1) O documento discute a criação de um sistema de gestão do conhecimento para a Rede Nacional de Bancos de Leite Humano no Brasil para compartilhar informações entre as unidades e melhorar o funcionamento da rede.
2) A rede tem mais de 180 bancos de leite humano implementados, mas há baixo nível de informatização e conectividade entre as unidades.
3) O documento propõe que o conhecimento é a matéria-prima para a integração da rede e que é necessário entender como o conhecimento é gerado,
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Si Stema De GestãO Do Conhec Imen To
1. 121
Sistema de gestão do conhecimento
para Rede Na c i onal de Bancos de Lei te Humano
Aknowledge management sys tem for the Brazilian
Na tional Net work of Human Milk Banks
Paulo Ricardo da Si lva Maia 1
Franz Reis Novak 1
João Apr í gio Gu erra de Almeida 1
D a n i elle Ap a recida da Silva 1
Abstract This arti cle has as obje ctive to dem a r- Re su m o Es te arti go teve como objetivos dem a r-
c a te concepts that can co n tri bu te for en l a rgem ent car co n cei tos que possam contri buir pa ra ampl i a-
of the theoretical ch a rt for management of the ção do quadro te ó ri co pa ra gestão do conhecimen-
knowledge in the REDEBLH. The structural bases to na REDEBLH. São também apre sentadas as
for drawing the Kn owled ge Ma n a gement Sys tem ba ses estru tu ra n tes pa ra o desenho de um Si s tema
(KMS) a re also presen ted . It adopts a theoretical de Gestão do Co n h e cimen to (SGC). Através de
approach to present the foundations that in the uma abord a gem te ó rica evi d en ci a m - se os funda-
litera ture maintain reflections about KMS. It’s men tos que na litera tu ra su s tentam ref l exões so-
incl u d edsti ll a short analysis of the setting of the b re SGC. O arti go inclui ainda uma breve análise
knowl ed ge dem a rc a ted by the recent scientific do cen á rio do conheci m en to dem a rcado pela pro-
output iden ti f i edin the units from the net and in dução ci entífica recen te iden tificada nas unidades
thei rs headquarters. It expe cts that the questions da rede e em sua sed e . Espera-se que as questões
discussed can make feasible the use of tools of d i sc u tidas possam vi a bilizar o uso de ferramentas
s h a re of the knowl edge diminishing the deep so- de co m partilhamento do co n h e ci m en to diminu i n-
cial, economic, and cultural differen ces in the do as profundas diferenças cultu rais, e conômicas e
space of action from the REDEBLH. sociais no espaço de atuação da REDEBLH.
Key word s Knowl ed ge managem ent, Net s , Hu- Pa l avra s - ch ave Gestão do co n h e ci m en to, Red e s ,
man banks of milk Bancos de Leite Humano
1 Ba n co de Lei te Hu m a n o,
Instituto Fern a n des Figueira,
Fiocruz.
Av. Rui Ba rbosa 716,
22250-020, Rio de Janei roRJ.
pm a i a @ f i oc ru z . br
2. 122
In trodução Un i d ades de Tra t a m en to In ten s ivo Neonatal
( Ma i a , 2004a). Ben efícios econ ô m i cos também
A política pública de saúde, voltada para o in- têm ocorrido na medida em que se estima di-
cen tivo à amamentação, tem , ao lon go das últi- m i nuição na importação de lei te artificial para
mas décadas, fortalecido a importância dos nutrir estes rec é m - n a s c i dos imped i do s , tem po-
b a n cos de lei te humano (BLH). Estas unidades rariamente, de se alimentarem no seio materno.
configuram-se assim como local privilegi ado A ampliação da REDEBLH foi acom p a n h a-
para as ações de incentivo ao alei t a m en to ma- da de nova con cepção de sua forma de atuação.
terno no terri t ó rio nac i onal (Ma i a , 2004a). De acordo com Al m eida (1998), há que se con-
O primei ro BLH do Brasil foi implantado s i derar, ainda, que estas altern a tivas deverão
em outubro de 1943 no então In s ti tuto Nac i o- possibilitar um fluxo ágil e eficien te da infor-
nal de Puericultura, a tu a l m ente In s ti tuto Fer- mação, bem como possibilitar a universaliza-
n a n des Figuei ra – IFF. O seu principal obj etivo ção do acesso a el a .
era co l etar e distri buir leite humano com vistas a Almeida (2001) identi f i cou que o grande
atender os casos considerados especiais a exem- desafio con tem por â n eo para o de s envo lvimen-
plo da prematuridade, perturbações nutricio- to da REDEBLH é a formação de compet ê n c i a s
nais e alergias a pro teínas heter ó l ogas. Com es- p a ra uma nova forma de pensar as questões re-
ta mesma pers pectiva, en tre a década de 1940 e lacionadas à amamen t a ç ã o. Ne s tesen ti do, a pon-
o inicio dos anos 80, foram implantadas mais ta três questões fundamen t a i s : u n ivers a l i z a ç ã o
c i n co unidades no país. Con tu do, foi com o de- do acesso dos profissionais aos novos saberes;
s envo lvimento do Programa Nacional de In- o de s envo lvi m en to cien t í f i co e tec n o l ó gico; e a
centivo ao Aleitamen to Ma tern o, sobretudo a substituição do discurso ideológi co da ama-
partir de 1985, que os BLH passaram a assu m i r m entação por posições solidamen te ancorad a s
um novo papel no cenário da saúde pública nos diferen tes campos do saber.
bra s i l ei ra, tra n s form a n do-se em el em en tos es- Tal indicativo dem a rco u , no campo da re-
tra t é gi cos para as ações de prom o ç ã o, pro teção f l exão te ó ri c a , o início da sed i m entação de um
e apoio à amamentação (Al m ei d a , 2004). qu adro con ceitual que objetiva, por um lado,
Em 1998, foi criada, pelo Ministério da Sa ú- su s tentar novas po l í ticas de atuação gerencial e
de , a Rede Nac i onal de Ba n cos de Lei te Hu m a- de planejamento e, por outro, incorporar, no
no (REDEBLH). Com sede na Fundação Os- espaço ac ad ê m i co, n ovas po s s i bi l i d ad de teo-
es
w a l do Cruz (Fiocruz), a rede , de s de en t ã o, tem ri z a ç ã o, parti c u l a rm en te na sede da REDEBLH.
