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A TUMULTUADA AVENIDA DE NOSSA SENHORA DE COPACABANA.

                  Este logradouro, muito antigo, provavelmente já existia em meados do século
           XVIII. Foi por muitos anos servidão pública, conhecida como “Estrada que vai para
           Nossa Senhora” ou “Estrada que vai para a Senhora da Copacabana”. Tinha esse nome
           desde Botafogo, e, como era muito irregular, com o tempo, seus trechos acabaram
           virando ruas de diferentes denominações, como por exemplo: Passagem, Góis Monteiro,
           Carlos Peixoto e Ladeira do Leme. A “estrada” já aparece perfeitamente delineada
           numa planta manuscrita de 1819, existente no Arquivo Histórico do Exército.

                   Foi esta “estrada” consideravelmente melhorada pela Empresa de Construções
           Civis, em 1894, ano em que oficialmente a reconheceu a Prefeitura, por decreto do
           Prefeito Henrique Valadares, como via pública da cidade. Em 1897 um pequeno trecho
           foi regularizado e feito seu alinhamento de 117m de extensão sobre 20m de largura. Em
           1910 sofreria novo alargamento, obra executada pelo Prefeito Bento Ribeiro.

                   Desde distanciados tempos recebera edificações, tornando-se hoje o mais
           populoso logradouro do bairro. Segundo Cruvêllo Cavalcanti, já em abril de 1879,
           possuía 21 construções, sendo 20 térreas e uma de sobrado. No recenseamento
           municipal de 1906, realizado por ordem do Prefeito Francisco Pereira Passos,
           apresentava 133 prédios, dos quais 117 eram de 2 pavimentos e 16 de 3 pavimentos,
           ocupando-os 1.107 moradores. O primeiro prédio alto foi o do Copacabana Palace
           Hotel, inaugurado em agosto de 1923, e que, pela parte dos fundos atingia a rua
           Copacabana, e que, apesar de possuir apenas dois pavimentos nesse lado, seu elevado pé
           direito o colocava com a altura de uma construção de cinco andares. Aliás, o citado
           hotel foi o primeiro prédio alto também da avenida Atlântica, onde dava frente.
           Inicialmente o trecho mais construído era o que existia entre as ruas Inhangá e a
           Francisco Otaviano, área mais valorizada. Já em 1925 começaram a surgir pequenos
           prédios de apartamentos multifamiliares, mas apenas na década de 30 surgiriam os
           arranha-céus, contando, dentre os primeiros, o do Cinema Roxy (1934-36), na esquina
           de rua Bolívar, e onde inicialmente era uma praça; edifícios Itahy (1934-36); e Itaóca
           (1935-37), este na esquina de rua Duvivier; e os prédios que dão para a Praça Irmãos
           Bernardelli, denominada na época, do Lido. Em fins da década de 30, ocorreu ali uma
           supervalorização dos terrenos e, após a Segunda Guerra Mundial, eram muitos os
           prédios altos ali erguidos. Hoje, a estatística é muito diferente, e toda a avenida é
           ladeada por um muro de arranha-céus, com milhares de habitantes.

                   Reconhecida e denominada pelo decreto municipal no. 1.165, de 31 de outubro
           de 1917, com o simples nome de rua Copacabana, não devendo ser feita a confusão com
           o antigo nome da rua da Passagem, já citada acima, e que já teve, em tempos idos,
           também o nome de rua da Copacabana e rua do Pasmado. Em 1927, a então rua
           Copacabana cedeu o trecho inicial, desde a rua Antônio Vieira até a rua Inhangá para
           constituir a rua Conselheiro Sousa Ferreira. Como se fosse pouco, o que restou foi
           dividido ao meio por um canteiro de plantas e colocado em mão dupla. Finalmente, pelo
           decreto municipal de no. 6.488, de 26 de junho de 1939, assinado pelo Prefeito
           Henrique Dodsworth, voltou a formar uma só via pública, com a denominação de
           avenida Nossa Senhora de Copacabana. Na ocasião, removeram-lhe os canteiros
           centrais e a colocaram como mão única.




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Os bondes trafegavam nela desde 1894, mas a crescente expansão do tráfego em
           veículos a motor impossibilitou o serviço desse meio de transporte, que foi extinto nesse
           logradouro em 1963. A antiga estação de bondes, datada de 1892, foi então demolida,
           surgindo em seu local o moderno Centro Comercial de Copacabana. Não foi este o
           primeiro centro de compras do bairro, existindo desde 1946 o prédio da Galeria
           Menescal, com lojas finas.

                   Quanto à denominação, é óbvio que se refere à imagem da Igrejinha de Nossa
           Senhora de Copacabana, erguida em princípio do século XVIII onde hoje é o Campo de
           Marte do Forte de Copacabana, templo demolido em 1918, estando a citada imagem na
           moderna Igreja da Ressurreição, na rua Francisco Otaviano. É, aliás, muito provável que
           o próprio logradouro tenha sido aberto há quase trezentos anos, quando da construção
           da igreja, para facilitar o acesso aos fiéis.

