na busca da equidade na gestão pública da água ...Dados desagregados por gênero na busca da equidade na gestão pública da água ...
Dados desagregados por gênero na busca da equidade na gestão pública da água ...
fcmatosbh
 
Impactos das mudanças climaticas nos recursos hídricos _ desafios e implicaçõ...
Impactos das mudanças climaticas nos recursos hídricos _ desafios e implicaçõ...Impactos das mudanças climaticas nos recursos hídricos _ desafios e implicaçõ...
Impactos das mudanças climaticas nos recursos hídricos _ desafios e implicaçõ...
fcmatosbh
 
Desigualdade de gênero nas organizações_desafios a serem superados e oport...
Desigualdade de gênero nas organizações_desafios a serem superados e oport...Desigualdade de gênero nas organizações_desafios a serem superados e oport...
Desigualdade de gênero nas organizações_desafios a serem superados e oport...
fcmatosbh
 
El papel de los datos desglosados por género en búsqueda de equidad en la ges...
El papel de los datos desglosados por género en búsqueda de equidad en la ges...El papel de los datos desglosados por género en búsqueda de equidad en la ges...
El papel de los datos desglosados por género en búsqueda de equidad en la ges...
fcmatosbh
 
Estratégia de gestão colaborativa dos recursos hídricos: a contribuição ...
Estratégia de gestão colaborativa dos recursos hídricos: a contribuição ...Estratégia de gestão colaborativa dos recursos hídricos: a contribuição ...
Estratégia de gestão colaborativa dos recursos hídricos: a contribuição ...
fcmatosbh
 
Water governance as an instrument of democratization: reflections on the shar...
Water governance as an instrument of democratization: reflections on the shar...Water governance as an instrument of democratization: reflections on the shar...
Water governance as an instrument of democratization: reflections on the shar...
fcmatosbh
 
The profile of state water resources councils’ representatives and women’s vo...
The profile of state water resources councils’ representatives and women’s vo...The profile of state water resources councils’ representatives and women’s vo...
The profile of state water resources councils’ representatives and women’s vo...
fcmatosbh
 
Água e Gênero: perspectivas e experiências - Volume 2
Água e Gênero: perspectivas e experiências - Volume 2Água e Gênero: perspectivas e experiências - Volume 2
Água e Gênero: perspectivas e experiências - Volume 2
fcmatosbh
 
Perfil dos Representantes dos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos e a vo...
Perfil dos Representantes dos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos e a vo...Perfil dos Representantes dos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos e a vo...
Perfil dos Representantes dos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos e a vo...
fcmatosbh
 
Participação em comitês de bacias hidrográficas_ reflexões sobre represe...
Participação em comitês de bacias hidrográficas_ reflexões sobre represe...Participação em comitês de bacias hidrográficas_ reflexões sobre represe...
Participação em comitês de bacias hidrográficas_ reflexões sobre represe...
fcmatosbh
 
Retratos de Governanças das Águas: Comitê da bacia hidrográfica do Rio Grande
Retratos de Governanças das Águas: Comitê da bacia hidrográfica do Rio GrandeRetratos de Governanças das Águas: Comitê da bacia hidrográfica do Rio Grande
Retratos de Governanças das Águas: Comitê da bacia hidrográfica do Rio Grande
fcmatosbh
 

Mais de fcmatosbh (20)

Governança dos recursos hídricos: análises do perfil e do processo de formaçã...
Governança dos recursos hídricos: análises do perfil e do processo de formaçã...Governança dos recursos hídricos: análises do perfil e do processo de formaçã...
Governança dos recursos hídricos: análises do perfil e do processo de formaçã...
 
Dados desagregados por gênero na busca da equidade na gestão pública da água ...
Dados desagregados por gênero na busca da equidade na gestão pública da água ...Dados desagregados por gênero na busca da equidade na gestão pública da água ...
Dados desagregados por gênero na busca da equidade na gestão pública da água ...
 
A construção da agenda da água no Brasil
A construção da agenda da água no BrasilA construção da agenda da água no Brasil
A construção da agenda da água no Brasil
 
Impactos das mudanças climaticas nos recursos hídricos _ desafios e implicaçõ...
Impactos das mudanças climaticas nos recursos hídricos _ desafios e implicaçõ...Impactos das mudanças climaticas nos recursos hídricos _ desafios e implicaçõ...
Impactos das mudanças climaticas nos recursos hídricos _ desafios e implicaçõ...
 
