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A DÍVIDA COMO DISPOSITIVO
BIOPOLÍTICO DE GOVERNO DA
VIDA HUMANA
M A R I A C A R L A V I A N A F O N T E N E L E
P R O F E S S O R C L É B E R D O M I N G O S
Bioética
Introdução
 A partir desta reflexão, o filósofo Castor Bartolomé
Ruiz discorre sobre os modos como o sacrifício foi
incorporado secularmente no capitalismo na
categoria de dívida.
“A dívida se tornou, para o capitalismo, o meio de
culpar a vida humana de modo a exigir dela o
sacrifício necessário para compensar o que deve”,
afirma ele.
É a divida que gera o lucro.
‘’O capitalismo financeiro só pode subsistir
produzindo dívidas. Na hipótese de que não
houvesse ninguém com dívidas, o capitalismo
financeiro entraria em um colapso total. É a dívida
que gera o lucro.”
Endividamento
 Teologicamente: Através da dívida a vida humana se
torna culpada, e por sua vez se vê obrigada a pagar
com sacrifício. A culpa gerada pela dívida justifica a
necessidade do sacrifício como dispositivo
compensador.
PECADO DÍVIDA
Endividamento
 Capitalismo: O dispositivo teológico do sacrifício foi
interiorizado como técnica econômica de governo. A
dívida dos outros gera o lucro dos credores.
 Este dispositivo induz o capital a oferecer créditos
fáceis para estimular o endividamento amplo.
COMPRO DÍVIDA
Dispositivo sacrificial da dívida
 As pessoas endividadas terão que dedicar longos
períodos de sua vida a trabalhar sacrificadamente
para compensar a dívida adquirida.
Crédito
fácil
Dívida
Trabalho
para
pagá-la
Sacrifício
Paga-se a
dívida
Dispositivo sacrificial da dívida
 Se perguntar as pessoas em geral,por que
elas trabalham,na sua opinião que elas
responderiam?
a)Por amor
b)Para pagar as contas e dívidas
c)Outros
Sacrifício em escala planetária
 O capitalismo é um sistema econômico que planeja o
sofrimento humano de uns como efeito colateral
necessário para manter o lucro e o crescimento de
outros. A lógica do benefício próprio que se
contrapõe à procura do bem comum se legitima
como algo natural.
 Exemplo das costureiras.
Sacrifício em escala planetária
 O sacrifício forma parte das planilhas, das metas e
dos resultados de ministérios, das corporações e das
empresas que projetam um índice necessário de
sacrifício humano para que o sistema funcione.
Planeja-se um índice médio de desempregados, de
pessoas que poderão morrer sem atendimento
médico, de falta de moradia, de educação precária,
etc. O sacrifício dessas pessoas é um efeito colateral
planejado para que o sistema funcione corretamente.
Sacrifício em escala planetária
“O capitalismo projeta um sacrifício em escala
planetária, que o torna a religião mais universal que
nunca existiu. ”
O paradoxal caráter sacrificial
 Deus da vida Ídolos
 Caráter antissacrificial de Jesus,que invalidou o
sacrifício.
 O capitalismo é um sistema econômico que emula o
Ídolo.
Objetivação do ser humano
 Para Marx,o modo de produção capitalista, a
mercadoria é um fim, e a mão de obra, um meio. O
ser humano é objetivado, sacrificado no processo
produtivo, como mero recurso material e biológico
para a obtenção do fim primário da produção: a
mercadoria. A mercadoria se humaniza e a vida
humana se mercantiliza.
O ocaso das utopias e a ascensão da
mercadoria
 A compra e possessão da mercadoria oferecem muito
mais que seu valor material de uso. A mercadoria
adquire, no atual modelo de mercado, um valor
humano fetichista.
Anúncio de bolsa e
sapatos Carmen Steffens.
O ocaso das utopias e a ascensão da
mercadoria
 A posse de mercadorias oferece felicidade, status,
segurança, paz, alegria, bem-estar, etc. A mercadoria
é portadora dos valores humanos mais nobres e
utópicos.
 Niilismo pragmático.
O ocaso das utopias e a ascensão da
mercadoria
“
De alguma forma podemos dizer que a nova utopia é
a posse de mercadorias?”
O mercado
 É uma forma de organizar a produção,
comercialização e relações econômicas entre pessoas
e sociedades.
 Mercado Medieval: Tinha o princípio do intercâmbio
justo das mercadorias. O conceito de justiça era
central ao mercado e ao intercâmbio.
Bem comum
Ideal Cristão
O egoísmo como estruturante do mercado
 Surgimento da burguesia: O mercado foi consolidado
como um dispositivo central da nova política.
 Ressignificação do mercado
 Natureza egoísta
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 Seríamos capazes de viver sem o capitalismo?
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Sacralidade e Profanação
 O mercado,o Estado,a lei,o congresso são tidos como
inacessíveis.
 Jesus e Sócrates como profanadores.
A visão de Foucault
 A vida humana com um fim:o lucro.
 O governo da liberdade humana.
“O poder soberano faz morrer e deixa viver, o
biopoder faz viver e deixa morrer”
A visão de Foucault
Sujeição ou exclusão
 Processo de normalização.
 O dilema do sujeito moderno é aceitar as normas que
o sujeitam ou ser excluído.
Conclusão
O que fazer em relação a normalização atual?
