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“Desafios e Oportunidades de Carreira na Maturidade:
Um Estudo Com Profissionais Brasileiros”
Mestrando: Edgard Pitta de Almeida
Orientadora: Profa. Dra. Neusa Maria Bastos F. Santos
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM ADMINISTRAÇÃO
PUC-SP
Sumário
1. Introdução
2. Referencial Teórico
3. Metodologia
4. Análise dos Dados
5. Conclusões e Considerações Finais
2
1. Introdução
1.1. Contextualização
A mudança na
estrutura etária
brasileira
– Taxas de Natalidade
e Mortalidade
decrescentes
– Rápido
envelhecimento
populacional
3
A força de trabalho está envelhecendo e
tenderá a diminuir nas próximas décadas
A idade média da População em Idade Ativa – PIA aumentou em 1,9 ano nos últimos 20
anos. Em 1980, foi de 35,2 anos e passou para 37,1 anos em 2000 (IPEA, 2006).
4
• O Brasil apresenta uma taxa de declínio na geração de renda a partir dos 50 anos mais acentuada do que a
média global.
• O estágio de superávit brasileiro dura cerca de 20 anos, começando entre 30 e 35 anos e terminando entre
50 e 55 anos. O déficit do ciclo de vida no estágio mais velho se torna negativo numa idade baixa e é muito
grande.
• O país apresenta o mais curto segundo estágio entre todos os países considerados, e a dependência dos
idosos é longa no ciclo de vida brasileiro. Em outros países o superávit começa já aos 20 anos (China) e
termina apenas aos 64 anos (Suécia). O Brasil também se destaca como o país com maiores níveis de
dependência em idades avançadas, e com superávits muito baixos. 5
Os ganhos na esperança de vida não
estão se traduzindo em uma maior
permanência na PEA
• Verificou-se o crescimento do
número de homens
brasileiros de 50 a 69 anos
que não trabalhavam, não
procuravam trabalho e nem
eram aposentados entre
1982 e 2012.
• Constituíam 3,4% dos
homens nessa faixa etária em
1982 e passaram a constituir
7,9% em 2012.
6
1.2. Problema e Objetivos
• O problema que se investigou empiricamente foi: Quais os
principais desafios e oportunidades de carreira enfrentados pelos
profissionais brasileiros na meia-idade?
• O objetivo geral desta dissertação foi levantar a percepção dos
entrevistados quanto aos impactos do envelhecimento em sua vida
profissional.
• Os objetivos específicos deste trabalho foram:
– Identificar os planos de carreira e de aposentadoria dos profissionais
maduros brasileiros.
– Levantar os níveis de satisfação com a carreira e sua relação com a
idade.
– Investigar os estereótipos etários e possíveis discriminações etárias.
7
1.3 Justificativa e Contribuição
Justificativas
• Tema ainda pouco abordado pela literatura organizacional no país,
apesar dos impactos do envelhecimento populacional no mercado
de trabalho.
• Importância de se entender as dinâmicas do desenvolvimento de
carreira dos profissionais maduros, que formarão significativa
parcela da força de trabalho brasileira.
Contribuição
• Contribuir para o aprofundamento do estudo da dinâmica do
mercado de trabalho brasileiro, notadamente quanto aos desafios
que serão enfrentados por empresas e profissionais diante do
envelhecimento da força de trabalho do país.
8
2. Referencial Teórico
2.1. Autores-Âncora e Literatura de Referência
Tema Autores
Carreira ARTHUR, HALL, SULLIVAN, SCHEIN
Carreira na Meia-Idade KANFER, HALL, POWER, ROTHAUSEN
HEDGE, BORMAN
Estágios de Carreira SUPER, HALL, LEVINSON
Etarismo POSTHUMA, WAGSTAFF e CAMPION,
PHILLIPS e SIU
Dados e Projeções sobre Envelhecimento
Populacional
IBGE, IPEA, WORLD BANK
9
2.2. Estágios de
Vida e Carreira
(Super, 1957)
10
2.3. Life span, Life Space (Super, 1990)
11
2.4. Ciclos de Carreira
Maxiciclo
Miniciclos
Miniciclos
Miniciclos
12
2.5. Visões Contemporâneas de
Carreira
• Carreiras sem fronteiras (ARTHUR e ROUSSEAU, 1996):
desenvolvimento de uma relação independente e
transacional entre organização e indivíduo, em que
trabalho é trocado por uma remuneração estipulada e
em que cabe às pessoas a responsabilidade pelo
desenvolvimento do conhecimento e das habilidades
necessárias para a movimentação profissional.
• Carreira Proteana (HALL, 1996): envolve uma mudança
no contrato psicológico entre os participantes,
principalmente no quesito lealdade empregado-
empresa. Mais desenhada pelo indivíduo do que pela
organização, e pode ser redirecionada de tempos em
tempos para atender às necessidades da pessoa.
13
2.6. A “nova” Carreira (Ibarra, 2009)
Uma sequência sem fronteiras e proteana de experiências
sintetizadas pelas seguintes tendências:
• Mobilidade: maior movimentação por empregadores e
carreiras.
• Reputações construídas de fora para dentro: validação e
valorização originando-se principalmente de fora da
empresa empregadora.