Patriarcado e o Poder_ uma abordagem interdiciplinar.pdf
Patriarcado e o Poder_ uma abordagem interdiciplinar.pdfPatriarcado e o Poder_ uma abordagem interdiciplinar.pdf
Patriarcado e o Poder_ uma abordagem interdiciplinar.pdf
 
Desigualdade de gênero nas organizações_desafios a serem superados e oport...
Desigualdade de gênero nas organizações_desafios a serem superados e oport...Desigualdade de gênero nas organizações_desafios a serem superados e oport...
Desigualdade de gênero nas organizações_desafios a serem superados e oport...
 
El papel de los datos desglosados por género en búsqueda de equidad en la ges...
El papel de los datos desglosados por género en búsqueda de equidad en la ges...El papel de los datos desglosados por género en búsqueda de equidad en la ges...
El papel de los datos desglosados por género en búsqueda de equidad en la ges...
 
Estratégia de gestão colaborativa dos recursos hídricos: a contribuição ...
Estratégia de gestão colaborativa dos recursos hídricos: a contribuição ...Estratégia de gestão colaborativa dos recursos hídricos: a contribuição ...
Estratégia de gestão colaborativa dos recursos hídricos: a contribuição ...
 
Water governance as an instrument of democratization: reflections on the shar...
Water governance as an instrument of democratization: reflections on the shar...Water governance as an instrument of democratization: reflections on the shar...
Water governance as an instrument of democratization: reflections on the shar...
 
Desafios e Oportunidades na Gestão Ambiental: O papel dos municípios e parcer...
Desafios e Oportunidades na Gestão Ambiental: O papel dos municípios e parcer...Desafios e Oportunidades na Gestão Ambiental: O papel dos municípios e parcer...
Desafios e Oportunidades na Gestão Ambiental: O papel dos municípios e parcer...
 
The profile of state water resources councils’ representatives and women’s vo...
The profile of state water resources councils’ representatives and women’s vo...The profile of state water resources councils’ representatives and women’s vo...
The profile of state water resources councils’ representatives and women’s vo...
 
Água e Gênero: perspectivas e experiências - Volume 2
Água e Gênero: perspectivas e experiências - Volume 2Água e Gênero: perspectivas e experiências - Volume 2
Água e Gênero: perspectivas e experiências - Volume 2
 
Perfil de Representantes de Consejos Estatales de Recursos Hídricos y la voz ...
Perfil de Representantes de Consejos Estatales de Recursos Hídricos y la voz ...Perfil de Representantes de Consejos Estatales de Recursos Hídricos y la voz ...
Perfil de Representantes de Consejos Estatales de Recursos Hídricos y la voz ...
 
Perfil dos Representantes dos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos e a vo...
Perfil dos Representantes dos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos e a vo...Perfil dos Representantes dos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos e a vo...
Perfil dos Representantes dos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos e a vo...
 
Participação em comitês de bacias hidrográficas_ reflexões sobre represe...
Participação em comitês de bacias hidrográficas_ reflexões sobre represe...Participação em comitês de bacias hidrográficas_ reflexões sobre represe...
Participação em comitês de bacias hidrográficas_ reflexões sobre represe...
 
Aprendizagem Rede de Governança: impressões preliminares da oficina de capaci...
Aprendizagem Rede de Governança: impressões preliminares da oficina de capaci...Aprendizagem Rede de Governança: impressões preliminares da oficina de capaci...
Aprendizagem Rede de Governança: impressões preliminares da oficina de capaci...
 
Os atores sociais nos organismos colegiados de gestão das águas no Estado de ...
Os atores sociais nos organismos colegiados de gestão das águas no Estado de ...Os atores sociais nos organismos colegiados de gestão das águas no Estado de ...
Os atores sociais nos organismos colegiados de gestão das águas no Estado de ...
 
Água e Gênero - Perspectivas e Experiências.pdf
Água e Gênero - Perspectivas e Experiências.pdfÁgua e Gênero - Perspectivas e Experiências.pdf
Água e Gênero - Perspectivas e Experiências.pdf
 
Retratos de Governanças das Águas _ Comitê para integração da bacia hidro...
Retratos de Governanças das Águas _ Comitê para integração da bacia hidro...Retratos de Governanças das Águas _ Comitê para integração da bacia hidro...
Retratos de Governanças das Águas _ Comitê para integração da bacia hidro...
 
