5. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
Há muito tempo o ser humano vem praticando o mal contra si mesmo, contra o Planeta no qual
vive e contra os seres que com ele dividem o Planeta.
O uso indiscriminado das riquezas naturais, o tratamento inadequado do lixo produzido. A falta
de humanidade na relação com os animais. O descaso diante das matas que se reduzem dia
após dia.
O ser humano faz tanta questão de destacar dos demais seres como sendo racional e o que ele
mais faz em sua vida é dar provas de irracionalidade.
Neste nosso mundo que busca na poesia das palavras um recurso para suavizar tamanhos
maus-tratos e descasos, convidamos autores de todos os cantos a escrever sobre o Planeta
Terra e a Vida.
O resultado, vocês verão, é uma declaração de amor provando que sim, ainda existem pessoas
que se importam com o futuro deste maravilhoso lugar em que vivemos.
O carinho destas pessoas que escreveram se traduz em palavras em defesa do Planeta. Poe-
mas, contos, crônicas. A prosa e o verso se unindo contra a desgraça que atinge a vida.
O mundo não se acabou em 2012, como alguns poderiam pensar! Mesmo que tanto de ruim te-
nha e continue sendo feito, o Planeta Terra ainda nos acolhe e a todas as formas de vida!
Iniciamos assim o ano de 2013 com a força do amor, esperando que o ser humano possa com-
preender o valor da proteção ambiental, da proteção dos animais e de si mesmo.
Tenhamos todos um Feliz 2013!
Que a vida seja plena, que nos traga o melhor e a ela possamos dar o nosso melhor!
Jacqueline Aisenman
Editora-Chefe da Revista Varal do Brasil
Imagem: h p://assisaraujo.wordpress.com/
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6. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
ALBERTO ARAUJO
ANA ROSENROT
ANGELA GUERRA
ANTONIO CABRAL
ANTONIO VENDRAMINI NETO
BETO ACIOLI
CARLOS ALBERTO OMENA
CAROLINE AXELSSON
CESAR SOARES FARIAS
CINTIA MEDEIROS
CLÁUDIO DE ALMEIDA HERMÍNIO
CLÉO REIS
CLEVANE PESSOA DE ARAÚJO LOPES
CRISTINA CACOSSI
DHIOGO JOSÉ CAETANO
DOMINGOS A. R. NUVOLARI
EDNALDO MUNIZ
ELIANE ACCIOLY
EVELYN CIESZYNSKI
FABIANE RIBEIRO
FLÁVIA ASSAIFE
GILBERTO NOGUEIRA DE OLIVEIRA
HELENA AKIKO KUNO
ISABEL C. S. VARGAS
IVANE LAURETE PEROTTI
JACQUELINE AISENMAN
JANDYRA ABRANCHES
JOSÉ CAMBINDA DALA
JOSÉ CARLOS PAIVA BRUNO
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7. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
JOSÉ HILTON ROSA VARENKA DE FÁTIMA
JOSÉ LUIZ PIRES VERA SALBEGO
JOSSELENE MARQUES VO FIA
LENIVAL NUNES DE ANDRADE WILTON PORTO
LUIZ CARLOS AMORIM YARA DARIN
MAGNO OLIVEIRA
MARCELO DE OLIVEIRA SOUZA
MARIA EMILIA ALGEBAILE
MARIO OSNY ROSA
MARIO REZENDE
MARLUCE ALVES F. PORTUGAELS
MARLY RONDAN
MARTA CARVALHO
MARIA NILZA DE CAMPOS LEPRE
NORÁLIA DE MELLO CASTRO
ODETE BIN
OLIVEIRA CARUSO
OSIEL FERREIRA VIEIRA
RENATA IACOVINO
RO FURKIM
ROBINSON SILVA ALVES
ROBSON LUIS S. COSTA
SANDRA BERG
SANDRA COUTO
SANDRA M. FERRARI RADICH
SARAH VENTURIM LASSO
SHEILA FERREIRA KUNO
SILVANA BRUGNI
VALQUIRIA GESQUI MALAGOLI
VALQUIRIA IMPERIANO
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8. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
De olhos abertos
Sempre ouvi dizer ao decorrer de minha existência, que ratos são
animais desprezíveis, odiados pelos seres humanos, restando-lhes
apenas o direito de serem cobaias e alimento dos animais vorazes. Ao ler
um artigo publicado na internet, fiquei surpreso ao saber que estes
roedores são usados desde 2004 no combate às minas terrestres na
África, além disso, são capazes de detectar a bactéria da tuberculose.
Então, podemos afirmar que se estes animais nos causam transtornos ou
transmitem doenças, não o fazem de forma consciente, em detrimento de
alguns homens que destroem o meio ambiente, ceifam a vida alheia,
ceifando a si próprios. Foi pensando nisso que escrevi os seguintes
versos:
BRUTALIDADE
Por Cláudio de Almeida Hermínio
Homens e mulheres atravessam o mundo
Insinuam poses cadavéricas
Relutam com seus próprios desejos
Não sabem se vão ou se ficam.
Na espreita de um sorriso qualquer
As mesmas bocas que mostram os dentes
Trituram migalhas que caem ao chão
Igualam-se ao esterco e folhas apodrecidas.
Não se contentam com a realidade iminente
Exalam o odor que a todos devoram
Arrastando-os ao esquecimento da própria vida.
De nada adiantam às lágrimas
Que jorram na face
Desaguam em vão.
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9. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
O universo caminha em uma escuridão A noite virou dia
sem fim
Na trajetória das galáxias giram come-
tas e planetas. Passo trôpego na calçada
Nasceu à via Láctea com um sistema Ritmo desenfreado
solar espetacular
Marcha alucinante
Deu origem à vida na terra, transfor-
mando-a em um planeta azul. Rufar de tambores
Vivemos aqui com os encantos e so-
bressaltos da natureza, que são frutos
gerados por seu útero, transformando O mundo quase acabou
tudo em sementes, que dão frutos da O ontem já se foi
vida, do amor e da contemplação, tudo
O amanhã ainda não chegou
com eterna beleza.
É o ultimo capitulo de uma era
Que foi escrito por mim
Por Antonio Vendramini Neto
É fria a madrugada
Sorrateira e silenciosa
Quietude que se impõe na calada da noite
Vozes roucas lamentam infortúnios
É mórbido o momento
Súplicas e suspiros dobrados
Ecoam ao vento em forma de açoite
Explosão no céu
Um cometa mergulha na escuridão
A visão fica turva
É o caminho do medo
Coração disparado
Com um frenesi de emoções
É o sol da meia noite
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10. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
Dente-de-Leão
Por Ana Rosenrot
Eu estava com muita pressa, tinha centenas de coisas para fazer, inúmeros clientes para
visitar e pouquíssimo tempo, andava pelas ruas quase correndo, lutando para me movimentar
rápido em meio ao enorme fluxo de pessoas, o coração acelerado e a cabeça doendo devido ao
estresse – o grande mal da vida moderna −; quando o vento, que espelhava poeira por todos os
lados, fez pousar em meus óculos algo muito interessante: sementes de dente-de-leão.
Peguei uma delas e ao ver aquela sementinha tão linda e aerodinâmica, a penugem
branquinha e incrivelmente leve, recordei imediatamente de minha infância, quando colhia uma
daquelas bolas brancas e um simples assopro desfazia-se em dezenas de paraquedas imaginá-
rios, prontos para viverem incríveis aventuras pelos quatro cantos da Terra.
Pensando bem, somos como as sementes de dente-de-leão, nascemos protegidos por
nossa “planta” mãe e pouco a pouco vamos nos desenvolvendo, tentando sair do invólucro natu-
ral que nos mantém afastados das intempéries da vida, loucos para expor-se completamente à
luz do sol e todos vão se preparando da melhor forma possível, até o grande momento de alçar
voo e dar o máximo de si para pegar os melhores ventos e buscar um local adequado para ger-
minar e crescer; muitas caem no asfalto duro, na terra infértil, sobre os arranha-céus, ficam gru-
dados nas roupas – ou óculos – de alguém, podendo ser novamente levadas pelo vento se fo-
rem persistentes, ou simplesmente ficam presas nos desvãos da rua até secarem; poucas en-
contram o lugar e as condições ideais para desenvolver-se com plenitude.
