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VARGAS, LOTT, BRIZOLA E ULYSSES FORAM OS PERSONAGENS
MARCANTES NA HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO
Fernando Alcoforado*
Este artigo tem o objetivo de destacar o papel de quatro personagens da história
republicana do Brasil que foram os mais marcantes e decisivos nos rumos dos
acontecimentos futuros em benefício do País. Este foi o caso de Getúlio Vargas que se
destacou por realizar mudanças econômicas e sociais profundas e modernizar o País
quando governou o Brasil de 1930 a 1945 e, também de 1950 a 1954. Foi, também, o caso
do Marechal Henrique Teixeira Lott que impediu as tentativas de golpe de estado em
1954 e 1961 quando foi ministro da Guerra, assegurando o respeito à legalidade
democrática e constitucional. Destacado foi, também, o papel decisivo de Leonel Brizola
por impedir a realização do golpe de estado no Brasil em 1961 e por sua luta constante
pelo progresso econômico e social do Brasil e pela independência nacional em relação
às grandes potências de 1961 até sua morte em 2004. Finalmente, o último grande
personagem da história republicana brasileira foi Ulysses Guimarães que se destacou no
combate à tirania da ditadura militar implantada em 1964 e por sua luta pela
redemocratização do Brasil de 1964 até 1988.
Getúlio Vargas deixou marca indelével na história do Brasil por realizar mudanças
econômicas e sociais profundas e modernizar o País quando governou de 1930 a 1945 e,
também de 1950 a 1954, apesar de ter governado ditatorialmente de 1930 a 1945. Após
assumir o poder através de um golpe militar e instaurar uma ditadura, Getúlio Vargas
usufruíu de poderes quase ilimitados e, aproveitando-se deles, começou a adotar políticas
de modernização do país. Com seu governo, os estados perderam grande parte da sua
autonomia política. Getúlio Vargas promoveu grandes avanços na legislação trabalhista
brasileira, como a CLT que perdura até hoje. Tudo isto despertou a indignação dos
opositores, principalmente das oligarquias cafeeiras e da classe média paulista, que
estavam desgostosos com o governo de Getúlio Vargas. A perda de autonomia estadual,
com a nomeação de interventores, desagradou ainda mais.
Após assumir o poder com a denominada revolução de 30, Getúlio Vargas inicia o período
de industrialização no Brasil cujo projeto de desenvolvimento visava retirá-lo do atraso
econômico secular e impulsioná-lo rumo ao progresso econômico e social com a
implantação de um parque industrial próprio, nos moldes das nações europeias e dos
Estados Unidos. Foi a primeira vez na história do Brasil que um governo fez semelhante
opção. A industrialização se desenvolveu através do processo de substituição de
importações, isto é, produzindo no País o que antes era importado do exterior. Vargas
baseou sua administração nos preceitos do populismo com políticas ou métodos para o
aliciamento das classes sociais de menor poder aquisitivo, além da classe média urbana,
como forma de angariar votos e prestígio, do nacionalismo com a defesa dos interesses
econômicos do Brasil no confronto com o capital estrangeiro e do trabalhismo com
políticas que favoreciam os trabalhadores. A política econômica passou a valorizar o
mercado interno que favorecia o crescimento industrial e, consequentemente, o processo
de urbanização. A Era Vargas marca, também, a mudança dos rumos da República,
transferindo o núcleo do poder político da agricultura para a indústria e integrou o
mercado nacional. O centralismo do período de Vargas abriu o caminho à completa
unificação do mercado interno. No dia 29 de outubro de 1945, depois de 15 anos no
governo do Brasil, por pressão do governo dos Estados Unidos que desejavam o
afastamento de Getúlio Vargas do poder por sua política nacionalista, militares invadiram
2
o Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, e forçaram sua renúncia colocando um fim ao seu
primeiro governo.
Getúlio Vargas volta a governar o Brasil na primeira metade da década de 1950 quando
galgou o poder pela via eleitoral que, ao imprimir ao seu governo a mesma política de
caráter populista, nacionalista e trabalhista, adotada de 1930 a 1945, passou a ser alvo do
governo norte-americano e de seus aliados internos, que o queriam fora do poder. No
período 1951/1953, durante o governo Vargas, foi realizado um esforço de planejamento
muito mais ambicioso e completo do que no período anterior. Nessa oportunidade, houve
um dos mais completos levantamentos da economia brasileira, além de propor uma série
de projetos de infraestrutura com seus programas de execução, abrangendo projetos de
modernização de vias férreas, portos, navegação de cabotagem, geração de energia
elétrica, etc. Foram adotadas medidas para superar as disparidades regionais de renda no
Brasil, isto é, para melhor integrar o Nordeste ao restante da economia nacional e para
alcançar a estabilidade monetária. Foram criados, também, o BNDES e a Petrobras. Por
não aceitar sua deposição pelos militares em 1954, o presidente Vargas suicidou-se, tendo
sua atitude representado, também, o ato final do primeiro governante do Brasil que pautou
sua ação em defesa da soberania nacional e dos trabalhadores. A deposição de Getúlio
Vargas em 1945 e o seu suicídio em 1954 foram consequências desse processo. Naquele
momento histórico, em plena Guerra Fria, era de fundamental importância para os
Estados Unidos, no seu confronto com a ex-União Soviética, manter sob seu controle suas
áreas de influência na América Latina, incluindo o Brasil, e em outras partes do mundo.