Retratos de Governanças das Águas: Comitê da bacia hidrográfica do Rio Grande
Retratos de Governanças das Águas: Comitê da bacia hidrográfica do Rio GrandeRetratos de Governanças das Águas: Comitê da bacia hidrográfica do Rio Grande
Retratos de Governanças das Águas: Comitê da bacia hidrográfica do Rio Grande
 

Último

Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
AntonioVieira539017
 
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
tatianehilda
 
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdfatividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
Autonoma
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
marlene54545
 
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
azulassessoria9
 
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
sh5kpmr7w7
 
Artigo Científico - Estrutura e Formatação.ppt
Artigo Científico - Estrutura e Formatação.pptArtigo Científico - Estrutura e Formatação.ppt
Artigo Científico - Estrutura e Formatação.ppt
RogrioGonalves41
 

Último (20)

Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
 
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
 
classe gramatical Substantivo apresentação..pptx
classe gramatical Substantivo apresentação..pptxclasse gramatical Substantivo apresentação..pptx
classe gramatical Substantivo apresentação..pptx
 
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.pptTexto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
 
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdfatividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
 
APRESENTAÇÃO - BEHAVIORISMO - TEORIA DA APRENDIZAGEM.pdf
APRESENTAÇÃO - BEHAVIORISMO - TEORIA DA APRENDIZAGEM.pdfAPRESENTAÇÃO - BEHAVIORISMO - TEORIA DA APRENDIZAGEM.pdf
APRESENTAÇÃO - BEHAVIORISMO - TEORIA DA APRENDIZAGEM.pdf
 
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
 
Aula prática JOGO-Regencia-Verbal-e-Nominal.pdf
Aula prática JOGO-Regencia-Verbal-e-Nominal.pdfAula prática JOGO-Regencia-Verbal-e-Nominal.pdf
Aula prática JOGO-Regencia-Verbal-e-Nominal.pdf
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdfConflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdf
 
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
 
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.docGUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
 
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
 
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
Artigo Científico - Estrutura e Formatação.ppt
Artigo Científico - Estrutura e Formatação.pptArtigo Científico - Estrutura e Formatação.ppt
Artigo Científico - Estrutura e Formatação.ppt
 
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º anoCamadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
 

Ensaio: Sua tese de doutorado (ou pesquisa) é política?