Nós seres humanos, também somos assim, uns se esforçam e vencem na vida, outros
não. O problema é que, ao contrário da semente de dente-de-leão, quando finalmente atingimos
nossos objetivos, ao invés de florescermos, parece fazer parte da natureza humana o oposto:
vamos murchando, perdendo o interesse, ficando estagnados. Eu mesmo, que lutei tanto para
alcançar o sucesso e agora vivo estressado por ter tantos clientes e não saber administrar bem
meu tempo; estou sempre irritado, nervoso, vazio, sem coragem para tomar novas iniciativas.
Mas estranhamente, as sementes que grudaram em meus óculos, reacenderam a chama, o de-
sejo de ir mais longe, de recomeçar, de procurar novos caminhos.
Não é à toa que no Nordeste Brasileiro essa planta é chamada de “esperança” e deu ori-
gem a um sábio dito popular:
“Abre as janelas e deixa a “esperança” entrar na tua casa trazida pelo vento da tarde”.
Devemos deixar que essa semente germine em nossos corações e reinicie seu ciclo na-
tural, para podermos alcançar voos cada vez mais longos, mais altos, infinitos, cheios de
“esperança”.
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11. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
Grito Existencial
Por Beto Acioli
Grita um silêncio em meu grão deserto
Faz-me arder áridos sentimentos
Passo, deveras, longos maus momentos
O sofrimento faz meu mundo inquieto
O meu tormento passa-se em secreto
Expilo prantos coração adentro
Navalho cortes sanguinolentos
Retalho a alma em perverso decreto
A fundo peno com meus desatinos
Sinto o profundo gosto do veneno
Morrendo aos poucos a cada segundo
Decerto seja o maldito mundo
Impondo a vida pelo que devemos
Ou nos expondo à sorte do destino
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13. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
Sangue derramado
Angela Guerra
A cor dos mares, oceanos, lagos e rios é o azul,
puxando, às vezes, pro verde; invariavelmente cinza,
ao cair do crepúsculo... Cinza escuro, quase negro,
quando nuvens carregadas prenunciam tempestades...
Até o Mar, dito "Vermelho", se submete a essas regras imemoriais.
Agora, a Mãe Natureza (em represália?!...) nos prega peças!...
Triste, degradada, ferida em sua integridade,
começa a sangrar...
Águas tingem-se de vermelho, no Senegal e na Austrália!...
Lá se vai a harmonia relaxante, o verde-azul que nos cerca,
acalma a vista e o espírito, tornando-nos a alma menos inquieta...
A culpa é do sal, das algas, dizem os ecocientistas de plantão...
E se for contagioso?!... Que perigo!... Adeus tranquilidade...
Já se pensaram encurralados pelo sangue de nossa Mãe Maior?...
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14. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
GRITO DE SOCORRO E a vida se acabando.
Mas, se o homem quiser
Por Carlos Alberto Omena Essa realidade pode mudar
Com muita luta, consciência e união,
Nosso planeta podemos salvar.
Ouvi choros, gritos,
Apelos e lamentos. Vamos agir de imediato
Era o nosso planeta, E do nosso planeta cuidar.
Agonizando em sofrimentos. Ainda podemos salvá-lo,
E uma bela herança deixar.
Ganância, descaso,
descomprometimento,
Tudo, em nome do desenvolvimento,
E o nosso planeta agonizando grita:
Socorro! Eu estou morrendo.
As árvores lágrimas vertiam.
Eram lágrimas de dor e sofrimento
Pois mercenários madeireiros,
As derrubavam em grande
desmatamento.
Sem árvores, as aves sumiram
Causando enorme destruição.
Estão diminuindo uma a uma
E ameaçadas de extinção.
Os rios, já quase sem vida,
Por causa da poluição,
Lutam pela sobrevivência.
Isso sim é degradação.
Com os rios imundos e poluídos,
Os peixes morrerão.
E num futuro bem próximo,
Ficaremos sem alimentação.
Nosso ar , já quase rarefeito,
Quase não podemos respirar.
Graças a ação do homem,
Estamos por nos matar.
O sol por demais esquentando,
O frio já congelando,
O planeta agonizando,
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15. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
SUFLÊ DE LEGUMES
Enviada por Christianne Meirelles
Fonte: http://tudogostoso.uol.com.br/
INGREDIENTES
2 colheres de sopa de farinha de trigo
300 ml de leite
2 colheres de sopa de manteiga ou margarina
1 pitada de sal
50 g de queijo ralado
4 ovos
Legumes cozidos e cortados em cubos
MODO DE PREPARO
Derreta a manteiga, sem deixar esquentar muito
Junte a farinha, depois o sal e o leite, mexa sempre até engrossar
Retire do fogo e deixe esfriar
Misture as gemas bem batidas, o queijo, e os legumes
Por im as claras em neve
Leve imediatamente ao forno a 180°C, em um pirex untado com manteiga, por 15 minutos
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16. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
Exorcista
Por Caroline Baptista Axelsson
Visto de longe até Drácula é decorativo. Existem realmente coisas no mundo que devem
ser observadas à distancia. Existem outras porém que devem ser consideradas com pai-
xão, e a vida é uma delas. Porque vivemos? É uma pergunta intelectual mas a resposta é
sentimental. Falar e discutir é mágica de boca. Viver é sentir. A vida é emotiva, é um exer-
cício pulsante e eternamente apaixonado. Seu significado reside nos sentimentos e praze-
res de momento a momento. O sentido da vida é viver. Não sabemos de tudo e nunca sa-
beremos, mas quando ignoramos a beleza da natureza e nos apegamos somente à selva
urbana terminamos como pedras, observando a destruição ambiental da mesma maneira
como observamos Drácula, só de longe...Já que não queremos enfrentar e resolver os pro-
blemas, escrevemos poemas sobre a desgraça embelezando ou lamentando a deforma-
ção. E de que serve toda esta literatura? Vidros carbonizados, lixo na grama, vazamentos
na rua, árvores mortas, inseticidas na comida, oceanos afogados em petróleo morrendo
aos poucos, quem se responsabiliza? Se poluir é tudo que sabemos fazer, aproveite a noi-
te, aproveite o dia, em um ano ou dois não existe mais nada!
Agir funciona. Em todo o mundo há jardins diferentes. Num jardim japonês cada árvore está
perfeitamente podada, sem nenhuma folha fora do lugar. Os jardins ingleses são famosos
por suas rosas e linhas perfeitas de arbustos. O número de jardins é enorme mas uma coi-
sa é verdadeira para todos. Os jardins são a criação comum entre a intenção do homem e
a capacidade da natureza de cumprir! A Terra ama quando é amada. Infelizmente muita
gente está possuída pela ganância e o único exorcista que pode nos salvar é a consciên-
cia.
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17. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
Meu querido tambo
Por César Soares Farias
CASEIROS PARA TAMBO DE LEITE
EM VIAMÃO
* Ordenha automática/ resfriador canalizado, 200 litros/dia – 15 vacas.
ELA: Ordenhar manhã (05:30/07:30h) e tarde(16:30/18:30h), limpeza sala leite/
ordenha, comida aos cachorros e limpeza casa principal. Sal: R$ 400,00
ELE: Trato, pastagens, trator e limpeza estábulo. Sal: R$ 600,00
Obs: Boa casa com horta/galinhas, semi-mobiliada, água, luz e cesta básica.
Interessados contatar com Sr. Enilson 436-2432 ou
8248-5104
Ele relutou bastante antes de ligar. Foram necessárias varias conversas entre os dois
para que, enfim, vencido pelo cansaço e sem mais argumentos para se agarrar, Arthur tomasse
a iniciativa.
Arthur tinha qualidades e talentos incontestáveis, granjeando através deles muitas ami-
zades. A sua conversação era agradável, com bom senso de humor. Apesar dos quase quaren-
ta anos, era um mulato com dentes bem polidos, olhar vivaz e pele saudável. Combinava sim-
patia com beleza, e isso naturalmente abria-lhe algumas portas. Havia algo nele, contudo, que
andava esgotando a paciência da sua mulher. Kleiva custara a perceber uma triste mas estam-
pada realidade: O rapaz não gostava de trabalhar.