a m p l i ado seu espaço de atuação tanto em fun- Foi identi f i c ado também baixo grau de in-
ção da permanente modernização de seu mo- formatização e con ectividade eletrônica entre
delo de ge s t ã o, qu a n to pela geração de conhe- as unidades com pon en te s . De acordo com Cas-
cimen to. Sua estrutura organizacional possui tells (2001), o desenvo lvimento de redes só se
uma referência nac i on a l , que está loc a l i z ada na tornou po s s í vel graças aos import a n tes avan-
sede e é re s pon s á vel pela normatização e pro- ços tanto das tel ecomunicações qu a n to das tec-
posição de po l í ticas de atuação bem como pe- nologias de integração de com p ut adores em re-
las principais ações de de s envo lvimen to cien t í- de . As s i m , esta afirmação cria um paradoxo pa-
f i co e tec n o l ó gi co. Com p l em entam esta estru- ra a existência da REDEBLH.
turação as referências estaduais e as unidades Se o grau de con ectividade com p ut ac i onal
l ocais (M i a , 2004a). Ex i s tecl a rorecon h ec im en-
a é baixo, como é po s s í vel e em que bases se dá a
to nac i onal dos avanços na saúde infantil pro- necessária integração para o funcionamen to
porc i on ados pela REDEBLH. Com mais de 180 em Rede? A hipótese cen tral do estu do é que o
Ba n cos de Leite Humano implemen t ados, a mecanismo de integração da REDEBLH tem
tra j et ó ria de sua con s trução indica dois funda- como matéria-prima o conhecimento. Desta
m en tos que su s tentam sua po l í tica de atuação. forma é nece s s á ri o, para a estruturação de um
O primei ro é uma prática institucional com sistema de gestão do con h ec i m en to, com preen-
com promisso e re s pon s a bi l i d ade soc i a l . O se- der as dinâmicas dos processos de gera ç ã o, dis-
g u n do diz re s pei to ao exercício de solidari eda- tri buição e apropriação de s te con h ec i m en to.
de social, que ocorre por meio das doações vo- A partir do reconhec i m en to da importân-
luntárias de leite humano ordenhado (LHO) cia estratégica do processo de el a boração con-
que é distribu í do, após proce s s a m en to e rigo- cei tual, referi do às atividades de gestão tecno-
roso processo de controle de qualidade, para lógica, que até então se con s ti tuía de forma in-
bebês prem a tu ros de baixo peso intern ados em c i p i en tee latera l , foi po s s í vel delimitar e el eger
3. 123
o campo da gestão do conhecimen to na RE- cen te identificada nas Unidades da Rede e em
DEBLH como um novo e fundamental espaço sua Sede .
p a ra con s trução do obj eto de estu do. Vale ressaltar que o grande desafio desta
Para a formulação de altern a tivas que uni- abord a gem é buscar um caminho que po s s i bi-
vers a l i zem o acesso ao con h ec i m en to, on de qu er l i te , de forma inédita, aplicar con cepções te ó ri-
que existam Bancos de Leite Humano em fun- cas uti l i z adas em outros campos do saber à re a-
c i on a m ento e, da mesma forma, po tencializar l i d ade da REDEBLH.
o ferra m ental tec n o l ó gi co já dispon í vel na áre a ,
já foram desenvo lvidos estudos que oferecem
uma com preensão mais ampliada do funcion a- Referencial teóri co
men to da REDEBLH (Maia, 2001; 2002).
Por outro lado, sabe-se que a dimensão con- As evidências con tem porâneas revelam que es-
tinental do Brasil exige soluções que, em ter- tá em curso um acel erado processo de transfor-
mos de saúde co l etiva, possam com p a rtilhar o mação social. Ne s te con tex to, estrutu ra-se uma
con h ec i m en to ac u mu l ado nos gra n des cen tro s n ova econ omia com pelo menos duas caracte-
de formação e inve s ti gação com os locais mais rísticas bem fundad a s : i n form ac i on a l , porque a
d i s t a n tes(Maia, 2004b). Con tudo, s eg u n doLó- ativi d ade dos agen tes econ ô m i cos guarda estri-
pez (2001) é pre ciso en ten d er que as te cn ol o gias ta dependência com sua capacidade de gerar,
da info rmação e da co municação não são iguali- processar e aplicar a informação baseada em
tárias e se desenvolvem preferencialmente nos con h ec i m en tos; e gl ob a l , porque, t a n toas ativi-
pa í ses mais desenvolvi d o s , dentro destes nas cl a s- dades como seus com pon en tes estão or ga n i z a-
ses mais ricas e dentro destas, entre os pr ó prios dos em dimensão mundial com forte ten d ê n c i a
cidadãos, reproduzindo os padrões de desigual- a arranjos or ganizacionais em rede.
