SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 36
SUICIDIO

Enciclopédia Delta de História Geral: 2.500
aC, cidade de Ur –12 pessoas ingeriram
veneno
SUICIDIO
Gesto de coragem
Gesto e covardia
Ato de sucesso

Suicídio

Ato de fracasso
Direito legitimo
Ato criminoso contra si próprio
Um assassinato em que a vítima
e agressor são a mesma pessoa
Informações da Secretaria Municipal de São
Paulo (2003):

...o suicídio foi a quarta causa de morte na
população entre 10 e 24 anos em 2001.
No período de 1996 a 2002, foram
registrados 400 a 500 suicídios a cada ano
em SP, 80% na população até 54 anos de
idade
Organização Mundial da Saúde (OMS):

Cerca de 815.000 pessoas se mataram no ano
2000 em todo o mundo
Uma taxa de 14.5 para cada 100.000
habitantes
Um suicídio a cada 40 segundos
Dutra, refere que:

“(...) a tentativa de suicídio é mais freqüente
do que pensa a maioria das pessoas (...)
Contudo o mais preocupante nesses resultados
é a constatação de que são os jovens, em sua
maioria mulheres, aqueles que mais buscam a
morte voluntária”
Em relação a pratica do suicídio EUA, Hass admite:

“A cada ano, aproximadamente 31.000
suicídios ocorrem nos EUA, e estima-se
que 5.000 desses estão sob cuidados de um
profissional da saúde mental, ou estiveram,
30 dias antes da tentativa de suicídio (...) é
estimado que o número de terapeutas
afetados por clientes que tentam suicídio
pode variar entre 5.000 e 15.000 por ano”
Na atualidade a patologia suicida é uma
patologia social, então a terapêutica não
pode ser senão comunitária. Sua prática
ultrapassará o campo do consultório
individual para impor como necessários o
contato do médico com a família do
paciente, as autoridades políticas,
educacionais ...
Angermani- Camon. Suicídio: uma alternativa à
vida, uma visão clinico existencial. São Paulo: Traço,
1986
Cassorla mostra resultados de estudos
realizados no Brasil com jovens suicidas:

“(...) estes provinham de lares
perturbados, desfeitos, com um número
significativo de doenças crônicas,
somáticas e mentais, onde o alcoolismo
é freqüente e não raro alguns membros
dessas famílias têm problemas judiciais”
identificar seus
indícios
não é possível
prever o suicídio

avaliar os níveis
de risco
intervenção
Fukumitsu comenta que nos EUA, em
algumas clinicas, se dispõe de um formulário
que é preenchido e assinado pelo paciente
(suspeito de tentativa de suicídio), no qual
este se compromete a não realizar essa
prática
Estes formulários apontam para duas
questões:
-o paciente é responsável pelas suas
escolhas
-de que se está despreparado para perder
clientes por suicídio, porque não há
procedimentos definidos a seguir diante
dessa situação
Trata-se de compreender o que está por
trás da intenção suicida, a razão
existencial do gesto extremo
Devemos prestar atenção não ao suicídio
em si, mas a falta de sentido da vida
O psicoterapeuta deve buscar
compreender:
Qual comunicação que não pode ser
comunicada
Qual palavra que não pode ser dita
Qual gesto não pode ser efetivado
Devemos prestar atenção não ao suicídio
em si, mas a falta de sentido da vida
Hass diz respeito a experiência de perder
um cliente devido ao suicídio:
Perder um cliente devido ao suicídio era
meu grande medo e então se tornou uma
realidade (...) A perda de um cliente traz
um impacto devastador: em ambos os
níveis: profissional e pessoal
Como um psicoterapeuta pode
compreender e instrumentar uma
intervenção?
Risco suicida e implicações no processo
terapêutico
É um sintoma e um ato. É uma questão
ontológica
De qualquer forma ele envolve uma
intencionalidade; a liberdade de escolher
como viver ou morrer
Sinais suicidas que aparecem no setting
terapêutico

Falta de esperança
Comportamento social introvertido
Falta de energia
A Organização de Saúde Mental aponta
características do estado mental do
paciente suicida :ambivalência, impulsividade
e rigidez