• Criação do próprio caminho de carreira: desenvolvimento
de orientação gerado internamente.
• Busca de sentido: o emprego é visto como um meio de
expressão de identidades e valores.
• Equilíbrio e flexibilidade: confundem-se as fronteiras entre
trabalho e vida pessoal.
14
3. Metodologia
• Estudo de caráter descritivo (GIL, 2008) ou quantitativo-descritivo (LAKATOS e Marconi,
2003), com o objetivo de descrever detalhadamente a amostra da população e verificar a
associação entre variáveis. Não foram estabelecidas hipóteses, mas foram levantadas
diversas variáveis potencialmente relevantes, com o objetivo de se encontrar as de valor
potencialmente preditivo.
• O procedimento adotado para a coleta dos dados foi o levantamento de campo (survey),
com desenho interseccional, por meio do uso de questionário eletrônico (Google Forms). Os
convites foram enviados a contatos diretos por e-mail e por redes sociais (LinkedIn e
Facebook), solicitando-se aos potenciais respondentes iniciais que também indicassem a
pesquisa a novos participantes (contatos indiretos), que, por sua vez, poderiam indicá-la a
outros participantes (contatos indiretos de segundo nível) e assim sucessivamente. A
vantagem do acesso a contatos indiretos é a diversificação de perfil dos indivíduos
participantes e, portanto, a redução de vieses na amostragem.
• Para este estudo, a população-alvo é a de profissionais brasileiros acima de 35 anos. Na
impossibilidade de se acessarem todos os elementos da população, utilizou-se a amostragem
não-probabilística intencional. Por não se tratar de amostragem probabilística, o número
total da amostra não pôde ser calculado por fórmulas específicas.
15
4. Análise dos Dados
• A coleta de dados foi realizada entre as datas de 30 de abril a 30 de
maio de 2015, tendo sido obtidos 281 questionários respondidos.
– 13 respondentes que não faziam parte da população-alvo, a saber,
indivíduos com idade inferior a 35 anos, foram direcionados para fora
do questionário e não tiveram respostas captadas.
– 268 respondentes, que estavam dentro da faixa etária determinada
(mais de 35 anos de idade) e profissionalmente ativos ou desejavam
estar, foram considerados válidos para este estudo.
• Não se verificou nenhuma resposta que apresentasse algum tipo de
inconsistência que justificasse a sua exclusão da base de dados.
• As análises foram realizadas com auxílio do software Statistical
Package for the Social Sciences (SPSS Statistics) e Microsoft Excel
(MS Excel) versão 2013 para Windows.
16
4.1. Perfil Demográfico da Amostra
Variável n %
Gênero
Feminino 131 48,9%
Masculino 137 51,1%
Idade
De 35 a 39 anos 46 17,2%
De 40 a 49 anos 118 44,0%
De 50 a 59 anos 87 32,5%
60 anos ou mais 17 6,3%
Nível de Escolaridade
Ensino Médio 4 1,5%
Superior 71 26,5%
Pós-graduação (lato sensu) 157 58,6%
Mestrado 26 9,7%
Doutorado 10 3,7%
Setor de atuação (nos últimos 5 anos)
Serviços 174 64,9%
Comércio 19 7,1%
Indústria 44 16,4%
Setor público 14 5,2%
Outros 16 6,0%
Educação 4 1,5%
Mercado financeiro 12 4,5%
17
4.2. Impacto no Envelhecimento na
Ocupação Atual
De 35 a 39 anos De 40 a 49 anos De 50 a 59 anos 60 anos ou mais
Aposentado, mas continua a trabalhar 0.0% 0.0% 9.2% 41.2%
Empresário / Empreendedor 15.2% 12.7% 18.4% 23.5%
Autônomo 6.5% 17.8% 27.6% 0.00%
Em busca de recolocação 21.7% 19.5% 23.0% 23.5%
Empregado 54.3% 50.0% 20.7% 5.9%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Figura 11 – Ocupação atual dos participantes da amostra (n=268)
Fonte: Dados de pesquisa
18
4.3. Impacto do Envelhecimento no
Emprego
De 35 a 39 anos
De 40 a 49
anos
De 50 a 59
anos
60 anos ou
mais Total Geral
Empregado 54,3% 50,0% 20,7% 5,9% 38,4%
Em busca de recolocação 21,7% 19,5% 23,0% 23,5% 21,3%
Total Interessados em Emprego 76,1% 69,5% 43,7% 29,4% 59,7%
% Em busca de Recolocação/Interessados em
Emprego 28,6% 28,0% 52,6% 80,0% 35,6%
Tabela 5 – Detalhamento da faixa etária dos empregados e desempregados da amostra (n=160)
Fonte: Dados de pesquisa
Verificou-se uma relação claramente negativa entre envelhecimento e emprego.
Na faixa dos 50 a 59 anos caiu sensivelmente o percentual de empregados (de cerca
50% da amostra para 20,7%) e apenas metade dos que desejariam estar empregados
têm um emprego (52,6%). Dos 60 anos em diante, apenas 5,9% dos indivíduos da
amostra reportaram estar empregados e daqueles que buscam recolocação apenas 1 em
cada 5 (20,0%) conseguem emprego.
