Raul conta a sua história como um aspirador que foi adotado por César após ter sido rejeitado por outros devido ao seu tamanho. Apesar de inicialmente César ter escolhido outro aspirador, Raul chamou sua atenção e foi levado para casa de César, onde viveu feliz por anos, apesar do cão de César às vezes tentar comê-lo.
1. CONCURSO LITERÁRIO 7ºano
2º lugar
Deixa-me que te conte…
Deixa-me que te conte a minha história. O meu nome é Raul e eu era um simples aspirador.
Eu vivia num centro adotivo chamado Electro21 e os meus pais adotivos nunca mais chegavam.
Passavam dias e dias com pessoas a chegar para virem buscar os meus irmãos, mas nunca me
levavam! Só por eu não ter um depósito tão grande como os outros ou por não ser o aspirador mais
silencioso do mundo, não significava que fosse pior ou melhor! Ficava muito triste sempre que
alguém chegava e não me levava, mas continuei à espera…
Finalmente o dia fatídico chegou, um homem com barba cerrada e cabelo entrançado entrou
no centro adotivo e eu, com o coração na garganta, rezei, rezei, rezei e rezei.
- Bom dia! Estou à procura de um aspirador pequeno e com aspeto moderno - disse o homem
barbudo.
- Bom dia, temos um que já está descontinuado, dentro do armazém, mas é o mais próximo
dos termos do que o senhor referiu - disse a secretária do centro adotivo.
O homem entra no armazém e pega no meu primo aspirador de cozinha. Esforço-me para me
mexer dentro da minha caixa de papelão e passados alguns segundos consegui cair, chamando a
atenção do homem. O homem vem a andar até mim com um sorriso na cara e pega-me com
entusiasmo, dizendo que eu era perfeito (apesar de ter um depósito pequeno e ser barulhento). Foi o
momento mais feliz da minha vida! Mais tarde, descobri o nome do homem, era César. Ele pôs-me no
carro e começou a conduzir. De repente, o carro parou e César tirou-me do carro e levou-me para
dentro de sua casa.
- Raul! Vem comer! – disse César.
Achei que me estivesse a batizar de Raul, mas afinal estava só a chamar o seu cão. Fiquei com
a ideia de que me chamava Raul durante alguns meses e quando descobri que Raul era o cão, auto
batizei-me de Raul.
Os dias passaram a meses, e os meses passaram a anos, mas foi durante esse tempo que eu
percebi que era feliz com César e o seu cão que, às vezes, me tentava comer. Esta foi a minha história
e agora sinto-me como novo, pois acabei de levar umas peças novas, mas estou mesmo a precisar de
trocar de bateria, portanto, até já!
Dinis Barreto,nº 5, 7ºA