O risco suicida diminui quando morrer se
Ambivalência: desejo de viver ese oferece
suporte para que o desejo de viver seja
confundem. Há urgência de se libertar da
ampliado
dor de viver e ao mesmo tempo há um
Muitos suicidas não querem morrer, apenas
estão desconformes com a vida
Ambivalência : Habita no sujeito ao mesmo
tempo o desejo de viver e morrer

Impulsividade: O suicídio é também um ato
impulsivo, como tal é temporário e dura alguns
minutos ou horas.
Normalmente é despertado por situações
negativas do cotidiano
Rigidez: Nos suicidas os pensamentos,
sentimentos e ações estão como que
enrijecidos.
Há pensamentos direcionados a idéia de
suicídio, o sujeito não consegue pensar em
outras possibilidades ou soluções para
aliviar a dor
é quase impossível o terapeuta estar
pronto para aceitar a possibilidade do
suicídio do cliente, mesmo sabendo sobre
do risco eminente

Freqüentemente o terapeuta não vê
claramente que o paciente é suicida, por
isso é pego de surpresa
Mesmo na ausência da maioria dos fatores
de risco, não é eliminada a possibilidade de
suicídio.
Soma-se a isto o fato de que durante as
entrevistas, freqüentemente a pessoa não
discute seus pensamentos suicidas
abertamente
Wise & Rundell apresentam uma lista de fatores de risco
de suicídio
Psiquiátrico
•Depressão
•Alcoolismo. 50 vezes maior que a população geral, 25% de todos
os suicídios
•Dependência química. 10% de morte de viciados são suicidas
•Disfunções da personalidade: compulsivos e boderlines
•Esquizofrenia
•Psicoses orgânicas
•Pessoas com tentativas anteriores de suicídio
•Histórico familiar: risco aumentado em gêmeos e adoção
•Pacientes e diálise tem risco maior que a população geral
Psicológico
•Histórico de perdas recentes
•Histórico de perdas de pais na infância
•Datas importantes, comemorativas, feriados
etc
•Instabilidade familiar
•Isolamento social; perda de suporte social
Social
•Sexo: risco no homem é 3 vezes maior que na mulher
•Idade: aumento de probabilidade acima dos 45 anos;
nas mulheres acima de 55 anos, depois a taxa declina
•Religião: protestantes e ateus tem maior risco que
judeus e católicos
•Geografia: mais índice em conglomerados urbanos
•Estado civil:
divorciado>>solteiro>>viúvo>>casado
•Socioeconômico: extremos:
rico-pobre/aposentado,desempregado
Diante da ambigüidade dos sinais
suicidas e frente a vulnerabilidade do
terapeuta, é importante:
-documentar todas as situações (contatos
telefônicos, sessões extras com o paciente)
-incluir no contrato terapêutico a cláusula
que diga que o sigilo será quebrado em
casos de risco de vida do cliente, mas
lembrando que o terapeuta entrará m
contato com a família somente nesse caso
de risco suicida e com o consentimento do
paciente
fazer pelos suicidas é
oferecer a possibilidade de
estar com, de lidar com o
emergencial e, ao mesmo
tempo, ter a capacidade de
se estar com o outro sem
fazer pelo outro”
“...
“...na relação
dialógica permite-se
que o vazio possa se
expressar”
“...não se consegue tirar
ninguém do vazio
existencial, pois o vazio já
está lá (...)Ajudamos nossos
clientes a transformar o
vazio estéril em vazio fértil”
Angerami-Camon:

“O objetivo principal do
primeiro atendimento
psicológico é o estabelecimento
de um sustentáculo emocional
para que o paciente possa, em
seguida , descobrir novas
possibilidades e alternativas
para sua vida”
Três questões são necessárias levar em
conta com pacientes suicidas:
1-reconhecer os fatores de risco
2-a atitude terapêutica é a escuta e a
observação atenta do comportamento do
cliente: avaliar o grau de depressão, as idéias
suicidas, planos suicidas, o nível de
autocontrole e a intenção suicida
3-se há potencialmente a possibilidade de
suicídio deve-se explorar o problema do
suicídio com o cliente
Frente a indícios de potencial suicida é
prudente:
Focalizar os temasdia a dia do cliente
sobre as características
Monitorarooatendimento aterapêutico
Disponibilizar acompanhante domicilio
Contar comcríticos, internação em hospitais
Em casos um
positivas do cliente
nos finais deum trabalho interdisciplinar
que tenham semana
Em situações de tentativa suicida é
necessário ampliar o sistema de apoio
O terapeuta deve a é muito sobre o risco
Conscientizar ter a mão telefones de
A terapia familiar família importante
emergência, para um contar com cliente e
Encaminhar essencialpsiquiatra ouaAlgumas
porque é de ideações suicidas.
quando mostra pessoas ligadas ao
serviços públicos e privados a trabalhar
profissional de de suicídio ocorrem em datas
ajuda familiar
das tentativas saúde disposto
interdisciplinarmente
comemorativas, “reações de aniversário”
Na situação de efetivação da
tentativa de suicídio
Encaminhar mais rápido possível for
Comunicar aoomédico da família e separa o
É necessário ficar em caso de
hospitalsolicitar sua presença no hospital
próximo, com a pessoa, nunca
possível
deixá-la sozinha
envenenamento ou uso de medicação levar
a bula ou saber o nome do produto
Referência Bibliográfica
FUKUMITSU, Karina. Suicídio e
Psicoterapia. Uma visão gestáltica.
São Paulo: Livro Pleno, 2005

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Prevenção ao Suicídio - Um Manual para Profissionais da Saúde em Atenção Prim...
Prevenção ao Suicídio - Um Manual para Profissionais da Saúde em Atenção Prim...Prevenção ao Suicídio - Um Manual para Profissionais da Saúde em Atenção Prim...
Prevenção ao Suicídio - Um Manual para Profissionais da Saúde em Atenção Prim...Jeferson Espindola
 
Problemas Contemporâneos - Suicídio
Problemas Contemporâneos - SuicídioProblemas Contemporâneos - Suicídio
Problemas Contemporâneos - SuicídioÂngelo Rafael
 
Apresentação de TCC sobre Suicídio: compreender, identificar e prevenir.
Apresentação de TCC sobre Suicídio: compreender, identificar e prevenir.Apresentação de TCC sobre Suicídio: compreender, identificar e prevenir.
Apresentação de TCC sobre Suicídio: compreender, identificar e prevenir.Leonardo Leal Luchetta
 
Suicidio Émile Durkheim
Suicidio Émile DurkheimSuicidio Émile Durkheim
Suicidio Émile DurkheimEsther Macêdo
 
Slides suicício (2)
Slides suicício (2)Slides suicício (2)
Slides suicício (2)Catiane HENZ
 
Suicídio: aspectos gerais e o papel da psicologia na sua compreensão e prevenção
Suicídio: aspectos gerais e o papel da psicologia na sua compreensão e prevençãoSuicídio: aspectos gerais e o papel da psicologia na sua compreensão e prevenção
Suicídio: aspectos gerais e o papel da psicologia na sua compreensão e prevençãoWashington Costa
 
Palestra sobre suicídio original
Palestra sobre suicídio originalPalestra sobre suicídio original
Palestra sobre suicídio originalAlinebrauna Brauna
 
SUICÍDIO - ORIENTAÇÕES PARA PROFISSIONAIS DE PSICOLOGIA
SUICÍDIO - ORIENTAÇÕES PARA PROFISSIONAIS DE PSICOLOGIASUICÍDIO - ORIENTAÇÕES PARA PROFISSIONAIS DE PSICOLOGIA
SUICÍDIO - ORIENTAÇÕES PARA PROFISSIONAIS DE PSICOLOGIARafael Almeida
 
Cartilha de prevencao_ao_suicidio
Cartilha de prevencao_ao_suicidioCartilha de prevencao_ao_suicidio
Cartilha de prevencao_ao_suicidioKelly Pereira
 
Setembro amarelo
Setembro amareloSetembro amarelo
Setembro amareloHelio Cruz
 
Ciulla Clínica Psiquiátrica - Risco de Suicídio Entre Idosos
Ciulla Clínica Psiquiátrica - Risco de Suicídio Entre IdososCiulla Clínica Psiquiátrica - Risco de Suicídio Entre Idosos
Ciulla Clínica Psiquiátrica - Risco de Suicídio Entre Idososclinicaciulla
 