d a d e. Em síntese, a expressão destas desigual- O informacionalismo, na qualidade de novo
dades ocorre pela exclusão de gra n des parcel a s m odo de de s envo lvi m en to, decorren te da ree s-
populacionais da chamada sociedade do co- truturação do modo capitalista de produ ç ã o,
nhecimen to. tem como um de seus propulsores o avanço tec-
No Brasil, o Estado busca, por intermédio nológi co decorren te do ac ú mulo de con h ec i-
da promoção de políticas de inclusão social, mento (Ca s tell s , 2001). Vale dizer que no infor-
exercer papel estra t é gi co para que o de s envo l- macionalismo a função da produção tec n o l ó gi-
vimen to tecnológi co ben ef i c i e , de forma eqüi- ca se caracteriza pela con s t a n te apropriação do
t a tiva, as dimensões hu m a n a , é tica e econ ô m i- con h ec i m en to e da informação. A espec i f i c i d a-
ca (López, 2002). de do modo inform ac i onal de de s envo lvi m en to
O conhecimento deve torn a r-se um dos está na ação do con h ec i m en to sobre o pr ó prio
principais fatores de superação de de s i g u a l d a- con h ec i m en to, tornando-a principal fon te de
de s , de agregação de va l or, criação de em prego produtivi d ade . Decorre daí uma forte intera ç ã o
qu a l i f i c adoe de prop a gação do bem - e s t a r. Neste en tre cultu ra e forças produtivas que pode con-
qu ad ro, ganha rel evância o de s envo lvi m en to de tribuir para a propagação de novos arranjos or-
n ovos arc a bouços con cei tuais, m etodo l ó gicos e ga n i z ac i onais como os cen trados no modelo de
a n a l í ti co apropri ados ao en ten d i m en to de co-
s redes (Ca s tells, 2001). As estruturas orga n i z a-
mo os con h ec i m en tos produtivos são gerados, cionais centradas na integração e operação con-
ad qu i ri dos e difundido s , con s i dera n do as parti- junta de vários atore s , de processos produtivos
cularidades de países e regiões (Takahash, 2000). de bens ou serviços, a exemplo das redes de ino-
Estas con s i dera ç õ e s , d i a n teda hipótese cen- vação, têm sido consideradas as mais adequadas
tral do estudo, evidenciam a nece s s i d ade de para promover a geração, aquisição e difusão do
ampliar a compreensão sobre as dinâmicas de con h ecimen to e inovações (Lastre s , 2000). Os
geração e apropriação do conhecimento no â m- estu dos que privi l egiam estes novos padrões de
bi to da REDEBLH. Tal opção se configura co- relacionamen to e gestão orga n i z ac i onal, com
mo etapa preliminar para o de s enho de um Si s- ênfase no con h ecimen to e na inovação, apon-
tema de Gestão do Con h ec i m en to (SGC). tam para o papel estratégico desempenhado pe-
E s te arti go, através de uma abord a gem te ó- la ciência, pela tecnologia e pela inova ç ã o, na
ri c a , apre s enta fundamen tos qu e , na litera tura, ch a m ada econ omia de rede ou econ omia asso-
su s tentam ref l exões sobre o assu n to. In clui-se ciac i onal (Lastres, 1999; 2000). As redes, n e s te
ainda análise inicial do cenário do conheci- senti do, ad qu i rem ex trema importância com o
m en to dem a rc ado pela produção científica re- ferramentas viabi l i z adoras do com p a rtilha-
4. 124
men to do conhec i m en to. Con tu do, apesar do a utores (Castells, 2001; Lastres, 2000; Ca m pos,
avanço da tel ei n form á ti c a , que hoje poten c i a l i- 1997; Ma n s ell, 1998). É nela que se estabel ecem
za as po s s i bi l i d ades de s te ace s s o, ainda não se as relações sociais e de de s envo lvi m en to tec n o-
verifica sua equ a l i z a ç ã o. As profundas diferen- l ó gi co re su l t a n tes do avanço do con h ec i m en to
ças culturais, econômicas e sociais delimitam a humano.
capacidade de apropriação do con h ecimen to No pre s en te estu do, utilizou-se como refe-
disponibilizado. rencial o con cei to de Soc i ed ade da Informação
Por outro lado, nos tempos atuais, não se de s envo lvido por López (2001) ou seja , um de-
pode negar que a inform a ç ã o, a inovação, a ra- terminado nível de desenvolvimen to social, eco-
p i dez e a con f i a bi l i d ade são con cei tos que del i- n ô m i co e te cn ológico cara cterizado pela partici-
mitam os caminhos da co l etivização do con h e- pação de diferentes agen tes (govern o, em presas,
cimen to. O rom p i m en to de fron teiras até en- pe sq u i s a d o res, cen tros te cn ol ó gi cos, organizações
tão intra n s pon í vei s , s ed i m en t adas pelo model o sociais e cidadãos) dispo s tos a gera r, difundir e
de desenvolvimento excludente, tem trazido co- usar a info rmação pa ra produção do co n h e ci-
mo con s eqüência maior acesso ao saber, mes- mento econômico e socialmente útil (inovação)
mo que ainda limitado pelas condições soc i a i s , pa ra fins do desenvolvimen to.
políticas e econômicas já indicadas anterior- Na nova ordem econômica, o incremen to
men te (Maia, 2004b). de produtividade, tanto nos processos como
É ineg á vel que as chamadas tec n o l ogias de nos produto s , não depen de do aumen to qu a n-
mídia e a ampliação de seu alcance vêm cre s- ti t a tivo dos fatores de produção (capital, tra b a-
cendo a uma vel oc i d ade que não en con tra pre- l h o, recursos naturais) e sim da aplicação de
ceden tes na história recen te . O volume de in- con h ecimentos e informação à gestão, produ-
formações que circula diari a m en te no mu n do ção e distri bu i ç ã o.
vem aumentando vertiginosa e irreversivel- A soc i ed ade da informação repre s enta uma
men te . A título de ilu s tra ç ã o, por volta de 1814, profunda mudança na or ganização da soc i ed a-
John Wa l ter II, diretor do Times de Lon d re s , de e da econ omia. É um fen ô m eno global, com
instalou a primeira impre s s ora a vapor capaz elevado potencial transformador das ativida-
de imprimir mil jornais por hora. Apenas 10 des sociais e econômicas. Assim é de se supor
anos mais tarde a imprensa da Grã-Bretanha que ben efícios ou preju í zos para or ganizações
atingiria a marca dos trinta milhões de exem- e populações espalhadas nos diversos conti-
p l a res (Virilio, 1996). Um per í odo de qu a renta n en tes podem re sultar do arranjo social decor-
anos foi necessário para que uma população de ren te do novo parad i gma tec n o l ó gi co.
c i n q ü enta milhões de norte-americanos tive s s e O acesso à inform a ç ã o, ao con h ec i m en to e,
acesso ao rádio. No mesmo país, i d ê n ti co nú- sobretudo, sua capac i d ade de aprender e ino-
m ero de pessoas já ace s s ava seu Personal Co m- var são os fatores da condição soc i oecon ô m i c a .
pu ter (PC), após qu i n ze anos da introdução Não basta uma base tecnológica e de infra-es-
desta máqu i n a . Mais recen tem en te, com o ad- trutura adequ adas, também é necessário um
ven to da In ternet, em apenas qu a tro anos um con ju n to de inovações nas estruturas produti-
n ú m ero de usuários superi or a cinqüenta mi- vas e or ganizacionais, no sistema edu c ac i onal e
lhões de pe s s oas acessa a Web n a qu ele país (Gi- nas instâncias reg u l adora s , n orm a tivas e de go-
den s , 2000). verno (Takahash, 2000).
