1. CENTRO UNIVERSITÁRIO CENTRAL PAULISTA
MEMORIAL REFLEXIVO
A Ética do Consumo e Educação para o Consumo
Ético e Sustentável
Aluna:
Fernanda Bandeira
Professora: Dra. Ursula
Abril, 2017
2. A devastação causada na natureza devido à ação do homem fez com que a ecologia fosse
retratada cada vez mais como objetivo de estudo por grande parcela da sociedade. Isto se deve ao
fato de que a sociedade contemporânea passa por um momento delicado, em que é necessária a
mudança do paradigma antropocêntrico ainda predominante para uma visão de mundo biocêntrica,
comprometida com toda a vida na Terra. O momento atual exige uma reinvenção da sociedade, da
gestão política, do estilo de vida, das prioridades e, principalmente, em curto prazo, do conceito
de consumo, que se legitima e penetra no consciente coletivo da população e confunde-se com o
desejo individual ou coletivo de liberdade. A responsabilidade coletiva é fundamental para
delimitar a justa medida das ações humanas na perspectiva de um bem comum e ambiental.
A responsabilidade pela formação de uma consciência ambiental transcende os limites dos
formadores de opinião; na nova ética ecológica é dever de todo cidadão bem informado tornar-se
o vetor de elucidação daqueles que ainda não desenvolveram esta consciência. Desta forma, a
integração do homem e meio ambiente se restabelece perante a necessidade eminente da
sustentabilidade ambiental. Os padrões de consumo impostos pelo sistema capitalista devem ser
revistos, sob pena de inviabilizar a continuidade da vida no planeta. A educação possui papel
fundamental na formulação de uma nova mentalidade, e a educação para o consumo é elemento-
chave na conscientização da população em relação à sua responsabilidade social na busca do
desenvolvimento sustentável do planeta.
Faz-se também necessária a reconstrução dos valores sociais para a readequação do
indivíduo ao senso coletivo, legitimando o bem-estar social. Para tanto, não cabe mais ao homem
o conveniente papel de consumidor do planeta, nesta nova ética social, é seu dever se associar à
qualidade de vida, o que inclui o fator ambiental.
Neste sentido a responsabilidade humana vai além da responsabilidade com seu semelhante, a nova
ética clama pela responsabilidade também ambiental, onde o homem inclui-se como mais um
elemento do ambiente e não o único. Como cita Hans Jonas em O Princípio da Liberdade: “É
preciso pensar numa ética própria para a natureza”.
A responsabilidade pela formação de uma consciência ambiental transcende os limites dos
formadores de opinião; na nova ética ecológica é dever de todo cidadão bem informado tornar-se
o vetor de elucidação daqueles que ainda não desenvolveram esta consciência. É fato que, o
rompimento de uma organização social voltado ao consumo demandaria a reconstrução e
adaptação do modo de vida da sociedade como conhecemos. Entretanto, esse rompimento precisa
ser emergencial. A velocidade da devastação do planeta não permite que a “educação ambiental”
seja onerada como único agente de mudança de comportamento, pois, seu processo apesar de
eficiente é lento.
Torna-se evidente também a necessidade de políticas públicas em todos os níveis: federal,
municipal e local, que tratem a redução do consumo como elemento estratégico para se atingir o
desenvolvimento sustentável, uma vez que, economia e ecologia estão totalmente integradas no
mundo atual. É preciso abandonar o atual modelo de desenvolvimento, que busca apenas o
crescimento econômico, e buscar um modelo de desenvolvimento que respeite a natureza e utilize
de modo racional os recursos naturais. A sustentabilidade não é mero modismo ou uma utopia
inalcançável, mas uma necessidade para a sobrevivência do planeta Terra.
3. A preservação do meio ambiente para as presentes e futuras gerações depende de uma
consciência ecológica, e a formação de uma nova consciência depende em grande parte da
educação. É preciso uma educação que possibilite a continuidade da vida na Terra – e a educação
para o consumo contribui para o desenvolvimento sustentável, ao promover o consumo consciente.
É necessário mudar os hábitos de consumo que causam sérios problemas ambientais e
sociais, freando o consumismo e fazendo escolhas que promovam o desenvolvimento sustentável.
O consumo deve ser socialmente responsável, para que o consumo de alguns não coloque em
perigo o bem-estar dos outros, e sustentável, de modo a não comprometer as opções das futuras
gerações.
Nesse processo, o consumidor consciente tem um papel fundamental. Nas suas escolhas
cotidianas, seja na forma como consome, seja escolhendo empresas com responsabilidade social,
pode ajudar a construir uma sociedade mais sustentável e justa.
Assim, é preciso questionar os valores impostos pela sociedade de consumo, e buscar novos
parâmetros para a vida em sociedade. A consciência da necessidade do consumo sustentável é um
grande passo no caminho da sustentabilidade, e depende da colaboração e da participação de todos.
Nesse contexto, torna-se cada vez mais clara a idéia de que somente com atitudes e procedimentos
éticos será possível a construção de uma sociedade mais justa, para o que a educação ambiental
tem um papel fundamental.