Getúlio Vargas foi o grande responsável pela construção do projeto do Brasil moderno e
independente que está sendo destruído desde o golpe de estado de 1964. Ele foi, sem
sombra de dúvidas, o maior estadista da história republicana do Brasil.
O Marechal Henrique Batista Duffles Teixeira Lott foi outro grande personagem da
história do Brasil e o importante militar da história recente do Brasil porque foi
intransigente na defesa da legalidade democrática e obediente à normalidade
constitucional. Em 1954, com o suicídio do presidente Vargas e a posse do vice-
presidente Café Filho, Lott foi nomeado Ministro da Guerra do Brasil. Quando Carlos
Luz, presidente da Câmara dos Deputados, assume a presidência interina do Brasil devido
a problemas de saúde de Café Filho e concede anistia a um general que foi punido por
Lott ao discursar de modo a questionar a posse do presidente eleito Juscelino Kubitschek
(JK) e de seu vice João Goulart (Jango), Lott ficou indignado com a situação. Esse evento,
somado à posição de Carlos Luz, que admitiu a possibilidade de não passar a faixa
presidencial ao presidente eleito no fim do ano de 1954, gerou um clima de tensão no seio
das forças armadas. Lott, que havia pedido sua demissão do ministério e desistiu deste
propósito, se colocou contra a tentativa de golpe de estado, angariando apoios em
oposição ao presidente interino Carlos Luz.
Com os preparativos da posse de JK e Jango, a situação política ficou bastante tensa. Em
11 de novembro de 1955, Lott se posicionou em defesa da Constituição de 1946, que
garantia a posse do presidente Juscelino Kubitschek e do vice João Goulart que foram
eleitos no ano anterior. Esta crise político-militar foi solucionada com o impedimento do
mandato do presidente interino Carlos Luz e a passagem da presidência da República para
Nereu Ramos, presidente do Senado Federal. Lott mobilizou tropas e civis nas ruas pela
posse de JK, o que deu certo. Ao assumir o governo, JK confiou o cargo no Ministério da
Guerra para Lott cuja gestão ficou marcada pela transformação das Forças Armadas como
ferramenta de manutenção da democracia, em que o exército brasileiro seria composto
3
por homens dedicados à integridade das determinações constitucionais. Por sua atuação
na cena política e militar brasileira, Lott foi indicado como candidato do PSD, partido de
JK, como seu sucessor para as eleições presidenciais pela coligação PTB-PSD, compondo
chapa com João Goulart para vice-presidente da República. Lott perdeu a eleição de 1960
para Jânio Quadros, mas seu vice, João Goulart do PTB, foi eleito.
Derrotado, Lott não abandona a vida pública. Em 1961, quando membros das Forças
Armadas se amotinam contra a posse do presidente João Goulart após a renúncia de Jânio
Quadros, Lott participa da campanha contra o golpe de estado assumindo uma posição de
protagonismo ao lado de Leonel Brizola na famosa Campanha pela Legalidade, quando
ele se articulou com diversos militares nacionalistas e anti-golpistas para impedir o golpe
de estado. Nesse momento, Lott escreveu uma carta aberta aos militares em que clama
para que colaborem para assegurar a legalidade democrática e constitucional. Ao se
contrapor à decisão do Ministro da Guerra de Jânio Quadros, que recusava aceitar a posse
de Jango, Lott foi sentenciado à prisão. Ao ser abordado em sua casa, exigiu que fosse
um também marechal para prendê-lo, pois não seria detido por um militar de patente
inferior a sua, pelo respeito à hierarquia do exército. Quando o marechal Sucupira chega
à sua residência, Lott é levado para sua cela, onde cumpriu 15 dos 30 dias estipulados de
reclusão. A atitude do Marechal Lott e de Leonel Brizola foi fundamental para evitar que
o golpe de estado ocorresse em 1961.
Quando acontece o golpe de estado em 1964, Lott teve seus direitos políticos cassados.
