O documento discute a situação política na Líbia após a queda do governo de Muammar Kadafi em 2011. A Líbia agora enfrenta instabilidade e violência devido a milícias armadas competindo pelo poder no vácuo deixado pela queda de Kadafi.
1. Professor(a): Paulo César 3º Ano - Ensino Médio
DE OLHO NO ENEM - ATUALIDADES
Bullying na Escola
Bullying é um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que se
refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas,
intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são
exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o
objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou
capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação
desigual de forças ou poder.
O bullying se divide em duas categorias: a) bullying direto, que é a
forma mais comum entre os agressores masculinos e b) bullying indireto,
sendo essa a forma mais comum entre mulheres e crianças, tendo como
característica o isolamento social da vítima. Em geral, a vítima teme o(a)
agressor(a) em razão das ameaças ou mesmo a concretização da violência,
física ou sexual, ou a perda dos meios de subsistência.
O bullying é um problema mundial, podendo ocorrer em praticamente qualquer contexto no qual as
pessoas interajam, tais como escola, faculdade/universidade, família, mas pode ocorrer também no local de
trabalho e entre vizinhos. Há uma tendência de as escolas não admitirem a ocorrência do bullying entre seus
alunos; ou desconhecem o problema ou se negam a enfrentá-lo. Esse tipo de agressão geralmente ocorre em
áreas onde a presença ou supervisão de pessoas adultas é mínima ou inexistente. Estão inclusos no bullying os
apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas.
As pessoas que testemunham o bullying, na grande maioria, alunos, convivem com a violência e se
silenciam em razão de temerem se tornar as “próximas vítimas” do agressor. No espaço escolar, quando não
ocorre uma efetiva intervenção contra o bullying, o ambiente fica contaminado e os alunos, sem exceção, são
afetados negativamente, experimentando sentimentos de medo e ansiedade.
As crianças ou adolescentes que sofrem bullying podem se tornar adultos com sentimentos negativos e
baixa autoestima. Tendem a adquirir sérios problemas de relacionamento, podendo, inclusive, contrair
comportamento agressivo. Em casos extremos, a vítima poderá tentar ou cometer suicídio.
O(s) autor(es) das agressões geralmente são pessoas que têm pouca empatia, pertencentes à famílias
desestruturadas, em que o relacionamento afetivo entre seus membros tende a ser escasso ou precário. Por outro
lado, o alvo dos agressores geralmente são pessoas pouco sociáveis, com baixa capacidade de reação ou de
fazer cessar os atos prejudiciais contra si e possuem forte sentimento de insegurança, o que os impede de solicitar
ajuda.
No Brasil, uma pesquisa realizada em 2010 com alunos de
escolas públicas e particulares revelou que as humilhações típicas do
bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª séries. As três cidades
brasileiras com maior incidência dessa prática são: Brasília, Belo
Horizonte e Curitiba.
Os atos de bullying ferem princípios constitucionais – respeito à
dignidade da pessoa humana – e ferem o Código Civil, que determina
que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. O
responsável pelo ato de bullying pode também ser enquadrado no Código
de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam
serviço aos consumidores e são responsáveis por atos de bullying que
ocorram dentro do estabelecimento de ensino/trabalho.
2. Professor(a): Paulo César 3º Ano - Ensino Médio
DE OLHO NO ENEM - ATUALIDADES
Lixo Espacial
O lixo resultante da ação humana não polui somente terra, ar e oceanos. Desde que o primeiro satélite
artificial entrou em órbita, há mais de meio século, os detritos espaciais
acumulados em órbita do planeta se tornaram um problema para a vida na
Terra. Estima-se que mais de 19 mil objetos maiores de dez centímetros,
além de outros 500 mil menores, compõem uma nuvem de lixo espacial ao
redor da Terra. Eles provêm de foguetes e satélites desativados,
fragmentos de naves e até ferramentas usadas por astronautas.
Os riscos de um destes objetos cair na Terra e atingir uma pessoa
são remotos. Porém, os detritos podem colidir com satélites em operação e
missões tripuladas, prejudicando a exploração do espaço.
Segundo a Nasa (agência espacial dos Estados Unidos), cerca de 200
entram na atmosfera terrestre todos os anos e se desintegram após entrar
em combustão. Alguns, no entanto, podem atingir o planeta. Foi o que
aconteceu no dia 24 de setembro, quando restos de um satélite desativado caíram no Oceano Pacífico.