19
4.4. Impacto do Envelhecimento no
tempo de recolocação profissional
Figura 32 – Tempo em busca de recolocação (n=53)
De 35 a 39 anos De 40 a 49 anos De 50 a 59 anos
Menos de 3 meses 40.0% 30.4% 15.0%
Entre 3 a 6 meses 30.0% 13.0% 10.0%
Entre 6 a 12 meses 10.0% 34.8% 30.0%
Mais de 12 meses 20.0% 21.7% 45.0%
0.0%
10.0%
20.0%
30.0%
40.0%
50.0%
Figura 33 – Expectativa de tempo de recolocação (n=53)
De 35 a 39 anos De 40 a 49 anos De 50 a 59 anos
Em até 3 meses 30.00% 26.09% 5.00%
Entre 3 a 6 meses 30.00% 30.43% 40.00%
Em mais de 6 meses 40.00% 43.48% 55.00%
0.00%
10.00%
20.00%
30.00%
40.00%
50.00%
60.00%
Fonte: Dados de pesquisa
20
4.5. Planos de Carreira e Idade
De 35 a 39 anos De 40 a 49 anos De 50 a 59 anos 60 anos ou mais
outro 7.9% 2.4% 4.0% 0.0%
abrir um negócio próprio 23.7% 9.5% 12.0% 0.0%
parar de trabalhar 0.0% 0.0% 0.0% 0.0%
aposentar-se 0.0% 0.0% 4.0% 20.0%
mudar de função ou de profissão 15.8% 31.0% 20.0% 20.0%
mudar de empresa, permanecendo na mesma área
de atuação
34.2% 25.0% 28.0% 20.0%
permanecer no mesmo emprego 18.4% 32.1% 32.0% 40.0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Figura 38 – Planos de Carreira para os próximos 3 a 5 anos (n=108)
21
4.6. Satisfação com a Carreira
• Dividida em cinco variáveis (Satisfação com o Trabalho Realizado, Remuneração,
Relações no Ambiente de Trabalho, Igualdade de Oportunidades e Potencial de
Crescimento Profissional).
• A idade não se mostrou como uma variável com bom poder preditivo para todos
os itens relativos à satisfação com a carreira. Este achado está de acordo com
estudos internacionais, como, por exemplo, SANTOS et al. (2006) que
encontraram, em pesquisa com mulheres executivas de nove países americanos,
apenas uma pequena relação positiva entre satisfação com a carreira e a idade.
• Como empresários e aposentados profissionalmente ativos reportaram os níveis
mais altos de satisfação e profissionais em busca de recolocação, os níveis mais
baixos, a ocupação atual parece ser uma variável mais promissora.
• É de se notar que os autônomos, embora tenham reportado menor satisfação com
a remuneração do que os empregados, mostraram-se mais satisfeitos do que
aqueles no que se refere às possibilidades de crescimento profissional, igualdade
de oportunidades e relações no ambiente de trabalho.
22
4.7. Avaliação de Carreira
Figura 22 – Avaliação de Carreira: Ser Promovido e Faixas Etárias (n=102)
De 35 a 39 anos De 40 a 49 anos De 50 a 59 anos
Improvável 16% 19% 22%
Pouco provável 24% 24% 44%
Neutro (ou não sabe
responder)
24% 27% 11%
Provável 28% 24% 17%
Muito provável 8% 7% 6%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Fonte: Dados de pesquisa
Figura 24 – Avaliação de Carreira: Ser Demitido e Faixas Etárias (n=102)
De 35 a 39 anos De 40 a 49 anos De 50 a 59 anos
Improvável 12.0% 13.6% 11.1%
Pouco provável 32.0% 25.4% 27.8%
Neutro (ou não sabe
responder)
44.0% 40.7% 27.8%
Provável 12.0% 16.9% 22.2%
Muito provável 0.0% 3.4% 11.1%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Fonte: Dados de pesquisa
23
4.8. Acesso ao Treinamento
De 35 a 39 anos De 40 a 49 anos De 50 a 59 anos 60 anos ou mais
Nunca 9.5% 14.3% 11.5% 14.3%
Raramente 14.3% 14.3% 7.7% 14.3%
Nem sempre 9.5% 11.9% 11.5% 0.0%
Às vezes 33.3% 23.8% 26.9% 42.9%
Com frequência 33.3% 35.7% 42.3% 28.6%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Diretor
Gerente ou
Superintende
nte
Líder de
equipe
(Coordenador
, Supervisor,
etc)
Sênior (sem
equipe)
Em busca de
recolocação
Nunca 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 21.1%
Raramente 0.0% 0.0% 0.0% 5.3% 19.3%
Nem sempre 0.0% 0.0% 0.0% 31.6% 7.0%
Às vezes 25.0% 25.0% 37.5% 21.1% 29.8%
Com frequência 75.0% 75.0% 62.5% 42.1% 22.8%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Figura 40 – Acesso ao treinamento corporativo por faixa etária (n=108)
Fonte: Dados de pesquisa
Figura 41 – Acesso ao treinamento corporativo por níveis hierárquicos (n=108)
24
4.9. Estereótipos Etários
82.6%
68.7% 67.2% 66.0%
60.8%
37.4% 34.0%
28.7%
21.1%
11.7% 9.4% 9.1%
14.3%
26.4%
21.9%
30.2%
32.8%
43.0% 47.2%
49.1%
37.7%
33.2% 40.0%
48.3%
3.0% 4.9%
10.9%
3.8% 6.4%
19.6% 18.9% 22.3%
41.1%
55.1% 50.6%
42.6%
0.0%
10.0%
20.0%
30.0%
40.0%
50.0%
60.0%
70.0%
80.0%
90.0%
100.0%
Positiva Neutra Negativa
NeutrosPositivos Negativos
Figura 61 – Quadro-Resumo da Percepção Atribuída ao Mercado sobre os Profissionais Mais Velhos (n=265)
Fonte: Dados de pesquisa
25
4.10. Etarismo entre os Profissionais
Maduros
26
4.11. Autoavaliação
Na sua opinião, quais as suas qualidades
como profissional?
