Este estudo identificou uma nova célula glial no coração chamada célula nexus glial, derivada da crista neural. Estas células regulam a frequência e ritmo cardíaco através da sinalização Meteorin via Jak/Stat3. Análises em peixe-zebra, rato e humano confirmaram a presença de células semelhantes a astrócitos no coração, que desempenham um papel crítico na regulação dos sistemas simpático e parassimpático cardíacos.
3. Materiais e Métodos
10 voluntários
normoponderais foram
tratados com spray nasal
de insulina (ou placebo).
A insulina absorvida a
partir da mucosa nasal
atinge o cérebro
rapidamente.
Utilizaram a ressonância
magnética funcional
(fMRI) para avaliar a
atividade cerebral e o PET
para avaliar níveis
sináticos de dopamina.
Foi utilizado o marcador
[11C]-raclopride da
dopamine sináptica.
4. Raclopride como marcador radioativo de dopamina sináptica
em imagens de PET
O marcador [11C]-raclopride
liga-se ao recetor da dopamine
e tem sido utilizado com êxito
para medir os níveis de
dopamina em sinapses,
acoplado ao método
imagiológico PET (Tomografia
por Emissão de Positrões).
Na imagem ao lado mostra-se
a quantificação de dopamina
no estriado após injeção de
anfetamina em doente com
esquizofrenia.
5. Materiais e Métodos
Esquema do procedimento do estudo em voluntários. Quinze minutos
após a aplicação do spray nasal, a aquisição de dados de PET com
[11C]-racloprida foi realizada por 1 hora. O fMRI foi adquirido em 3
pontos no tempo após a aplicação por spray. Amostras de sangue
(BS) foram coletadas antes (-15 minutos), 30 minutos e 60minutos após a
aplicação do spray nasal.
(fMRI, imagem de ressonância magnética funcional; PET, tomografia por
emissão de positrões)
6. Corpo Estriado, Via Mesolímbica e Recompensa
O corpo estriado liberta
dopamina que ativa o
circuito mesolímbico de
recompensa.
A via mesolímbica, às
vezes chamada de via de
recompensa, é uma das
vias dopaminérgicas do
cérebro. A via se inicia na
área tegmental ventral
do mesencéfalo e forma
conexão com o sistema
límbico através do núcleo
accumbens, a amígdala
cerebelosa e o
hipocampo, e também
com o córtex pré-frontal
medial.
7. Resultados
Ligação de [11C] -racloprida (BPnd) no estriado ventral e
dorsal com insulina ou placebo. Os diagramas de linha
mostram BPnd mais elevado no estriado ventral e dorsal
após a insulina em comparação com aplicação de spray de
placebo.
8. Resultados
Parâmetros metabólicos durante o ensaio. Insulina nasal ou
placebo foi administrado no ponto de tempo 0. Os gráficos
mostram alterações na insulina, Peptídeo C, prolactina e
glicose. Nenhum efeito da insulina nasal vs placebo foi
detetado (tratamento com pMANOVA × tempo> 0,05).
9. Conclusões Gerais
A insulina central modula a atividade dopaminérgica no
estriado dorsal e ventral.
Esta resposta está ligada ao circuito mesocorticolímbico
que regula a recompensa associada ao comportamento
alimentar.
A resposta central à insulina provavelmente estará envolvida
no controlo do metabolismo da glicose em todo o corpo
no período pós-prandial.
Estes resultados aprofundam a compreensão do complexo
circuitos que fundamentam a regulação do
comportamento humano e do metabolismo pela insulina.
11. Onda Extrema de Calor no Canadá em 2021
A costa oeste do Canadá
sofreu um evento de calor
extremo este ano entre o final
de junho e meio de julho.
Registaram-se temperaturas
acima de 15 graus do que é
normal para a época. Na
província de British Columbia
(Vancouver) foi registado um
máximo absoluto de 49,6
graus de temperatura.
Houve um aumento da
mortalidade local durante este
período.
Este evento deveu-se à
formação de uma rara cúpula
de calor em que ua área fixa
de alta pressão atmosférica
força o ar quente para baixo
numa mesma região.
13. Mortalidade em Anteriores Ondas de Calor
2003 – onda de calor na
Europa causou um
aumento de 70 000
mortes.
2010 – onda de calor na
Rússia central causou um
aumento de mortalidade
de 55 000 mortes.
14. Mortalidade Cardíaca devida a Onda de Calor
Um dos grupos mais afetados
por mortalidade devido a ondas
de calor são os doentes
cardíacos.
Os cardiologistas canadianos
consideraram à partida que o
aumento de temperatura podem
ter os seguintes efeitos:
Aumentar o consumo de
oxigénio pelo músculo cardíaca;
Favorecer a formação de
coágulos intravasculares.
