1. INTITUTO DE PESQUISA E ENSINO EM SAÚDE
DE SÃO PAULO
Flávia Cremonesi de Oliveira
Título
CARACTERIZAÇÃO DO EFEITO DA MEDITAÇÃO NA CONCENTRAÇÃO
SOROLÓGICA DO HORMÔNIO CORTISOL PELA TÉCNICA DE
RADIOIMUNOENSAIO COM MEDIÇÃO DA RADIOTIVIDADE
Projeto de Pesquisa para a Conclusão do
Curso de Biologia Molecular e Citogenética
Pelo Instituto de Pesquisa e Ensino
em Saúde de São Paulo
SÃO PAULO
2006
3. 1. Resumo
O estresse é hoje uma desordem comum na sociedade capitalista em que vivemos, nas últimas
décadas, a expressiva mudança em todos os níveis da sociedade passou a exigir do ser humano
uma grande capacidade de adaptação. O estresse é uma reação bioquímica e comportamental que
têm sua origem na reação de lutar-ou-fugir, uma expressão do instinto de conservação e comporta
três fases consecutivas: alarme, resistência e esgotamento; é na última fase, onde há o déficit das
reservas energéticas e que começam a falhar os mecanismos de adaptação, nesta fase, podem surgir
doenças como hipertensão arterial, úlcera péptica, artrites, lesões no miocárdio, etc. As pesquisas
relacionam que em concentrações elevadas o cortisol, um hormônio esteróide glicocorticóide, age
como o principal agente do estresse. Medidas devem ser tomadas para que haja uma reeducação
preventiva desta desordem abrangendo a população geral e também uma mudança na conduta
fragmentada da medicina, buscando uma aplicação holística desta ciência. A meditação é uma
técnica Oriental milenar e apesar de existirem variações destas técnicas, todas conduzem a um
estado de atenção e relaxamento profundo. Atualmente cresce o interesse científico por estas
técnicas, que vêm provando ter eficácia nos tratamentos de ansiedade generalizada, pânico, pânico
com agorafobia, pressão sangüínea, entre outras. O objetivo deste trabalho é a caracterização do
efeito da meditação na concentração do cortisol na circulação sangüínea de um grupo de pessoas
praticantes de meditação e um grupo controle. Serão colhidas amostras de sangue dos dois grupos
antes de depois da meditação. As amostras serão analisadas quantitativamente usando a técnica de
radioimunoensaio e a radiotividade medida com um contador de cintilação gama calibrado para
Iodo 125. Paralelamente, será aplicado um questionário para analisar estados de humor antes e
após a meditação e relaxamento.
3
4. 2. Introdução
Nas últimas décadas, a expressiva mudança em todos os níveis da sociedade passou a exigir do ser
humano uma grande capacidade de adaptação. As pessoas encontram-se em freqüentes situações
de conflito diante da grande exigência imposta pela mudança nos ritmos da economia e do
mercado. Conseqüentemente, as extremas necessidades de adaptações acabam por expor às
emoções de ansiedade, angústia e desestabilização emocional.
A síndrome da tensão crônica foi descrita pela primeira vez por Selye, na década de 30 e está
associada à constante exposição a situações de estresse, que pode causar efeitos físicos adversos
pela liberação hormonal (rev. Cabral et al, 1997; Braz, 2001).
Há algum tempo a ciência tem conhecimento de que o estresse crônico, denunciado pelo hormônio
cortisol, debilita o sistema imunológico e o corpo fica mais suscetível ás infecções (Kraft, 2006).
O estresse é uma reação bioquímica e comportamental que tem sua origem na reação de lutar-ou-
fugir, uma expressão do instinto de conservação. Como a vida atual apresenta muitos desafios,
tensões e fatores estressantes, tanto física quanto psicologicamente, esta reação tende a se repetir
com freqüência, desencadeando a síndrome da tensão crônica (Cabral at al , 1997; Braz, 2001, ).
Cabral et al (1997) e Elias (2001), descreveram a ocorrência do Estresse, a qual comportava três
fases sucessivas: reação de alarme, de resistência e de esgotamento. Após a fase de esgotamento,
observava o surgimento de algumas doenças, tais como a úlcera péptica, hipertensão arterial,
artrites, lesões miocárdicas, fadiga, falta de ar, dor de cabeça, redução da imunidade, diarréias,
distúrbios do sono, perda/ganho de peso, ansiedade, depressão, dores crônicas entre outras. Estas
desordens ocorrem na fase de esgotamento, onde começam a falhar os mecanismos de adaptação e
ocorre déficit das reservas de energia.