PRIMEIROS SOCORROS EM TENTATIVAS DE SUICÍDIO, Prof, Enf: Joselene Beatriz
PRIMEIROS SOCORROS EM TENTATIVAS DE SUICÍDIO, Prof, Enf: Joselene BeatrizPRIMEIROS SOCORROS EM TENTATIVAS DE SUICÍDIO, Prof, Enf: Joselene Beatriz
PRIMEIROS SOCORROS EM TENTATIVAS DE SUICÍDIO, Prof, Enf: Joselene Beatrizjoselene beatriz
 
Risco de suicídio helio rocha
Risco de suicídio helio rochaRisco de suicídio helio rocha
Risco de suicídio helio rochaInaiara Bragante
 

Mais procurados (20)

Atenção ao suicídio setembro 2016
Atenção ao suicídio setembro 2016 Atenção ao suicídio setembro 2016
Atenção ao suicídio setembro 2016
 
Prevenção ao Suicídio - Um Manual para Profissionais da Saúde em Atenção Prim...
Prevenção ao Suicídio - Um Manual para Profissionais da Saúde em Atenção Prim...Prevenção ao Suicídio - Um Manual para Profissionais da Saúde em Atenção Prim...
Prevenção ao Suicídio - Um Manual para Profissionais da Saúde em Atenção Prim...
 
Problemas Contemporâneos - Suicídio
Problemas Contemporâneos - SuicídioProblemas Contemporâneos - Suicídio
Problemas Contemporâneos - Suicídio
 
Apresentação de TCC sobre Suicídio: compreender, identificar e prevenir.
Apresentação de TCC sobre Suicídio: compreender, identificar e prevenir.Apresentação de TCC sobre Suicídio: compreender, identificar e prevenir.
Apresentação de TCC sobre Suicídio: compreender, identificar e prevenir.
 
Suicidio Émile Durkheim
Suicidio Émile DurkheimSuicidio Émile Durkheim
Suicidio Émile Durkheim
 
Durkheim suicidio
Durkheim suicidioDurkheim suicidio
Durkheim suicidio
 
Slides suicício (2)
Slides suicício (2)Slides suicício (2)
Slides suicício (2)
 
Suicídio: aspectos gerais e o papel da psicologia na sua compreensão e prevenção
Suicídio: aspectos gerais e o papel da psicologia na sua compreensão e prevençãoSuicídio: aspectos gerais e o papel da psicologia na sua compreensão e prevenção
Suicídio: aspectos gerais e o papel da psicologia na sua compreensão e prevenção
 
Palestra sobre suicídio original
Palestra sobre suicídio originalPalestra sobre suicídio original
Palestra sobre suicídio original
 
Suicídios
SuicídiosSuicídios
Suicídios
 
Palestra Setembro Amarelo
Palestra Setembro AmareloPalestra Setembro Amarelo
Palestra Setembro Amarelo
 
Prevenção de suicídio
Prevenção de suicídioPrevenção de suicídio
Prevenção de suicídio
 
SUICÍDIO - ORIENTAÇÕES PARA PROFISSIONAIS DE PSICOLOGIA
SUICÍDIO - ORIENTAÇÕES PARA PROFISSIONAIS DE PSICOLOGIASUICÍDIO - ORIENTAÇÕES PARA PROFISSIONAIS DE PSICOLOGIA
SUICÍDIO - ORIENTAÇÕES PARA PROFISSIONAIS DE PSICOLOGIA
 
Não se mate você não morre
Não se mate você não morreNão se mate você não morre
Não se mate você não morre
 
Cartilha de prevencao_ao_suicidio
Cartilha de prevencao_ao_suicidioCartilha de prevencao_ao_suicidio
Cartilha de prevencao_ao_suicidio
 
Setembro amarelo
Setembro amareloSetembro amarelo
Setembro amarelo
 
Ciulla Clínica Psiquiátrica - Risco de Suicídio Entre Idosos
Ciulla Clínica Psiquiátrica - Risco de Suicídio Entre IdososCiulla Clínica Psiquiátrica - Risco de Suicídio Entre Idosos
Ciulla Clínica Psiquiátrica - Risco de Suicídio Entre Idosos
 