Frequências % do total dos
respondentes da
questão
Experiência profissional 233 87,9%
Flexibilidade 195 73,6%
Conhecimento técnico 188 70,9%
Motivação 162 61,1%
Liderança 159 60,0%
Produtividade 142 53,6%
Atualização às novas tecnologias 102 38,5%
Outro 23 8,7%
Tabela 19 – Autoavaliação Profissional (n=265)
Fonte: Dados de pesquisa
27
4.12. Preconceito Etário
28
4.13. Discriminação Etária
Você já se sentiu vítima de discriminação etária em
alguma das situações a seguir?
Frequência
% do total de respondentes da
questão
Não foi contratado por causa da sua idade 61 59,8%
Recebeu salário inferior à média 36 35,3%
Deixou de ser promovido em razão de sua idade 26 25,5%
Deixou de participar de treinamento 22 21,6%
Foi demitido ou forçado a sair em razão da sua idade 20 19,6%
Sofreu assédio moral relacionado à idade 20 19,6%
Sofreu rebaixamento de posição 10 9,8%
Outro 6 5,9%
Figura 67 – Vítima de Preconceito Etário (n=265)
De 35 a 39
anos
De 40 a 49
anos
De 50 a 59
anos
60 anos ou
mais
Não 64.4% 67.8% 41.9% 43.8%
Sim 35.6% 32.2% 58.1% 56.3%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Fonte: Dados de pesquisa
Tabela 20 – Vítima de discriminação etária em ambiente profissional
Fonte: Dados de pesquisa
29
4.14. Planos de Aposentadoria
Figura 68 – Idade Planejada Aposentadoria (n=211)
De 35 a 39 anos De 40 a 49 anos De 50 a 59 anos
Não tenho planos de aposentadoria 0.0% 0.9% 3.4%
Quando completar a idade máxima 12.2% 12.6% 8.5%
Aos 75 anos 0.0% 0.0% 1.7%
Aos 70 anos 14.6% 17.1% 16.9%
Aos 65 anos 22.0% 20.7% 28.8%
Aos 60 anos 19.5% 21.6% 25.4%
Aos 55 anos 14.6% 12.6% 8.5%
Quando completar a idade mínima 17.1% 14.4% 6.8%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Fonte: Dados de pesquisa
30
4.15. Planos para pós-Aposentadoria
De 35 a 39 anos De 40 a 49 anos De 50 a 59 anos
Não 64.44% 60.17% 56.58%
Sim 35.56% 39.83% 43.42%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
75%
80%
85%
90%
95%
100%
De 35 a 39 anosDe 40 a 49 anosDe 50 a 59 anos 60 anos ou
mais
Não
Sim
Figura 70 – Acha que será fácil continuar no mercado de trabalho até
alcançar a idade mínima legal para a aposentadoria? (n=242)
Fonte: Dados de pesquisa
Figura 71 – Pretende continuar profissionalmente ativo após a aposentadoria?
(n=242)
Fonte: Dados de pesquisa
31
5. Conclusões e Considerações Finais
• No suporte teórico verificou-se nos planos de carreira dos indivíduos que o desejo de permanência no
emprego – mais de acordo com a visão tradicional dos estágios de carreira (SUPER), convive com planos
de mudança de emprego – melhor suportados teoricamente pelas visões de Carreiras sem Fronteiras
(ARTHUR) e Carreiras Proteanas (HALL) e de mudanças de função ou transições de carreira – melhores
explicadas pelos ciclos de aprendizagem (HALL).
• Embora reconhecidas as especificidades da carreira na idade madura, não se verificou a emergência de
nenhuma teoria própria para essa faixa etária.
• A pesquisa mostrou uma relação negativa inequívoca entre emprego e idade.
• A ocupação atuação e nível hierárquico mostraram maior potencial preditivo para satisfação com carreira.
• Os estereótipos etários negativos crescem em proporção à idade mas nem todos os estereótipos etários
são negativos.
• Os indivíduos mais velhos relataram percentuais mais altos de discriminação etária, com um aumento
importante já se verificando na faixa dos 50 a 59 anos.
• Os achados nas seções Satisfação com Carreira e Estereótipos Etários se mostraram condizentes com
muitos estudos internacionais sobre o tema (PHILLIPS e SIU, 2012; POSTHUMA et al., 2012).
• Os profissionais apresentaram perspectivas condizentes para uma maior expectativa de vida e planos
para uma vida profissional mais longa, o que condiz com a nova estrutura etária e regulamentação
previdenciária do país.