O estímulo agudo do estresse provoca a secreção no hipotálamo do hormônio “corticotrophin
releasing hormone” (CRH), que por sua vez determina a liberação de ACTH da adeno-hipófise,
além de outros neuro-hormônios e peptídeos cerebrais, como as beta-endorfinas, STH, prolactina
etc (Cabral et al, 1997). O ACTH desencadeia a síntese e a secreção de glicocorticóides pelo
córtex da supra-renal. Estabelece-se então um mecanismo de feedback negativo com os
glicocorticóides atuando sobre o eixo hipotálamo-hipofisário (Cabral et al, 1997; Lodish at al,
2002; Constanzo, 1999, Braz, 2001).
Os principais sinais fisiológicos das emoções são decorrentes da estimulação do sistema nervoso
simpático, que recebe estimulação mediante fatores estressores. Esta ativação prepara o organismo
4
5. para luta ou a fuga. A composição dos hormônios liberados em situações de estresse suprime o
sistema imunológico, além de causar efeitos sobre o organismo como a constrição dos vasos
periféricos, o aumento da pressão sangüínea e da freqüência cardíaca, com conseqüente irrigação
dos músculos e do cérebro em detrimento da irrigação das vísceras, dilatação dos bronquíolos, a
inibição da contração da bexiga e dilatação pupilar (Vilela, 2006; Simon, 2006, Cabral at al 1997,
Elias, 2001).
O sistema nervoso central e o sistema imunológico compartilham um hormônio fundamental para
esta interação, trata-se do hormônio liberador da corticotropina (CRH). Produzido pelo hipotálamo
e várias outras regiões do cérebro, ele une as respostas ao estresse e imunológicas. O hipotálamo
libera o CRH num circuito especializado da corrente sanguínea, que conduz o hormônio à hipófise,
localizada logo abaixo do cérebro. O CRH faz a hipófise liberar o hormônio adenocorticotrópico
(ACTH), levando a glândula supra-renal a produzir o cortisol, o mais conhecido hormônio do
estresse (Sternberg e Gold, 2005, Cabral at al, 1997).
Hormônios são substâncias químicas secretadas na circulação sangüínea em pequenas quantidades
e levados até os tecidos-alvo, onde produz uma resposta fisiológica. São sintetizados e secretados
por células endócrinas. Os hormônios esteróides são sintetizados a partir do colesterol e ao
contrário dos hormônios protéicos, são lipofílicoss e não ficam armazenados, sendo liberados
conforme são sintetizado e têm ação lenta, demandando horas (Vulcani, 2004; Junqueira e
Carneiro, 1999; Constanzo, 1999).
Um grupo importante de hormônios liberados em resposta ao estresse é o dos glicocorticóides.
secretados pela glândula adrenal, eles muitas vezes agem como sua prima mais famosa, a
epinefrina (também conhecida como adrenalina). Ela age em segundos; os glicorticóides apóiam
esta atividade ao longo de minutos ou horas (Sapolsky, 2005, Cabral at al, 1997).
O cortisol aumenta freqüência e a intensidade dos batimentos cardíacos, sensibiliza os vasos
sangüíneos à ação da noradrenalina (um hormônio similar à adrenalina) e afeta muitas funções
metabólicas, que ajudam o corpo a enfrentar uma situação estressante. Além disso o cortisol é um
potente imuno-regulador e agente antiinflamatório, cujo papel é crucial para evitar que o sistema
imune reaja exageradamente a danos e lesões nos tecidos (Sternberg e Gold, 2005; Cabral at al,
1997, Elias, 2001).
O sistema cerebral de resposta ao estresse é ativado em situações de perigo. O sistema imunológico
responde automaticamente aos patógenos e as moléculas desconhecidas. Os dois são os principais
recursos do corpo para manter o equilíbrio dinâmico do meio interno, denominado homeostase.