O UARS (Satélite de Pesquisa de Alta Atmosfera, na sigla em inglês) foi lançado em 1991, pelo ônibus
espacial Discovery, com a missão de estudar a camada de ozônio. Ele foi “aposentado” em 2005, após ficar sem
combustível. O satélite tinha o tamanho de um ônibus e pesava seis toneladas, sendo o maior a retornar à Terra
em três décadas. Na reentrada da atmosfera, o UARS se esfacelou. Mesmo assim, cerca de 500 kg de peças
chegaram até o oceano. Os cientistas haviam avisado que as chances de fragmentos atingirem áreas povoadas
eram remotas. A razão disso é que 70% do planeta é coberto de água, sem contar as regiões desérticas.
De acordo com a Nasa, não há registros de ferimentos causados pela queda de detritos vindos do espaço.
O único caso conhecido de uma pessoa atingida por entulho espacial aconteceu em 1997. A americana Lottie
Williams foi alvejada no ombro por um pedaço de foguete, sem sofrer ferimentos.
O lixo espacial é produto do avanço tecnológico. Satélites de telecomunicações, mapeamento por GPS e
previsão meteorológica possuem um tempo de vida útil que pode ser de até uma década. Após serem desligados,
são deixados em órbita, devido ao alto custo de resgatá-los para governos e empresas. Tornam-se “ferro-velho”
no espaço. No começo do mês, um relatório do Conselho Nacional de Pesquisa alertou para os perigos do
aumento de detritos, o que poderia danificar espaçonaves e satélites em funcionamento.
Acidentes
Apesar de nenhuma tragédia ter acontecido, incidentes ocorrem com certa regularidade. Em 1996, o
satélite militar francês Cerise foi praticamente destruído por um pedaço de metal proveniente de um foguete
lançado dez anos antes. Ônibus espaciais e até o telescópio Hubble já sofreram reparos por conta do problema.
Em 2009, o satélite russo Cosmos-2251, lançado em 1993 e, na época, desativado, colidiu com o satélite
de comunicações americano Iridium 33. Foi a primeira maior colisão de satélites artificiais na órbita terrestre.
Vários detritos foram gerados pelo choque, que destruiu o satélite
russo.
No caso mais recente, em junho deste ano, seis astronautas
foram obrigados a abandonar a Estação Espacial Internacional (ISS, na
sigla em inglês) em razão de um alerta de colisão com entulhos. O pior
cenário é a chamada Síndrome de Kessler. Segundo o consultor da
Nasa, Donald J. Kessler, a colisão de detritos poderia causar uma
reação em cadeia – uma peça fragmentando a outra em pedaços
menores –, formando um cinturão de lixo que inviabilizaria a
exploração espacial.
Hoje não existe nenhuma tecnologia que permita a “limpeza”
do espaço. Os custos de uma operação de remoção dos materiais são muito altos. Além disso, há questões
políticas, envolvendo propriedade e a responsabilidade de governos e empresas que colocam os aparelhos em
órbita. Em 2007, os chineses desenvolveram um satélite que destruiria outros, desativados, mas a experiência foi
um fracasso: um deles se desintegrou em dois mil pedaços, agravando o problema.
Recentemente, cientistas propuseram o lançamento de um satélite que acoplaria motores propulsores aos
resíduos para que eles fossem levados até a atmosfera, onde se desintegrariam. Outras propostas incluem redes
metálicas gigantes, canhões lasers e fios condutores de cobre inseridos em satélites para que pudessem ser
atraídos pelo campo magnético da Terra.
Mas talvez a maneira mais simples seja a programação para que os dispositivos, uma vez obsoletos,
sigam as chamadas “órbitas-cemitérios”, permanecendo à deriva num espaço seguro, longe do planeta. O Brasil,
que possui satélites de comunicações e científicos em órbita, também tem sua parcela de responsabilidade pelo
lixo espacial.
3. Professor(a): Paulo César 3º Ano - Ensino Médio
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Reconhecimento do Estado Palestino
Sem sucesso em acordos de paz com Israel, a Autoridade Nacional
Palestina decidiu mudar de estratégia e propor na 66ª Assembleia Geral da ONU
(Organização das Nações Unidas) o reconhecimento do Estado Palestino nas
fronteiras pré-1967, situando a capital na parte oriental de Jerusalém. A proposta é
recusada por Israel e Estados Unidos.
