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– Segundo Reinado

A) POLÍTICA INTERNA
• 3 fases:
   – Consolidação (1840 – 1850):
   – Conciliação (1850 – 1870):
   – Crise (1870 – 1889):
• 2 correntes políticas:
   – Liberais: profissionais liberais urbanos, latifundiários ligados a
      produção para o mercado interno (áreas mais novas).
   – Conservadores: grandes comerciantes, latifundiários ligados ao
      mercado externo, burocracia estatal.
   – Sem divergências ideológicas, disputavam o poder mas
      convergiam para a conciliação. Ambos representavam elites
      econômicas.
• Parlamentarismo às avessas:
   – Poder legislativo subordinado ao executivo.
   – Imperador = peça central nas decisões.
                                                   D. PEDRO II


                                Liberais e
                                Conservadores
                                manipulados
                                por D. Pedro II,
                                cientes de que
                                precisavam de
                                sua proteção.
• A Lei de Terras (1850):
   – Terras sem registro = “devolutas” (pertencentes ao Estado).
   – Regularização mediante a compra de registro.
   – Conseqüências:
      Pequenos proprietários perdem suas terras.
      Concentração de terras nas mãos de grandes latifundiários.
      Imigrantes e escravos libertos sem acesso a terra.
      Mão-de-obra barata e numerosa para grandes latifundiários.
B) POLÍTICA EXTERNA:
• Conflitos platinos:
   – Causa básica: controle da navegação na Bacia do Prata.
   – Causas secundárias:
      Disputas territoriais e enfraquecimento de rivais.
      Acesso a províncias do interior, especialmente MT (BRA).
   – Situação no URUGUAI: 2 partidos rivais.
      Blancos – estancieiros, interior, pró-ARG, líder - ORIBE;
                                     X
      Colorados – comerciantes, Montevidéu, pró-BRA, líder -
        RIVERA.
– Situação na ARGENTINA: Buenos Aires X Interior
   Buenos Aires: Rosas (apoiado pelos Blancos do URU).
   Interior (Corrientes e Entre-Ríos) : Urquiza (apoiado pelos
     Colorados do URU e pelo Brasil).


                            –1850: Guerra contra Oribe e Rosas:
                               –BRA invade URU e ARG e
                               depõe seus governantes.
                               –Assumem Rivera (Colorado) no
                               URU e Urquiza na ARG.
– 1864: Guerra contra
  Aguirre (URU –
  Blanco):
   BRA invade o URU,
     depõe Aguirre e
     coloca em seu lugar
     o colorado Venâncio
     Flores.
   Equilíbrio no Prata é
     rompido. Aguirre
     tinha acordo com o
     líder paraguaio
     Solano López.
• A Questão Christie (1863 – 1865):
   – Rompimento de relações diplomáticas entre BRA e ING.
   – Causas:
      Roubo de carga de navio inglês naufragado no RS (ING exige
        indenização);
      Prisão de marinheiros ingleses no RJ (ING exige desculpas).
   – W. D. Christie (embaixador inglês no Brasil) aprisiona 5 navios
     brasileiros no porto do RJ a título de indenização.
   – BRA paga indenização mas exige desculpas da ING por invadir
     porto do RJ.
   – Arbítrio internacional de Leopoldo I (BEL) favorável ao BRA;
   – BRA rompe relações diplomáticas com a ING.
   – ING desculpa-se oficialmente em 1865.
• A Guerra do Paraguai (1865 – 1870):
   – Maior conflito armado da América
     Latina.
   – Antecedentes:
      PAR: sem dívida externa, sem
        analfabetismo, miséria ou
        escravidão, com indústrias,
        estradas de ferro, universidades,
        telégrafo, exército desenvolvido,
        governado ditatorialmente por
        Solano López.
                     Solano López segundo a
                     imprensa brasileira
– Causas:
   PAR sem saída para o mar
    (anexações no BRA e
    ARG).
   “Mau exemplo” – oposição
    inglesa ao projeto paraguaio.
   Rompimento de relações
    diplomáticas com o BRA
    (represália a invasão do
    URU e deposição de
    Aguirre).
   Invasão paraguaia ao MT e
    ARG (1865).
– TRÍPLICE ALIANÇA (BRA + ARG + URU)* X PAR
POPULAÇÃO (1864):          PAÍS          SOLDADOS (1864):
    10 milhões           BRASIL                18 mil
    1,5 milhão         ARGENTINA               8 mil
     300 mil            URUGUAI                1 mil
     800 mil            PARAGUAI               64 mil