Causar desidratação sistémica.
Os homens são mais sujeitos a
morte por hipertermia.
Os autores realizaram uma
revisão da informação
atualmente disponível por meio
de meta-análise.
15. Vasodilatação periférica para diminuir a temperatura corporal.
Hipotensão devida a vasodilatação periférica + desidratação.
Hipóxia de tecidos que requerem mais oxigénio (cérebro, coração, rim).
Aumento da concentração de eritrócitos (desidratação) com a formação de
coágulos intracelulares.
Se houver lesão muscular, há libertação de mioglobina cujos produtos de
degradação são tóxicos para o rim e coração. Hipóxia muscular também leva
à formação de ácido lático, de toxicidade conhecda.
Hipertermia
16. Resposta cardíaca de jovens e idosos ao calor (A) e
ao exercício realizado em ambiente quente (B)
Os jovens
adaptam mais
eficazmente do que
os idosos a sua
resposta cardíaca
ao calor ambiental
ou ao exercício
realizado em
ambiente.
Há nos jovens
aumento mais
rápido da
frequência
cardíaca e do ade
débito cardíaco.
17. Modelo Clínico de Estudo de Efeitos de Hipertermia
Estudos em voluntários utilizando um fato com perfusão
de água para exposição corporal a diferentes níveis de
temperatura. Os participantes vestem um fato que contém
um tubo através do qual a água pode circular para induzir
níveis controlados de hipertermia. Este modelo permite
que parâmetros sofisticados da função cardíaca sejam
registados durante a exposição a hipertermia, como os
obtidos por cateterismo cardíaco (esquerda),
ecocardiografia (meio) e PET (direita).
18. O calor extremo causa vasodilatação periférica (diminuição da resistência
vascular periférica) com redistribuição do volume sanguíneo circulante no
sentido da diminuição da volémia central. Pode haver diminuição da volémia
se os líquidos perdidos por sudorese não forem substituídos pela ingestão de
líquidos (desidratação sistémica). Para compensar a diminuição da volémia
central, aumenta a frequência cardíaca e o consumo de oxigénio pelo
miocárdio. Se houver uma reserva limitada de fluxo coronário pode ocorrer
isquemia ou enfarte do miocárdio. Se houver desidratação, a alteração da
concentração celular do sangue pode favorecer a formação de coágulos
intravasculares.
19. Medidas Preventivas Propostas para Doentes
Cardíacos Face a Onda de Calor
Quando a temperatura sobe
acima de 30 graus, todos os
doentes cardíacos devem
estar sujeitos a:
Permanecer em ambiente
com ar condicionado que
impeça a temperatura acima
dos 30 graus. Se isso não for
possível, manter a pele
húmida e os pés dentro de
água.
Vigiar a ingestão de
líquidos para que não
ocorra desidratação.
21. As células nexus glia
foram encontradas
primeiro em peixes zebra
e confirmadas em
corações de ratinho e de
humanos.
Julgava-se que os
astrócitos residiam
apenas no sistema
nervoso central - o
cérebro e a medula
espinhal.
Porque não têm as outras
estruturas nervosas do
corpo humano células
gliais?
Nova célula cardíaca que controla o ritmo
22. Nova célula cardíaca que controla o ritmo
As células nexus glia,
lembram células
gliais semelhantes a
astrócitos cerebrais.
Essas células estão
localizadas na via de
saída do coração, o
mesmo local onde
muitos defeitos
cardíacos congénitos
são encontrados.
23. Nova célula cardíaca que controla o ritmo
Quando as células
nexus glia foram
removidas, a
frequência cardíaca
aumentou e, quando
foram privadas de um
gene-chave que
impulsiona seu
desenvolvimento glial,
o coração bateu de
forma irregular.
24. Abstract
Glial cells are essential for functionality of the nervous system.
Growing evidence underscores the importance of astrocytes;
however, analogous astroglia in peripheral organs are poorly
understood. Using confocal time-lapse imaging, fate
mapping, and mutant genesis in a zebrafish model, we
identify a neural crest–derived glial cell, termed nexus glia,
which utilizes Meteorin signaling via Jak/Stat3 to drive
differentiation and regulate heart rate and rhythm.
Nexus glia are labeled with gfap, glast, and glutamine
synthetase, markers that typically denote astroglia cells.
Further, analysis of single-cell sequencing datasets of human
and murine hearts across ages reveals astrocyte-like cells,
which we confirm through a multispecies approach. We show
that cardiac nexus glia at the outflow tract are critical
regulators of both the sympathetic and parasympathetic
system. These data establish the crucial role of glia on cardiac
homeostasis and provide a description of nexus glia in the
PNS.