O gelo, todos sabem, não foi feito para o contato com o fogo, pois derrete-se e perde a
sua forma característica. A água, por sua vez, não nasceu para o óleo, pois se colocarmos am-
bos num copo eles sequer se misturam. Se deixarmos de lado os estados físicos da matéria e o
mundo dos elementos químicos para adentrarmos no reino animal, veremos que da mesma for-
ma, algumas espécies repelem ou incompatibilizam-se com outros seres e/ou ambientes. É o
caso do peixe, que não nasceu para a grama ou para o chão de saibro. Por outro lado, o bom
ditado já diz: “Gato escaldado tem medo de água fria” e dificilmente veremos o felino jogando-se
por vontade própria num banho de rio.
Arthur, conforme constatado e comprovado de fato, não nascera para o trabalho. Fugia dele co-
mo o diabo da cruz. Duas semanas antes de Kleiva colocá-lo contra a parede, insistindo com
aquela página dos classificados aberta diante dele, escutou ela um intrigante diálogo. Naquele
dia, ao final da tarde, receberam em casa a visita de Diogo, o vizinho e cumpadre que batizara
Úrsula, a nenê do casal. Tomaram chimarrão, falaram sobre a última rodada do Gauchão e já
no portão, quando a sós ficaram os dois varões, houve uma proposta do visitante, pedreiro “de
mão cheia” e sempre bem requisitado para obras.
-- Ólha, to precisando di servente pra erguê umas parede lá na Dona Eloá. Ela qué qui faça um
quarto nos fundo pru guri dela. Fiquei di passá lá amanhã cedo pra dá um orçamento pra velha.
Di tarde, si fizé tempo bom, já começo o serviço... Tá a fim di encará essa? -- Bah cara... É qui
eu ajudo a Kleiva a cuidá da guriazinha aqui em casa... agora fica ruim pra mim...
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18. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
Ela ouviu tudo em silêncio, imóvel, atrás bavam de passar, espetados pela lança do car-
da cortina na janela e guardou pra si a revela- neador. O da frente, marrom de patas brancas,
ção. Na gíria, diria-se que naquele exato instan- pêlo lustroso e ralo, foi golpeado na cabeça por
te, após tão forte sacudida, a ficha finalmente uma barra de ferro. Emitiu um longo mugido de
caiu. dor. Apanhou ainda outras vezes, sempre na
A situação financeira deles era preocu- região do crânio, e por fim dobrou os joelhos,
pante e muito pouco promissora. Viviam de ran- tombando pesadamente ao chão. O de trás,
chos ofertados pela sogra de Kleiva e ás vezes branco da raça zebu, brecou à 10m da linha de
por sua própria mãe, que trazia compras ás es- abate com um olhar assombrado. Parecia niti-
condidas do marido, homem duro, que não ad- damente perceber o que lhe aguardava logo à
mitia “sustentar vagabundo”. Pra piorar, Arthur frente, sendo necessários vários gritos e algu-
andava jurado de morte por traficantes e alerta- mas leves espetadas humanitárias dos peões
do pra si o olhar da polícia. para fazê-lo prosseguir.
As ofertas de trabalho, isso ela não ig- Arthur é hoje um convicto trabalhador
norava, estavam escassas. Haviam vagas, mas do tambo, parece resignado à sorte que teve ao
só para pessoas qualificadas com cursos e, lado da companheira e não come mais carne
principalmente, com experiência na função. de gado. Kleiva, por sua vez, pôde enfim agra-
Trabalhar num tambo, porém, parecia ser a decer e pagar as promessas à sua Nossa Se-
chance de ouro para os dois, que não tinham nhora das Causas Impossíveis. Seu homem
assim tanto estudo. Além disso sairiam daquela finalmente enveredou pela trilha do esforço e
vila onde o clima começava a ficar nebuloso. A do suor para ganhar o pão. Úrsula mora com
luz no fim do túnel havia brilhado de fato na- eles no chalé de madeira cedido pelo Sr. Enil-
quele anúncio. son, adaptando-se com bastante rapidez à vida
no campo.
Acabaram caindo nas graças do tal
Enilson, proprietário daquele rebanho leiteiro,
residente na zona rural do município de Via-
mão, à 10 km de Porto Alegre. Deixaram a pe-
quena Úrsula com a mãe de Arthur e partiram
para aquela guinada em suas vidas.
O tambo abastecia armazéns e casas
das redondezas, dispondo de vasta freguesia e
credibilidade. O rapaz em sua primeira semana
no emprego até que demonstrou algum empe-
nho. Contudo, como de costume, começou a
achar desgastante aquela rotina de acordar ce-
do em pleno inverno gaúcho. Seu Enilson, que
simpatizara bastante com ele, ofereceu-lhe um
remanejamento de função. Foi transferido para
um abatedouro do fazendeiro, distante 2 km
dali, onde lavaria sangue do chão e recolheria
tripas, chifres, pêlos e tudo que não era apro-
veitado pelo açougue. O novo horário da pega-
da, às 10:00 h da manhã, de imediato lhe
agradou. Dava para descansar um pouco mais
na cama.
Observando, certa vez, a linha de pro-
dução e abate da firma, deparou-se com um
fato curioso que fez-lhe pensar com seriedade.
O abatedouro executava o chamado “abate hu-
manitário”, onde os animais são respeitados e
vivem com dignidade todos os seus dias. Certa
ocasião, resolveu o rapaz assistir passo a pas-
so, como os bois e vacas eram tratados nos
momentos finais de vida. Sentou-se conforta-
velmente num banquinho, bem perto do corre-
dor final ou mangueira, por onde dois bois aca-
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19. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
O MENINO E O ESPAÇO
Por Cintia Maria de Medeiros
Ele era um menino igual a cem mil outros meninos do mundo, tinha o ar curioso e
vontade de explorar planetas. Via o pequeno príncipe viajando por entre cometas, e queria
fazer o mesmo...bem, mas ele não tinha um cometa...como chegar ao céu?
Começou a namorar a lua, olhava pra ela...e se perguntava, como chegar até ela?
Estava tão distante, não havia como chegar até ela...!!
Começou então a observar o céu, estudava seus detalhes...queria viajar o universo,
fazer morada num planeta bem distante de tudo que encontrou aqui na Terra. Decidiu-se por
Plutão, nem grande nem pequeno...mas distante o bastante de um prato de cuscuz!!
Correu pro laboratório e pôs-se então a planejar...passava horas observando o céu, e
todos os seus planetas...aprendeu a se guiar pelas estrelas, e sabia exatamente cada ciclo de
cada um passava...!! Mas como chegar ao céu? Queria viajar entre os planetas, o mundo era
pequeno demais pros seus pensamentos...!!
Resolveu inventar uma máquina de tele transporte...que pudesse viajar no tempo e no
espaço. Foram meses juntando peças, projetando minúcias que não permitissem a menor
sombra de falhas...e muitas falhas, problemas e dificuldades...ora ela pegava, ora ela
quebrava...!! E novas peças vinham, novas formas iam se adaptando e novas dificuldades
chegavam...!!
Ele olhava pro céu, via os planetas tão distantes e tudo que queria era chegar ao céu,
viajar entre os planetas e fazer morada em Plutão, mas como chegar?! A máquina não
pegava...
Foi então que teve uma ideia, voltou pro laboratório e começou a observar sua
invenção. Lembrou-se de uma peça antiga que havia comprado já algum tempo em de suas
viagens, lá na França...era uma chave elétrica, que ele nem sabia se funcionava...não
custava tentar...!!
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20. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
Fez alguns testes, e nada...!! Como viajar entre os planetas?!
Tenta daqui, tenta dali...e haja graxa!! Mas não é que a danada pegou?! Só faltava desco-
brir se funcionava...
O fim eu não sei, o menino, como num passe de mágica sumiu...desconfio que esteja mo-
rando em Plutão, viajando entre os Planetas...mas com a Terra ele não quis mais conversa, e
jurou que se um dia fosse nunca mais comeria cuscuz...o que ele não sabe é que na sua bolsa
eu coloquei um pacote de fubá!!
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21. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
Sarah Venturim Lasso
.........O guia do mochileiro das galáxias?
Em clima de “fim de mundo” este livro dá certo tom de humor ao
fim do nosso querido planeta. Em meio a toalhas e aliens que reci-
tam poemas, tudo pode acontecer quando um terráqueo fica sem
lar.