O desenvolvimen to da ch a m ada tel ecomu- O processo de geração do conhecimen to
nicação planetária tem produzido avanços na também é afet ado por fatores ex ternos que in-
a propriação do conhec i m en to, contu do ainda f lu enciam os rumos da evo lução cien t í f i c a . As
são imensas as camadas sociais exclu í d a s . Ne s te mudanças veri f i c adas nos processos produtivo s
sentido ganha relevância o desafio de incluir, e de tra b a l h o, s obretu do como decorrência da
no processo de apropriação do con h ec i m en to ch a m ada revo lução da microel etrônica e de to-
na REDEBLH, um número cada vez maior de do o com p l exo inform ac i onal com p ut acional,
atores sociais. Tal fato reforça a nece s s i d ad de e con tri bu em e, por ve ze s , con d i c i onam as prio-
se estabelecer mati zes conceituais, que ofere- ri d ades da inve s ti gação.
çam opções teóricas para o de s envolvimento Por sua ve z , a soc i edade globalizada, i n ten-
da gestão do conhecimen to no âmbi to da RE- s a m en te intern ac i on a l i z ada e interdepen den te ,
DEBLH. ex i ge re adequações nas formas de fazer ciência.
A sociedade da informação (SI) tem sido São alterados tanto os processos metodológi-
objeto de estudo de um cre s cen te número de co s , portanto internos à produção científica,
5. 125
como as situações e condições de trabalho (Mi- incertezas daí re su l t a n tes o estimularam a as-
nayo, 2002). sumir a missão de legitimar a ciência a partir
É assim que os avanços no campo da ciên- do entendimen to de que o homem pode co-
cia ocorrem cada vez mais por meio da solução nhecer o real de modo verd adei ro e definitivo.
de probl emas com p l exos apropriando-se não O proj eto de Descartes pretendia fundamen t a r
mais de uma, mas de várias disciplinas. Esta a po s s i bi l i d ade do con h ecimen to cien t í f i co da
realidade con tri bu iu para o su r gimen to de sis- nova Ciência encon trando uma verdade in-
temas de produção do conhecimento, social- qu e s ti on á vel e ref ut a n do o ceticismo (Ma rcon-
men te distribuído, caracterizados pelo traba- des, 2002). Segundo Allix (2003), este pensa-
lho em rede e cooperação divers i f i c ada, seja de men to exerceu forte influência nos conceitos
i n d iv í du o s , grupos ou instituições (Pelegrini, acerca do con h ec i m ento adotados por impor-
2000). tantes te ó ri cos con tem por â n eos que trabalham
A con f i g u ração de redes de conhecimento com gerência do con h ec i m en to (Non a k a , 1994;
tem como pre s su po s to, por um lado, a iden ti f i- Nonaka & Takeu ch i , 1995; Nonaka et al., 2001).
cação do con h ec i m en to acumu l ado e disponível Na década de 1960, o estudo de Mi ch ael
e, por outro, uma demanda para sua aplicação. Po l a nyi (1966) repre s en to u , do pon to de vista
Além de s tes condicionantes, é nece s s á rio um in- ep i s temológi co, uma das fundamentais con tri-
teresse comum que possa proporc i onar va n t a- buições à discussão sobre natu reza do con h ec i-
gens com peti tivas para os atores (Meri n o, 2002). mento. Mais recentem en te, o arti go de Moore
Ex a m i n a n doa produção do con h ec i m en to, & Bolinches (2001) sistematiza alguns dos
do pon to de vista intern o, podem ser verifica- principais esforços de con cei tuação. Os autore s
dos novos padrões e tendências. A ampliação assinalam que não ex i s te uso ex a to para a pala-
das possibilidades trazidas pelo modelo da big vra con h ec i m en to, port a n topode-se con s truir
science dissolve , na prática, a antiga dico tom i a muitas formas para sua aplicação. Em seu estu-
en tre ciência básica e aplicada (Mi n ayo, 2002). do apresentam um en foque que predomina no
pensamento contemporâneo sobre o tema e su-
gerem um esqu ema com preen s ivo para o con-
Do con h ec i m en to à gestão ceito de conhecimen to centrado em duas di-
do con h ec i m en to mensões: a tácita e aex p l í c i t a .
A dimensão tácita do conhecimento diz res-
O con h ecimen to tem sido preocupação histó- peito tanto ao que sabemos, porém não exterio-
rica da ep i s temologia e ex i s te con s enso de qu e rizamos de maneira formal, como também
é um termo de difícil definição. Ao mesmo tem- qu a n to àquilo que sabem o s , porém ainda não
po é secular o esforço de filósofos para com- temos con s c i ê n c i a . Ou ainda pode ser en ten d i-
preensão dos processos de geração e apropria- do como aqu ele conhec i m en to ineren te ao ser
ção do conhecimento. Alguns dos principais humano, que não está estruturado de forma
pen s adores como Sócrates, Platão e Ari s t ó teles percept í vel a exemplo das ex periências dos in-
ofereceram con tri buições ao tema que até hoje d iv í duos, suas habi l i d ade s , s eu k n ow-how, su a s
influenciam o pensamento moderno (Ka n e , práticas, s eus valores (Va l en tim et al., 2003). Já
2003; Ma rcon des, 2002). o conhecimento explícito é formal, estruturado,
No sistema ari s to t é l i co, o con h ecimento ex presso em símbolos e em processos e proce-
pode ser en ten d i do como saber teóri co que se d i m en tos que podem ser codificados e decod i-
d ivide em ciência geral e ciência natu ra l ; com o ficados por aqueles que conhecem as leis, regras
s a ber prático (pr áxi s), que inclui a ética e a po- e métodos de uma disciplina científica ou de
lítica e o saber produtivo (po i esis), que seria a um campo prof i s s i onal. A tec n o l ogia é talvez o
base do estudo de estética. Com estes funda- melhor exemplo deste conhecimento.
