O documento discute a lubrificação industrial, definindo-a como a introdução de uma substância entre superfícies em movimento relativo para reduzir o atrito. A lubrificação diminui a dissipação de energia como calor, a temperatura, a corrosão, vibrações e desgaste. Os lubrificantes mais comuns são óleos e graxas minerais, vegetais ou sintéticos.
2. Lubrificação é uma operação que consiste em
introduzir uma substância apropriada entre superfícies sólidas
que estejam em contato entre si e que executam movimentos
relativos. Essa substância apropriada normalmente é um óleo
ou uma graxa que impede o contato direto entre as
superfícies sólidas.
Quando recobertos por um lubrificante, os pontos de
atrito das superfícies sólidas fazem com que o atrito sólido
seja substituído pelo atrito fluido, ou seja, em atrito entre
uma superfície sólida e um fluido.
3. Além dessa redução do atrito, outros objetivos
são alcançados com a lubrificação, se a substância
lubrificante for selecionada corretamente:
· menor dissipação de energia na forma de calor;
· redução da temperatura, pois o lubrificante
também refrigera;
· redução da corrosão;
· redução de vibrações e ruídos;
· redução do desgaste.
4. NOÇÕES BÁSICAS SOBRE ATRITO
• Atrito: Quando um corpo qualquer, sólido, líquido
ou gasoso, move-se sobre a superfície de um
outro, origina-se uma resistência a este
movimento chamado força de atrito.
A REDUÇÃO DO ATRITO E SUAS CONSEQÜÊNCIA SÃO ACENTUADAS
SOBREMANEIRA PELO USO DO LUBRIFICANTE
5. TIPOS DE
ATRITO
Atrito por deslizamento: quando a superfície de um corpo ou
desliza em contato com a superfície de outro corpo, havendo
movimento relativo entre os pontos em contato.
6. ATRITO POR
ROLAMENTO
Quando a superfície de um corpo rola sobre a superfície do
outro sem escorregar, não havendo movimento relativo entre
os pontos em contato.
10. FONTES DE
LUBRIFICAN
TES
• Fonte Animal: óleo de peixe, gorduras em geral
• Fonte Vegetal: óleo de mamona, óleo de linhaça,
etc
• Lubrificante Sintéticos: Éster Fosfato,
água e glicol, poliol-éster, silicone. Obs:
alto custo
• Fonte Mineral: Obtidos a partir do petróleo
11. LUBRIFICANTES
LÍQUIDOS
• Óleos minerais: São óleos obtidos a partir do
petróleo e suas propriedades estão relacionadas
com a natureza do petróleo.
• Óleos graxos: São os óleos orgânicos de origem
vegetal ou animal. Ex: óleos de palma, sebo de boi,
azeite.
• Óleos Compostos: Mistura de óleos minerais com
óleos graxos, melhorando a oleosidade e a
emulsificação dos óleos lubrificantes.
• Óleos Sintéticos: São obtidos através da síntese
química.
12. Aplicações dos Óleos
Os óleos animais e vegetais raramente são
usados isoladamente como lubrificantes, por causa
da sua baixa resistência à oxidação, quando
comparados a outros tipos de lubrificantes. Em vista
disso, eles geralmente são adicionados aos óleos
minerais com a função de atuar como agentes de
oleosidade.
A mistura obtida apresenta características
eficientes para lubrificação, especialmente em
regiões de difícil lubrificação.
13. Aplicações dos Óleos
Alguns óleos vegetais são usados na
alimentação humana.
Os óleos sintéticos são de aplicação muito rara,
em razão de seu elevado custo, e são utilizados nos
casos em que outros tipos de substâncias não têm
atuação eficiente.
Os óleos minerais são os mais utilizados nos
mecanismos industriais, sendo obtidos em larga
escala a partir do petróleo.
14. Características dos óleos lubrificantes
Os óleos lubrificantes, antes de serem colocados à
venda pelo fabricante, são submetidos a ensaios físicos
padronizados que, além de controlarem a qualidade do
produto, servem como parâmetros para os usuários.