O filme não deixa por menos, mas confesso que o livro dá mais as-
sas a imaginação, como sempre!
E pelo menos ficamos gratos de não viver em um planeta, como
os personagens visitaram, onde quando se tem uma ideia ou quan-
do pensa, ganha-se uma pá na cara!
Diversão na certa pro dia do fim do mundo!
Venha participar conosco da
edição de março da revista
VARAL DO BRASIL!
O tema:
MULHER, UM UNIVERSO.
Peça o formulário de inscrição
através de nosso e-mail
varaldobrasil@gmail.com
Inscrições abertas até 10 de
fevereiro.
Imagem: http://www.freegreatpicture.com/f
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22. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
Reciclagem de Pilhas e Baterias
Ar go: Reprodução
Fonte: h p://www.infoescola.com/
As pilhas e baterias são compostas por metais maléficos
à saúde do ser humano e nocivos ao meio ambiente, co-
mo o mercúrio, chumbo, cobre, zin-
co, cádmio, manganês, níquel e lítio. No Brasil, são mais
de 1 bilhão de pilhas e cerca de 400 milhões de baterias
de celular produzidas e comercializadas todos os anos.
Grande parte das pilhas e baterias descartadas são joga-
das no lixo comum sem nenhum tratamento técnico específico. Desde o ano 2000, no Brasil, há
uma obrigatoriedade que exige que pilhas e baterias sejam fabricadas com quantidades míni-
mas ou nulas de metais poluidores como os citados anteriormente.
Essa exigência faz parte da resolução n° 257 do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(Conama) de 1999. A resolução foi lançada para coibir os pronunciamentos de diversas empre-
sas que insistiam em afirmar que o descarte de pilhas e baterias no meio ambiente era algo na-
turalmente aceitável e não nocivo à saúde humana e do meio ambiente.
Segundo o Conama, só é possível jogar as pilhas no lixo comum se houver manejo sustentável
nos aterros sanitários. No Brasil, somente 10% dos aterros são gerenciados com manejo. Mui-
tas pilhas consumidas no Brasil são provenientes de contrabando e são produtos que estão fora
do padrão de segurança e qualidade exigido pelo Conama.
Em nosso país, a reciclagem de pilhas e baterias é mínima, as pessoas ainda possuem a cul-
tura de descartar pilhas usadas no lixo comum e de não levar uma bateria de celular usada, por
exemplo, nos postos de coleta das operadoras. Segundo dados de 2008, somente 1% das pi-
lhas descartadas são recicladas.
Cerca de 1% do lixo urbano é composto por resíduos sólidos tóxicos. Grande parte desses resí-
duos, segundo o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) são restos de lâmpadas fluorescen-
tes, latas de inseticidas e tintas, termômetros, pilhas e bateria.
Se a reciclagem de pilhas e baterias em nosso país ainda não representa um número satisfató-
rio pela falta de consciência por parte do consumidor, postos de coletas nas lojas, fiscalização
nos procedimentos de retirada por parte das empresas e, sobretudo, de uma legislação e edu-
cação que incentive tais causas para reciclagem, uma forma de tentar mitigar o impacto ambi-
ental causado pelas pilhas e baterias é substituir, na produção, os metais pesados por novos
insumos não nocivos .
Estuda-se a possibilidade de extinguir as pilhas comuns pelas pilhas alcalinas ou por pilhas re-
carregáveis na tentativa de diminuir o descarte e o uso de metais pesados.
Fontes:
http://ambiente.hsw.uol.com.br/reciclagem-pilhas-baterias.htm
http://ambientes.ambientebrasil.com.br/residuos/pilhas_e_baterias/pilhas_e_baterias.html
www.varaldobrasil.com 22
23. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
- Medida Provisória nº 2186-16
Leis Ambientais Brasileiras (ano 2001)
As principais leis brasileiras sobre a defesa do
meio ambiente, legislação ambiental brasileira - deliberou sobre o acesso ao patri-
mônio genético, acesso e proteção
Ar go: Reprodução ao conhecimento genético e ambi-
ental, assim como a repartição dos
Fonte: h p://www.suapesquisa.com/ benefícios provenientes.
- Lei de Biossegurança - Lei nº
Principais leis de proteção ambi- 11105 (ano 2005)
ental no Brasil
- estabeleceu sistemas de fiscaliza-
ção sobre as diversas atividades
que envolvem organismos modifi-
- Novo Código Florestal Brasilei- cados geneticamente.
ro - Lei nº 4771/65 (ano 1965)
- Lei de Gestão de Florestas Pú-
- promulgada durante o segundo blicas - Lei nº 11284/2006 (ano
ano do governo militar, estabeleceu 2006)
que as florestas existentes no terri-
tório nacional e as demais formas - normatizou o sistema de gestão
de vegetação, ...são bens de interes- florestal em áreas públicas e criou
se comum a todos os habitantes do um órgão regulador (Serviço Flo-
País. restal Brasileiro). Esta lei criou
também o Fundo de Desenvolvi-
- Política Nacional do Meio Am- mento Florestal.
biente - Lei nº 6938/81 (ano 1981)
- Medida Provisória nº 458/2009
- tornou obrigatório o licenciamen- (ano 2009)
to ambiental para atividades ou em-
preendimentos que possam degra- - estabeleceu novas normas para a regularização de
dar o meio ambiente. Aumentou a terras públicas na região da Amazônia.
fiscalização e criou regras mais rí-
gidas para atividades de mineração,
construção de rodovias, exploração
de madeira e construção de hidrelé-
tricas.
- Lei de Crimes Ambientais - De-
creto nº 3179/99 (ano 1999)
- instituiu punições administrativas
e penais para pessoas ou empresas
que agem de forma a degradar a
natureza. Atos como poluição da
água, corte ilegal de árvores, morte
de animais silvestres tornaram-se
crimes ambientais.
- Sistema Nacional de Unidades
de Conservação da Natureza
(SUNC) - Lei nº 9985/2000 (ano
2000)
- definiu critérios e normas para a
criação e funcionamento das Uni-
dades de Conservação Ambiental.
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24. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
ORAÇAO DO AMOR
GRATIDÃO
Por Cléo Reis
O que posso fazer para agradecer ao Criador?...
Pelos meus olhos que enxergam tanta Beleza !
A minha inteligência que me liga à Natureza
Meus ouvidos ouvem Poesia
Minha alma abraça amigos
Quanto mais posso orar ?
ao som das cascatas
entre flores perfumadas
sob o céu como altar!
Amar a Vida e todas as pessoas
parece pouco
O que mais posso fazer ?
além do silêncio e comunhão,
êxtase do Evangelho em meu coração...
Posso fomentar a esperança
de como Trigo florescer
e entre homens em descaminhos,
a tudo o Amor sobreviver.
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25. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
Oração de
São Francisco de Assis
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, Fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois, é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna.
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26. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
Evoluindo Consegue hoje fazer
de tudo.
E ele conseguiu até,
Por
Encurtar a vida
Domingos Alberto Richieri Nuvolari
Já restrita do homem.
O homem conseguiu
Vem o sol nascente,
Destruir o único objeto
Arrasando o orvalho,
da Vida. O encanto de viver!
O resto que sobrou,
Da noite enluarada.
O sol iluminando,
Desbravando os
Vastos campos, as
Vastas florestas.
Já um pouco ardente,
Os pássaros cantam,
As aves gorjeiam,
O belo mundo vivo começa.
O vento assoviando,
entre os belos picos,
O mundo flagelado de
Um passado, um passado
Marcante.
hoje o sol também nasce,
E ilumina o resto de
Fumaça que sobrou
Do dia anterior. Foto: Malyfred
E ele ilumina
Os belos andares da
Vida moderna.
Da fumaça que faz parte,
Deste mundo de hoje.
O homem evoluiu, e como
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27. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
Sou baiana
Por Ednaldo Muniz
Sou baiana guerreira
De sangue africano,
Sou baiana guerreira africana.
Sou baiana
Da gema do ovo
De São Salvador.
Sou negra do Abaeté
De pernas pra vê,
Sambar pra você.
Sou negra baiana
De muito sabor.
Mistério, lenda,
Tradição, religião,
Candomblé,
Capoeira.