Referências
Revista do Instituto Humanitas Unisinos
 Nº 454 - Ano XIV - 15/09/2014
 ISSN 1981-8769 (impresso)
 ISSN 1981-8793 (online)
 Correio Brasiliense
 http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/mundo/2014/06/26/interna_mundo
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  • 1. A DÍVIDA COMO DISPOSITIVO BIOPOLÍTICO DE GOVERNO DA VIDA HUMANA M A R I A C A R L A V I A N A F O N T E N E L E P R O F E S S O R C L É B E R D O M I N G O S Bioética
  • 2. Introdução  A partir desta reflexão, o filósofo Castor Bartolomé Ruiz discorre sobre os modos como o sacrifício foi incorporado secularmente no capitalismo na categoria de dívida. “A dívida se tornou, para o capitalismo, o meio de culpar a vida humana de modo a exigir dela o sacrifício necessário para compensar o que deve”, afirma ele.
  • 3. É a divida que gera o lucro. ‘’O capitalismo financeiro só pode subsistir produzindo dívidas. Na hipótese de que não houvesse ninguém com dívidas, o capitalismo financeiro entraria em um colapso total. É a dívida que gera o lucro.”
  • 4. Endividamento  Teologicamente: Através da dívida a vida humana se torna culpada, e por sua vez se vê obrigada a pagar com sacrifício. A culpa gerada pela dívida justifica a necessidade do sacrifício como dispositivo compensador. PECADO DÍVIDA
  • 5. Endividamento  Capitalismo: O dispositivo teológico do sacrifício foi interiorizado como técnica econômica de governo. A dívida dos outros gera o lucro dos credores.  Este dispositivo induz o capital a oferecer créditos fáceis para estimular o endividamento amplo. COMPRO DÍVIDA
  • 6. Dispositivo sacrificial da dívida  As pessoas endividadas terão que dedicar longos períodos de sua vida a trabalhar sacrificadamente para compensar a dívida adquirida. Crédito fácil Dívida Trabalho para pagá-la Sacrifício Paga-se a dívida
  • 7. Dispositivo sacrificial da dívida  Se perguntar as pessoas em geral,por que elas trabalham,na sua opinião que elas responderiam? a)Por amor b)Para pagar as contas e dívidas c)Outros
  • 8. Sacrifício em escala planetária  O capitalismo é um sistema econômico que planeja o sofrimento humano de uns como efeito colateral necessário para manter o lucro e o crescimento de outros. A lógica do benefício próprio que se contrapõe à procura do bem comum se legitima como algo natural.  Exemplo das costureiras.
  • 9. Sacrifício em escala planetária  O sacrifício forma parte das planilhas, das metas e dos resultados de ministérios, das corporações e das empresas que projetam um índice necessário de sacrifício humano para que o sistema funcione. Planeja-se um índice médio de desempregados, de pessoas que poderão morrer sem atendimento médico, de falta de moradia, de educação precária, etc. O sacrifício dessas pessoas é um efeito colateral planejado para que o sistema funcione corretamente.
  • 10. Sacrifício em escala planetária “O capitalismo projeta um sacrifício em escala planetária, que o torna a religião mais universal que nunca existiu. ”
  • 11. O paradoxal caráter sacrificial  Deus da vida Ídolos  Caráter antissacrificial de Jesus,que invalidou o sacrifício.  O capitalismo é um sistema econômico que emula o Ídolo.
  • 12. Objetivação do ser humano  Para Marx,o modo de produção capitalista, a mercadoria é um fim, e a mão de obra, um meio. O ser humano é objetivado, sacrificado no processo produtivo, como mero recurso material e biológico para a obtenção do fim primário da produção: a mercadoria. A mercadoria se humaniza e a vida humana se mercantiliza.
  • 13. O ocaso das utopias e a ascensão da mercadoria  A compra e possessão da mercadoria oferecem muito mais que seu valor material de uso. A mercadoria adquire, no atual modelo de mercado, um valor humano fetichista. Anúncio de bolsa e sapatos Carmen Steffens.
  • 14. O ocaso das utopias e a ascensão da mercadoria  A posse de mercadorias oferece felicidade, status, segurança, paz, alegria, bem-estar, etc. A mercadoria é portadora dos valores humanos mais nobres e utópicos.  Niilismo pragmático.
  • 15. O ocaso das utopias e a ascensão da mercadoria “ De alguma forma podemos dizer que a nova utopia é a posse de mercadorias?”
  • 16. O mercado  É uma forma de organizar a produção, comercialização e relações econômicas entre pessoas e sociedades.  Mercado Medieval: Tinha o princípio do intercâmbio justo das mercadorias. O conceito de justiça era central ao mercado e ao intercâmbio. Bem comum Ideal Cristão
  • 17. O egoísmo como estruturante do mercado  Surgimento da burguesia: O mercado foi consolidado como um dispositivo central da nova política.  Ressignificação do mercado  Natureza egoísta
  • 18. Criadores e Criatura  Seríamos capazes de viver sem o capitalismo?  Seria o Mercado uma entidade metafísica? Que possui uma potência própria cujas leis existem além da vontade humana e por ele devem ser respeitados?
  • 19. Sacralidade e Profanação  O mercado,o Estado,a lei,o congresso são tidos como inacessíveis.  Jesus e Sócrates como profanadores.
  • 20. A visão de Foucault  A vida humana com um fim:o lucro.  O governo da liberdade humana. “O poder soberano faz morrer e deixa viver, o biopoder faz viver e deixa morrer”
  • 21. A visão de Foucault
  • 22. Sujeição ou exclusão  Processo de normalização.  O dilema do sujeito moderno é aceitar as normas que o sujeitam ou ser excluído.
  • 23. Conclusão O que fazer em relação a normalização atual?
  • 24. Referências Revista do Instituto Humanitas Unisinos  Nº 454 - Ano XIV - 15/09/2014  ISSN 1981-8769 (impresso)  ISSN 1981-8793 (online)  Correio Brasiliense  http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/mundo/2014/06/26/interna_mundo ,434664/pedidos-de-socorro-sao-encontrados-por-clientes-em-etiquetas-de- roupas.shtml