Os principais ensaios físicos padronizados para os óleos
lubrificantes encontram-se resumidos na tabela:
15.
16. CARACTERÍSTICAS E ANÁLISE
DOS ÓLEOS
LUBRIFICANTES
Viscosidade: É a característica mais importante, sendo definida
como a resistência oposta ao escoamento.
Viscosímetros utilizados:
• Saybolt (América do Norte) => SSU
• Cinemático (ISO) => centistoke (cST)
18. CARACTERÍSTICAS E ANÁLISE DOS
ÓLEOS LUBRIFICANTES
• Índice de Viscosidade: Como a viscosidade varia com
a temperatura,foi necessário criar sistemas e conceitos
como o índice de viscosidade (IV)
• IV=> avalia a tendência que os óleos têm de variar sua
viscosidade com a variação da temperatura.
• Óleos de baixo IV = alta variação da viscosidade frente a
variação de temperatura
• Óleos de alto IV = baixa variação da viscosidade
frente a variação da temperatura.
19. CARACTERÍSTICAS E ANÁLISE
DOS ÓLEOS
LUBRIFICANTES
• Ponto de fulgor: É a temperatura que o produto deve ser aquecido
para produzir vapor para formar com o ar uma mistura capaz de
inflamar momentaneamente pela presença de chama piloto.
• Ponto de combustão ou inflamação: É a temperatura que o
produto deve ser aquecido para se inflamar de maneira contínua.
20. CARACTERÍSTICAS E ANÁLISE
DOS ÓLEOS
LUBRIFICANTES
• Cor: não deve ser levada em consideração na definição de
sua troca por fim de vida útil.
• Número de neutralização: avalia a acidez ou a alcalinidade
de um óleo lubrificante.Utilizado para determinar o grau de
deteriorização do óleo,através da variação da acidez durante
o uso.
• Resíduo do carbono: avalia a tendência que os
lubrificantes têm de formar resíduos ou borras de
carbono no interior de um equipamento,submetido a
altas temperaturas.
• Demulsividade: É a capacidade que os óleos possuem
de separem da água.
21. CARACTERÍSTICAS E ANÁLISE DOS
ÓLEOS LUBRIFICANTES
Espuma: Os óleos lubrificantes quando agitados
tendem a formar espuma na presença do ar. Esta
espuma é indesejada pois provoca cavitação nas
bombas, falta de eficiência no sistema hidráulico,
perda de eficiência.
Principais causas de espuma no
óleo:
• Contaminação do óleo
• Falta de qualidade do óleo
• Nível de óleo baixo
• Entrada de ar na sucção da
22. ADITIVOS PARA ÓLEOS
LUBRIFICANTES
Aditivos são substâncias usadas para melhor e conferir aos
óleos lubrificantes propriedades especiais.
• Anti-oxidante: Inibem as reações de oxidação
(reações químicas)
• Anti-corrosivos: Protegem as partes metálicas
dos equipamentos contra a corrosão
• Extrema pressão: Quando possui a propriedade de evitar
que as superfícies em movimento entrem em
contato,mesmo quando as pressões são elevadas.
• Anti-espumante: Previnem a formação de
espuma, desmanchando as espumas do sistema.
23. ADITIVOS PARA ÓLEOS LUBRIFICANTES
• Detergentes: São empregados em óleo de motor,
conservando o motor limpo,impedindo a formação
de vernizes, borras.
• Dispersantes: Para evitar que os produtos da
oxidação do óleo e outros materiais insolúveis
formem sedimentos e depositem nas partes do
motor.
• Abaixadores de ponto de fluidez: Agem
separando os cristais de ceras,impedindo que
aglomerem a baixa temperatura. São usados em
equipamentos de regiões frias.
24. ESTADOS FÍSICOS DO
LUBRIFICANTE
• Gasosos: São usados em casos especiais,em lugares
onde não são possíveis as aplicações dos lubrificantes
convencionais. Ex: broca de dentistas.