Mesmo que seja aprovada, uma resolução em favor da Palestina não
garantirá o fim dos conflitos com os israelenses. As negociações de paz estão
paralisadas há um ano devido à resistência de Israel em desocupar territórios árabes.
Mas ser aceito como o 194º. Estado da ONU teria um efeito político importante para
os palestinos. Eles teriam acesso, por exemplo, a tribunais internacionais, onde
poderiam abrir processos contra o governo israelense por conta das áreas invadidas.
Há décadas árabes e judeus disputam as mesmas terras no Oriente Médio.
No século 19, colonos judeus foram incentivados a migrarem da Europa para a
Palestina. O objetivo era constituir o Estado de Israel. Os árabes, contudo, já
habitavam a região há séculos.
Durante a perseguição nazista, na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o fluxo migratório de judeus se intensificou.
Em 1947, a ONU propôs a divisão da Palestina, formando dois Estados independentes. Jerusalém, cidade considerada
sagrada por cristãos, judeus e muçulmanos, foi colocada sob controle internacional, para evitar conflitos. Os árabes não
aceitaram o acordo e, no ano seguinte, Israel se tornou um Estado independente.
A tensão entre Israel e países árabes culminou na Guerra dos Seis Dias, em 1967. Ao fim dos combates, os
israelenses assumiram o controle da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental, então pertencentes à Jordânia; da Faixa de Gaza e
da Península do Sinai, domínios do Egito; e das Colinas de Golã, território da Síria. Os árabes que viviam nessas terras foram
expulsos ou se retiraram para campos de refugiados. Os judeus, estimulados pelo governo, começaram a criar assentamentos
em Gaza e na Cisjordânia. Nos anos seguintes, ocorreram guerras, massacres e atentados terroristas. A Península do Sinai foi
finalmente devolvida ao Egito em 1982, e a Faixa de Gaza, entregue aos árabes em 2005.
Em 23 de setembro, o presidente da autoridade palestina, Mahmoud Abbas, entregou ao secretário-geral da ONU,
Ban Ki-moon, uma carta com o pedido de inclusão da Palestina como membro pleno da organização, nas fronteiras definidas
antes das ocupações. Países como o Brasil já reconheceram o Estado Palestino. A reivindicação tem respaldo na Resolução
242 da ONU, de 1967, que determina a desocupação das áreas palestinas. O documento, contudo, nunca foi seguido por
Israel.
Votação
Israel não aceita a proposta, pois ela significaria a dissolução dos assentamentos da Cisjordânia, onde vivem cerca de
300 mil judeus (e 2,5 milhões de palestinos), além de abrir mão de Jerusalém Oriental, dividindo novamente a capital. Haveria
riscos, de acordo com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de expor o país à ação de radicais islâmicos. Em
maio, quando o presidente americano, Barack Obama, pediu para que as negociações de paz se pautassem pelas fronteiras
traçadas em 1967, Netanyahu considerou o pedido "irreal" e "indefensável".
Agora, o governo americano, principal aliado de Israel, deve ser o maior obstáculo para a admissão do Estado
Palestino na ONU. Isso porque a proposta deve ser antes aprovada por nove dos 15 países membros do Conselho de
Segurança, sem sofrer nenhum veto. Cinco membros
permanentes têm poder de veto: Estados Unidos, França, Reino
Unido, Rússia e China. Washington sinalizou que, se preciso,
vetará a medida para pressionar os palestinos a retomarem as
negociações com Israel.
Por outro lado, se a candidatura palestina receber
aprovação do Conselho, deverá ser votada na Assembleia
Geral, onde precisará do voto de dois terços dos 193 países
membros.Uma decisão da ONU como esta poderá isolar ainda
mais Israel no cenário internacional. Hoje, revoltas em curso em
países como Síria e Egito, junto com o apoio de países
ocidentais à causa palestina, fortalecem os árabes na
geopolítica do Oriente Médio.
4. Professor(a): Paulo César 3º Ano - Ensino Médio
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Futuro da Líbia com a Queda do Governo Muammar Gaddafi
Depois de mais de quatro décadas, o regime de Muammar Gaddafi chegou
ao fim na Líbia. Com apoio militar da Otan (Organização do Tratado do
Atlântico Norte), em menos de uma semana os rebeldes chegaram à capital,
Trípoli, e tomaram o quartel-general do ditador. Um governo provisório foi
formado em Benghazi, pelo Conselho Nacional de Transição, apesar de
ainda haver focos de resistência do regime anterior.