• A amostragem utilizada limita a generalização dos resultados para a população em estudo.
32

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Desafios e Oportunidades de Carreira na Maturidade - Um Estudo com Profissionais Brasileiros

  • 1. “Desafios e Oportunidades de Carreira na Maturidade: Um Estudo Com Profissionais Brasileiros” Mestrando: Edgard Pitta de Almeida Orientadora: Profa. Dra. Neusa Maria Bastos F. Santos PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM ADMINISTRAÇÃO PUC-SP
  • 2. Sumário 1. Introdução 2. Referencial Teórico 3. Metodologia 4. Análise dos Dados 5. Conclusões e Considerações Finais 2
  • 3. 1. Introdução 1.1. Contextualização A mudança na estrutura etária brasileira – Taxas de Natalidade e Mortalidade decrescentes – Rápido envelhecimento populacional 3
  • 4. A força de trabalho está envelhecendo e tenderá a diminuir nas próximas décadas A idade média da População em Idade Ativa – PIA aumentou em 1,9 ano nos últimos 20 anos. Em 1980, foi de 35,2 anos e passou para 37,1 anos em 2000 (IPEA, 2006). 4
  • 5. • O Brasil apresenta uma taxa de declínio na geração de renda a partir dos 50 anos mais acentuada do que a média global. • O estágio de superávit brasileiro dura cerca de 20 anos, começando entre 30 e 35 anos e terminando entre 50 e 55 anos. O déficit do ciclo de vida no estágio mais velho se torna negativo numa idade baixa e é muito grande. • O país apresenta o mais curto segundo estágio entre todos os países considerados, e a dependência dos idosos é longa no ciclo de vida brasileiro. Em outros países o superávit começa já aos 20 anos (China) e termina apenas aos 64 anos (Suécia). O Brasil também se destaca como o país com maiores níveis de dependência em idades avançadas, e com superávits muito baixos. 5
  • 6. Os ganhos na esperança de vida não estão se traduzindo em uma maior permanência na PEA • Verificou-se o crescimento do número de homens brasileiros de 50 a 69 anos que não trabalhavam, não procuravam trabalho e nem eram aposentados entre 1982 e 2012. • Constituíam 3,4% dos homens nessa faixa etária em 1982 e passaram a constituir 7,9% em 2012. 6
  • 7. 1.2. Problema e Objetivos • O problema que se investigou empiricamente foi: Quais os principais desafios e oportunidades de carreira enfrentados pelos profissionais brasileiros na meia-idade? • O objetivo geral desta dissertação foi levantar a percepção dos entrevistados quanto aos impactos do envelhecimento em sua vida profissional. • Os objetivos específicos deste trabalho foram: – Identificar os planos de carreira e de aposentadoria dos profissionais maduros brasileiros. – Levantar os níveis de satisfação com a carreira e sua relação com a idade. – Investigar os estereótipos etários e possíveis discriminações etárias. 7
  • 8. 1.3 Justificativa e Contribuição Justificativas • Tema ainda pouco abordado pela literatura organizacional no país, apesar dos impactos do envelhecimento populacional no mercado de trabalho. • Importância de se entender as dinâmicas do desenvolvimento de carreira dos profissionais maduros, que formarão significativa parcela da força de trabalho brasileira. Contribuição • Contribuir para o aprofundamento do estudo da dinâmica do mercado de trabalho brasileiro, notadamente quanto aos desafios que serão enfrentados por empresas e profissionais diante do envelhecimento da força de trabalho do país. 8
  • 9. 2. Referencial Teórico 2.1. Autores-Âncora e Literatura de Referência Tema Autores Carreira ARTHUR, HALL, SULLIVAN, SCHEIN Carreira na Meia-Idade KANFER, HALL, POWER, ROTHAUSEN HEDGE, BORMAN Estágios de Carreira SUPER, HALL, LEVINSON Etarismo POSTHUMA, WAGSTAFF e CAMPION, PHILLIPS e SIU Dados e Projeções sobre Envelhecimento Populacional IBGE, IPEA, WORLD BANK 9
  • 10. 2.2. Estágios de Vida e Carreira (Super, 1957) 10
  • 11. 2.3. Life span, Life Space (Super, 1990) 11
  • 12. 2.4. Ciclos de Carreira Maxiciclo Miniciclos Miniciclos Miniciclos 12
  • 13. 2.5. Visões Contemporâneas de Carreira • Carreiras sem fronteiras (ARTHUR e ROUSSEAU, 1996): desenvolvimento de uma relação independente e transacional entre organização e indivíduo, em que trabalho é trocado por uma remuneração estipulada e em que cabe às pessoas a responsabilidade pelo desenvolvimento do conhecimento e das habilidades necessárias para a movimentação profissional. • Carreira Proteana (HALL, 1996): envolve uma mudança no contrato psicológico entre os participantes, principalmente no quesito lealdade empregado- empresa. Mais desenhada pelo indivíduo do que pela organização, e pode ser redirecionada de tempos em tempos para atender às necessidades da pessoa. 13