– ING: retaguarda (empréstimos).
– Conseqüências:
   PAR: 600 mil mortos (99% dos homens), dívidas, perdas
    territoriais.
O MASSACRE DA POPULAÇÃO PARAGUAIA
População no começo da guerra                 800 mil
População morta durante a guerra          606 mil (75,75%)
População após a guerra                   194 mil (24,25%)
Homens sobreviventes                       14 mil (1,75%)
Mulheres sobreviventes                    180 mil (22,5%)
Homens sobreviventes menores de 10 anos    9800 (1,225%)
Homens sobreviventes até 20 anos          2100 (0,2625%)
Homens sobreviventes maiores de 20 anos   2100 (0,2625%)
BRA: endividamento, fortalecimento político do
 exército, crise do escravismo e do Império.
ING: afirmação de interesses econômicos na
 região.
C) ECONOMIA:
• Café: principal produto.
   – Mercado externo (EUA/EUROPA).
   – Alto valor.
   – Solo (“terra roxa”) e clima favoráveis.
   – Região Sudeste.
   – Desenvolvimento dos transportes (estradas de ferro, portos).
   – Desenvolvimento de comunicações (telégrafo, telefone).
   – Desenvolvimento de atividades urbanas paralelas (comércio,
     bancos, indústrias)
ECONOMIA
              LATIFUNDIÁRIA




ECONOMIA DE                   ECONOMIA

EXPORTAÇÃO                    ESCRAVISTA




                ECONOMIA
              MONOCULTORA
– Vale do Paraíba (RJ – SP): 1ª zona de cultivo. Início no final do
  século XVIII. Latifúndio escravista tradicional, sem inovações
  técnicas. Principal até aproximadamente 1860-70.
– Oeste paulista: 2ª zona de cultivo. Início aproximadamente a
  partir de 1850. Tecnologicamente mais avançado. Introdução do
  trabalho de imigrantes paralelamente ao escravismo. “Terra
  Roxa”.
• Açúcar: decadência
   – Concorrência externa.
   – Açúcar de beterraba (Europa).
   – Queda no preço.
• Outros produtos:
   – Algodão (MA): importante entre 1861 e 1865 (18%)
      Guerra de Secessão (EUA)
   – Borracha (AM e PA): importante a partir de 1880 (8%)
      II Revolução Industrial – automóveis.
   – Couros e peles (6 – 8%)
   – Fumo (2 – 3%)
BALANÇO ECONÔMICO DO II REINADO:
                          Principais produtos exportados pelo Brasil
EXPORTAÇÃO DE CAFÉ
DÉCADA      EXPORTAÇÕES