Parte substancial da máquina celular humana se dedica à sua manutenção. Quando a homeostase é
5
6. perturbada ou ameaçada, um repertório de respostas moleculares, celulares e comportamentais é
acionado para neutralizar as forças perturbadoras e restabelecer o equilíbrio dinâmico. Estas
respostas podem ser específicas para um invasor ou estresse definido, ou generalizadas e não
específicas quando a ameaça à homeostase ultrapassa um certo limiar. As respostas adaptativas
podem se transformar em fatores estressantes capazes de causar doenças (Sternberg e Gold, 2005;
Cabral et al, 1997; Constanzo, 1999).
A função do sistema imunológico é barrar patógenos estranhos ao corpo e reconhecer e destruir
aqueles que penetram sua barreira. É também neutralizar toxinas potencialmente perigosas,
facilitar o reparo de tecidos danificados e eliminar células anormais. Essas respostas são tão
poderosas que requerem regulação constante, para não serem excessivas ou indiscriminadas, e se
manterem eficazes. Quando o sistema imunológico se desregula, surgem doenças inflamatórias,
auto-imunes ou síndromes de imunodeficiência (Sternberg e Gold, 2005).
Sternberg e Gold (2005) descreve os sistema imunológico como vários tipos de glóbulos brancos
(leucócitos), encontrados no baço, timo, gânglios linfáticos e circulantes na corrente sangüínea,
que são comandados pelo cérebro e pelos hormônios, de forma indireta, e de forma direta pelos
nervos e neuroquímicos.
Cabral at al (1997) e Braz (2001) explicam a relação existente entre o estresse e o câncer: o
estresse pode aumentar a exposição do indivíduo a carcinógenos, permitir a expressão de um
potencial genético latente por meio de mudança hormonal e bloquear as células imunológicas. É
possível predizer a doença baseando-se na quantidade de estresse pelas pessoas na vida cotidiana.
Segundo Sternberg e Gold (2005) e Delmonte (1984), nosso estado mental pode influenciar a
forma como resistimos ou nos recuperamos de processos inflamatórios ou infecciosos.
Relaxamento é um ato de equilíbrio da natureza contra o excesso de reações lutar-ou-fugir,
constituindo-se de uma série de mudanças internas que ocorrem quando a mente e o corpo se
tranqüilizam (Golemam, 2005). Algumas técnicas podem ser utilizadas para evocar este potencial,
como o relaxamento, a respiração profunda, meditação, yoga, mantras, visualizações de imagens,
entre outras. O objetivo da utilização destas técnicas é o equilíbrio e não a supressão da emoções,
buscando um destacamento do cotidiano, do corpo e das preocupações mais imediatas do viver.
(Valle, 2001).
A meditação é uma técnica Oriental milenar e apesar de existirem variações destas técnicas, todas
conduzem a um estado de atenção e relaxamento profundo. Meditação e relaxamento são coisas
diferentes: em essência, a meditação é o esforço para reexercitar a atenção. É isso que dá a
meditação os efeitos incomparáveis de obtenção de conhecimentos, aumento da concentração e
6
7. capacidade de relacionar-se com empatia. A meditação é, porém, mais usada como uma técnica
rápida e fácil de relaxamento (Goleman, 2005).
Existem técnicas que suscitam uma resposta de relaxamento, que parece desempenhar um papel na
redução das respostas corporais ao estresse. Entretanto a resposta de relaxamento não é automática
como a resposta de luta e fuga. Seu desenvolvimento exige prática com determinadas técnicas
mentais, antes de poder ser evocada para evitar o estresse. (Elias, 2001) Uma rápida recuperação
do estresse é uma característica típica dos que costumam meditar (Goleman, 2005).
Em 1992, Kabat-Zinn et al, concluiu que um programa de técnicas de meditação pode reduzir
efetivamente sintomas de ansiedade e pânico e pode auxiliar a manter estas reduções em pacientes
com ansiedade generalizada, pânico e pânico com agorafobia; ele verificou também que a
meditação consciente, junto com a yoga, reduziu a necessidade do uso de analgésicos e diminuiu a
dor em quem sofria de problemas crônicos (Goleman, 2005). Segundo Poyares et al (2005)e
Demonte (1984), alguns autores defendem que tanto a acupuntura, como a prática de yoga e
meditação aumentariam a secreção de melatonina com melhora da insônia e ansiedade.