Quem vai tirar do meu
Coração?
Sou da Bahia guerreira
Da gema do ovo
De São Salvador.
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28. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
O CERRADO, FAZENDEIROS E uma área de 2 milhões de Km², abrangendo dez esta-
dos do Brasil Central. Nas décadas de 40 e 50, havia
ONÇAS PINTADAS
no Brasil muito maior extensão de cerrado, assim
Por Eliane Accioly
como de outros biossistemas.
http://www.portalbrasil.eti.br/cerrado.htm).
A arte é feita do lugar natal, aquele de nossa língua
Volto ao Triângulo Mineiro e não vejo mais cerrado,
materna. Para mim, o cerrado é matéria prima, a fon-
apenas poucas reservas, quase todas em fazendas ou
te na qual bebo. Lembro-me de nós, crianças, no ma-
condomínios de luxo, particulares. Imagino que pos-
to, como chamávamos o cerrado. Arbustos retorci-
sa haver reservas maiores do governo, mas preciso
dos, rios de fluxo rápido, ribeirões transparências
pesquisar para afirmar.
macias e brilhantes, e poços ribeirinhos onde se po-
Em uma ida ao Triângulo escutei reclamações de
dia nadar. E as matas, pois no cerrado também as há.
fazendeiros, revoltados com as onças-pintadas. Elas
Emas correndo soltas, seriemas e nuvens barulhentas
comem bezerros em profusão, afirmavam. Perguntei:
de periquitos, maritacas, tucanos. Tatus e tamanduás
- Como assim? Onças no meu tempo nunca apareci-
-bandeira quando havia sorte, porque são medrosos
am. Onça comendo bezerro?
do humano. Aliás, como todos os bichos selvagens.
O que ocorre, no meu entender, é que as fazendas
Do cerrado me ficaram os amplos horizontes, o si-
invadiram as matas, enormemente desbastadas. As
lêncio quebrado por gritos de pássaros e rajadas de
reservas ecológicas obedecem ao chamado limite
vento. Bicho e vento, feitos de silêncio, como o ruí-
legal. Os fazendeiros dizem: - Não posso derrubar
do do mar, que conheci bem mais tarde. Não tenho
toda a mata, mas o que puder vou desmatar para
medo de onça pintada, lobo guará, cobra. De calan-
plantar eucalipto, ou criar gado, ou plantar soja... O
go, muito menos. Fico horas olhando para um deles
lucro.
parado, quentando sol.
Vivi no cerrado nas décadas de 40 e 50. Talvez, ain-
(Segue)
da exista em mim a ilusão da liberdade, gerada pela
imensidão do olhar, que no cerrado nunca chegava
ao fim. O olhar resvalava no horizonte e seguia
além. Havia, sim, o dia que se findava, quando a noi-
te caía sobre nós. E ninguém se machucava. Era hora
de ouvir as histórias dos peões, do meu avô Moisés,
do Mario, o administrador da fazenda... Contavam
das casas mal-assombradas, do poço preferido do
Velho do Rio, muito perigoso para as crianças, da
pedra onde as iaras se espraiavam, saindo do fundo
do rio, de manhãzinha ou ao pôr sol. Casas, poços e
pedras, pontos mapeados.
Pesquisas na Internet mostram que o cerrado foi a
segunda maior formação vegetal brasileira, habitat
riquíssimo em sua diversidade de fauna, flora, mine-
rais, água. Originalmente, o cerrado estendia-se por
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29. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
Por que onças-pintadas comem bezerros? Os fazendeiros dizem que é mais fácil comer bezerro desvalido,
dá menos trabalho. Seriam as onças preguiçosas? Não acredito em onça preguiçosa, em onça acuada, sim.
As matas foram invadidas e descaracterizadas, não invadiram as fazendas. E os animais das matas? Não
reconhecem mais seu território neste habitat estraçalhado. Onça é natureza. Nós, animais-humanos, tam-
bém somos natureza. Sem acreditar nisto, nos dissociamos.
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30. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
Flutuar da pétala
Por Evelyn Cieszynski
flor que
lentamente cai
no abismo
aos poucos
suas pé ta las
se despedaçam
e quando
encontra o chão
só resta
pólen.
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31. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
BERINGELAS RECHEADAS
Fonte: h p://www.receitasvegetarianas.net/
NGREDIENTES PARA 6 PESSOAS
225 g de lentilhas
850 ml de água
2 dentes de alho, esmagados
3 beringelas
200 ml de óleo vegetal
2 cebolas, picadas
4 tomates, picados
2 colheres de chá de sementes de cominho
1 colher de chá de canela em pó
2 colheres de sopa de pasta de caril pouco picante
1 colher de chá de malagueta, picada
2 colheres de sopa de hortelã, picada
Sal
Pimenta
Iogurte natural e raminhos de hortelã, para servir
PREPARAÇÃO DAS BERINGELAS RECHEADAS
- Enxague as lentilhas em água fria corrente. Escorra e coloque numa panela com água e alho.
Tape e coza durante cerca de 30 minutos.
- Coza as beringelas numa panela com água a ferver durante 5 minutos. Escorra e mergulhe-as
depois em água fria durante 5 minutos. Escorra de novo, corte as beringelas ao meio longitudinal-
mente e retire-lhes a maior parte da polpa e reserve, deixando uma margem de 1 cm de espessu-
ra para formar uma concha.
- Coloque as conchas de beringela numa assadeira untada pouco funda, pincele com um pouco de
óleo e polvilhe com sal e pimenta. Coza no forno previamente aquecido, a 190° C, durante cerca
de 10 minutos. Entretanto, aqueça metade do restante óleo numa frigideira, junte as cebolas e os
tomates e cozinhe, em lume brando, durante 5 minutos. Corte a polpa da beringela reservada,
acrescente à frigideira com as especiarias e cozinhe lentamente durante 5 minutos. Tempere com
sal.
- Adicione as lentilhas, a maior parte do restante óleo, reservando um pouco para mais tarde, e a
hortelã. Deite a mistura nas conchas de beringela. Regue com o restante óleo e coza durante 15
minutos no forno. Sirva as beringelas recheadas quentes ou frias, com uma colherada de iogur-
te natural e raminhos de hortelã por cima.
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32. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
Planeta Terra
Por Flávia Assaife
Formado pela agregação de poeiras cósmicas
Por aquecimentos e resfriamentos gravitacionais
Planeta que compõem o sistema solar
Possui forma ondulada e elipsoidal com 3/4 de sua superfície formada por água...
Este é o Planta Terra: a nossa morada!
Nele vivemos há milhões de anos
protegidos da radioatividade vinda do sol e das estrelas
pelo campo magnético formado entre o núcleo e a atmosfera.
E o que NÓS fazemos para proteger a Terra?
Sua crosta ou litosfera composta por oxigênio, silício, alumínio, magnésio e ferro está em
constante movimento lento e contínuo...
Neste planeta a biosfera proporciona a propagação da vida
pelo adequado equilíbrio entre a hidrosfera, atmosfera e litosfera!
E o que o ser humano tem feito para manter o equilíbrio da vida na Terra?
Com um ecossistema equilibrado e perfeito,
Os seres vivos foram desenvolvendo-se, adequando-se...
Tornando rica a biodiversidade,
Povoando este lugar, fazendo dele o seu lar.
E hoje? Que espécie de ser vivo habita neste lugar?
As relações entre os seres vivos e os elementos físicos da natureza começaram a se dete-
riorar...
A cobiça do homem avassala o seu próprio habitat.
Consome sem pudor, destrói em nome do progresso,
E o pior, tem consciência dos reflexos...
Que tipo de herança estaremos deixando para o local que chamamos de lar?
Aquecimento global?
Planeta sustentável?
Alguns acreditam que são ações sem igual...
Outros percebem o quão a luta é desigual.
Aniquilam, devastam aos poucos um Planeta fenomenal...
O lar de nossos ancestrais,
O lar de nossos pais!
E, será que este ainda poderá ser chamado de lar pelos filhos de nossos filhos?
Pelos netos, dos nossos netos?
O que estamos fazendo para cuidar Dele, para preservá-lo?
Basta de esperar que outros façam
Basta de reclamar e nada fazer
Basta de somente assistir aos jornais na TV
É preciso agir
É preciso fazer acontecer
O Planeta TERRA pede socorro para você!