• Sólidos: De modo geral apresentam boas propriedades de
untuosidade e são capazes de resistir à elevadas
temperaturas e pressões.
• Grafite-> Capacidade de formar filmes sobre as superfícies
metálicas dos mancais e equipamentos mecânicos
• Dissulfeto de Molibdênio-> Utilizado até 400 graus Celsius
25. ESTADO FÍSICO DOS LUBRIFICANTE
• Pastosos: Compreendem as graxas e as
composições lubrificantes.
Composição Lubrificante:
• Composições betuminosas: Apresentam grande
adesividade e elevada viscosidade, muito utilizada
na lubrificação de grandes engrenagens expostas,
cabos de aço, etc.
• Pastas especiais para estampagem: São
fabricadas com sabões e gorduras, podendo
conter materiais sólidos ou não,como óxidos de
certos metais
26. GRAX
AS
São produtos semi-sólidos, provenientes da dispersão de um
agente espessante (sabão) e um líquido lubrificante, podendo
conter outros aditivos para conferir certas propriedade e
características.
Componentes essenciais das graxas
• Lubrificante líquido: (óleos minerais, óleos sintéticos)
• Agentes espessantes: (sabões e não sabões)
27. VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS GRAXAS
• Apresentam melhores propriedade de retenção, pois tem
afinidade com as superfícies metálicas
• Prefere-se graxa quando é impraticável um suprimento
contínuo de óleo.
• Agem como elemento de vedação quando em atmosfera
poluídas.
• As graxas não dissipam calor tão bem como os óleos, por
isto são preferidas em regime de baixa velocidade.
29. SABÕES MAIS UTILIZADOS PARA COMPOR
AS GRAXAS
• Sabões de cálcio: Resistem à ação da água, porém não resistem às
temperaturas acima de 70oC.
• Sabões de sódio: Apresentam boa resistência a alta temperaturas, porém
não resistem a água
• Sabões de alumínio: Possuem excelentes propriedades de
adesividade,resistem à oxidação, não resistem a altas temperaturas.Cerca
de 100oC.
• Sabões de lítio: São graxas de múltiplas aplicações,pois reúnem as
características das demais.Cerca de 160oC
• Sabões de base mista: São formuladas para associarem as vantagens
oferecidas pelos diversos tipos de sabões
30. ENSAIOS DAS
GRAXAS
Ponto de gota: é a temperatura na qual o produto torna-se
suficientemente fluído sendo capaz de gotejar através de um orifício.
PONTO DE GOTAoF
• Graxa de Cálcio......................................................150-200 (65,5ºC-93,3ºC)
• Graxas de Alumínio................................................180-230
• Graxas de Sódio e Cálcio.......................................250-380
• Graxas de Sódio.....................................................300 -500
• Graxas de Lítio.......................................................350 -425
• Graxas de Bário......................................................350 -475
• Graxas Especiais de Argila, Sílica ou Grafite........500 oumais
31. VANTAGEM DA ANÁLISE DE
ÓLEO
• Menor custo de manutenção
• Economia de lubrificantes – a troca do óleo pode ser feita com
base nos resultados de análises
• Vida útil dos componentes ampliada
• Economia de mão-de-obra
• Redução dos custos de material de reposição
• Maior disponibilidade dos equipamentos
• Evita paradas inesperadas e avarias de proporções
catastróficas (na maioria dos casos)
• Manutenção com melhor qualidade
• Controle e análise do desgaste de equipamentos
• Otimização da produção
• Manutenção do ritmo de produção
32. COMO É FEITA A
ANÁLISE?
ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA
viscosidade, TBN, TAN, ponto de
fulgor, diluição, fuligem, índice de
precipitação, água, insolúveis,
gramas/litro, espuma, corrosão em
lâmina de cobre etc).
ESPECTROMETRIADE
ABSORÇÃO ATÔMICA
Determinação do teor dos metais
(Al, Cu, Cr, Fe, Si, Pb, Zn, Sn, Ca,
Na, Ag).