Apresentação Curso de Enfermagem
Apresentação Curso de EnfermagemApresentação Curso de Enfermagem
Apresentação Curso de Enfermagem
 
PRIMEIROS SOCORROS EM TENTATIVAS DE SUICÍDIO, Prof, Enf: Joselene Beatriz
PRIMEIROS SOCORROS EM TENTATIVAS DE SUICÍDIO, Prof, Enf: Joselene BeatrizPRIMEIROS SOCORROS EM TENTATIVAS DE SUICÍDIO, Prof, Enf: Joselene Beatriz
PRIMEIROS SOCORROS EM TENTATIVAS DE SUICÍDIO, Prof, Enf: Joselene Beatriz
 
Risco de suicídio helio rocha
Risco de suicídio helio rochaRisco de suicídio helio rocha
Risco de suicídio helio rocha
 

Semelhante a Suicídio - Fatores de risco e intervenção terapêutica

AULA ABP SETEMBRO AMARELO Miriam Gorender
AULA ABP SETEMBRO AMARELO Miriam GorenderAULA ABP SETEMBRO AMARELO Miriam Gorender
AULA ABP SETEMBRO AMARELO Miriam GorenderMiriam Gorender
 
Factos e mitos associados ao suicídio
Factos e mitos associados ao suicídioFactos e mitos associados ao suicídio
Factos e mitos associados ao suicídioOficina Psicologia
 
Risco de suicídio helio rocha
Risco de suicídio helio rochaRisco de suicídio helio rocha
Risco de suicídio helio rochaInaiara Bragante
 
Risco de suicídio helio rocha
Risco de suicídio helio rochaRisco de suicídio helio rocha
Risco de suicídio helio rochaInaiara Bragante
 
Risco de suicídio helio rocha
Risco de suicídio helio rochaRisco de suicídio helio rocha
Risco de suicídio helio rochaInaiara Bragante
 
Risco de suicídio helio rocha
Risco de suicídio helio rochaRisco de suicídio helio rocha
Risco de suicídio helio rochaInaiara Bragante
 
Setembro-Amarelo-Vamos-falar-sobre-suicídio.pdf
Setembro-Amarelo-Vamos-falar-sobre-suicídio.pdfSetembro-Amarelo-Vamos-falar-sobre-suicídio.pdf
Setembro-Amarelo-Vamos-falar-sobre-suicídio.pdfGabriellaDias35
 
Palestra sobre suicídio original
Palestra sobre suicídio originalPalestra sobre suicídio original
Palestra sobre suicídio originalAlinebrauna Brauna
 
PREVENÇÃO AO SUICÍDIO.pptx
PREVENÇÃO AO SUICÍDIO.pptxPREVENÇÃO AO SUICÍDIO.pptx
PREVENÇÃO AO SUICÍDIO.pptxHugo Silva
 
PRONTOS PARA MATAR E PARA MORRER
PRONTOS PARA MATAR E PARA MORRERPRONTOS PARA MATAR E PARA MORRER
PRONTOS PARA MATAR E PARA MORRERRafael Almeida
 
Suicídiocompatibilidade
SuicídiocompatibilidadeSuicídiocompatibilidade
SuicídiocompatibilidadeRenata Semann
 
Guia rápido de Prevenção ao Suicidio mitos e verdades SMS_Rio.pdf
Guia rápido de Prevenção ao Suicidio mitos e verdades SMS_Rio.pdfGuia rápido de Prevenção ao Suicidio mitos e verdades SMS_Rio.pdf
Guia rápido de Prevenção ao Suicidio mitos e verdades SMS_Rio.pdfTelma Lima
 
02 adolescência e suicídio
02 adolescência e suicídio02 adolescência e suicídio
02 adolescência e suicídioGraça Martins
 

Semelhante a Suicídio - Fatores de risco e intervenção terapêutica (20)

Crise e Suicídio
Crise e SuicídioCrise e Suicídio
Crise e Suicídio
 
Apresentação soi
Apresentação   soiApresentação   soi
Apresentação soi
 
AULA ABP SETEMBRO AMARELO Miriam Gorender
AULA ABP SETEMBRO AMARELO Miriam GorenderAULA ABP SETEMBRO AMARELO Miriam Gorender
AULA ABP SETEMBRO AMARELO Miriam Gorender
 