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33. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
Tico, o cão gato
Por Helena Akiko Kuno
Era uma vez um gatinho muito levado chamado Tico.
Em um belo dia Tico inventou a modinha de dar apelidos de mal gosto às pessoas.
Ele chamou o cachorrinho Tigor de bobalhão, o passarinho Noé de cagão, o hamster
Elepant de gorducho e provocou outros colegas também.
Até o dia em que ele chamou uma pobre e velha gatinha de “velha coroca” e para sua
surpresa, essa velhinha era uma fada jovem que não gostou nada do que Tico falou e lhe deu
um castigo:
- Você se transformará em cachorro toda lua cheia, para aprender a ser bom.
Na primeira lua cheia, Tico gostou muito em se transformar em cachorro, mas depois a
situação foi se complicando... até demais...
Primeiro, ele quase foi pego pela carrocinha umas quatro vezes, depois conheceu ca-
chorros durões que batiam nele e além de outras coisas ruins.
Mas ele continuou com seu mau comportamento...
Depois da 10ª lua cheia, Tico não voltou a ser gato e ficou muito preocupado.
Ele então pediu perdão a Deus e para a fada por ter sido mau com todos. Nesse mo-
mento a fada saiu do céu e disse:
-Prometa que nunca mais vai mentir?
-Prometo.
-Promete que nunca mais vai tirar sarro dos outros?
-Prometo.
-Então agora será de novo gato e terás a melhor vida do mundo! Mas lembre-se se tor-
nar a fazer maldade, o castigo voltará.
E nesse momento uma menina rica, que passava na rua, viu Tico sozinho e ficou encan-
tada, pegou o gatinho no colo e cuidou dele para sempre.
FIM
Foto Francine Ferreira
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34. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
CRIATURAS
Por Isabel C S Vargas
São Francisco de Assis é o autor de Cântico das Criaturas. Ao tomarmos contato com
seu poema somos levados a pensar que o santo já se preocupava com o planeta, além de todo
seu amor pelos animais. Quem são as criaturas louvadas por ele em sua oração? Podemos afir-
mar que Criatura é todo universo. Extrapola o Planeta Terra. Pois se ele cantava as Criaturas e
por elas demonstrava amor e estas criaturas abrangem o universo e até os seres menores, en-
tão ele amava o universo, E quem ama cuida. Logo o universo deve ser cuidado e respeitado,
Ele falava no sol que clareia o dia e nos ilumina, o Irmão Sol, na lua que com as estrelas são
preciosas e belas e o céu enfeita. É belo seu dizer. Louva o ar, o vento, as nuvens. E não só,
exalta a água, humilde, simples, casta e limpa. Vejam que modo terno de referir-se à natureza.
Como alguém conhecedor e familiarizado. Com carinho, com respeito e sem distância.
Exalta o irmão o fogo, alegre, forte, vigoroso e belo que às noites clareia. E, também enfeita.
Todos estes elementos são obras magnânimas de Deus, Senhor Criador do Universo e neste
universo ele cita a Irmã Terra. Nosso Planeta. A Mãe Terra - na qual vivemos, e nem sempre
temos o cuidado devido em preservar- que nos sustenta e governa, produz flores, frutos e er-
vas.
São Francisco não deixa escapar nada em sua oração de amor às criaturas. Devemos cuidar
da terra, do solo que é fértil e nos sustenta, das águas, do céu, das nuvens, do ar, porque tudo
é parte de um mesmo sistema que deve permanecer em equilíbrio para a preservação de todos.
Aquilo que for jogado no universo será o que ele nos devolverá. Não existe ação sem reação,
mesmo que essa não se produza de imediato. Catástrofes ocorrem após dezenas de anos em
virtude de agressões absurdas ao meio ambiente. E quando se fala em meio ambiente é de mo-
do amplo. O que fazemos aqui pode repercutir do outro lado do planeta e vice e versa.
Logo, somos todos responsáveis- ou, pelo menos, deveríamos ser.
Salvemos a Mãe Terra, Salvemos o Planeta, Salvemos o Universo. Principalmente de nossas
ações impensadas. Não podemos só exigir dos demais. Façamos a nossa parte, mesmo que
seja cuidando do riacho no fundo de nossa casa. Compromisso, respeito e amor pelo Planeta.
E isso se faz evitando desmatamento, cuidando do lixo , não poluindo, cuidando da água, do
solo, da atmosfera, evitando a destruição das camadas protetoras da terra, evitando o descon-
gelamento das geleiras, evitando destruições de continentes, preservando a flora e a fauna, evi-
tando derramamentos de petróleo que comprometem a vida marinha, evitando a pesca e a caça
predatória. Enfim, é um conjunto de ações, com envolvimento de muitos, pois nada se faz sozi-
nho.
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35. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
Cooperativas de catadores de papel e alumí-
Reciclagem nio já são uma boa realidade nos centros ur-
Artigo reprodução. Fonte: http:// banos do Brasil.
www.suapesquisa.com/
Reciclagem de lixo, plástico, reciclagem de
alumínio, reciclagem de papel,
respeito ao meio-ambiente, coleta seletiva
de lixo, reciclagem de plástico
Introdução
Muitos materiais como, por exemplo,
Reciclar significa transformar
o alumínio pode ser reciclado com um
objetos materiais usados em no-
nível de reaproveitamento de quase
vos produtos para o consumo.
100%. Derretido, ele retorna para as
Esta necessidade foi despertada
linhas de produção das indústrias de
pelos seres humanos, a partir do
embalagens, reduzindo os custos para
momento em que se verificou
as empresas.
os benefícios que este procedi-
mento trás para o planeta Terra.
Muitas campanhas educativas têm
Importância e vantangens da despertado a atenção para o problema
reciclagem do lixo nas grandes cidades. Cada vez
mais, os centros urbanos, com grande
A partir da década de 1980, a produção de crescimento populacional, tem encon-
embalagens e produtos descartáveis aumen- trado dificuldades em conseguir locais
tou significativamente, assim como a produ- para instalarem depósitos de lixo. Por-
ção de lixo, principalmente nos países desen- tanto, a reciclagem apresenta-se como
volvidos. Muitos governos e ONGs estão co- uma solução viável economicamente,
brando de empresas posturas responsáveis: o além de ser ambientalmente correta.
crescimento econômico deve estar aliado à Nas escolas, muitos alunos são orien-
preservação do meio ambiente. Atividades tados pelos professores a separarem o
como campanhas de coleta seletiva de lixo e lixo em suas residências. Outro dado
reciclagem de alumínio e papel, já são co- interessante é que já é comum nos
muns em várias partes do mundo. grandes condomínios a reciclagem do
lixo.
No processo de reciclagem, que além de pre-
servar o meio ambiente também gera rique- Assim como nas cidades, na zona
zas, os materiais mais reciclados são o vidro, rural a reciclagem também acontece.
o alumínio, o papel e o plástico. Esta recicla- O lixo orgânico é utilizado na fabrica-
gem contribui para a diminuição significativa ção de adubo orgânico para ser utiliza-
da poluição do solo, da água e do ar. Muitas do na agricultura.
indústrias estão reciclando materiais como
uma forma de reduzir os custos de produção.
Um outro benefício da reciclagem é a quanti-
dade de empregos que ela tem gerado nas
grandes cidades. Muitos desempregados es-
tão buscando trabalho neste setor e conse-
guindo renda para manterem suas famílias.
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36. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
Como podemos observar, se o homem souber utilizar os recursos da natureza, poderemos ter ,
muito em breve, um mundo mais limpo e mais desenvolvido. Desta forma, poderemos conquis-
tar o tão sonhado desenvolvimento sustentável do planeta.
Exemplos de Produtos Recicláveis
- Vidro: potes de alimentos (azeitonas, milho, requeijão, etc.), garrafas, frascos de
medicamentos, cacos de vidro.
- Papel: jornais, revistas, folhetos, caixas de papelão, embalagens de papel.
- Metal: latas de alumínio, latas de aço, pregos, tampas, tubos de pasta, cobre,
alumínio.
- Plástico: potes de plástico, garrafas PET, sacos plásticos, embalagens e sacolas de
supermercado.