Programas realizados em Harvard e na Universidade de Massachusetts indicam sucesso no uso da
meditação com centenas de hipertensos. E um simpósio no Instituto Nacional do Coração, Pulmão
e Sangue recomendou que, para as pessoas que têm ou estão no limite da hipertensão, deve ser
usado, primeiramente, o tratamento sem remédios. Eles só devem ser receitados se esse tipo de
tratamento não der certo (Goleman, 2005).
Segundo Ornish (2005), a meditação foi utilizada como uma das técnicas no controle do estresse,
num conjunto de 93 voluntários com câncer na próstata, com PSA variando de 4 a 10 ng/ml. Os
resultados demonstraram uma diminuição de 4% do PSA do grupo experimental e aumentou 6%
no grupo de controle.
A importância da execução desta pesquisa, é a de esclarecer o papel da meditação na regulação dos
níveis de cortisol circulantes, já que este hormônio em níveis elevados, está associado ao
aparecimento e agravamento do estresse a as doenças co-relacionadas.
Também é de extrema importância que se conheça métodos alternativos para controle do estresse,
e os estudos vêm evidenciando que as práticas de meditação possui propriedades anti-estresse ,
anti-hipertensiva e auxilia na melhora da resposta imune.
Na determinação do cortisol livre, será utilizado o método radioimunológico que emprega
anticorpo altamente específico. Esta técnica é sensível para detectar níveis mínimos de cortisol
como de 5 picogramas por decilitro (ng/d) no volume da amostra sorológica equivalente a 0,1ml
7
8. (Silva, 2002).
3. Objetivos
O objetivo desta pesquisa é o de fazer um estudo comparativo dos níveis do hormônio cortisol
livre soro sanguíneo de pessoas praticantes de meditação (GE), utilizando um grupo controle de
pessoas não praticantes (GC). Esse estudo buscará analisar comparativamente os níveis do
hormônio livre no soro do sangue colhido de todos participantes (GE e GC) antes da meditação e
a outra amostra de soro será colhido após meditação do grupo de meditadores (GE) e relaxamento
do grupo controle (GC).
É também objetivo deste estudo, fazer uma análise dos questionários preenchidos pelos
participantes para confrontá-los com os dados obtidos das amostras.
4. Materiais e Métodos
4.1. Materiais
Os materiais necessários para para a análise quantitativa do hormônio cortisol no soro sangüíneo
são:
Impressora HP Deskjet 1920 ;
●
Pacote 500 folhas de papel sulfite;
●
Vale lanche;
●
Vale transporte;
●
Freezer;
●
Seringas;
●
Agulhas;
●
Garrotes;
●
Luvas descartáveis;
●
Pacote de algodão;
●
Alcool etílico 70 %;
●
Tubos secos;
●
Geladeira;
●
Freezer;
●
8
9. Centrífuga Bio-Eng – Be 4000;
●
Micropipetas de precisão com capacidade de 20 uL;
●
Pipetador semi-automático para dispensação exata de 500 uL;
●
Pipeta com dispensação positiva para 1000 uL (extração);
●
Dispensador de reagente para 1mL (lavagem) e 5 mL (extração);
●
Água destilada;
●
Diclorometano, NaOH 0,1 M;
●
Tampão Tris-HCL 0,1 M pH 7,4 com 0,2% de BSA;
●
Gás nitrogênio;
●
Agitador tipo Vortex;
●
Papel absorvente;
●
Banho de água (+37° C);
●
Tubos-teste plásticos descartáveis;
●
Parafilme;
●
Contador de Cintilação gama calibrado para Iodo 125;
●
Kit para Radioimunoensaio, contendo:
●
Tubos revestidos (Anticorpos policlonais de coelho para cortisol fixados no fundo do
●
tubo);
125 I-CORTISOL (Cortisol marcado com I 125 em tampão Tris 0,08%, Timerosal, NaN3,
●
aditivo de cor vermelha);
Padrões 0 a 4 liofilizados (Soro humano e 0,1% de azida sódica e Kathon – 0 / 20 / 75 /
●
500 / 2000 nmol/L.
Cortisol de referência para controle positivo;
●
Colchonetes;
●
Aparelho de Som com CD;
●
CD's com músicas de relaxamento.
●
4.2. Metodologia
4.2.1 Coleta do Material:
O experimento será conduzido no Departamento de Biologia Molecular e no Departamento de
Psicobiologia (onde outras pesquisas sobre Meditação estão sendo conduzidas) da Universidade
Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina.