CONTAGEM DE PARTÍCULAS E
CLASSIFICAÇÃO DO GRAU DE
CONTAMINAÇÃO
(N.A.S 1683 e ISO 4406).
EXAME DA LÂMINA DO ÓLEO
Estudo morfológico de partículas
sólidas e de desgaste
33. TAN representa o número de acidez total, este valor indica
a quantidade total de substâncias acidas contidas no óleo. As
substâncias ácidas geradas pela oxidação do óleo podem atacar
metais e produzir compostos insolúveis. As normas que definem
este ensaio são ASTM D664 e ASTM D974, a unidade é mgKOH/g.
TBN representa o número de base/álcali total, este valor
indica a quantidade total de substâncias básicas contidas no
óleo.
35. DISPOSITIVOS E ACESSÓRIOS DE
LUBRIFICAÇÃO
• Com perda total do lubrificante: O lubrificante
é usado apenas uma única vez
• Com reaproveitamento do lubrificante: O
lubrificante é usado várias vezes até que perca
suas características lubrificantes e deva ser
descartado.
38. COPOS CONTA-
GOTAS
• Usados para a lubrificação à
óleo
A l a v a n c a d e
f e c h a m e n t o
P a r a f u s o p a r a
a j u s t e d e f u x o
V is o r
V á l v u l a d e
a g u l h a
39. ALMOTOL
IA
Destina-se à aplicação do óleo sendo um método simples
porém ineficiente devido às condições de excesso ou falta
de lubrificante. Depende do ser humano.
40. LUBRIFICADOR DE NÍVEL
CONSTANTE
É muito importante para manter o nível correto do óleo
num reservatório geralmente usado em mancais
lubrificados por anel.
Reservatório
Nível
41. PISTOLAS
GRAXEIRAS
São capazes de injetar lubrificante à alta pressão através dos
pinos graxeiros. Seus volumes variam de 500g à 1500g
aproximadamente.
42. PISTOLA DE PRESSÃO
• Geralmente são usadas para fornecimento de quantidade
menores de graxas, à pressão menores.
43. BOMBA-
BALDE
• São usadas para transferência de graxa para as pistolas
graxeiras ou para mancais onde é necessário grandes
volumes de óleo ou graxa
45. COPO
LUBRIFICADOR
A regulagem do fluxo de óleo
tem que ser executada
somente quando houver
fluxo de ar através da
unidade lubrificadora
46. BOMBAS PNEUMÁTICAS
• São bombas graxeiras operadas à ar comprimido
• São usadas quando tem um grande número de mancais
que precisam de volumes consideráveis de graxa.
• Podem ser bomba pneumática típica: Dispõe de um
reservatório de graxa com capacidade de 17Kg,
montada rodas
• Pneumática tambor: Estas são colocadas diretamente sobre
os tambores de graxa.
49. SISTEMA CIRCULATÓRIO POR
GRAVIDADE
Nesse sistema o óleo e bombeado para um reservatório
superior acima das partes a serem lubrificados, daí o fluído
por gravidade chega aos pontos delubrificação.
50. PLANO DE
INSPEÇÃO PLANO
DE MANUTENÇÃO
As seguintes rotinas devem ser anotadas para
garantia da boa performance dos sistemas centralizados.
51. LUBRIFICAÇÃO DOS MANCAIS DE
DESLIZAMENTO
A escolha de um óleo ou graxa dependerá dos fatores
• Geometria do mancal: dimensões, folga mancal/eixo;
• Carga do mancal;
• Temperatura de operação do mancal
• Condições ambientais: temperatura, umidade, poeira e
contaminantes;
• Método de aplicação
52. LUBRIFICAÇÃO DOS MANCAIS DE
ROLAMENTO
• Rolamentos axiais autocompensadores de rolos são
normalmente lubrificados com óleo
• Os demais tipos podem ser lubrificados com óleo ou
graxa
• Lubrificação com graxa: mancais de fácil acesso: Caixa
bipartida
• Lubrificação com óleo: Geralmente emprega-se um
sistema circulatório para o óleo