  • 14. 2.6. A “nova” Carreira (Ibarra, 2009) Uma sequência sem fronteiras e proteana de experiências sintetizadas pelas seguintes tendências: • Mobilidade: maior movimentação por empregadores e carreiras. • Reputações construídas de fora para dentro: validação e valorização originando-se principalmente de fora da empresa empregadora. • Criação do próprio caminho de carreira: desenvolvimento de orientação gerado internamente. • Busca de sentido: o emprego é visto como um meio de expressão de identidades e valores. • Equilíbrio e flexibilidade: confundem-se as fronteiras entre trabalho e vida pessoal. 14
  • 15. 3. Metodologia • Estudo de caráter descritivo (GIL, 2008) ou quantitativo-descritivo (LAKATOS e Marconi, 2003), com o objetivo de descrever detalhadamente a amostra da população e verificar a associação entre variáveis. Não foram estabelecidas hipóteses, mas foram levantadas diversas variáveis potencialmente relevantes, com o objetivo de se encontrar as de valor potencialmente preditivo. • O procedimento adotado para a coleta dos dados foi o levantamento de campo (survey), com desenho interseccional, por meio do uso de questionário eletrônico (Google Forms). Os convites foram enviados a contatos diretos por e-mail e por redes sociais (LinkedIn e Facebook), solicitando-se aos potenciais respondentes iniciais que também indicassem a pesquisa a novos participantes (contatos indiretos), que, por sua vez, poderiam indicá-la a outros participantes (contatos indiretos de segundo nível) e assim sucessivamente. A vantagem do acesso a contatos indiretos é a diversificação de perfil dos indivíduos participantes e, portanto, a redução de vieses na amostragem. • Para este estudo, a população-alvo é a de profissionais brasileiros acima de 35 anos. Na impossibilidade de se acessarem todos os elementos da população, utilizou-se a amostragem não-probabilística intencional. Por não se tratar de amostragem probabilística, o número total da amostra não pôde ser calculado por fórmulas específicas. 15
  • 16. 4. Análise dos Dados • A coleta de dados foi realizada entre as datas de 30 de abril a 30 de maio de 2015, tendo sido obtidos 281 questionários respondidos. – 13 respondentes que não faziam parte da população-alvo, a saber, indivíduos com idade inferior a 35 anos, foram direcionados para fora do questionário e não tiveram respostas captadas. – 268 respondentes, que estavam dentro da faixa etária determinada (mais de 35 anos de idade) e profissionalmente ativos ou desejavam estar, foram considerados válidos para este estudo. • Não se verificou nenhuma resposta que apresentasse algum tipo de inconsistência que justificasse a sua exclusão da base de dados. • As análises foram realizadas com auxílio do software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS Statistics) e Microsoft Excel (MS Excel) versão 2013 para Windows. 16
  • 17. 4.1. Perfil Demográfico da Amostra Variável n % Gênero Feminino 131 48,9% Masculino 137 51,1% Idade De 35 a 39 anos 46 17,2% De 40 a 49 anos 118 44,0% De 50 a 59 anos 87 32,5% 60 anos ou mais 17 6,3% Nível de Escolaridade Ensino Médio 4 1,5% Superior 71 26,5% Pós-graduação (lato sensu) 157 58,6% Mestrado 26 9,7% Doutorado 10 3,7% Setor de atuação (nos últimos 5 anos) Serviços 174 64,9% Comércio 19 7,1% Indústria 44 16,4% Setor público 14 5,2% Outros 16 6,0% Educação 4 1,5% Mercado financeiro 12 4,5% 17
  • 18. 4.2. Impacto no Envelhecimento na Ocupação Atual De 35 a 39 anos De 40 a 49 anos De 50 a 59 anos 60 anos ou mais Aposentado, mas continua a trabalhar 0.0% 0.0% 9.2% 41.2% Empresário / Empreendedor 15.2% 12.7% 18.4% 23.5% Autônomo 6.5% 17.8% 27.6% 0.00% Em busca de recolocação 21.7% 19.5% 23.0% 23.5% Empregado 54.3% 50.0% 20.7% 5.9% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Figura 11 – Ocupação atual dos participantes da amostra (n=268) Fonte: Dados de pesquisa 18