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37. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
A TEIA DO INFNITO
Por Ivane Laurete Perotti
Grossas lágrimas cristalizadas pela dor ponteavam a superfície dos oceanos. Uma a uma mis-
turavam-se ao líquido salgado das águas volumosas.
Montanhas desvestidas dos verdes mantos encrespavam-se diante dos olhos perdidos. Um
homem caminhava pelo deserto particular de sua desesperança. Só, desde o berço da alma
vazia, buscava a razão para tamanho descrédito.
Salve a Terra, gritava a memória!
Salve a Terra, respondia o coração!
Nem um eco no horizonte das possibilidades.
As estrelas penduravam-se na dança das lágrimas tristes. O mar recebia o peso sem brilho
abrindo espaço para o mergulho dolorido. Mistura insalubre golpeava os peixes, as baleias e
os golfinhos. Caracóis de algas deslizavam sem vida pela corrente desvairada.
Lágrimas desciam das estrelas coxas, mancas estrelas que perderam a cor. Pontas estrangu-
ladas de luz esgueiravam-se por entre as nuvens
Salve a Terra, pediam os astros!
Salve a Terra, clamavam!
Um homem caminhava só.
Montanhas desnudas cobriam o horizonte fosco rastreando perdidas linhas de trilhas antigas.
A saudade do antes planeta azul caminhava só.
Um homem triste carregava pesado fardo.
O horizonte vazio aguardava expelindo mais um suspiro.
Mais um... mais um...
A teia do infinito tinha pressa em refazer-se nas poucas brumas que pairavam sobre o cume do
tempo. Em tom de urgência, ouviam-se lamentos tragados pelo véu do inconformismo.
Salve a Terra!
Salve a Terra!
Dos olhos do homem que caminhava só brotou um lampejo de entendimento:
Salvo a Terra!
Salva a Terra!
Salvo-me!
Pintura de Ivane Laurete Pero
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38. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
ORAÇÃO A TERRA
Jandyra Abranches
Ave! Bendita,
Cheia de graça!
Que ofereces generosa
O fruto do teu ventre
À colheita farta,
Quando, atendendo
Aos desejos das tuas entranhas,
Lançam-te sementes de vida.
Glorificada és,
Por todas as criaturas,
Que de ti recebem
O pão e o agasalho,
Filhos abençoados
De tua concepção.
Santa protetora!
Mãe de todas as messes,
Que concebes
Pelo santo espírito
Do trabalho,
Lança sobre nós,
Que de ti procedemos,
O dom abençoado
Do crescimento
E da multiplicação,
Para que sejamos dignos
De viver e herdar-te
As benesses da vida.
Para sempre glorificada,
Bendita do altíssimo!!
Amém.
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39. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
Meu pau de manga
Linda árvore!
Por José Cambinda Dala
Aguardo ainda
Mangueira linda! Com bastante afinco
Quanto tempo espero? Poder repousar em sua sombra
Para saborear seus frutos, Que com certeza
Chupar o compacto sumo, Irá cobrir o meu acanhado quintal
Mastigar suas bostelas Nos dias de sol ardente
Sejam elas
Verdes, vermelhas ou amarelas Por fim…
Com certeza serão açucaradas e vitaminadas Imagino!
Pois, recordo-me O benefício que há de nos dar
Da manga que comi A começar com a pureza do ar que respiramos
Há três anos atrás O oxigénio produzido
Cujo caroço não deitei fora E o controle da poeira pelas folhas
Estendi por cima da casa
E que depois de seco Meu pau de manga!
Com ajuda duma enxada
Enterrei…
Não vejo a hora
Aí onde estás hoje
De seres autónomo,
Ele havia rebentado
De nossas águas não mais precisares
E transformou-se em seu sustentáculo
Porque suas raízes
Que com bastante água fortifica-te.
E a mãe Natureza farão de tudo
Para que possas continuar
Minha planta! Viver sempre em benefício de outros seres.
Espero você crescer
Poder florescer
Dar frutos e deixar amadurecer,
Para trepar-te e cedo não descer
E a vida conhecer
Como um Macaco de fome a falecer,
Agarrado em seus galhos
Comer mangas maduras
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40. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
Três verdades de Belo Monte...
Por José Carlos Paiva Bruno
Acabo de assistir no YouTube um sensacional vídeo (os inspiradores devem ser o procurador
Pontes e a jornalista Rebecca Sommer) sobre a polêmica de Belo Monte... Impressionante co-
mo nossos atores & atrizes – da espetacular Maitê ao filho do Chico/Alcione (que aparenta
quando crescer o genial Jô) – em fetiche ecológico, brilham sempre, é lógico! Mas como diz o
sensato Fagner (que não está no vídeo): deixemos de coisa cuidemos da vida, pois se não che-
ga à morte ou coisa parecida, e nos arrasta moço sem ter visto a vida...
Então digo; preciso do que não seja indutivo... Usina famosa antes de fazer desenvolvimento
daquela esquecida região será a terceira maior do mundo... Respeito os índios e mesmo saben-
do de suas peripécias em contrabando de mogno, mutilações macabras Paiakan, extração de
ouro com mercúrio (que não é permitida aos demais brasileiros), desejo o fim da balela; trela de
serem sempre tutelados pela FUNAI. Devem escolher o SUS ou o PAJÉ, não dá pra acender a
vela pra dois, incoerente pois... Temos um Projeto sério, que vem sendo desenvolvido – para
acabar com a geração de energia via poluente diesel em Altamira e adjacências – desde 1975,
e finalmente agora o IBAMA teve a coragem de conceder a licença. Sem energia não temos
AMANHÃ gente... Agora pasmem com WE ARE THE WORLD adaptado para nosso sofisma
REALY DREAM TEAM XINGU... Senhoras e senhores, espetaculares clamores, quase interna-
cionais amores, de olho em nossa ribalta de fauna e flores!
Penso sinceramente pela consagrada Lei da Física: assim como dois corpos não ocupam o
mesmo lugar no espaço, o mesmo vazio será ocupado... Então recomendo que BRASILEIROS,
conservemos nossa soberania com sabedoria, quero além de Belo Monte com energia abun-
dante ocupando nossa Amazônia, quero um corredor de usinas que permitam a pavimentação
da sonhada TRANSAMAZÔNICA, desenvolvida até abrirmos passagem por terra ao Pacífico...
O que, além de propiciar desenvolvimento doméstico com efetiva fiscalização de nossa cobiça-
da floresta, nos tornará extremamente competitivos em exportações com fretes marítimos subs-
tancialmente mais baratos para os tigres... Temos tecnologia e capacidade empreendedora para
tanto; sejamos o país do futuro além do PRÉ-SAL... Ou também podemos ficar assistindo ví-
deos e novelas vendo o tempo passar e a China avançar... Como diz de forma coerente o mes-
mo time de gente: DEPENDE DE NÓS...
Se nosso Major Archer plantou a Floresta da Tijuca, nossa terceira maior área verde urbana...
Quanto fazer hoje? Com a tecnologia disponível? Evidente que se tivermos energia além de pri-
mitivas pilhas... Então cuidado com as ilhas, de interesses diversos... Anversos avessos ao inte-
resse BRASIL! Bem disse o físico Luiz Pinguelli Rosa em 2003: A persistência governamental
em construir Belo Monte está baseada numa sólida estratégia de argumentos dentro da lógica e
vantagens comparativas da matriz energética brasileira. Os rios da margem direita do Amazo-
nas têm declividades propícias à geração de energia, e o Xingu se destaca, também pela sua
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41. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
posição em relação às frentes de expansão econômica (predatória) da região central do país. O
desenho de Belo Monte foi revisto e os impactos reduzidos em relação à proposta da década de
80. O lago, por exemplo, inicialmente previsto para ter 1.200 km2, foi reduzido, depois do encon-
tro dos povos indígenas do Xingu, para 400 km2.
Já que estou catando meus recortes de bons Jornais, desejando sempre mais e melhor desen-
volvimento, também pensando na Dona Beija sem blusa (Uau...), finalizo com O Estado de SP:
ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, coordenador do Centro de Agronegócio da Escola
de Economia da Fundação Getúlio Vargas, disse que o Brasil tem potencial para produzir ener-
gia elétrica com bagaço e palha de cana-de-açúcar. Isso equivale a três usinas Belo Monte dor-
mindo no campo da cana brasileira. O fato ocorre porque não temos estratégia, ironiza e lamen-
ta o ex-ministro...