1851 – 60      49%

1861 – 70      45%
                                     Produtos secundários

1871 – 80      57%

1881 - 90      61%
• A “Era Mauá” (1850 – 1870):
   – Início da industrialização.
   – Irineu Evangelista de Souza (Barão e
     Visconde de Mauá).
   – Causas:
      Tarifa Alves Branco (1844):
          Aumento de tarifas para importados.
                                                    Mauá: o primeiro
          Aumento de arrecadação para o Estado.    empresário
          Estímulo involuntário para a indústria   capitalista
            nacional.                               brasileiro.
      Fim do tráfico negreiro (1850):
          Liberação de capitais.
– Mercado interno.
– Bens de consumo não duráveis.
– Setor têxtil: principal.
– Surto industrial que não alterou o a estrutura econômica nacional.
– Motivos do fracasso:
    Falta de apoio do governo.
    Sabotagens (oposição
    de latifundiários).
    Concorrência inglesa.
D) SOCIEDADE:
• A Revolução Praieira (PE – 1848):
   – Causas: concentração fundiária e crise econômica.
   – Líderes: Pedro Ivo e Abreu Lima.
   – Jornal “Diário Novo” – Rua da Praia.
   – Manifesto ao Mundo: voto universal, liberdade de imprensa,
     abolição da escravidão, proclamação da República,
     nacionalização do comércio, direito ao trabalho.
   – Última grande revolta do período.
   – Influência das revoluções liberais européias.
• A imigração:
   – Superação da crise do escravismo.
   – Mito do “embranquecimento”.
   – Necessidade de mão-de-obra (cafeicultura – sudeste).
   – Ocupação e defesa (região sul).
   – Crise econômica e social em países europeus.
– Os sistemas de imigração nos cafezais:
       PARCERIA (fracasso)                COLONATO (sucesso)
Primeiro sistema introduzido (1847). Oeste Paulista (por volta de 1870),
                                     subvencionada pelo governo.
Trabalho familiar camponês.            Trabalho familiar camponês.
Colono dividia lucros e prejuízos.     Camponês recebia 2 salários:
Ficava com metade do produzido.        fixo anual e por produtividade.
Colonos se endividavam (passagens,     Governo paulista pagava as
mantimentos, juros elevados...).       passagens.
Eventualmente era permitida uma        Era garantido um pedaço de roça
pequena roça ao imigrante.             para subsistência ou comércio.
• A crise do escravismo:
   – Oposição inglesa (Bill
     Aberdeen – 1845).
   – Lei Eusébio de Queirós
     (1850).
       Fim do tráfico de
         escravos.
       Tráfico
         interprovincial (NE
         – SE).
       Aumento do valor
         dos escravos.
– Movimento abolicionista: intelectuais, camadas médias urbanas,
  setores do exército.
– Prolongamento da escravidão por meio de leis inócuas:
   Lei do Ventre Livre (1871).
   Lei dos Sexagenários
   ou Saraiva-Cotegipe (1885).
– Radicalização do movimento abolicionista – caifazes.
– Lei Áurea (1888):
   Fim da escravidão sem indenizações.
   Marginalização de negros.
   Crise política do império.
E) A CRISE GERAL DO IMPÉRIO (a partir de 1870):
• A questão religiosa:
   – Igreja atrelada ao Estado (Constituição de 1824).
       Padroado e Beneplácito.
   – 1864 – Bula Syllabus (Papa Pio IX): maçons expulsos dos
     quadros da Igreja.
   – D. Pedro II proíbe tal determinação no Brasil.
   –Bispos de Olinda e
   Belém descumprem
   imperador e são presos.
   –Posteriormente
   anistiados.
   –Igreja deixa de prestar
   apoio ao Imperador.
• Questão militar:
   – Exército desprestigiado pelo governo: baixos soldos, pouca
     aparelhagem e investimentos.
   – Exército fortalecido nacionalmente após a Guerra do Paraguai.
   – Punições do governo a oficiais que manifestavam-se
     politicamente.
      Sena Madureira, Cunha Matos.
   – Penetração de idéias abolicionistas e republicanas positivistas nos
     quadros do exército associam o Império ao atraso institucional e
     tecnológico do país.
• Questão Republicana:
   – 1870: Manifesto Republicano (RJ) – dissidência radical do
     Partido Liberal.
   – 1873: Fundação do PRP (Partido Republicano Paulista),
     vinculado a importantes cafeicultores do Estado.
   – Descompasso entre poderio econômico dos cafeicultores do Oeste
     Paulista e sua pequena participação política.
   – Abolicionismo em contradição com o escravismo defendido por
     velhas elites aristocráticas cariocas.
   – Idéia do Federalismo – maior autonomia estadual.
   – Apoio de classes médias urbanas, também pouco representadas
     pelo governo imperial.
• Questão Abolicionista:
   – Abolição da Escravidão
     (1888) retira do governo
     imperial sua última base
     de sustentação:
     aristocracia tradicional.