Factos e mitos associados ao suicídio
Factos e mitos associados ao suicídioFactos e mitos associados ao suicídio
Factos e mitos associados ao suicídio
 
Risco de suicídio
Risco de suicídio Risco de suicídio
Risco de suicídio
 
Risco de suicídio helio rocha
Risco de suicídio helio rochaRisco de suicídio helio rocha
Risco de suicídio helio rocha
 
Risco de suicídio helio rocha
Risco de suicídio helio rochaRisco de suicídio helio rocha
Risco de suicídio helio rocha
 
Risco de suicídio helio rocha
Risco de suicídio helio rochaRisco de suicídio helio rocha
Risco de suicídio helio rocha
 
Risco de suicídio helio rocha
Risco de suicídio helio rochaRisco de suicídio helio rocha
Risco de suicídio helio rocha
 
Setembro-Amarelo-Vamos-falar-sobre-suicídio.pdf
Setembro-Amarelo-Vamos-falar-sobre-suicídio.pdfSetembro-Amarelo-Vamos-falar-sobre-suicídio.pdf
Setembro-Amarelo-Vamos-falar-sobre-suicídio.pdf
 
Palestra sobre suicídio original
Palestra sobre suicídio originalPalestra sobre suicídio original
Palestra sobre suicídio original
 
PREVENÇÃO AO SUICÍDIO.pptx
PREVENÇÃO AO SUICÍDIO.pptxPREVENÇÃO AO SUICÍDIO.pptx
PREVENÇÃO AO SUICÍDIO.pptx
 
PRONTOS PARA MATAR E PARA MORRER
PRONTOS PARA MATAR E PARA MORRERPRONTOS PARA MATAR E PARA MORRER
PRONTOS PARA MATAR E PARA MORRER
 
Suicídio.pptx
Suicídio.pptxSuicídio.pptx
Suicídio.pptx
 
Suicídiocompatibilidade
SuicídiocompatibilidadeSuicídiocompatibilidade
Suicídiocompatibilidade
 
Guia rápido de Prevenção ao Suicidio mitos e verdades SMS_Rio.pdf
Guia rápido de Prevenção ao Suicidio mitos e verdades SMS_Rio.pdfGuia rápido de Prevenção ao Suicidio mitos e verdades SMS_Rio.pdf
Guia rápido de Prevenção ao Suicidio mitos e verdades SMS_Rio.pdf
 
1265454
12654541265454
1265454
 
02 adolescência e suicídio
02 adolescência e suicídio02 adolescência e suicídio
02 adolescência e suicídio
 
setembro amarelo meire.pptx
setembro amarelo meire.pptxsetembro amarelo meire.pptx
setembro amarelo meire.pptx
 