men to s , o filósofo de s envo lveu uma con cep ç ã o Ne s te sen ti do pode-se afirmar que o con h e-
s i s temática de saber com marc a n te influência cimen to existe em forma tácita na mente das
na An ti g u i d ade (Ma rcon des, 2002). Con tu do, é pe s s oa s , da qual em er ge na forma explícita em
o projeto filosófico de Descartes que exerce resposta a problemas e desafios de natureza
mais forte influência nas formulações con cei- pr ó pria ou ex terna (Na h a p i et& Ghoshal, 1998).
tuais acerca do con h ecimen to que identifica- A origem dos problemas pode ser uma mera
mos em nossa époc a . O con f l i to en tre dois mo- curiosidade intelectual ou uma nece s s i d ade
delos de ciência, o antigo e o modern o, viven- que su r ge como con s eqüência da relação de uma
c i ado pelo filósofo no inicio do século 17, e as or ganização com seu en torno.
6. 126
A gestão do conhecimen to atua essencial- pazes de produzir con h ec i m en to, e con s i deram
men te nos flu xos informais de informação e no qu a tro níveis po s s í veis: o individual, ou seja
con h ecimen to tácito (Valen tim et al. , 2003). Os aqu ele con h ec i m en to cri ado pelo pr ó prio indi-
estudos sobre possíveis combinações de cria- v í du o ; o grupal, derivado das interações entre
ção e transmissão do con h ec i m en to, conside- pessoas; os níveis organizacionais, que inte-
rando as dimensões tácita e ex p l í c i t a , foram gram todos os conhecimen tos dos setores da
re a l i z ados nos anos 90 principalmen te por No- or ganização e o interorganizativo, que resulta
naka y Takeu chi (1995). O model o, por eles de- da interação da or ganização com os agen tes em
s envo lvido, de base epistemológica, leva em seu en torno (Nahapiet & Ghoshal, 1998; Nel-
con s i deração a existência de qu a tro proce s s o s son, 1982; S pen der, 1996). O con cei to de on to-
b á s i cos geradores de con h ec i m en to: s oc i a l i z a- l ogia tem sido utilizado nos estu dos envo lven-
ção; ex ternalização; com binação e internaliza- do inteligência artificial e repre s entação do co-
ção (SECI) como de s c ri tona figura 1. nhecimen to. Ontologia neste caso é em pregad a
O utras investigações privilegiam a dimen- no sen tido de formular um ex a u s tivo e rigoro-
são definida como on to l ó gi c a . Estes estu dos le- so esquema conceitual de um domínio dado,
vam em con s i deração as en ti d ades que são ca- com vistas a facilitar a comunicação e o com-
Figura 1
Processos de conversão do con h ec i m en to.
Soc i a l i z a ç ã o Compartilha os con h ec i m en tos tácitos entre o pe s s oal
T á c i to T á c i to da or ganização. O corre através de seminários, jorn adas
e apre s entações dos prof i s s i onais da insti tu i ç ã o.
Facilita o processo de com preensão e aumenta a visão
i n d ividual sobre as ex periências com p a rti l h adas.
Ex teri orização Ex teri oriza o con h ec i m en to tácito dispon i bi l i z a n do ao
-o
T á c i to Ex p l í c i to a m bi en te insti tu c i onal e seu en torn o. Ocorre através de
discussões técnicas de probl emas com p l exos em que participam
prof i s s i onais do In s ti tuto e de outras em pre s a s . Propicia a bu s c a
de soluções técnicas aos probl emas dos cl i en tes e a tra n s ferência
de re su l t ados e tec n o l ogi a .
In ternalização Proporc i ona a ref l exão a partir de ex periências re a l i z adas.
Ex p l í c i to T á c i to O corre através do trabalho em redes on de os prof i s s i onais podem
ex p l orar na pr á tica as soluções de s envolvidas para determ i n ados
probl em a s . Consolida os processos de apren d i z a gem indivi dual
e co l etiva da or ga n i z a ç ã o.
Com bi n a ç ã o In tegra as soluções técnicas já de s envo lvidas e con h ecidas pel a
Ex p l í c i to Ex p l í c i to or ganização para en f rentar probl emas de maior com p l ex i d ade.
O corre através da con s trução de pro t ó ti pos, m odelos e outra s
formas. Facilita a sistematização, registro e codificação
das principais linhas de produtos e serviços da or ganização.
E l a borado com base nos estu dos de Nonaka & Ta keu chi (1995); Moore & Bo l i n ches (2001).
7. 127
parti l h a m en todo con h ec i m en to e da inform a- A outra linha de pensadores, que adota o
ção entre diferen tes sistemas. A consideração enfoque econômico, centra esforços nos pro-
da dimensão on to l ó gica permite determinar cessos de gestão do conhecimento po tencial-
que entidades são capazes de criar conhecim en- men te geradores de exceden tes econ ô m i co s .
to e aqu elas que são capazes de apren der. Por- Pa ra estes, o con h ec i m en to é vi s toem seu pro-
tanto, o conceito de ontologia aqui adotado cesso de criação de valor patrimonial e va n t a-
g u a rda diferenças com o sign i f i c ado filosófico gens com petitivas. Am bos os en foques são, na
do term o. re a l i d ade , com p l em en t a res (Zorrilla, 1997; Sa-
A proposta metodológica de López (2002) lazar, 2001).