  • 19. 4.3. Impacto do Envelhecimento no Emprego De 35 a 39 anos De 40 a 49 anos De 50 a 59 anos 60 anos ou mais Total Geral Empregado 54,3% 50,0% 20,7% 5,9% 38,4% Em busca de recolocação 21,7% 19,5% 23,0% 23,5% 21,3% Total Interessados em Emprego 76,1% 69,5% 43,7% 29,4% 59,7% % Em busca de Recolocação/Interessados em Emprego 28,6% 28,0% 52,6% 80,0% 35,6% Tabela 5 – Detalhamento da faixa etária dos empregados e desempregados da amostra (n=160) Fonte: Dados de pesquisa Verificou-se uma relação claramente negativa entre envelhecimento e emprego. Na faixa dos 50 a 59 anos caiu sensivelmente o percentual de empregados (de cerca 50% da amostra para 20,7%) e apenas metade dos que desejariam estar empregados têm um emprego (52,6%). Dos 60 anos em diante, apenas 5,9% dos indivíduos da amostra reportaram estar empregados e daqueles que buscam recolocação apenas 1 em cada 5 (20,0%) conseguem emprego. 19
  • 20. 4.4. Impacto do Envelhecimento no tempo de recolocação profissional Figura 32 – Tempo em busca de recolocação (n=53) De 35 a 39 anos De 40 a 49 anos De 50 a 59 anos Menos de 3 meses 40.0% 30.4% 15.0% Entre 3 a 6 meses 30.0% 13.0% 10.0% Entre 6 a 12 meses 10.0% 34.8% 30.0% Mais de 12 meses 20.0% 21.7% 45.0% 0.0% 10.0% 20.0% 30.0% 40.0% 50.0% Figura 33 – Expectativa de tempo de recolocação (n=53) De 35 a 39 anos De 40 a 49 anos De 50 a 59 anos Em até 3 meses 30.00% 26.09% 5.00% Entre 3 a 6 meses 30.00% 30.43% 40.00% Em mais de 6 meses 40.00% 43.48% 55.00% 0.00% 10.00% 20.00% 30.00% 40.00% 50.00% 60.00% Fonte: Dados de pesquisa 20
  • 21. 4.5. Planos de Carreira e Idade De 35 a 39 anos De 40 a 49 anos De 50 a 59 anos 60 anos ou mais outro 7.9% 2.4% 4.0% 0.0% abrir um negócio próprio 23.7% 9.5% 12.0% 0.0% parar de trabalhar 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% aposentar-se 0.0% 0.0% 4.0% 20.0% mudar de função ou de profissão 15.8% 31.0% 20.0% 20.0% mudar de empresa, permanecendo na mesma área de atuação 34.2% 25.0% 28.0% 20.0% permanecer no mesmo emprego 18.4% 32.1% 32.0% 40.0% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Figura 38 – Planos de Carreira para os próximos 3 a 5 anos (n=108) 21
  • 22. 4.6. Satisfação com a Carreira • Dividida em cinco variáveis (Satisfação com o Trabalho Realizado, Remuneração, Relações no Ambiente de Trabalho, Igualdade de Oportunidades e Potencial de Crescimento Profissional). • A idade não se mostrou como uma variável com bom poder preditivo para todos os itens relativos à satisfação com a carreira. Este achado está de acordo com estudos internacionais, como, por exemplo, SANTOS et al. (2006) que encontraram, em pesquisa com mulheres executivas de nove países americanos, apenas uma pequena relação positiva entre satisfação com a carreira e a idade. • Como empresários e aposentados profissionalmente ativos reportaram os níveis mais altos de satisfação e profissionais em busca de recolocação, os níveis mais baixos, a ocupação atual parece ser uma variável mais promissora. • É de se notar que os autônomos, embora tenham reportado menor satisfação com a remuneração do que os empregados, mostraram-se mais satisfeitos do que aqueles no que se refere às possibilidades de crescimento profissional, igualdade de oportunidades e relações no ambiente de trabalho. 22
  • 23. 4.7. Avaliação de Carreira Figura 22 – Avaliação de Carreira: Ser Promovido e Faixas Etárias (n=102) De 35 a 39 anos De 40 a 49 anos De 50 a 59 anos Improvável 16% 19% 22% Pouco provável 24% 24% 44% Neutro (ou não sabe responder) 24% 27% 11% Provável 28% 24% 17% Muito provável 8% 7% 6% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Fonte: Dados de pesquisa Figura 24 – Avaliação de Carreira: Ser Demitido e Faixas Etárias (n=102) De 35 a 39 anos De 40 a 49 anos De 50 a 59 anos Improvável 12.0% 13.6% 11.1% Pouco provável 32.0% 25.4% 27.8% Neutro (ou não sabe responder) 44.0% 40.7% 27.8% Provável 12.0% 16.9% 22.2% Muito provável 0.0% 3.4% 11.1% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Fonte: Dados de pesquisa 23
  • 24. 4.8. Acesso ao Treinamento De 35 a 39 anos De 40 a 49 anos De 50 a 59 anos 60 anos ou mais Nunca 9.5% 14.3% 11.5% 14.3% Raramente 14.3% 14.3% 7.7% 14.3% Nem sempre 9.5% 11.9% 11.5% 0.0% Às vezes 33.3% 23.8% 26.9% 42.9% Com frequência 33.3% 35.7% 42.3% 28.6% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Diretor Gerente ou Superintende nte Líder de equipe (Coordenador , Supervisor, etc) Sênior (sem equipe) Em busca de recolocação Nunca 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 21.1% Raramente 0.0% 0.0% 0.0% 5.3% 19.3% Nem sempre 0.0% 0.0% 0.0% 31.6% 7.0% Às vezes 25.0% 25.0% 37.5% 21.1% 29.8% Com frequência 75.0% 75.0% 62.5% 42.1% 22.8% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Figura 40 – Acesso ao treinamento corporativo por faixa etária (n=108) Fonte: Dados de pesquisa Figura 41 – Acesso ao treinamento corporativo por níveis hierárquicos (n=108) 24