  • 1. Resumo Partindo da leitura do texto “O que é política?” de Hannah Arendht, este ensaio realiza uma discussão sobre a questão evocada no título: Seria uma tese de doutorado, bem como outros trabalhos acadêmicos-científicos, política? Busca-se com este ensaio problematizar que o autor-pesquisador não é neutro, e suas pesquisas, também não o são. Palavras-chave: Trabalhos acadêmicos; pesquisa; pesquisador; Arendht Partindo da leitura do texto “O que é política?” de Hannah Arendht, este ensaio busca dialogar se uma tese de doutorado é política, assim como outros trabalhos acadêmicos. Busca-se com este ensaio problematizar que o autor-pesquisador não é neutro, e suas pesquisas, também não o são. Para responder tal questionamento, objeto central do texto, assumindo-o como uma proposição afirmativa parte-se do princípio que toda e qualquer relação humana envolve a relação de poder. Há sempre predominância (para usar um termo mais suave) de um ou outro. Então, este ensaio sobre tese e política envolve, primeiro conceituar o que é política e poder para então enveredar para caracterizar a tese em termos de posicionamento político num determinado grupo social. Na abordagem do objeto de estudo deste ensaio há de início um problema terminológico no que diz respeito ao uso da palavra política. A definição clássica do termo “política”, foi herdada dos antigos gregos, no século 4 a.C, através da obra de Aristóteles (2005)
  • 2. 2 “Política”. O conceito de política é derivado do adjetivo originado de polis (politikós), que significa tudo que se refere à cidade e, consequentemente, o que é urbano, civil, público e até mesmo sociável e social (Bobbio et al., 1993, p. 954). Ou, dito de outro modo, o conceito de política “é habitualmente empregado para indicar atividade ou conjunto de atividades que têm de algum modo, como termo de referência, a polis, isto é, o Estado” (Bobbio, 2000, p. 160). No conjunto de atividades que têm como referência a polis, ou seja, o Estado, este pode ser o sujeito ou o objeto de ação. O Estado (Dias e Matos, 2012) é sujeito pelo fato de pertencerem à esfera da política atos como o de comandar ou proibir algo, ou o exercício do domínio exclusivo sobre um determinado território, o de legislar com normas válidas que se impõe a todos, o de extrair e distribuir recursos de um setor para outro da sociedade e assim por diante. O Estado é objeto da ação quando partem da sociedade civil iniciativas que visam influenciar de alguma forma a ação do Estado. Cabe destacar, ainda destacar que tanto política como políticas públicas estão relacionadas com o poder social. Mas enquanto a política é um conceito amplo, relacionado com o poder de modo geral, as políticas públicas correspondem a soluções específicas de como manejar os assuntos públicos (Lahera (2004) p. 07). No idioma inglês distinguem-se claramente dois termos politics e policies1 . Entretanto, na língua portuguesa existe somente um termo para referir-se ao conjunto de todas essas atividades descritas pelos dois termos anglo-saxões, em função disso se adota a tradução do termo policy por “políticas públicas” para referir-se ao conjunto de atividades que dizem respeito à ação do governo. Portanto, o termo policy (cujo plural é policies) é entendido como ação do governo. Constitui atividade social que se propõe a assegurar, por meio da coerção física, baseada no direito, a segurança externa e a solidariedade interna de um território específico garantindo a ordem e providenciando ações que visam a atender às necessidades da sociedade. A política neste sentido é executada por uma autoridade legitimada, que busca efetuar uma realocação dos recursos escassos da sociedade. A política, neste caso, pode ser adjetivada em função do campo de sua atuação ou de especialização da agencia governamental encarregada de executá-la. Desse modo, podemos nos referir à política de educação, saúde, assistência social, agrícola, fiscal, etc., ou seja, produtos de ações que têm efeitos o sistema político e social. O termo politics refere-se ao conjunto de interações que definem múltiplas estratégias entre atores para melhorar seu rendimento e alcançar certos objetivos. Refere-se à política entendida como a construção do consenso e luta pelo poder. Desse modo, podemos nos referir à política de uma organização, de uma empresa, de uma instituição de ensino, de um clube, de uma família ou de um grupo social específico (Dias e Matos, 2012). A política, também, pode ser vista como um conjunto de interações que visam atingir determinado objetivo, e neste sentido está em toda parte, quer seja na arte, nos jogos amorosos, nas relações de trabalho, na religião, no esporte, na educação, etc. E neste sentido, chegamos a questão proposta do ensaio, defender que uma tese de doutorado, 1 Dias (2008). Há outro termo em inglês Polity que refere-se à política como sistema político, estrutura onde interagem vários elementos em função do poder.