utiliza um modelo integrado para o entendi- A definição con ceitual do Sistema de Ges-
m en to da criação e tra n s formação do con h ec i- tão do Con h ec i m en to para a Rede Nac i onal de
men to. Traz novas e fundamentais con tri bu i- Bancos de Lei te Humano foi de s c rita com o : es-
ções para o desenvo lvimen to concei tual do te- paço criado pela Rede a pa rtir de uma visão in-
ma. A partir de uma análise crítica dos mode- tegral da probl emática da saúde pública em su a
los ex p l i c a tivos de s envo lvi dos na última déca- á rea de co m petência, com a finalidade de poten-
da, em especial o de Sa n chez (2001), são esta- cializar o capital intelectual da Rede pa ra im-
belecidas as bases conceituais para o modelo plantar os pro ce s sos e procedimentos que faci l i-
EO-SECI (Ep i stem ol ogical & On tol o gical SECI), tem o ace s so às diversas fo rmas de co n h e ci m en to
integrador das diferen tes corren tes de pensa- necessárias ao melhor desem penho de suas Un i-
m en to. Busca a articulação do modelo de base dades (Maia, 2004b).
ep i s temológica com a proposição de su s ten t a- As principais funções de um SGC podem
ção on to l ó gica. Traz para o mesmo campo de s er repre s en t adas como indicado na figura 2.
análise a natu reza do conhecimento e os nívei s Cada su b s i s tema (vigilância, c riação e tra n s-
on to l ó gi cos que compõem os distintos orga- ferência) po s sui funções específicas que se rel a-
nismos que geram conhecimen to. De s c reve cionam num movimen to de perm a n en te inte-
qu a tro níveis nos quais é po s s í vel iden tificar o ratividade no interior do SGC. Cada el em en to
desenvolvimen to de processos de criação do do SGC, num ambiente de rede de inovação,
con h ecimento: o indivi du a l , o grupal, o orga- pode desempenhar uma ou mais funções com o
n i z ac i onal e o interor ga n i z a tivo. O modelo ob- s erá mostrado mais ad i a n te(Ma i a , 2004b).
j etiva analisar os processos que se produzem no
interi or de cada um dos níveis e suas relações.
O nível mais baixo dos fatos con h ec i dos são Metodo l ogia
os dados e estes não possuem um significado
intrínseco. Quando os dados são proce s s ados Este estudo foi con du z i do em três etapas: 1a –
a través de sua orden a ç ã o, gru p a m en to, análise definição do modelo teórico de Sistema de G e s-
e interpretação se convertem em informação. tão do Conhecimen to ; 2a – diagnósti co situa-
Por outro lado, qu a n do a informação é utiliza- cional e 3a – realização de uma simulação para
da e co l oc ada num con texto ou marco de refe- avaliar a aplicabilidade do modelo propo s to.
rência de uma pe s s oa tra n s forma-se em conhe- O modelo teóri co sel ec i on ado foi o de s en-
cimento. O con h ecimento seria assim, a com- vo lvi do por Moore & Bo l i n ches (2001), qu e es-
binação de inform a ç ã o, con tex to e ex periência tabel ece qu a tro com pon en tes estrutu ra n tes pa-
( Zorri ll a , 1997). ra um SGC assim de s c ri tos em Maia (2004b):
Do ponto de vista conceitual é nece s s á rio • Aco l e ç ã o : deve con ter as bases de dados, as
ainda de s t acar as diferenças en tre gestão do co- i m a gen s , os doc u m en tos, v í deo s , a presentações,
nhecimen to e gestão da informação como a pon- experiências pr á ti c a s , as informações e os co-
t adas em Salazar (2001). nhecimentos ex p l í c i tos requ eri dos pelo neg ó c i o ;
Para con s ecução dos obj etivos de s te artigo • A infra-estrutura de comunicação: con s ti-
é também import a n te en tender o concei to de tuída pela rede de inform á tica nece s s á ria para
Si s tema de Gestão do Con h ecimen to (SGC). A estocar a coleção e dar suporte às comunicações
literatu ra especializada destaca dois enfoqu e s e intercâmbios na rede; i n cluindo-se os com-
que podem balizar as definições de SGC. No put adores e sof tware n ece s s á rios aos pro tocolos
viés or ganizacional a ênfase está na com preen- de comu n i c a ç ã o ;
são e sistem a tização dos processos med i a n teos • A plataforma de colaboração: suporta o tra-
quais as pessoas ad qu i rem e geram conheci- balho distri buído en tre os vários com pon entes
men to. da rede, i n clu i n do bases de dados espec í f i co s ,
8. 128
Fi g u ra 2
Funções do SGC.
E n trada
v
Ob s erva r Criar Ap l i c a r
v v v
Iden tificar Ad a ptar Con ectar
v v v
Arm a zen a r Cod i f i c a r Com p a rtilhar
Vi gi l â n c i a Criação Tra n s ferência
v
Saídas
Fon te : Ad a pt ado do estu do de Moore e Bolinches (2001).
grupos de especialistas, construção de espaços das em rel a t ó rio s técnico s , e outras forn ec i d a s
virtuais para interc â m bio e cooperação entre por prof i s s i onais vi n c u l ados a REDEBLH. De s-
as unidades da rede; ta forma estabeleceu-se a articulação entre a
• A cultu ra: con s i derado o fator que dec i de o base te ó rica con cei tual e a aplicação pr á tica.
ê x i to ou fracasso dos processos de gestão do Na terceira etapa foram utilizados princí-
conhecimen to. É o re sultado da combinação pios do modelo te ó ri co EO-SECI (Ep i stem olo-
dos valores organizacionais com os pessoais. gical & On tological SECI) proposto por López
Aqui é determ i n a n te a história pr é via da or ga- (2002) buscando integra ç ã o, entre as dimen-
nização, as regras, escritas ou não, e toda a tra- sões ep i s temológica e ontológica. Obj etivo u - s e
ma de relações que envo lvem o rel acion a m en to desta forma visualizar os movimen tos do co-
humano em soc i ed ade s . n h ec i m en to. Elegeu-se como campo de ob s er-
Para a realização da segunda etapa partiu - vação os re sumos de trabalhos científicos pu-
se da com preensão do processo de con s trução blicados nos Anais do III Co n gre s so Bra s i l ei ro de
da REDEBLH e da iden tificação dos atores que Bancos de Lei te Hu m a n o (Fioc ru z , 2002). E s te
nela desenvolvem atividades, descritos em Maia even to possibilitou a ex posição e o debate de
(2001). Assumiu-se que os componen tes do várias mod a l i d ad de trabalhos (relatos de ex-
es
modelo teóri co esco l h i do, bem como as suas periências, estudos de caso, relatórios de pes-
principais funções formariam o núcl eo estru- qu i s a , d i s s ertações, teses e outros) de s envo lvi-
tu ra n te do Si s tema de Gestão do Con h ec i m en- do s . Nele, prof i s s i onais respon s á veis pelas mais
to da Rede Nac i onal de Ba n cos de Lei te Huma- variadas atividades na Rede exercitaram, de
no (SGCREDEBLH). Esta opção perm i tiu re a- forma interativa, o com p a rtilhamen to do co-
lizar um diagnóstico situac i onal indicativo de nhecimento que vem sen do gerado tanto na
prioridades para implantação do sistema e foi ro tina de sua prática diária como no exerc í c i o
efetu ado com base em ob s ervações locais reali- da ativi d ade ac ad ê m i c a .
