1. A DÍVIDA COMO DISPOSITIVO
BIOPOLÍTICO DE GOVERNO DA
VIDA HUMANA
M A R I A C A R L A V I A N A F O N T E N E L E
P R O F E S S O R C L É B E R D O M I N G O S
Bioética
2. Introdução
A partir desta reflexão, o filósofo Castor Bartolomé
Ruiz discorre sobre os modos como o sacrifício foi
incorporado secularmente no capitalismo na
categoria de dívida.
“A dívida se tornou, para o capitalismo, o meio de
culpar a vida humana de modo a exigir dela o
sacrifício necessário para compensar o que deve”,
afirma ele.
3. É a divida que gera o lucro.
‘’O capitalismo financeiro só pode subsistir
produzindo dívidas. Na hipótese de que não
houvesse ninguém com dívidas, o capitalismo
financeiro entraria em um colapso total. É a dívida
que gera o lucro.”
4. Endividamento
Teologicamente: Através da dívida a vida humana se
torna culpada, e por sua vez se vê obrigada a pagar
com sacrifício. A culpa gerada pela dívida justifica a
necessidade do sacrifício como dispositivo
compensador.
PECADO DÍVIDA
5. Endividamento
Capitalismo: O dispositivo teológico do sacrifício foi
interiorizado como técnica econômica de governo. A
dívida dos outros gera o lucro dos credores.
Este dispositivo induz o capital a oferecer créditos
fáceis para estimular o endividamento amplo.
COMPRO DÍVIDA
6. Dispositivo sacrificial da dívida
As pessoas endividadas terão que dedicar longos
períodos de sua vida a trabalhar sacrificadamente
para compensar a dívida adquirida.
Crédito
fácil
Dívida
Trabalho
para
pagá-la
Sacrifício
Paga-se a
dívida
7. Dispositivo sacrificial da dívida
Se perguntar as pessoas em geral,por que
elas trabalham,na sua opinião que elas
responderiam?
a)Por amor
b)Para pagar as contas e dívidas
c)Outros
8. Sacrifício em escala planetária
O capitalismo é um sistema econômico que planeja o
sofrimento humano de uns como efeito colateral
necessário para manter o lucro e o crescimento de
outros. A lógica do benefício próprio que se
contrapõe à procura do bem comum se legitima
como algo natural.
Exemplo das costureiras.
9. Sacrifício em escala planetária
O sacrifício forma parte das planilhas, das metas e
dos resultados de ministérios, das corporações e das
empresas que projetam um índice necessário de
sacrifício humano para que o sistema funcione.
Planeja-se um índice médio de desempregados, de
pessoas que poderão morrer sem atendimento
médico, de falta de moradia, de educação precária,
etc. O sacrifício dessas pessoas é um efeito colateral
planejado para que o sistema funcione corretamente.
10. Sacrifício em escala planetária
“O capitalismo projeta um sacrifício em escala
planetária, que o torna a religião mais universal que
nunca existiu. ”
11. O paradoxal caráter sacrificial
Deus da vida Ídolos
Caráter antissacrificial de Jesus,que invalidou o
sacrifício.
O capitalismo é um sistema econômico que emula o
Ídolo.
12. Objetivação do ser humano
Para Marx,o modo de produção capitalista, a
mercadoria é um fim, e a mão de obra, um meio. O
ser humano é objetivado, sacrificado no processo
produtivo, como mero recurso material e biológico
para a obtenção do fim primário da produção: a
mercadoria. A mercadoria se humaniza e a vida
humana se mercantiliza.
13. O ocaso das utopias e a ascensão da
mercadoria
A compra e possessão da mercadoria oferecem muito
mais que seu valor material de uso. A mercadoria
adquire, no atual modelo de mercado, um valor
humano fetichista.
Anúncio de bolsa e
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14. O ocaso das utopias e a ascensão da
mercadoria
A posse de mercadorias oferece felicidade, status,
segurança, paz, alegria, bem-estar, etc. A mercadoria
é portadora dos valores humanos mais nobres e
utópicos.
Niilismo pragmático.
15. O ocaso das utopias e a ascensão da
mercadoria
“
De alguma forma podemos dizer que a nova utopia é
a posse de mercadorias?”
16. O mercado
É uma forma de organizar a produção,
comercialização e relações econômicas entre pessoas
e sociedades.
Mercado Medieval: Tinha o princípio do intercâmbio
justo das mercadorias. O conceito de justiça era
central ao mercado e ao intercâmbio.
Bem comum
Ideal Cristão
17. O egoísmo como estruturante do mercado
Surgimento da burguesia: O mercado foi consolidado
como um dispositivo central da nova política.
Ressignificação do mercado
Natureza egoísta
18. Criadores e Criatura
Seríamos capazes de viver sem o capitalismo?
Seria o Mercado uma entidade metafísica? Que
possui uma potência própria cujas leis existem além
da vontade humana e por ele devem ser
respeitados?
19. Sacralidade e Profanação
O mercado,o Estado,a lei,o congresso são tidos como
inacessíveis.
Jesus e Sócrates como profanadores.
20. A visão de Foucault
A vida humana com um fim:o lucro.
O governo da liberdade humana.
“O poder soberano faz morrer e deixa viver, o
biopoder faz viver e deixa morrer”