  • 25. 4.9. Estereótipos Etários 82.6% 68.7% 67.2% 66.0% 60.8% 37.4% 34.0% 28.7% 21.1% 11.7% 9.4% 9.1% 14.3% 26.4% 21.9% 30.2% 32.8% 43.0% 47.2% 49.1% 37.7% 33.2% 40.0% 48.3% 3.0% 4.9% 10.9% 3.8% 6.4% 19.6% 18.9% 22.3% 41.1% 55.1% 50.6% 42.6% 0.0% 10.0% 20.0% 30.0% 40.0% 50.0% 60.0% 70.0% 80.0% 90.0% 100.0% Positiva Neutra Negativa NeutrosPositivos Negativos Figura 61 – Quadro-Resumo da Percepção Atribuída ao Mercado sobre os Profissionais Mais Velhos (n=265) Fonte: Dados de pesquisa 25
  • 26. 4.10. Etarismo entre os Profissionais Maduros 26
  • 27. 4.11. Autoavaliação Na sua opinião, quais as suas qualidades como profissional? Frequências % do total dos respondentes da questão Experiência profissional 233 87,9% Flexibilidade 195 73,6% Conhecimento técnico 188 70,9% Motivação 162 61,1% Liderança 159 60,0% Produtividade 142 53,6% Atualização às novas tecnologias 102 38,5% Outro 23 8,7% Tabela 19 – Autoavaliação Profissional (n=265) Fonte: Dados de pesquisa 27
  • 29. 4.13. Discriminação Etária Você já se sentiu vítima de discriminação etária em alguma das situações a seguir? Frequência % do total de respondentes da questão Não foi contratado por causa da sua idade 61 59,8% Recebeu salário inferior à média 36 35,3% Deixou de ser promovido em razão de sua idade 26 25,5% Deixou de participar de treinamento 22 21,6% Foi demitido ou forçado a sair em razão da sua idade 20 19,6% Sofreu assédio moral relacionado à idade 20 19,6% Sofreu rebaixamento de posição 10 9,8% Outro 6 5,9% Figura 67 – Vítima de Preconceito Etário (n=265) De 35 a 39 anos De 40 a 49 anos De 50 a 59 anos 60 anos ou mais Não 64.4% 67.8% 41.9% 43.8% Sim 35.6% 32.2% 58.1% 56.3% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Fonte: Dados de pesquisa Tabela 20 – Vítima de discriminação etária em ambiente profissional Fonte: Dados de pesquisa 29
  • 30. 4.14. Planos de Aposentadoria Figura 68 – Idade Planejada Aposentadoria (n=211) De 35 a 39 anos De 40 a 49 anos De 50 a 59 anos Não tenho planos de aposentadoria 0.0% 0.9% 3.4% Quando completar a idade máxima 12.2% 12.6% 8.5% Aos 75 anos 0.0% 0.0% 1.7% Aos 70 anos 14.6% 17.1% 16.9% Aos 65 anos 22.0% 20.7% 28.8% Aos 60 anos 19.5% 21.6% 25.4% Aos 55 anos 14.6% 12.6% 8.5% Quando completar a idade mínima 17.1% 14.4% 6.8% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Fonte: Dados de pesquisa 30
  • 31. 4.15. Planos para pós-Aposentadoria De 35 a 39 anos De 40 a 49 anos De 50 a 59 anos Não 64.44% 60.17% 56.58% Sim 35.56% 39.83% 43.42% 0% 20% 40% 60% 80% 100% 75% 80% 85% 90% 95% 100% De 35 a 39 anosDe 40 a 49 anosDe 50 a 59 anos 60 anos ou mais Não Sim Figura 70 – Acha que será fácil continuar no mercado de trabalho até alcançar a idade mínima legal para a aposentadoria? (n=242) Fonte: Dados de pesquisa Figura 71 – Pretende continuar profissionalmente ativo após a aposentadoria? (n=242) Fonte: Dados de pesquisa 31
  • 32. 5. Conclusões e Considerações Finais • No suporte teórico verificou-se nos planos de carreira dos indivíduos que o desejo de permanência no emprego – mais de acordo com a visão tradicional dos estágios de carreira (SUPER), convive com planos de mudança de emprego – melhor suportados teoricamente pelas visões de Carreiras sem Fronteiras (ARTHUR) e Carreiras Proteanas (HALL) e de mudanças de função ou transições de carreira – melhores explicadas pelos ciclos de aprendizagem (HALL). • Embora reconhecidas as especificidades da carreira na idade madura, não se verificou a emergência de nenhuma teoria própria para essa faixa etária. • A pesquisa mostrou uma relação negativa inequívoca entre emprego e idade. • A ocupação atuação e nível hierárquico mostraram maior potencial preditivo para satisfação com carreira. • Os estereótipos etários negativos crescem em proporção à idade mas nem todos os estereótipos etários são negativos. • Os indivíduos mais velhos relataram percentuais mais altos de discriminação etária, com um aumento importante já se verificando na faixa dos 50 a 59 anos. • Os achados nas seções Satisfação com Carreira e Estereótipos Etários se mostraram condizentes com muitos estudos internacionais sobre o tema (PHILLIPS e SIU, 2012; POSTHUMA et al., 2012). • Os profissionais apresentaram perspectivas condizentes para uma maior expectativa de vida e planos para uma vida profissional mais longa, o que condiz com a nova estrutura etária e regulamentação previdenciária do país. • A amostragem utilizada limita a generalização dos resultados para a população em estudo. 32