Diante deste fato, o marechal decide abandonar a vida pública e ficar recluso em casa,
por não concordar com os rumos que o Exército estava tomando com a implantação da
ditadura militar contrária a todos os seus princípios legalistas e de respeito à Constituição.
Lott morreu em 1984, um ano antes do fim da ditadura militar. Seu enterro não teve
honras militares, mas estiveram presentes em seu sepultamento diversos admiradores
deste grande militar democrata, incluindo o então governador do estado do Rio, Leonel
Brizola, que decretou luto oficial pela perda de tão importante personagem de nossa
história. O Marechal Lott morreu, mas deixou um legado inigualável de militar
comprometido com a legalidade constitucional que deveria servir de exemplo para todos
os militares no sentido de atuarem de acordo com a Constituição para evitar novos golpes
de estado no Brasil.
Leonel Brizola foi outro gigantesco personagem da história do Brasil. Brizola ganhou
prestígio nacional em 1961, quando era governador do Rio Grande do Sul, ao fazer a
campanha pela legalidade em defesa da democracia e do direito de seu cunhado, o vice-
presidente João Goulart, ser empossado presidente da República quando Jânio
Quadros renunciou à presidência da República em agosto de 1961. Os militares tentaram
impedir que Goulart o sucedesse sob o argumento de seus supostos laços com os
comunistas. Depois de ganhar o apoio do general Machado Lopes, comandante do 3º
Exército, Brizola criou a cadeia da legalidade com um grupo de estações de rádio no Rio
Grande do Sul, a qual usou para emitir, a partir do Palácio Piratini, uma chamada nacional
denunciando as intenções golpistas por trás das ações dos militares e incentivando a
população a protestar nas ruas. Brizola entregou a Brigada Militar gaúcha ao comando do
3º Exército, organizou comitês paramilitares de resistência democrática, distribuiu armas
de fogo à população e transformou a sede do governo em uma trincheira de resistência ao
golpe de estado. Em resposta, os militares golpistas ordenaram o bombardeio do Palácio
Piratini que foi abortado porque sargentos e suboficiais da Base Aérea de Canoas não
cumpriram as ordens de seus superiores. Brizola se opôs à mudança para o
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regime parlamentarista proposta pelos militares como condição para que Goulart
assumisse. Após doze dias de uma guerra civil iminente, João Goulart aceitou a proposta
dos militares e foi empossado presidente da República que vigorou por dois anos (1961-
1962) reduzindo enormemente seus poderes constitucionais. Com essa medida, os três
ministros militares golpistas aceitaram, enfim, o retorno e posse de João Goulart. Em 31
de agosto de 1961, João Goulart retorna ao Brasil, e é empossado em 7 de setembro de
1961. Pode-se afirmar que a posse de João Goulart na presidência da República só se
efetivou graças à campanha pela legalidade encetada pelo então governador do Rio
Grande do Sul, Leonel Brizola.
Leonel Brizola colaborou com o governo João Goulart que buscou realizar as reformas
de base como solução para os problemas estruturais vividos pelo Brasil. No dia 13 de
março de 1964, João Goulart e Leonel Brizola anunciaram grandes mudanças no Brasil
através de um grande comício na Central do Brasil no Rio de Janeiro. Cerca de 200 mil
pessoas estiveram presentes naquele dia, o que desagradou os setores conservadores.
Neste comício, o presidente João Goulart anunciou a assinatura do decreto que
encampava refinarias de petróleo particulares e o decreto que desapropriava terras
improdutivas localizadas à beira de estradas e ferrovias para realizar a reforma agrária.
Como as propostas eram influenciadas pelo pensamento de esquerda, os defensores do
capitalismo, do latifúndio e membros da direita brasileira receavam quanto ao
crescimento de um possível governo comunista no país. O comício na Central do Brasil
foi o momento decisivo para determinar a organização dos militares para dar início ao
golpe de estado que foi deflagrado em 31 de março de 1964 estabelecendo uma ditadura
militar no país. Durante o golpe de estado de 1964, João Goulart e Brizola mantiveram
uma relação tumultuada, sobretudo depois que as propostas de resistência de Brizola não
foram aceitas por Jango. Brizola exilou-se e voltou ao Brasil em 1979, depois de quinze
anos no Uruguai, nos Estados Unidos e em Portugal. Neste mesmo ano, fundou e presidiu
o PDT- Partido Democrático Trabalhista. Em 1982, foi eleito governador do Rio de
Janeiro. Na eleição presidencial de 1989, por pouco não foi para o segundo turno. Um
ano depois, voltou a governar o Rio de Janeiro, sendo eleito no primeiro turno. Brizola
faleceu, em 2004. Em dezembro de 2015, a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei
que inseriu Brizola no Livro de Heróis da Pátria. Brizola deixou um exemplo marcante
de grande patriota e de coragem desmedida na luta pela superação dos grandes entraves
ao desenvolvimento do Brasil e pela libertação do País da exploração sofrida
secularmente do capital internacional.