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10. A pesquisa quantitativa será feita com a participação de dois grupos:
1. Grupo de Estudo (GE) – participarão 50 pessoas de idade entre 30 a 40 anos, que não
possua hábitos como, fumo, álcool ou uso de qualquer entorpecente. Também não serão
aceitos indivíduos que façam uso regularmente de medicamentos e hormônios. Neste
grupo, somente participarão os indivíduos que sejam praticantes de Meditação.
2. Grupo Controle (GC) – participarão 50 pessoas de idade entre 30 a 40 anos, que não
possua hábitos como, fumo, álcool ou uso de qualquer entorpecente. Também não serão
aceitos indivíduos que façam uso regularmente de medicamentos e hormônios. Neste
grupo, os indivíduos não deverão conhecer as técnicas de meditação. Metodologia
adaptada de Goleman (2005) e Vieira (2002).
Previamente, será feita uma divulgação em escolas de Meditação e Yoga, convidando aos alunos
praticantes à participarem do experimento, também será divulgado na Universidade Federal de
São Paulo e nas proximidades, com a intenção de recrutar as pessoas que participarão do grupo
controle.
A seleção será feita com uma entrevista prévia, onde serão selecionados os perfis supracitados.
Após seleção, será feita uma palestra para esclarecimentos a respeito da pesquisa e uma carta de
autorização será entregue para cada participante, por fim serão agendadas as datas para o
experimento (Braz, 2001).
Os dados preenchidos pelos questionários serão armazendos e ao fim da análise de todas
amostras, as informações declaradas pelos participantes serão confrontadas com os resultados de
suas amostras.
Os dois grupos de 50 serão subdivididos em 5 subgrupos de 10 pessoas de cada grupo, totalizando
20 pessoas por dia, estas serão submetidas a um questionário de avaliação (dados gerais e
também serão questionados sobre como se sentem, estressados, ansiosos, tranqüilos, alegres),
depois será feita a primeira coleta de sangue periférico por punção venosa e a amostra será
dispensada em tubos secos e serão armazenados à -20° C.
Depois da coleta, o grupos GE e GC serão conduzidos a uma sala espaçosa com colchonetes
individuais para deitarem e ao som de músicas instrumentais buscarem o relaxamento (indivíduos
não praticantes de meditação) e meditação (indivíduos praticantes) (metodologia adaptada de
10
11. Goleman, 2005).
O procedimento será iniciado as 7:00hs da manhã, pois devido ao ritmo circadiano, entre 7 e 8
horas da manhã, ocorrem os maiores picos de cortisol no sangue (Protocolo CIS Bio
International, 2006), a duração da meditação e relaxamento será de 45 minutos (procedimento
adaptado de Goleman, 1998). Ao fim será repetida a colheita do sangue periférico por punção
venosa e a amostra será dispensada em tubos secos identificados e serão armazenados à - 20° C e
posteriormente, as amostras serão divididas em lotes para as futuras análises.
Os participantes deverão relatar no mesmo questionário inicial o estado emocional que se
encontram após a meditação/relaxamento. Serão distribuídos os vale-lanches e os vale-transportes
para então serem dispensados. Metodologia adaptada de Fernades, 2006.
Todos os participantes terão acesso aos resultados da pesquisa via email ou carta.
4.2.2 Medologia Técnica
Após coleta de todos os grupos, totalizando 200 amostras, será iniciado a pesquisa com a técnica de
radioimunoensaio com contador de cintilação gama calibrado para Iodo 125. O material
armazenado a -20° C será descongelado e centrifugado a 3.200 RPM por 10 minutos. O soro da
amostra será separado e será utilizado de acordo protocolo relatado abaixo.
O ensaio para calibração requer o seguinte grupo de tubos:
Grupo de padrões, para estabelecer a curva de calibração (contém concentrações de 0, 20,
●
75, 500, 2000 nmol/L);
Grupo T, para a determinação da atividade total;
●
Grupo de referência, para os controles externos (o cortisol para controle positivo será
●
doado pelo setor de Bioquímica da UNIFESP) ;
Grupo Sx, para o teste das amostras;
●
Grupo S para controle negativo.
●
Todos os reagentes devem ser aquecidos à temperatura ambiente (18 a 25° C) por no mínimo 30
minutos antes do uso. A dispensação dos reagentes é também realizado à temperatura ambiente.