PRESTIGIE OS CIRCOS
QUE TEM ARTISTAS,
MAS NAO TEM
ANIMAIS
ESCRAVIZADOS!
ANIMAIS EM CIRCO SAO
MALTRATADOS COM A
DESCULPA DE RECEBER
TREINAMENTO. TREINA-
MENTO PARA O SEU
ENTRETENIMENTO!
ACABE COM ISTO, NAO VA A
CIRCO COM ANIMAIS!
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42. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
Planeta terra Adeus terra de meu pai!
Estou partindo, mas outros,
Dela querem alimentar
Por José Hilton Rosa
Chorarei a morte dos animais
O homem querendo mais
Deitado na lama seca,
Não vejo o protetor das florestas
De um rio que fora assassinado
Não vejo mais o Curupira
Com as mãos insanas do homem moderno
Não cansa de ter sede do querer.
Bebo da água formada pelas lágrimas,
Da mãe santa natureza.
Respirando sonhos dentro deste planeta
Quero o sol, a chuva, os animais, ofertando
paz!
Adeus, Adeus terra nossa
Vou, quero que outros, um dia venham te visi-
tar
Terra onde me criei
Tenho saudade de tudo que aqui encontrei
Adeus, Adeus água do rio
Onde um dia naveguei
Olhar de longe
A beleza que Deus criou
Adeus, Adeus jatobá.
Onde descansei meu suor
Quero no futuro outros venham te visitar
Relembrar sua sombra
Onde nela me deitei
Adeus, Adeus terra boa.
Onde plantei tudo que dá
Quero que outros de teu fruto venham alimen-
tar
Curou-me bebendo na tua fonte
Adeus, Adeus terra de meu pai,
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43. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
RIDÍCULO, MAS VERDADE
Por Jacqueline Aisenman
Estou numa sala de espera. Numa tela passa um documentário sobre os animais. Como preser-
vá-los, como salvá-los, como fazer para não contribuir com a exterminação geral.
Ligo o computador e pela internet vou observando o ser humano tornar-se cada vez mais uma
ilha: uma ilha de homossexuais, uma ilha de afro-algumaoutracoisa, uma ilha de mulheres, uma
ilha de amarelos, uma ilha de homens, uma ilha de brancos... Ilhas de pessoas...! E são tantos
os termos para definir as enormes quantidades de minorias que nem me reconheço mais em al-
guma delas. Qualquer hora morro afogada por não ter uma ilha específica para o meu caso...
Abro meus e-mails e ao invés de encontrar somente mensagens amigas, encontro dezenas de
mensagens invasivas que me vendem tudo: de remédios para uma dor que não tenho a remé-
dios para me aliviar de qualquer peso; de viagens ao redor do planeta até viagens ao paraíso,
com a espada de várias religiões cravada em minha tela.
Ligo a televisão é só se fala de gripe. Vacina para gripe, máscara para gripe, remédio para gripe,
despesas enormes para prevenção e tratamento de gripe. Todos os outros assuntos são relega-
dos aos segundos e terceiros e quartos planos. Inclusive todas as outras doenças (gravíssimas!).
Neste planeta nosso que um dia, lá no alto, um homem admirado disse ser azul, estamos sobre-
vivendo à mingua.
Todos se criticam, se maltratam, se matam, disputam sem piedade espaços no chão, no céu e
no mar. Colocaram uma cortina de guetos entre as pessoas e ninguém mais se vê como antes.
Ser natural passou a ser incomum. Animais soltos na selva são a exceção e a alegria são os en-
jaulados em zoológicos e circos.
Hoje, se gritar, chamam a polícia antes de perguntar se você está bem e porque gritou. Hoje, se
você se dirigir a alguém e não falar o "termo" correto, pode ser imediatamente processado. Hoje,
se você crê em algo ou um ser superior, é um cretino; se não crê, é assediado porque deve ter
um belzebu no corpo. Hoje, nem decidir sem mais nem menos pode: se não refletir antes, uma
de suas ações pode provocar a ira de uma minoria... nem que seja uma de moradores do seu
condomínio.
E nem quero falar aqui de política, dinheiro e poder. Porque nestes assuntos a história é velha,
velha como o ser humano e, por consequência, está apodrecendo junto...
Indignações à parte, estamos caminhando, rápida e certeiramente, para a extinção da raça pela
própria raça. Sem sutilidade. Com muitos absurdos, preconceitos, ódios e inveja disfarçados.
Ridículo, mas verdade.
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45. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
BRASIL
Por José Luiz Pires
Teus recantos, tuas artes,
tua sensualidade, meu destino !
Imagino teus contornos, tuas fronteiras
sensualmente recobertas e guarnecidas.
Programo passeios e incursões,
embarco em sonho por tuas belezas naturais.
Meus olhos não cansam de contemplar
beleza sem par.
De norte a sul
viajo por todas as tuas regiões,
derrapando em tuas curvas perigosas.
Embrenho-me em tuas matas,
exploro terras férteis no teu interior.
Bebo das tuas águas cristalinas
saciando minha sede.
Escalo teus relevos, picos e montanhas.
Aqueço-me com o teu calor,
quero provar do teu mel,
ver estrelas imaginando um diferente céu.
Cavalgo por teus estreitos caminhos
colhendo e deixando carinhos.
É o poeta brasileiro
redescobrindo o seu Brasil.
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46. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
Mãe Natureza
Por Josselene Marques
A Mãe Natureza sofre...
Não entende a ingratidão de seus filhos.
A Mãe Natureza reage...
Não consegue suportar a dor em silêncio.
A Mãe Natureza alerta...
Não sobreviveremos sem mudança de hábitos.
A Mãe Natureza quase agoniza...
Não percebem que estamos caminhando para o fim?
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47. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
TUDO ESTÁ MUDANDO Algumas pessoas ridı́culas até sorriem para
ironizar
Autor: Lenival Nunes de Andrade
Se seus familiares nã o lhe ensinam
O mundo lá fora ensina
Vivemos num tempo estranho e louco
E triste essa sina
Onde muitas pessoas má s e desonestas
E ao que se destina
Matam, roubam, derrubam matas e lorestas
E por im determina
E ainda acham pouco
DEUS já mandou vá rios alertas
Estamos nesse mundo de passagem
Terrı́veis assombros e doenças
Poré m devemos aproveitá -la
A AIDS, o Câ ncer, o aquecimento global
Só a palavra de DEUS nunca passará
E esse calor terrı́vel e insuportá vel
O verdadeiro amor é o divino
Há muito tempo falsos profetas
Preveem o im do mundo
Quantos caminhos ainda andaremos?
Que só se acabará quando DEUS quiser
Será que algué m ainda nos tornaremos?
E todos humanos julgar vier
Vá logo estudando e meditando
A grande mentira é a verdade desse mundo
Porque apesar de tudo e do nosso estudo
Tudo está mudando
Antigamente as meninas brincavam de boneca
E os meninos jogavam time de botã o
Ou Futebol de Mesa
Como queiram os senhores
Os casais nã o se entendem mais
Dialogar e dizer a verdade como é preciso nã o
dizem jamais
Acabam se separando
As pessoas comentando
E as vezes até julgando
Só nã o vê quem nã o quer
O pior cego é aquele que nã o quer ver
Caros humanos terráqueos, se não perdoarmos os
erros dos outros seres humanos cometidos contra
nós, será impossível viver, pois lembras o que JE-
SUS falou na cruz antes de morrer? "Pai, perdoai-
vos pois não sabem o que fazem".
Lenival Nunes de Andrade
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48. Varal do Brasil janeiro/fevereiro de 2013
Amazônia
Por Magno Oliveira
As aves não mais voam
Os peixes não mais nadam
Os pássaros não mais cantam
As pessoas não mais se amam.
Tudo isso por culpa do homem e a sua maldade
Tudo por culpa do homem e a sua falta de caridade.
As nossas matas desmatadas
As nossas florestas devastadas
Nossos animais em extinção
Nosso medo da poluição.
A Amazônia é nossa devemos protege lá
A Amazônia é nossa devemos ama lá.
Viva o verde, viva a Amazônia,
Viva os índios, viva a alegria.
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