Ulysses Silveira Guimarães foi outro grande personagem da história do Brasil. Ulysses
foi presidente da Câmara dos Deputados em duas ocasiões distintas. Com o fim do
bipartidarismo imposto pela ditadura militar, o MDB converteu-se em 1979 em Partido
do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), do qual Ulysses foi presidente nacional.
Ulysses exerceu a presidência da Câmara dos Deputados em três períodos (1956-1957,
1985-1986 e 1987-1988). Foi o presidente da Assembleia Nacional Constituinte de 1987-
1988, que inaugurou a nova ordem democrática, após 21 anos sob a Ditadura Militar. Ele
foi um dos maiores combatentes na luta pela redemocratização do Brasil tendo sido um
dos principais opositores à ditadura militar apesar de tê-la apoiado com a eclosão do golpe
de estado de 1964. À frente do MDB participou de todas as campanhas pelo retorno do
país à democracia, inclusive a luta pela anistia ampla geral e irrestrita. Ao lado de outras
grandes lideranças nacionais, Ulysses liderou novas campanhas pela redemocratização,
como a das eleições diretas, popularmente conhecidas pelo slogan Diretas Já. Ulysses foi
também candidato à presidência da República na eleição de 1989. A nova Constituição,
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na qual Ulysses teve papel fundamental, foi aprovada em 5 de outubro de 1988, tendo
sido por ele chamada de Constituição Cidadã, pelos avanços democráticos e sociais que
incorporou no documento.
É importante observar que a Constituição democrática e cidadã de 1988 tem sido no
momento atual do Brasil um instrumento fundamental para impedir que se consume a
tentação totalitária do presidente Bolsonaro que ameaça sistematicamente em promover
um golpe de estado no Brasil. Esta Constituição tem sido acionada para barrar junto ao
Supremo Tribunal Federal as pretensões de Bolsonaro de implantar uma ditadura no
Brasil sob seu comando. Ulysses Guimarães continua vivo porque a Constituição de 1988
resultou da ação dos constituintes sob seu comando. Ulysses morreu em um acidente
aéreo de helicóptero no litoral de Angra dos Reis, sul do estado do Rio de Janeiro, em 12
de outubro de 1992 e seu corpo nunca foi encontrado. Seu nome foi inscrito no Panteão
dos Heróis da Pátria Brasileira pela lei federal nº. 13.815, de 24 de abril de 2019. Ulysses
Guimarães morreu, mas deixou um legado de luta intransigente na defesa da democracia
e contra a tirania que deveria servir de exemplo para todos os políticos brasileiros.
Pelo exposto, os quatro grandes personagens da história do Brasil republicano deixaram
legados extraordinários que deveriam inspirar a todos os brasileiros comprometidos com
a luta pela emancipação nacional e a defesa da democracia e da legalidade constitucional.
Getúlio Vargas deixou como legado seu exemplo de governante que pautou sua ação em
defesa da soberania nacional e da melhoria das condições sociais da população brasileira,
além de ter sido o grande responsável pela construção do projeto do Brasil moderno e
independente. O Marechal Lott deixou um legado inigualável de militar comprometido
com a legalidade constitucional que deveria servir de exemplo para todos os militares no
sentido de atuarem de acordo com a Constituição para evitar novos golpes de estado que
caracterizaram a história do Brasil. Leonel Brizola deixou um exemplo marcante de
grande patriota e de coragem desmedida na luta contra a tirania, pela superação dos
grandes entraves ao desenvolvimento do Brasil e pela libertação do País da exploração
sofrida secularmente do capital internacional. Ulysses Guimarães deixou um legado
indelével de luta intransigente na defesa da democracia e contra a tirania que deveria
servir de exemplo para todos os políticos brasileiros. Que Getúlio Vargas, Leonel Brizola
e Ulysses Guimarães sirvam de exemplo para as futuras gerações de brasileiros fazerem
as melhores escolhas para elegerem futuros presidentes da República e parlamentares
comprometidos com o progresso político, econômico e social, bem como os militares
brasileiros se inspirem no exemplo do marechal Henrique Teixeira Lott, opositor de
golpes de estado e de ditaduras e grande baluarte na defesa da pátria e da ordem
constitucional.
* Fernando Alcoforado, 81, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema
CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em Planejamento
Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor
nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de
sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC-
O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil
(Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de
doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003),
Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI
ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary
Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr.
Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe
Planetária (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável-
Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio
Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora
6
CRV, Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no
Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015), As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que
Mudaram o Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016), A Invenção de um novo Brasil (Editora CRV, Curitiba,
2017), Esquerda x Direita e a sua convergência (Associação Baiana de Imprensa, Salvador, 2018, em co-
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  • 1. 1 VARGAS, LOTT, BRIZOLA E ULYSSES FORAM OS PERSONAGENS MARCANTES NA HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO Fernando Alcoforado* Este artigo tem o objetivo de destacar o papel de quatro personagens da história republicana do Brasil que foram os mais marcantes e decisivos nos rumos dos acontecimentos futuros em benefício do País. Este foi o caso de Getúlio Vargas que se destacou por realizar mudanças econômicas e sociais profundas e modernizar o País quando governou o Brasil de 1930 a 1945 e, também de 1950 a 1954. Foi, também, o caso do Marechal Henrique Teixeira Lott que impediu as tentativas de golpe de estado em 1954 e 1961 quando foi ministro da Guerra, assegurando o respeito à legalidade democrática e constitucional. Destacado foi, também, o papel decisivo de Leonel Brizola por impedir a realização do golpe de estado no Brasil em 1961 e por sua luta constante pelo progresso econômico e social do Brasil e pela independência nacional em relação às grandes potências de 1961 até sua morte em 2004. Finalmente, o último grande personagem da história republicana brasileira foi Ulysses Guimarães que se destacou no combate à tirania da ditadura militar implantada em 1964 e por sua luta pela redemocratização do Brasil de 1964 até 1988. Getúlio Vargas deixou marca indelével na história do Brasil por realizar mudanças econômicas e sociais profundas e modernizar o País quando governou de 1930 a 1945 e, também de 1950 a 1954, apesar de ter governado ditatorialmente de 1930 a 1945. Após assumir o poder através de um golpe militar e instaurar uma ditadura, Getúlio Vargas usufruíu de poderes quase ilimitados e, aproveitando-se deles, começou a adotar políticas de modernização do país. Com seu governo, os estados perderam grande parte da sua autonomia política. Getúlio Vargas promoveu grandes avanços na legislação trabalhista brasileira, como a CLT que perdura até hoje. Tudo isto despertou a indignação dos opositores, principalmente das oligarquias cafeeiras e da classe média paulista, que estavam desgostosos com o governo de Getúlio Vargas. A perda de autonomia estadual, com a nomeação de interventores, desagradou ainda mais. Após assumir o poder com a denominada revolução de 30, Getúlio Vargas inicia o período de industrialização no Brasil cujo projeto de desenvolvimento visava retirá-lo do atraso econômico secular e impulsioná-lo rumo ao progresso econômico e social com a implantação de um parque industrial próprio, nos moldes das nações europeias e dos Estados Unidos. Foi a primeira vez na história do Brasil que um governo fez semelhante opção. A industrialização se desenvolveu através do processo de substituição de importações, isto é, produzindo no País o que antes era importado do exterior. Vargas baseou sua administração nos preceitos do populismo com políticas ou métodos para o aliciamento das classes sociais de menor poder aquisitivo, além da classe média urbana, como forma de angariar votos e prestígio, do nacionalismo com a defesa dos interesses econômicos do Brasil no confronto com o capital estrangeiro e do trabalhismo com políticas que favoreciam os trabalhadores. A política econômica passou a valorizar o mercado interno que favorecia o crescimento industrial e, consequentemente, o processo de urbanização. A Era Vargas marca, também, a mudança dos rumos da República, transferindo o núcleo do poder político da agricultura para a indústria e integrou o mercado nacional. O centralismo do período de Vargas abriu o caminho à completa unificação do mercado interno. No dia 29 de outubro de 1945, depois de 15 anos no governo do Brasil, por pressão do governo dos Estados Unidos que desejavam o afastamento de Getúlio Vargas do poder por sua política nacionalista, militares invadiram
