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xx VEÍCULOS
GAMBIARRA
Transportadora transforma leito em banco para três lugares, mas não faz ancoragem c
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do cinto de segurança, o que põe em risco a vida dos funcionários da empresa y
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FOTOS MERCEDES-BENZ / DIVULGAÇÃO
Leito transformado em banco não oferece segurança para os funcionários da transportadora Granero. Cinto de segurança não é preso da forma correta, o que faz com que os passageiros fiquem soltos e expostos ao risco
Economia porca
DANIEL CAMARGOS
A Granero, transportadora pau-
lista que atua em todo o País, adap-
uma cabine com cinco lugares,
transformando o que seria uma ca-
ma em um banco para três pessoas.
A empresa se gaba de economizar
de apoio. Somente na capital paulis-
ta, considerando-se dez operações
por dia, a economia estimada é de
R$ 90 mil. Porém, o cinto de segu-
acontece no Brasil. Se não tem anco-
ragem é como se não existisse o cin-
to de segurança”, explica o coorde-
nador da Faculdade de Engenharia
da Mercedes-Benz, segundo Grane-
ro. Porém, a assessoria de imprensa
da montadora informa que não teve
participação na adaptação.
tou caminhões Mercedes-Benz Ate- com a idéia cerca de R$ 300 por mu- rança no banco adaptado não tem Mecânica da Unicamp Celso Arruda, Apesar de negar, na revista Sua
go com cabine do tipo leito para dança, pois poupa o uso de um carro ancoragem. “É o tipo de coisa que só especialista em segurança veicular. Boa Estrela, editada pela Mercedes, a
A adapta- adaptação é elogiada, como referen-
ção é conside- da o texto da publicação: “A adapta-
rada pelo dire- ção empreendida pela Granero se
tor da empre- mostrou a melhor opção para cum-
sa, Robson prir as operações de grandes mu-
Granero, uma danças, principalmente nos centros
CYAN MAGENTA AMARELO PRETO
idéia que pos- urbanos, onde o tráfego é um obstá-
sibilitou gran- culo constante a ser superado”.
de economia. Robson Granero explica que a
Granero expli- idéia é expandir a adaptação para a
ca que a em- frota de caminhões de mudança de
presa tinha todo o País. Entretanto, o gerente de
um problema manutenção, Nercy Gasparini, res-
para o trans- ponsável pelas adaptações, disse, ao
porte dos fun- ser questionado sobre a forma de
cionários para execução da ancoragam do cinto de
acompanhar o segurança, que a adaptação foi des-
caminhão feita. “Não estava correto legal e tec-
com a mudan- nicamente”, afirmou o gerente. Gas-
ça, pois era parini não soube precisar por quan-
preciso um to tempo a adaptação vigorou e dis-
carro para le- se que quando um caminhão ficar
vá-los. O de- parado por mais tempo na oficina
senvolvimen- ele pretende refazer a adaptação de
to do projeto forma correta.
contou com a Celso Arruda, da Unicamp, expli-
participação ca que o processo de ancoragem do
cinto é complicado. “Muitos com-
pram um furgão e o transformam
em carro de passageiro. Para isso, fa-
zem um furo na coluna e parafusam
para encaixar o cinto de segurança”,
exemplifica. Porém, ele explica que
o processo “requer um pouco mais
de engenharia”.
O ideal, segundo Arruda, é que o
cinto de segurança já saia da fábrica.
“A ancoragem do cinto de segurança
é preparada para agüentar uma
pressão de 3 mil toneladas e o ser
humano suporta, no máximo, uma
pressão de 900 kg”, explica. Dessa
forma, o cinto agüenta o impacto
com sobra. Caso a ancoragem seja
feita de forma incorreta ou não exis-
ta, como no caso da Granero, o pas-
sageiro pode ser projetado para a
frente ou para os lados, sendo que o
peso é multiplicado pela velocidade
ao quadrado, podendo, além de viti-
mar aqueles que estão com cinto
sem ancoragem, matar os ocupan-
tes do banco da frente.
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