                  Milton de Mendonça Teixeira.




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  • 1. A TUMULTUADA AVENIDA DE NOSSA SENHORA DE COPACABANA. Este logradouro, muito antigo, provavelmente já existia em meados do século XVIII. Foi por muitos anos servidão pública, conhecida como “Estrada que vai para Nossa Senhora” ou “Estrada que vai para a Senhora da Copacabana”. Tinha esse nome desde Botafogo, e, como era muito irregular, com o tempo, seus trechos acabaram virando ruas de diferentes denominações, como por exemplo: Passagem, Góis Monteiro, Carlos Peixoto e Ladeira do Leme. A “estrada” já aparece perfeitamente delineada numa planta manuscrita de 1819, existente no Arquivo Histórico do Exército. Foi esta “estrada” consideravelmente melhorada pela Empresa de Construções Civis, em 1894, ano em que oficialmente a reconheceu a Prefeitura, por decreto do Prefeito Henrique Valadares, como via pública da cidade. Em 1897 um pequeno trecho foi regularizado e feito seu alinhamento de 117m de extensão sobre 20m de largura. Em 1910 sofreria novo alargamento, obra executada pelo Prefeito Bento Ribeiro. Desde distanciados tempos recebera edificações, tornando-se hoje o mais populoso logradouro do bairro. Segundo Cruvêllo Cavalcanti, já em abril de 1879, possuía 21 construções, sendo 20 térreas e uma de sobrado. No recenseamento municipal de 1906, realizado por ordem do Prefeito Francisco Pereira Passos, apresentava 133 prédios, dos quais 117 eram de 2 pavimentos e 16 de 3 pavimentos, ocupando-os 1.107 moradores. O primeiro prédio alto foi o do Copacabana Palace Hotel, inaugurado em agosto de 1923, e que, pela parte dos fundos atingia a rua Copacabana, e que, apesar de possuir apenas dois pavimentos nesse lado, seu elevado pé direito o colocava com a altura de uma construção de cinco andares. Aliás, o citado hotel foi o primeiro prédio alto também da avenida Atlântica, onde dava frente. Inicialmente o trecho mais construído era o que existia entre as ruas Inhangá e a Francisco Otaviano, área mais valorizada. Já em 1925 começaram a surgir pequenos prédios de apartamentos multifamiliares, mas apenas na década de 30 surgiriam os arranha-céus, contando, dentre os primeiros, o do Cinema Roxy (1934-36), na esquina de rua Bolívar, e onde inicialmente era uma praça; edifícios Itahy (1934-36); e Itaóca (1935-37), este na esquina de rua Duvivier; e os prédios que dão para a Praça Irmãos Bernardelli, denominada na época, do Lido. Em fins da década de 30, ocorreu ali uma supervalorização dos terrenos e, após a Segunda Guerra Mundial, eram muitos os prédios altos ali erguidos. Hoje, a estatística é muito diferente, e toda a avenida é ladeada por um muro de arranha-céus, com milhares de habitantes. Reconhecida e denominada pelo decreto municipal no. 1.165, de 31 de outubro de 1917, com o simples nome de rua Copacabana, não devendo ser feita a confusão com o antigo nome da rua da Passagem, já citada acima, e que já teve, em tempos idos, também o nome de rua da Copacabana e rua do Pasmado. Em 1927, a então rua Copacabana cedeu o trecho inicial, desde a rua Antônio Vieira até a rua Inhangá para constituir a rua Conselheiro Sousa Ferreira. Como se fosse pouco, o que restou foi dividido ao meio por um canteiro de plantas e colocado em mão dupla. Finalmente, pelo decreto municipal de no. 6.488, de 26 de junho de 1939, assinado pelo Prefeito Henrique Dodsworth, voltou a formar uma só via pública, com a denominação de avenida Nossa Senhora de Copacabana. Na ocasião, removeram-lhe os canteiros centrais e a colocaram como mão única. Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
  • 2. Os bondes trafegavam nela desde 1894, mas a crescente expansão do tráfego em veículos a motor impossibilitou o serviço desse meio de transporte, que foi extinto nesse logradouro em 1963. A antiga estação de bondes, datada de 1892, foi então demolida, surgindo em seu local o moderno Centro Comercial de Copacabana. Não foi este o primeiro centro de compras do bairro, existindo desde 1946 o prédio da Galeria Menescal, com lojas finas. Quanto à denominação, é óbvio que se refere à imagem da Igrejinha de Nossa Senhora de Copacabana, erguida em princípio do século XVIII onde hoje é o Campo de Marte do Forte de Copacabana, templo demolido em 1918, estando a citada imagem na moderna Igreja da Ressurreição, na rua Francisco Otaviano. É, aliás, muito provável que o próprio logradouro tenha sido aberto há quase trezentos anos, quando da construção da igreja, para facilitar o acesso aos fiéis. Milton de Mendonça Teixeira. Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version