  • 2. 2 o Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, e forçaram sua renúncia colocando um fim ao seu primeiro governo. Getúlio Vargas volta a governar o Brasil na primeira metade da década de 1950 quando galgou o poder pela via eleitoral que, ao imprimir ao seu governo a mesma política de caráter populista, nacionalista e trabalhista, adotada de 1930 a 1945, passou a ser alvo do governo norte-americano e de seus aliados internos, que o queriam fora do poder. No período 1951/1953, durante o governo Vargas, foi realizado um esforço de planejamento muito mais ambicioso e completo do que no período anterior. Nessa oportunidade, houve um dos mais completos levantamentos da economia brasileira, além de propor uma série de projetos de infraestrutura com seus programas de execução, abrangendo projetos de modernização de vias férreas, portos, navegação de cabotagem, geração de energia elétrica, etc. Foram adotadas medidas para superar as disparidades regionais de renda no Brasil, isto é, para melhor integrar o Nordeste ao restante da economia nacional e para alcançar a estabilidade monetária. Foram criados, também, o BNDES e a Petrobras. Por não aceitar sua deposição pelos militares em 1954, o presidente Vargas suicidou-se, tendo sua atitude representado, também, o ato final do primeiro governante do Brasil que pautou sua ação em defesa da soberania nacional e dos trabalhadores. A deposição de Getúlio Vargas em 1945 e o seu suicídio em 1954 foram consequências desse processo. Naquele momento histórico, em plena Guerra Fria, era de fundamental importância para os Estados Unidos, no seu confronto com a ex-União Soviética, manter sob seu controle suas áreas de influência na América Latina, incluindo o Brasil, e em outras partes do mundo. Getúlio Vargas foi o grande responsável pela construção do projeto do Brasil moderno e independente que está sendo destruído desde o golpe de estado de 1964. Ele foi, sem sombra de dúvidas, o maior estadista da história republicana do Brasil. O Marechal Henrique Batista Duffles Teixeira Lott foi outro grande personagem da história do Brasil e o importante militar da história recente do Brasil porque foi intransigente na defesa da legalidade democrática e obediente à normalidade constitucional. Em 1954, com o suicídio do presidente Vargas e a posse do vice- presidente Café Filho, Lott foi nomeado Ministro da Guerra do Brasil. Quando Carlos Luz, presidente da Câmara dos Deputados, assume a presidência interina do Brasil devido a problemas de saúde de Café Filho e concede anistia a um general que foi punido por Lott ao discursar de modo a questionar a posse do presidente eleito Juscelino Kubitschek (JK) e de seu vice João Goulart (Jango), Lott ficou indignado com a situação. Esse evento, somado à posição de Carlos Luz, que admitiu a possibilidade de não passar a faixa presidencial ao presidente eleito no fim do ano de 1954, gerou um clima de tensão no seio das forças armadas. Lott, que havia pedido sua demissão do ministério e desistiu deste propósito, se colocou contra a tentativa de golpe de estado, angariando apoios em oposição ao presidente interino Carlos Luz. Com os preparativos da posse de JK e Jango, a situação política ficou bastante tensa. Em 11 de novembro de 1955, Lott se posicionou em defesa da Constituição de 1946, que garantia a posse do presidente Juscelino Kubitschek e do vice João Goulart que foram eleitos no ano anterior. Esta crise político-militar foi solucionada com o impedimento do mandato do presidente interino Carlos Luz e a passagem da presidência da República para Nereu Ramos, presidente do Senado Federal. Lott mobilizou tropas e civis nas ruas pela posse de JK, o que deu certo. Ao assumir o governo, JK confiou o cargo no Ministério da Guerra para Lott cuja gestão ficou marcada pela transformação das Forças Armadas como ferramenta de manutenção da democracia, em que o exército brasileiro seria composto
  • 3. 3 por homens dedicados à integridade das determinações constitucionais. Por sua atuação na cena política e militar brasileira, Lott foi indicado como candidato do PSD, partido de JK, como seu sucessor para as eleições presidenciais pela coligação PTB-PSD, compondo chapa com João Goulart para vice-presidente da República. Lott perdeu a eleição de 1960 para Jânio Quadros, mas seu vice, João Goulart do PTB, foi eleito. Derrotado, Lott não abandona a vida pública. Em 1961, quando membros das Forças Armadas se amotinam contra a posse do presidente João Goulart após a renúncia de Jânio Quadros, Lott participa da campanha contra o golpe de estado assumindo uma posição de protagonismo ao lado de Leonel Brizola na famosa Campanha pela Legalidade, quando ele se articulou com diversos militares nacionalistas e anti-golpistas para impedir o golpe de estado. Nesse momento, Lott escreveu uma carta aberta aos militares em que clama para que colaborem para assegurar a legalidade democrática e constitucional. Ao se contrapor à decisão do Ministro da Guerra de Jânio Quadros, que recusava aceitar a posse de Jango, Lott foi sentenciado à prisão. Ao ser abordado em sua casa, exigiu que fosse um também marechal para prendê-lo, pois não seria detido por um militar de patente inferior a sua, pelo respeito à hierarquia do exército. Quando o marechal Sucupira chega à sua residência, Lott é levado para sua cela, onde cumpriu 15 dos 30 dias estipulados