z adas pelos autore s . Em com p l em en t a ç ã o, tra- A seguir foram utilizadas as funções de ob-
balhou-se com informações ad i c i onais co l eta- s ervação e iden tificação, com ponentes do sub-
9. 129
s i s te de vigilância, para classificação dos re-
ma Re su l t a dos e discussão
sumos publ i c ados por área tem á tica e tipo de
a utori a . Esta análise proc u rou organizar inicial- No que se refere à definição do modelo teórico
men te o caminho necessário à com preensão do s de Si s tema de Gestão do Con h ec i m en tofoi ado-
quatro processos de conversão do con h ec i m en- tado o de s c ri topor Moore & Bo l i n ches (2001).
to de s c ri tos por Nonaka & Takeu chi (1995). Os re su l t ados da etapa de diagn ó s ti cositua-
Prel i m i n a rm en te , foram con s i deradas ape- cional preliminar podem ser ob s ervados na ta-
nas as modalidades de socialização – conheci- bela 1. Foram considerados três dos compo-
men to tácito a tácito –, que com p a rtilha os co- nen tes de um SGC já descritos, bem como a
nhec i m en tos tácitos e ocorre através de semi- re a l i d ade atual da REDEBLH. Atribu iu-se a ca-
nários, j orn adas e outros ti pos de reuniões en- da um dos atores con cei tos que objetivam in-
tre os profissionais; e de ex ternalização – co- dicar pri ori d ades estra t é gicas no planejamento
n h ec i m en totácito a ex p l í c i to –, que dispon i bi- da implantação do Sistema (Ma i a , 2004b).
liza o con h ecimen to tácito ao seu entorno atra- Leva n do-se em conta os principais subsis-
vés da análise e inve s ti gação de probl em a s . temas e as funções específicas de um SGC, já
A classificação dos re sumos de trabalhos apre s en t adas na figura 2, bem como a iden ti f i-
por área tem á tica obj etivou con tri buir para um cação dos atores participantes da REDEBLH
e s tu do de base disciplinar, possibilitando asso- de s c ri tos em Maia (2004b), pode-se propor um
ciações entre as modalidades de conversão do e s qu ema preliminar de estrutura funcional pa-
con h ec i m en to, a m p l i a n dodesta form a , a com- ra um Sistema de Gestão do Con h ec i m en to da
preensão sobre a dimensão ep i s temológica. Ne s- Rede Nac i onal de Bancos de Lei te Humano co-
ta pers pectiva, as áreas tem á ticas foram iden ti- mo mostra a tabela 2.
f i c adas e definidas em função de uma conver- Os espaços assinalados com X repre s en t a m
gência de tendências seg u n do even tos anterio- o que é desejável e, portanto, deve ser levado
res, da mesma natu re z a . Pa ra a análise também em conta, no planejamen to do SGC, ou seja,
foi uti l i z ada a classificação de áreas do con h ec i- que aquele integra n te da REDEBLH exerça a
men to ado t ada pelo Con s elho Nac i onal de Pe s- corre s pon den te função.
quisa e Desenvo lvi m en to Tecnológi co (CNPq) É import a n te de s t acar que este desenho ini-
que é a principal agência de fomento a estas cial é indicativo e re sulta do en tendimen to qu e
a tivi d ades no Bra s i l . os autores, baseados em suas experiências e
A classificação por perfil de autoria, i n d ivi- prática profissional na REDEBLH, possuem
dual e coletiva, obj etivou iniciar o mapeamen to com relação ao tema. Desta forma ad m i te-se
dos distintos níveis on to l ó gi cos a serem con s i- que, em razão da dinâmica de implantação do
derados para aplicação do modelo EO – SECI SGC, ou mesmo após sua conclusão, outras f u n-
propo s to por López (2002). Faz-se oportuno ções sejam desempen h adas pelos diversos ato-
de s t acar que esta análise não preten deu esgo t a r res com pon en tes do Si s tema.
a investigação, tanto no que diz respeito aos ele- Na etapa de simulação foi aplicado o mode-
men to s , como no que tange aos movimen to s lo propo s to con forme de s c ri tona metodo l ogia,
i n eren tes à plena compreensão da geração do e os resultados são apresentados na tabela 3.
conhecimento na REDEBLH em suas diferentes As informações consolidadas na tabela 3
dimensões. indicam que aprox i m ad a m en te 90% dos re su-
Tabela 1
E l em en tos para diagn ó s ti co situ ac i onal na REDEBLH.
Atores da Rede Sede da Rede Comissões de Al eitamen to B a n cos de Lei te
Com pon en tes do SGC
Co l e ç ã o S A F
In f ra - e s trutu ra de comu n i c a ç ã o A F F
P l a t a forma de co l a boração A A F
S = Su f i c i en te ; A = Necessita ampliação; F = In su f i c i en te
Fon te : Maia (2004b)
10. 130
Ta bela 2
Funções do sistema de gestão do con h ec i m en to.
Fu n ç õ e s / In tegra n te s 1 2 3 4 5 6
Vigilância
Observa r x x x x x x
Identificar x x x x x
Arm a zen a r x x x
G eração
Criar x x
Ad a pt a r x x
Cod i f i c a r x x
Tra n s ferência
Ap l i c a r x x x x x
Con ectar x x x x x
Com p a rtilhar x x x x x
1 – Sede da Rede , Ba n cos de Lei te Humano, Comissões de Al ei t a m en to ; 2 – Instituições Financei ra s ;
3 – Gra n des Empre s a s ; 4 – As s ociações de Cl a s s e ; 5 – Gru pos de P&D; 6 – Organizações não-governamentais.