  • 3. 3 assim como outros trabalhos científicos-acadêmicos, é política. De uma maneira geral, os trabalhos científicos ao serem elaborados, partem do que já foi elaborado por outros pesquisadores e buscam ir além, apresentando novas análises teóricas e práticas, corroborando ou refutando discussões e perspectivas de estudos realizados. Retornando ao conceito central deste ensaio, podemos também entender a arte da política como destreza, habilidade, perícia, com que se maneja assunto delicado ou uma atitude já estabelecida com respeito a determinados assuntos. Sob essa perspectiva, podemos observar a construção de uma tese. Neste tipo de trabalho, espera-se que novos aspectos sobre determinados temas sejam apresentados e revistos tomando-se como base uma ótica de análise diferenciada e mais aprofundada. Resultando em uma construção que deve ser guiada pela reflexão do pesquisador com base em uma investigação considerada original. A tese é portanto, o resultado de uma decisão, deliberação, de uma soberania do autor que definiu, não apenas o tema, mas também os recortes teóricos-metodológicos para a construção do trabalho. Nessa perspectiva, entendemos que não há neutralidade por parte do acadêmico, uma vez que para desenvolver seu referencial teórico e escolhe e utiliza-se de autores, obras e recortes para dialogar em sua produção. Do mesmo modo, o pesquisador buscará utilizar-se de princípios, métodos e técnicas visando assegurar a confiabilidade dos resultados da pesquisa. Portanto, ao desenvolver suas pesquisas precisa ter em mente que, segundo Hanna Arendt, “não precisa ser a marionete de um destino situado fora de seu ser” (aqui entendidos como as etiquetas classificatórias dos estudos “ismos” e o modelos reaplicáveis, mas mesmo que as utilize será uma escolha). Arendht acentua que a política não surge no homem, mas entre os homens, ou seja, na relação que se estabelece entre eles. Nesse sentido, cabe perguntar “o que o pesquisador traz para a pesquisa? Quais preocupações, perspectivas e concepções prévias influenciam sua pesquisa? Ela afirma que “a liberdade e a espontaneidade dos diferentes homens são pressupostos necessários para o surgimento de um espaço entre homens, onde só então se torna possível a política.” Para a autora, a liberdade de externar opinião, distingue-se da liberdade característica do agir, do fazer um novo começo, porque numa medida muitíssimo maior não pode prescindir da presença de outros e do ser-confrontado com suas opiniões.” Logo, as discussões realizadas com o orientador; o processo de avaliação pelos pares realizados pelas revistas e congresso, e seus pareceres; o debate realizado nas apresentações de trabalhos baseados na pesquisa em desenvolvimento nos encontros científicos; e principalmente nas bancas de defesa de projeto e da tese, validam e enriquecem a construção do pesquisador. Para a autora, a política é algo imprescindível na vida do ser e da sociedade, a política permite aos homens buscar a realização de seus objetivos coletivos e individuais. Assim, no sentido da política, o agir, ou seja, a construção da pesquisa, “também jamais pode realizar-se em isolamento, porquanto aquele que começa alguma coisa só pode levá- la a cabo se ganhar outros que o ajudem”. O trecho destacado da obra de Arendht, busca chamar a atenção para os que são nominados na parte destinada aos ‘agradecimentos’, não apenas os familiares, professores e colegas, mas, no caso da abordagem deste ensaio, devemos destaca especialmente as pessoas que cooperaram, cederam materiais e tornaram possível a realização do trabalho. A partir das entrevistas, questionários,
  • 4. 4 observação participante, dentre outros, percebe-se que “só na liberdade do falar um com o outro nasce o mundo sobre o qual se fala, em sua objetividade visível de todos os lados”. Portanto, o simples fato de estar no ambiente pesquisado já o altera, e seus questionamentos podem levar ao(s) entrevistado(s) refletir sobre pontos antes não trabalhados ou sob uma perspectiva diferenciada. A política, como destacado, possui diferentes significados, mas todos de algum modo estão relacionados com posse, manutenção ou distribuição do poder. A maior parte dos cientistas sociais compartilha a ideia de que poder é a capacidade para afetar o comportamento dos outros. E o poder pode ser considerado um meio que o grupo ou individuo tem de fazer com que as coisas sejam realizadas por outros indivíduos ou grupos. Podemos dizer que politicamente, uma teoria ganha novos adeptos quando outros indivíduos e grupos referenciam o trabalho, atestando sua concordância ao divulga-lo. Paula (2013, p.19) adverte que um “ponto crucial para a sustentação e a sobrevivência das perspectivas alternativas” é a integração dos pesquisadores que as sustentam. Neste caminhar, quanto mais adeptos mais força e repercussão. Nesse sentido, fica a seguinte questão provocativa: no meio acadêmico-científico, devemos seguir junto com a maioria ou devemos buscar maior pluralidade? Por fim, podemos afirmar que, o pesquisador é um ator, atuando como um observador coadjuvante (que também age e exerce influência) que busca identificar e capturar informações do sujeito objeto de pesquisa. Referências ARENDT, Hannah. O que é política?, Editora: Bertrand Brasil, 3ª ed., 2002. ARISTÓTELES. Política. São Paulo: Martin Claret, 2005. BOBBIO, Norberto. Teoria Geral da Política. 2 ed. Tradução de Daniela Beccaccia Versiani. Rio de Janeiro: Campus, 2000. BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de política. 5 ed. Coordenação da tradução: João Ferreira. Brasília: Editora UNB, 1993, v.1. DIAS, Reinaldo. Gestão Ambiental. São Paulo: Atlas, 2009. DIAS, R.; MATOS, F. Políticas Públicas - Princípios, Propósitos e Processos. São Paulo: Atlas, 2012. LAHERA, Eugenio P. Políticas y Politicas Públicas. Santiago de Chile: Cepal, 2004.(Série Políticas Sociales, 95) PAULA, Ana Paula Paes. Repensando os estudos organizacionais: o circulo das matrizes epistemológicas e a abordagem Freudo-Frankfurtiana. Tese Titular: Belo Horizonte: CAD/UFMG, 2013.