de reclusão. A atitude do Marechal Lott e de Leonel Brizola foi fundamental para evitar que o golpe de estado ocorresse em 1961. Quando acontece o golpe de estado em 1964, Lott teve seus direitos políticos cassados. Diante deste fato, o marechal decide abandonar a vida pública e ficar recluso em casa, por não concordar com os rumos que o Exército estava tomando com a implantação da ditadura militar contrária a todos os seus princípios legalistas e de respeito à Constituição. Lott morreu em 1984, um ano antes do fim da ditadura militar. Seu enterro não teve honras militares, mas estiveram presentes em seu sepultamento diversos admiradores deste grande militar democrata, incluindo o então governador do estado do Rio, Leonel Brizola, que decretou luto oficial pela perda de tão importante personagem de nossa história. O Marechal Lott morreu, mas deixou um legado inigualável de militar comprometido com a legalidade constitucional que deveria servir de exemplo para todos os militares no sentido de atuarem de acordo com a Constituição para evitar novos golpes de estado no Brasil. Leonel Brizola foi outro gigantesco personagem da história do Brasil. Brizola ganhou prestígio nacional em 1961, quando era governador do Rio Grande do Sul, ao fazer a campanha pela legalidade em defesa da democracia e do direito de seu cunhado, o vice- presidente João Goulart, ser empossado presidente da República quando Jânio Quadros renunciou à presidência da República em agosto de 1961. Os militares tentaram impedir que Goulart o sucedesse sob o argumento de seus supostos laços com os comunistas. Depois de ganhar o apoio do general Machado Lopes, comandante do 3º Exército, Brizola criou a cadeia da legalidade com um grupo de estações de rádio no Rio Grande do Sul, a qual usou para emitir, a partir do Palácio Piratini, uma chamada nacional denunciando as intenções golpistas por trás das ações dos militares e incentivando a população a protestar nas ruas. Brizola entregou a Brigada Militar gaúcha ao comando do 3º Exército, organizou comitês paramilitares de resistência democrática, distribuiu armas de fogo à população e transformou a sede do governo em uma trincheira de resistência ao golpe de estado. Em resposta, os militares golpistas ordenaram o bombardeio do Palácio Piratini que foi abortado porque sargentos e suboficiais da Base Aérea de Canoas não cumpriram as ordens de seus superiores. Brizola se opôs à mudança para o
  • 4. 4 regime parlamentarista proposta pelos militares como condição para que Goulart assumisse. Após doze dias de uma guerra civil iminente, João Goulart aceitou a proposta dos militares e foi empossado presidente da República que vigorou por dois anos (1961- 1962) reduzindo enormemente seus poderes constitucionais. Com essa medida, os três ministros militares golpistas aceitaram, enfim, o retorno e posse de João Goulart. Em 31 de agosto de 1961, João Goulart retorna ao Brasil, e é empossado em 7 de setembro de 1961. Pode-se afirmar que a posse de João Goulart na presidência da República só se efetivou graças à campanha pela legalidade encetada pelo então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola. Leonel Brizola colaborou com o governo João Goulart que buscou realizar as reformas de base como solução para os problemas estruturais vividos pelo Brasil. No dia 13 de março de 1964, João Goulart e Leonel Brizola anunciaram grandes mudanças no Brasil através de um grande comício na Central do Brasil no Rio de Janeiro. Cerca de 200 mil pessoas estiveram presentes naquele dia, o que desagradou os setores conservadores. Neste comício, o presidente João Goulart anunciou a assinatura do decreto que encampava refinarias de petróleo particulares e o decreto que desapropriava terras improdutivas localizadas à beira de estradas e ferrovias para realizar a reforma agrária. Como as propostas eram influenciadas pelo pensamento de esquerda, os defensores do capitalismo, do latifúndio e membros da direita brasileira receavam quanto ao crescimento de um possível governo comunista no país. O comício na Central do Brasil foi o momento decisivo para determinar a organização dos militares para dar início ao golpe de estado que foi deflagrado em 31 de março de 1964 estabelecendo uma ditadura militar no país. Durante o golpe de estado de 1964, João Goulart e Brizola mantiveram uma relação tumultuada, sobretudo depois que as propostas de resistência de Brizola não foram aceitas por Jango. Brizola exilou-se e voltou ao Brasil em 1979, depois de quinze anos no Uruguai, nos Estados Unidos e em Portugal. Neste mesmo ano, fundou e presidiu o PDT- Partido Democrático Trabalhista. Em 1982, foi eleito governador do Rio de Janeiro. Na eleição presidencial de 1989, por pouco não foi para o segundo turno. Um ano depois, voltou a governar o Rio de Janeiro, sendo eleito no primeiro turno. Brizola faleceu, em 2004. Em dezembro de 2015, a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que