Os confrontos entre rebeldes e governo começaram há seis meses, quando
manifestações pró-democracia se espalharam pela África do Norte e o
Oriente Médio. O movimento, chamado de “primavera árabe”, derrubou dois
presidentes, na Tunísia e no Egito. Em outros países, como Síria, Iêmen e
Bahrein, os levantes foram reprimidos pelos regimes.
A queda de governantes é algo inédito na região, onde predominam monarquias e ditaduras. Muammar
Gaddafi estava há 41 anos no poder – é o mais longevo entre os líderes árabes. Ele resistiu às revoltas usando as
Forças Armadas contra a população e impedindo o avanço das tropas rebeldes que controlavam Benghazi,
segunda maior cidade líbia. Em 17 de março, o Estado líbio estava próximo de derrotar os opositores quando o
Conselho de Segurança da ONU aprovou a Resolução 1973, que decretou zona de exclusão aérea e autorizou o
emprego de “todas as medidas necessárias” para proteger a população civil.
A zona de exclusão aérea proibiu os aviões líbios de decolarem e bombardearem as forças rebeldes. Na
prática, a medida abriu caminho para a intervenção militar da Otan. Dois dias depois da resolução, uma coalizão
liderada por EUA, Grã-Bretanha e França iniciou os ataques contra alvos do governo. A Otan também enviou
armas aos rebeldes, o que possibilitou a tomada de cidades e o avanço até Trípoli. Em 23 de agosto eles entraram
na capital, onde ainda há combates contra aliados do ditador. A maior vitória foi a conquista do complexo de Bab
al-Aziziya, moradia de Gaddafi. O coronel conseguiu escapar, mas dificilmente encontrará uma nação que o aceite
como exilado político.
A Líbia é o quarto maior produtor de petróleo da África, depois de Nigéria, Argélia e Angola, com
reservas estimadas em 42 bilhões de barris (para efeito de comparação, as reservas brasileiras são de 14 bilhões
de barris). A maior parte da produção é exportada para a Europa. O país possui 6,4 milhões de habitantes
(equivalente à população do Rio de Janeiro) e o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da África. A
riqueza, porém, não é bem distribuída entre a população. Um terço vive na pobreza e a taxa de desemprego é de
cerca de 30%.
Democracia
Gaddafi assumiu o poder em 1º. de setembro de 1969, após um golpe de Estado que depôs a monarquia.
Nas décadas seguintes, foi acusado de atentados terroristas e se tornou inimigo das potências ocidentais. Nos
últimos anos, manobras políticas o reaproximaram do Ocidente. A comunidade internacional já considera o
governo líbio deposto, apesar do paradeiro de Gaddafi ser desconhecido. O desafio, agora, é constituir um
governo de transição em um país sem partidos políticos, Constituição e tradição democrática.
Teme-se algo parecido com o que aconteceu no Iraque. Passados oito anos da queda do ditador Saddam
Hussein, o país ainda busca estabilidade política. A diferença é que a sociedade iraquiana divide-se entre
muçulmanos xiitas e sunitas, que há séculos lutam entre si, enquanto na Líbia são quase todos sunitas.
Entretanto, isso não afasta o risco de uma guerra civil ou de vinganças contra simpatizantes de Gaddafi (o que
comprometeria a legitimidade do novo governo). Para controlar os rebeldes é necessário uma liderança política,
que pode sair do governo provisório, formado pelos revoltosos em Benghazi. Entre os candidatos mais cotados
está Mustafa Abdul Jalil, ex-ministro da Justiça de Gaddafi e presidente do CTN. Ele prometeu eleições livres no
prazo de oito meses. Mas no próprio conselho há facções
divergentes, tanto religiosas quanto seculares, o que aumenta as
incertezas quanto ao futuro do país.
Síria
Após a queda de Gaddafi, as atenções devem se voltar à
Síria, onde continuam os protestos contra Bashar al-Assad. Estima-
se que 2.200 pessoas tenham sido mortas pelo governo desde o
início dos levantes em março. Diferente da Líbia, não houve divisões
internas no governo sírio, e os opositores do regime são incapazes
de lutar contra o Exército sem apoio militar da Otan. A despeito
disso, a ONU ainda não votou sanções ou intervenção militar para
impedir o massacre da população. A primavera árabe, parece, deve
perdurar por mais estações