• Império é atacado por todos
  os setores, sendo associado
  ao atraso e decadência.
• A Proclamação da República (15/11/1889):
   – 1888 – D. Pedro II tenta implementar
     reformas políticas inspiradas no
     republicanismo através de Visconde de
     Ouro Preto:
       Autonomia provincial, liberdade de
        culto e ensino, senado temporário,
        facilidades de crédito...
   – Reformas negadas pelo parlamento que é
     dissolvido pelo imperador.
   – Republicanos espalham boatos de
     supostas prisões de líderes militares.
   – Marechal Deodoro da Fonseca lidera
     rebelião que depõe D. Pedro II.

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  • 1. – Segundo Reinado A) POLÍTICA INTERNA • 3 fases: – Consolidação (1840 – 1850): – Conciliação (1850 – 1870): – Crise (1870 – 1889): • 2 correntes políticas: – Liberais: profissionais liberais urbanos, latifundiários ligados a produção para o mercado interno (áreas mais novas). – Conservadores: grandes comerciantes, latifundiários ligados ao mercado externo, burocracia estatal. – Sem divergências ideológicas, disputavam o poder mas convergiam para a conciliação. Ambos representavam elites econômicas.
  • 2. • Parlamentarismo às avessas: – Poder legislativo subordinado ao executivo. – Imperador = peça central nas decisões. D. PEDRO II Liberais e Conservadores manipulados por D. Pedro II, cientes de que precisavam de sua proteção.
  • 3. • A Lei de Terras (1850): – Terras sem registro = “devolutas” (pertencentes ao Estado). – Regularização mediante a compra de registro. – Conseqüências: Pequenos proprietários perdem suas terras. Concentração de terras nas mãos de grandes latifundiários. Imigrantes e escravos libertos sem acesso a terra. Mão-de-obra barata e numerosa para grandes latifundiários.
  • 4. B) POLÍTICA EXTERNA: • Conflitos platinos: – Causa básica: controle da navegação na Bacia do Prata. – Causas secundárias: Disputas territoriais e enfraquecimento de rivais. Acesso a províncias do interior, especialmente MT (BRA). – Situação no URUGUAI: 2 partidos rivais. Blancos – estancieiros, interior, pró-ARG, líder - ORIBE; X Colorados – comerciantes, Montevidéu, pró-BRA, líder - RIVERA.
  • 5. – Situação na ARGENTINA: Buenos Aires X Interior Buenos Aires: Rosas (apoiado pelos Blancos do URU). Interior (Corrientes e Entre-Ríos) : Urquiza (apoiado pelos Colorados do URU e pelo Brasil). –1850: Guerra contra Oribe e Rosas: –BRA invade URU e ARG e depõe seus governantes. –Assumem Rivera (Colorado) no URU e Urquiza na ARG.
  • 6. – 1864: Guerra contra Aguirre (URU – Blanco): BRA invade o URU, depõe Aguirre e coloca em seu lugar o colorado Venâncio Flores. Equilíbrio no Prata é rompido. Aguirre tinha acordo com o líder paraguaio Solano López.
  • 7. • A Questão Christie (1863 – 1865): – Rompimento de relações diplomáticas entre BRA e ING. – Causas: Roubo de carga de navio inglês naufragado no RS (ING exige indenização); Prisão de marinheiros ingleses no RJ (ING exige desculpas). – W. D. Christie (embaixador inglês no Brasil) aprisiona 5 navios brasileiros no porto do RJ a título de indenização. – BRA paga indenização mas exige desculpas da ING por invadir porto do RJ. – Arbítrio internacional de Leopoldo I (BEL) favorável ao BRA; – BRA rompe relações diplomáticas com a ING. – ING desculpa-se oficialmente em 1865.
  • 8. • A Guerra do Paraguai (1865 – 1870): – Maior conflito armado da América Latina. – Antecedentes: PAR: sem dívida externa, sem analfabetismo, miséria ou escravidão, com indústrias, estradas de ferro, universidades, telégrafo, exército desenvolvido, governado ditatorialmente por Solano López. Solano López segundo a imprensa brasileira