Fon te : Maia (2004b)
Ta bela 3
Distri buição dos re sumos apre s en t ados no III Con gresso Brasileiro de Ba n cos de Lei te Humano
por área tem á tica e ti po de autoria.
Á rea Tem á ti c a Re sumos de autoria Resumos de autoria
i n d ivi du a l em grupo
1. Am a m en t a ç ã o, Cu l tu ra , Ci d adania 18 59
2. Assistência à Amamentação 4 51
3. Tec n o l ogia de Al i m en tos em BLH 0 34
4. Gestão da Qualidade em BLH 1 32
5. In formação/ Comunicação em BLH 0 5
Total 23 181
Fon te : Anais do III Co n gre s so Brasilei ro de Ba n cos de Lei te Hu m a n o, 2002.
mos de trabalhos têm autoria co l etiva e prova- A informação e comunicação também ed i-
vel m en te mu l ti prof i s s i on a l . As áreas tem á ti c a s ficam sua su s tentação teórica nas ciências so-
1 e 2, que podem ser con s i deradas como ten do ciais aplicad a s . Contudo, nesta área, abord a-
basicamente sua fundamentação nas ciências gens que probl em a ti zem as questões em er gen-
da saúde e hu m a n a s , repre s entam 64% do to- tes ainda são bastante recen tes no âmbito da
tal, sign i f i c a n do portanto referencial teórico REDEBLH, o que pode explicar o pequ eno nú-
privilegi ado. A área de tec n o l ogia de alimen tos, mero de trabalhos iden ti f i c ado s .
com sua âncora te ó rica nas ciências bi o l ó gicas A distribuição dos resumos por área temáti-
e agrárias, absorve 16% da produção, com uma ca e região geográfica (tabela 4) evi dencia uma
tendência predom i n a n temente qu a n titativa e gra n de con cen tração (83%) da produção cien-
ex perimental, exigindo com isso maior tempo tífica nas regiões Sul e Su de s te, reproduzindo o
p a ra obtenção de re su l t ados e um parque tec- também desigual quad ro soc i oecon ô m i co qu e
nológico mais sof i s ticado. A área de gestão da se verifica no país. Este fato corrobora a tendên-
qu a l i d ade, que por sua ve z , en con tra nas ciên- cia ob s ervada no sistema de inovação em saúde
cias sociais aplicadas sua principal fon te teóri- no Brasil (Quei roz , 2002). Esta constatação cer-
ca, re s ponde por 15% da produ ç ã o, demons- t a m en te deve ser cuidado s a m en te con s i derad a
tra n do uma rel a tiva tendência de con s o l i d a ç ã o. para o planejamento do SCG da REDEBLH, so-
11. 131
Ta bela 4
Distri buição dos re sumos apre s en t ados no III Con gresso Brasilei ro de Ba n cos de Lei te Humano
por área tem á tica e região geográfica dos autores.
Área Tem á ti c a / Região Su l Su deste Cen tro-Oeste Norde s te Norte Total
1. Am a m en t a ç ã o, Cu l tu ra, Ci d adania 11 52 7 6 1 77
2. Assistência à Amamentação 6 40 0 8 1 55
3. Tec n o l ogia de Al i m en tos em BLH 11 20 0 3 0 34
4. Gestão da Qualidade em BLH 5 21 2 4 1 33
5. In formação/Comunicação em BLH 0 5 0 0 0 5
Total 33 138 9 21 3 204
Fon te : Anais do III Co n gre s so Bra s i l ei ro de Ba n cos de Lei te Hu m a n o, 2002.
bretu do em sua função de tra n s fer ê n c i a . Nota- matéria-prima que opera a articulação e inte-
se que 91% dos trabalhos da área de tec n o l ogia gração da REDEBLH é o conhecimento.
de alimen tos foram desenvolvi dos nestas re- O panorama de s c ri tivo, que foi po s s í vel de-
giões. Apenas a região Su de s te vem produ z i n do limitar com a opção metodológica esco l h i d a ,
trabalhos em informação e comunicação. indica que o estu do do con h ec i m en to com p a r-
tilhado na REDEBLH, além de sua import â n-
cia como elemen to de integração ao próprio
Con s i derações finais s i s tema de inovação em saúde do Brasil, é um
caminho inve s ti ga tivo import a n te para a com-
Os re su l t ados evidenciam que é possível e ne- preensão do seu processo de conversão e do
ce s s á rio implem entar um Si s tema de Gestão do movi m en to entre seus níveis. Abre também, a
Con h ec i m en to para a REDEBLH. A essência oportunidade para implem entação de análise
deste sistema é a produção e apropriação do co- sistemática, reforçando a importância de um
n h ec i m en to soc i a l m en te distri bu í do. E s te fun- Si s te de Gestão do Con h ec i m en to, que fac i-
ma
d a m en to deve ser garantido pelo trabalho em lite o acesso à inova ç ã o. É ainda sustentável
rede, de modo a articular indiv í du o s , grupos e afirmar que, em opera ç ã o, o SGCREDEBLH
i n s ti tuições que participam da REDEBLH. Fo- poderá auxiliar na superação da forte con cen-
ram apon t ados os el em entos que po s s i bilitam a tração regional da produção de con h ec i m en to
e s truturação do Sistema. de Gestão do Con h e- a qui con s t a t ada prel i m i n a rm en te .
c i m en to para REDEBLH, cuja implem entação O modelo EO-SECI mostrou-se adequ ado
deverá con tri buir para a iden tificação e análise para aplicação na REDEBLH. Sua utilização,
da gera ç ã o, d i s tribuição e apropriação de s te co- com certeza irá contribuir, de forma efetiva,
nhecimen to. Esta op ç ã o, do pon to de vista es- para estu dos futuros sobre a natu reza e o com-
tratégico, sedimenta o reconhecimento de que a partilhamento do con h ec i m en to.
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