inseriu Brizola no Livro de Heróis da Pátria. Brizola deixou um exemplo marcante de grande patriota e de coragem desmedida na luta pela superação dos grandes entraves ao desenvolvimento do Brasil e pela libertação do País da exploração sofrida secularmente do capital internacional. Ulysses Silveira Guimarães foi outro grande personagem da história do Brasil. Ulysses foi presidente da Câmara dos Deputados em duas ocasiões distintas. Com o fim do bipartidarismo imposto pela ditadura militar, o MDB converteu-se em 1979 em Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), do qual Ulysses foi presidente nacional. Ulysses exerceu a presidência da Câmara dos Deputados em três períodos (1956-1957, 1985-1986 e 1987-1988). Foi o presidente da Assembleia Nacional Constituinte de 1987- 1988, que inaugurou a nova ordem democrática, após 21 anos sob a Ditadura Militar. Ele foi um dos maiores combatentes na luta pela redemocratização do Brasil tendo sido um dos principais opositores à ditadura militar apesar de tê-la apoiado com a eclosão do golpe de estado de 1964. À frente do MDB participou de todas as campanhas pelo retorno do país à democracia, inclusive a luta pela anistia ampla geral e irrestrita. Ao lado de outras grandes lideranças nacionais, Ulysses liderou novas campanhas pela redemocratização, como a das eleições diretas, popularmente conhecidas pelo slogan Diretas Já. Ulysses foi também candidato à presidência da República na eleição de 1989. A nova Constituição,
  • 5. 5 na qual Ulysses teve papel fundamental, foi aprovada em 5 de outubro de 1988, tendo sido por ele chamada de Constituição Cidadã, pelos avanços democráticos e sociais que incorporou no documento. É importante observar que a Constituição democrática e cidadã de 1988 tem sido no momento atual do Brasil um instrumento fundamental para impedir que se consume a tentação totalitária do presidente Bolsonaro que ameaça sistematicamente em promover um golpe de estado no Brasil. Esta Constituição tem sido acionada para barrar junto ao Supremo Tribunal Federal as pretensões de Bolsonaro de implantar uma ditadura no Brasil sob seu comando. Ulysses Guimarães continua vivo porque a Constituição de 1988 resultou da ação dos constituintes sob seu comando. Ulysses morreu em um acidente aéreo de helicóptero no litoral de Angra dos Reis, sul do estado do Rio de Janeiro, em 12 de outubro de 1992 e seu corpo nunca foi encontrado. Seu nome foi inscrito no Panteão dos Heróis da Pátria Brasileira pela lei federal nº. 13.815, de 24 de abril de 2019. Ulysses Guimarães morreu, mas deixou um legado de luta intransigente na defesa da democracia e contra a tirania que deveria servir de exemplo para todos os políticos brasileiros. Pelo exposto, os quatro grandes personagens da história do Brasil republicano deixaram legados extraordinários que deveriam inspirar a todos os brasileiros comprometidos com a luta pela emancipação nacional e a defesa da democracia e da legalidade constitucional. Getúlio Vargas deixou como legado seu exemplo de governante que pautou sua ação em defesa da soberania nacional e da melhoria das condições sociais da população brasileira, além de ter sido o grande responsável pela construção do projeto do Brasil moderno e independente. O Marechal Lott deixou um legado inigualável de militar comprometido com a legalidade constitucional que deveria servir de exemplo para todos os militares no sentido de atuarem de acordo com a Constituição para evitar novos golpes de estado que caracterizaram a história do Brasil. Leonel Brizola deixou um exemplo marcante de grande patriota e de coragem desmedida na luta contra a tirania, pela superação dos grandes entraves ao desenvolvimento do Brasil e pela libertação do País da exploração sofrida secularmente do capital internacional. Ulysses Guimarães deixou um legado indelével de luta intransigente na defesa da democracia e contra a tirania que deveria servir de exemplo para todos os políticos brasileiros. Que Getúlio Vargas, Leonel Brizola e Ulysses Guimarães sirvam de exemplo para as futuras gerações de brasileiros fazerem as melhores escolhas para elegerem futuros presidentes da República e parlamentares comprometidos com o progresso político, econômico e social, bem como os militares brasileiros se inspirem no exemplo do marechal Henrique Teixeira Lott, opositor de golpes de estado e de ditaduras e grande baluarte na defesa da pátria e da ordem constitucional. * Fernando Alcoforado, 81, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora
  • 6. 6 CRV, Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015), As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016), A Invenção de um novo Brasil (Editora CRV, Curitiba, 2017), Esquerda x Direita e a sua convergência (Associação Baiana de Imprensa, Salvador, 2018, em co- autoria) e Como inventar o futuro para mudar o mundo (Editora CRV, Curitiba, 2019).