  • 9. – Causas: PAR sem saída para o mar (anexações no BRA e ARG). “Mau exemplo” – oposição inglesa ao projeto paraguaio. Rompimento de relações diplomáticas com o BRA (represália a invasão do URU e deposição de Aguirre). Invasão paraguaia ao MT e ARG (1865).
  • 10. – TRÍPLICE ALIANÇA (BRA + ARG + URU)* X PAR POPULAÇÃO (1864): PAÍS SOLDADOS (1864): 10 milhões BRASIL 18 mil 1,5 milhão ARGENTINA 8 mil 300 mil URUGUAI 1 mil 800 mil PARAGUAI 64 mil – ING: retaguarda (empréstimos). – Conseqüências: PAR: 600 mil mortos (99% dos homens), dívidas, perdas territoriais.
  • 11. O MASSACRE DA POPULAÇÃO PARAGUAIA População no começo da guerra 800 mil População morta durante a guerra 606 mil (75,75%) População após a guerra 194 mil (24,25%) Homens sobreviventes 14 mil (1,75%) Mulheres sobreviventes 180 mil (22,5%) Homens sobreviventes menores de 10 anos 9800 (1,225%) Homens sobreviventes até 20 anos 2100 (0,2625%) Homens sobreviventes maiores de 20 anos 2100 (0,2625%)
  • 12. BRA: endividamento, fortalecimento político do exército, crise do escravismo e do Império. ING: afirmação de interesses econômicos na região.
  • 13. C) ECONOMIA: • Café: principal produto. – Mercado externo (EUA/EUROPA). – Alto valor. – Solo (“terra roxa”) e clima favoráveis. – Região Sudeste. – Desenvolvimento dos transportes (estradas de ferro, portos). – Desenvolvimento de comunicações (telégrafo, telefone). – Desenvolvimento de atividades urbanas paralelas (comércio, bancos, indústrias)
  • 14. ECONOMIA LATIFUNDIÁRIA ECONOMIA DE ECONOMIA EXPORTAÇÃO ESCRAVISTA ECONOMIA MONOCULTORA
  • 15. – Vale do Paraíba (RJ – SP): 1ª zona de cultivo. Início no final do século XVIII. Latifúndio escravista tradicional, sem inovações técnicas. Principal até aproximadamente 1860-70. – Oeste paulista: 2ª zona de cultivo. Início aproximadamente a partir de 1850. Tecnologicamente mais avançado. Introdução do trabalho de imigrantes paralelamente ao escravismo. “Terra Roxa”.
  • 16.
  • 17. • Açúcar: decadência – Concorrência externa. – Açúcar de beterraba (Europa). – Queda no preço. • Outros produtos: – Algodão (MA): importante entre 1861 e 1865 (18%) Guerra de Secessão (EUA) – Borracha (AM e PA): importante a partir de 1880 (8%) II Revolução Industrial – automóveis. – Couros e peles (6 – 8%) – Fumo (2 – 3%)
  • 18. BALANÇO ECONÔMICO DO II REINADO: Principais produtos exportados pelo Brasil EXPORTAÇÃO DE CAFÉ DÉCADA EXPORTAÇÕES 1851 – 60 49% 1861 – 70 45% Produtos secundários 1871 – 80 57% 1881 - 90 61%
  • 19. • A “Era Mauá” (1850 – 1870): – Início da industrialização. – Irineu Evangelista de Souza (Barão e Visconde de Mauá). – Causas: Tarifa Alves Branco (1844): Aumento de tarifas para importados. Mauá: o primeiro Aumento de arrecadação para o Estado. empresário Estímulo involuntário para a indústria capitalista nacional. brasileiro. Fim do tráfico negreiro (1850): Liberação de capitais.
  • 20. – Mercado interno. – Bens de consumo não duráveis. – Setor têxtil: principal. – Surto industrial que não alterou o a estrutura econômica nacional. – Motivos do fracasso: Falta de apoio do governo. Sabotagens (oposição de latifundiários). Concorrência inglesa.
  • 21. D) SOCIEDADE: • A Revolução Praieira (PE – 1848): – Causas: concentração fundiária e crise econômica. – Líderes: Pedro Ivo e Abreu Lima. – Jornal “Diário Novo” – Rua da Praia. – Manifesto ao Mundo: voto universal, liberdade de imprensa, abolição da escravidão, proclamação da República, nacionalização do comércio, direito ao trabalho. – Última grande revolta do período. – Influência das revoluções liberais européias.