Suicídio
SuicídioSuicídio
Suicídio
 

Suicídio - Fatores de risco e intervenção terapêutica

  • 1. SUICIDIO Enciclopédia Delta de História Geral: 2.500 aC, cidade de Ur –12 pessoas ingeriram veneno
  • 2. SUICIDIO Gesto de coragem Gesto e covardia Ato de sucesso Suicídio Ato de fracasso Direito legitimo Ato criminoso contra si próprio Um assassinato em que a vítima e agressor são a mesma pessoa
  • 3. Informações da Secretaria Municipal de São Paulo (2003): ...o suicídio foi a quarta causa de morte na população entre 10 e 24 anos em 2001. No período de 1996 a 2002, foram registrados 400 a 500 suicídios a cada ano em SP, 80% na população até 54 anos de idade
  • 4. Organização Mundial da Saúde (OMS): Cerca de 815.000 pessoas se mataram no ano 2000 em todo o mundo Uma taxa de 14.5 para cada 100.000 habitantes Um suicídio a cada 40 segundos
  • 5. Dutra, refere que: “(...) a tentativa de suicídio é mais freqüente do que pensa a maioria das pessoas (...) Contudo o mais preocupante nesses resultados é a constatação de que são os jovens, em sua maioria mulheres, aqueles que mais buscam a morte voluntária”
  • 6. Em relação a pratica do suicídio EUA, Hass admite: “A cada ano, aproximadamente 31.000 suicídios ocorrem nos EUA, e estima-se que 5.000 desses estão sob cuidados de um profissional da saúde mental, ou estiveram, 30 dias antes da tentativa de suicídio (...) é estimado que o número de terapeutas afetados por clientes que tentam suicídio pode variar entre 5.000 e 15.000 por ano”
  • 7. Na atualidade a patologia suicida é uma patologia social, então a terapêutica não pode ser senão comunitária. Sua prática ultrapassará o campo do consultório individual para impor como necessários o contato do médico com a família do paciente, as autoridades políticas, educacionais ... Angermani- Camon. Suicídio: uma alternativa à vida, uma visão clinico existencial. São Paulo: Traço, 1986
  • 8. Cassorla mostra resultados de estudos realizados no Brasil com jovens suicidas: “(...) estes provinham de lares perturbados, desfeitos, com um número significativo de doenças crônicas, somáticas e mentais, onde o alcoolismo é freqüente e não raro alguns membros dessas famílias têm problemas judiciais”
  • 9. identificar seus indícios não é possível prever o suicídio avaliar os níveis de risco intervenção
  • 10. Fukumitsu comenta que nos EUA, em algumas clinicas, se dispõe de um formulário que é preenchido e assinado pelo paciente (suspeito de tentativa de suicídio), no qual este se compromete a não realizar essa prática
  • 11. Estes formulários apontam para duas questões: -o paciente é responsável pelas suas escolhas -de que se está despreparado para perder clientes por suicídio, porque não há procedimentos definidos a seguir diante dessa situação
  • 12. Trata-se de compreender o que está por trás da intenção suicida, a razão existencial do gesto extremo Devemos prestar atenção não ao suicídio em si, mas a falta de sentido da vida
  • 13. O psicoterapeuta deve buscar compreender: Qual comunicação que não pode ser comunicada Qual palavra que não pode ser dita Qual gesto não pode ser efetivado
  • 14. Devemos prestar atenção não ao suicídio em si, mas a falta de sentido da vida
  • 15. Hass diz respeito a experiência de perder um cliente devido ao suicídio: Perder um cliente devido ao suicídio era meu grande medo e então se tornou uma realidade (...) A perda de um cliente traz um impacto devastador: em ambos os níveis: profissional e pessoal
  • 16. Como um psicoterapeuta pode compreender e instrumentar uma intervenção?
  • 17. Risco suicida e implicações no processo terapêutico É um sintoma e um ato. É uma questão ontológica De qualquer forma ele envolve uma intencionalidade; a liberdade de escolher como viver ou morrer
  • 18. Sinais suicidas que aparecem no setting terapêutico Falta de esperança Comportamento social introvertido Falta de energia
  • 19. A Organização de Saúde Mental aponta características do estado mental do paciente suicida :ambivalência, impulsividade e rigidez O risco suicida diminui quando morrer se Ambivalência: desejo de viver ese oferece suporte para que o desejo de viver seja confundem. Há urgência de se libertar da ampliado dor de viver e ao mesmo tempo há um Muitos suicidas não querem morrer, apenas estão desconformes com a vida
  • 20. Ambivalência : Habita no sujeito ao mesmo tempo o desejo de viver e morrer Impulsividade: O suicídio é também um ato impulsivo, como tal é temporário e dura alguns minutos ou horas. Normalmente é despertado por situações negativas do cotidiano