11
12. Trinta minutos antes dos primeiros ensaios, os padrões serão reconstituídos com 0,5 mL de água
destilada e os frascos serão invertidos suavemente para que haja a mistura e a completa
dissolução do material liofilizado .
O ensaio será realizado em duplicatas para o grupo de padrões, controles positivo e negativo e
amostras.
Será dispensado 20 uL dos padrões, controles e amostras a serem ensaiadas nos tubos revestidos
marcados correspondentes. A cada tubo (inclusive o Tubo T) serão adicionados 500uL de 125 I-
cortisol. Os tubos serão agitados levemente no Vortex e serão incubados por 2 horas a 37° C,
deverão estar cobertos com parafilme.
Após o período de incubação, o líquido de cada tubo de ensaio será dispensado e a parte superior
dos tubos serão firmemente batidas contra em um papel absorvente (exceto Tubo T).
Os tubos serão lavados uma vez com 1 mL de água destilada, agitando a estante com as mãos, e
após este procedimento, os tubos serão esvaziados e novamente batidos firmemente no papel
absorvente. Os tubos serão deixados virados para baixo durante 2 – 3 minutos (exceto Tubo T).
A radioatividade remanescente ligada nos tubos com um contador de
cintilação gama calibrado para Iodo 125. (Protocolo CIS Bio International,
2006).
5. Orçamento
Descrição Quantidade Valor
Contador de Cintilação gama 1 R$ 8.000,00
calibrado para Iodo 125
Pipeta com dispensação positiva 1 R$1387,50
para 1000 uL (extração)
Dispensador de reagente para 1 R$988,00
1mL (lavagem) e 5 mL
(extração)
Agitador tipo Vortex 1 R$ 440,00
Impressora Jato de Tinta HP 1 R$155,00
DeskJet 1920
Centrígura Hettich Mikro 110V 1 R$ 6835,68
Micropipeta 5-50uL 1 R$ 500,00
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13. Descrição Quantidade Valor
Micropipeta 100-1000uL 1 R$ 500,00
Micropipeta 1-5mL 1 R$ 500,00
Papel absorvente 1 caixa R$4,60
Tubos-teste plásticos 2 Caixas com 500 R$10,00
descartáveis
Parafilme 1 Caixa R$ 90,00
Água destilada 100 L R$ 267,00
Tubos Secos Caixa com 500 R$ 7,70
Diclorometano, NaOH 0,1M 10 L R$ 300,00
Tampão Tris-HCL 0,1 M pH 7,4 10 L R$ 1000,00
com 0,2% de BSA
Papel Sulfite Pacote com 500 folhas R$9,00
Colchonete 25 R$ 450,00
Scalp23 300 R$ 411,00
Garrote 1,0 m R$ 1,10
Álcool Etílico 70GL 10 L R$ 32,90
Seringa 10 mL 3 pacote com 100 R$ 59,10
Luva Latex de Procedimento 7 caixas R$ 105,00
Algodão Hidrófilo Topz 5 caixa 25g R$ 8,25
Sub Total Permanente R$ 19.306,18
Sub Total Consumo R$ 2.755,65
Total Geral R$ 22.061,83
6. Cronograma
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14. Apresentamos na figura 1 o diagrama de Gantt com o cronograma de atividades e o
relacionamento entre as etapas do projeto dividido entre as semanas de execução.
Fig.1 – Cronograma do Projeto
Segue um detalhamento de cada etapa do cronograma de atividades:
Revisão Bibliográfica: 03/07/2006 a 03/08/2006
Elaboração de folder de convite: 03/08/2006 a 10/08/2006
Elaboração do questionário: 03/08/2006 a 10/08/2006
Distribuição dos convites: 10/08/2006 a 29/08/2006
Entrevista dos participantes: 29/08/2006 a 12/09/2006
Cadastro em banco de dados: 12/09/2006 a 27/09/2006
Coleta de sangue: 27/09/2006 a 03/09/2006
Realização do Radioimunoensaio:03/10/2006 a 01/12/2006
Análise e correlacionamento dos dados: 01/12/2006 a 02/02/2007
Relatório de conclusão: 02/02/2007 a 02/03/2007
Divulgação dos resultados: 02/03/2007 a 09/03/2007
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15. 7. Referências Bibliográficas
BRAZ,M.M. Aprendendo com o Câncer de Mama: Percepções e Emoções de Pacientes e
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