  • 22. • A imigração: – Superação da crise do escravismo. – Mito do “embranquecimento”. – Necessidade de mão-de-obra (cafeicultura – sudeste). – Ocupação e defesa (região sul). – Crise econômica e social em países europeus.
  • 23. – Os sistemas de imigração nos cafezais: PARCERIA (fracasso) COLONATO (sucesso) Primeiro sistema introduzido (1847). Oeste Paulista (por volta de 1870), subvencionada pelo governo. Trabalho familiar camponês. Trabalho familiar camponês. Colono dividia lucros e prejuízos. Camponês recebia 2 salários: Ficava com metade do produzido. fixo anual e por produtividade. Colonos se endividavam (passagens, Governo paulista pagava as mantimentos, juros elevados...). passagens. Eventualmente era permitida uma Era garantido um pedaço de roça pequena roça ao imigrante. para subsistência ou comércio.
  • 24. • A crise do escravismo: – Oposição inglesa (Bill Aberdeen – 1845). – Lei Eusébio de Queirós (1850). Fim do tráfico de escravos. Tráfico interprovincial (NE – SE). Aumento do valor dos escravos.
  • 25. – Movimento abolicionista: intelectuais, camadas médias urbanas, setores do exército. – Prolongamento da escravidão por meio de leis inócuas: Lei do Ventre Livre (1871). Lei dos Sexagenários ou Saraiva-Cotegipe (1885).
  • 26. – Radicalização do movimento abolicionista – caifazes. – Lei Áurea (1888): Fim da escravidão sem indenizações. Marginalização de negros. Crise política do império.
  • 27. E) A CRISE GERAL DO IMPÉRIO (a partir de 1870): • A questão religiosa: – Igreja atrelada ao Estado (Constituição de 1824). Padroado e Beneplácito. – 1864 – Bula Syllabus (Papa Pio IX): maçons expulsos dos quadros da Igreja. – D. Pedro II proíbe tal determinação no Brasil. –Bispos de Olinda e Belém descumprem imperador e são presos. –Posteriormente anistiados. –Igreja deixa de prestar apoio ao Imperador.
  • 28. • Questão militar: – Exército desprestigiado pelo governo: baixos soldos, pouca aparelhagem e investimentos. – Exército fortalecido nacionalmente após a Guerra do Paraguai. – Punições do governo a oficiais que manifestavam-se politicamente. Sena Madureira, Cunha Matos. – Penetração de idéias abolicionistas e republicanas positivistas nos quadros do exército associam o Império ao atraso institucional e tecnológico do país.
  • 29. • Questão Republicana: – 1870: Manifesto Republicano (RJ) – dissidência radical do Partido Liberal. – 1873: Fundação do PRP (Partido Republicano Paulista), vinculado a importantes cafeicultores do Estado. – Descompasso entre poderio econômico dos cafeicultores do Oeste Paulista e sua pequena participação política. – Abolicionismo em contradição com o escravismo defendido por velhas elites aristocráticas cariocas. – Idéia do Federalismo – maior autonomia estadual. – Apoio de classes médias urbanas, também pouco representadas pelo governo imperial.
  • 30. • Questão Abolicionista: – Abolição da Escravidão (1888) retira do governo imperial sua última base de sustentação: aristocracia tradicional. • Império é atacado por todos os setores, sendo associado ao atraso e decadência.
  • 31. • A Proclamação da República (15/11/1889): – 1888 – D. Pedro II tenta implementar reformas políticas inspiradas no republicanismo através de Visconde de Ouro Preto: Autonomia provincial, liberdade de culto e ensino, senado temporário, facilidades de crédito... – Reformas negadas pelo parlamento que é dissolvido pelo imperador. – Republicanos espalham boatos de supostas prisões de líderes militares. – Marechal Deodoro da Fonseca lidera rebelião que depõe D. Pedro II.