  • 21. Rigidez: Nos suicidas os pensamentos, sentimentos e ações estão como que enrijecidos. Há pensamentos direcionados a idéia de suicídio, o sujeito não consegue pensar em outras possibilidades ou soluções para aliviar a dor
  • 22. é quase impossível o terapeuta estar pronto para aceitar a possibilidade do suicídio do cliente, mesmo sabendo sobre do risco eminente Freqüentemente o terapeuta não vê claramente que o paciente é suicida, por isso é pego de surpresa
  • 23. Mesmo na ausência da maioria dos fatores de risco, não é eliminada a possibilidade de suicídio. Soma-se a isto o fato de que durante as entrevistas, freqüentemente a pessoa não discute seus pensamentos suicidas abertamente
  • 24. Wise & Rundell apresentam uma lista de fatores de risco de suicídio Psiquiátrico •Depressão •Alcoolismo. 50 vezes maior que a população geral, 25% de todos os suicídios •Dependência química. 10% de morte de viciados são suicidas •Disfunções da personalidade: compulsivos e boderlines •Esquizofrenia •Psicoses orgânicas •Pessoas com tentativas anteriores de suicídio •Histórico familiar: risco aumentado em gêmeos e adoção •Pacientes e diálise tem risco maior que a população geral
  • 25. Psicológico •Histórico de perdas recentes •Histórico de perdas de pais na infância •Datas importantes, comemorativas, feriados etc •Instabilidade familiar •Isolamento social; perda de suporte social
  • 26. Social •Sexo: risco no homem é 3 vezes maior que na mulher •Idade: aumento de probabilidade acima dos 45 anos; nas mulheres acima de 55 anos, depois a taxa declina •Religião: protestantes e ateus tem maior risco que judeus e católicos •Geografia: mais índice em conglomerados urbanos •Estado civil: divorciado>>solteiro>>viúvo>>casado •Socioeconômico: extremos: rico-pobre/aposentado,desempregado
  • 27. Diante da ambigüidade dos sinais suicidas e frente a vulnerabilidade do terapeuta, é importante: -documentar todas as situações (contatos telefônicos, sessões extras com o paciente) -incluir no contrato terapêutico a cláusula que diga que o sigilo será quebrado em casos de risco de vida do cliente, mas lembrando que o terapeuta entrará m contato com a família somente nesse caso de risco suicida e com o consentimento do paciente
  • 28. fazer pelos suicidas é oferecer a possibilidade de estar com, de lidar com o emergencial e, ao mesmo tempo, ter a capacidade de se estar com o outro sem fazer pelo outro” “...
  • 29. “...na relação dialógica permite-se que o vazio possa se expressar”
  • 30. “...não se consegue tirar ninguém do vazio existencial, pois o vazio já está lá (...)Ajudamos nossos clientes a transformar o vazio estéril em vazio fértil”
  • 31. Angerami-Camon: “O objetivo principal do primeiro atendimento psicológico é o estabelecimento de um sustentáculo emocional para que o paciente possa, em seguida , descobrir novas possibilidades e alternativas para sua vida”
  • 32. Três questões são necessárias levar em conta com pacientes suicidas: 1-reconhecer os fatores de risco 2-a atitude terapêutica é a escuta e a observação atenta do comportamento do cliente: avaliar o grau de depressão, as idéias suicidas, planos suicidas, o nível de autocontrole e a intenção suicida 3-se há potencialmente a possibilidade de suicídio deve-se explorar o problema do suicídio com o cliente
  • 33. Frente a indícios de potencial suicida é prudente: Focalizar os temasdia a dia do cliente sobre as características Monitorarooatendimento aterapêutico Disponibilizar acompanhante domicilio Contar comcríticos, internação em hospitais Em casos um positivas do cliente nos finais deum trabalho interdisciplinar que tenham semana
  • 34. Em situações de tentativa suicida é necessário ampliar o sistema de apoio O terapeuta deve a é muito sobre o risco Conscientizar ter a mão telefones de A terapia familiar família importante emergência, para um contar com cliente e Encaminhar essencialpsiquiatra ouaAlgumas porque é de ideações suicidas. quando mostra pessoas ligadas ao serviços públicos e privados a trabalhar profissional de de suicídio ocorrem em datas ajuda familiar das tentativas saúde disposto interdisciplinarmente comemorativas, “reações de aniversário”
  • 35. Na situação de efetivação da tentativa de suicídio Encaminhar mais rápido possível for Comunicar aoomédico da família e separa o É necessário ficar em caso de hospitalsolicitar sua presença no hospital próximo, com a pessoa, nunca possível deixá-la sozinha envenenamento ou uso de medicação levar a bula ou saber o nome do produto
  • 36. Referência Bibliográfica FUKUMITSU, Karina. Suicídio e Psicoterapia. Uma visão gestáltica. São Paulo: Livro Pleno, 2005