As vozes de Niterói (RJ) | 2010

Ana Maria Fonseca Zampieri
Programa de
Ajuda
Humanitária
Psicológica

Programa de
Ajuda
Humanitária
Psicológia

Das 197 milhões de vítimas de
desastres naturais em 2007, no
mundo, 164 milhões foram por
inundações.
Organização das Nações Unidas – ONU
Está aumentando a freqüência
de desastres relacionados às
mudanças climáticas.

Secretaria Nacional de Defesa Civil
O Brasil é o país mais afetado
por chuvas e enchentes no
hemisfério sul

EM NITERÓI, A CATÁSTROFE EM SEQÜÊNCIA
O MORRO DO BUMBA VEIO ABAIXO. AS ESTIMATIVAS INICIAIS
ERAM DE MAIS DE 150 MORTOS
NO RIO DE JANEIRO, AS FORTES CHUVAS PARALIZARAM A CIDADE,
ABRIL DE 2010 SERÁ UM MÊS MUITO LEMBRADO NO FUTURO

“Retirar o barro, centímetro por
centímetro, na procura de corpos. Um
trabalho quase cirúrgico”
voluntário do Exército da Salvação
Niterói – Mai/2010
As vozes de Niterói

“Foram encontrados grupos de famílias
abraçados, casais, pais e crianças,
mortos, juntos em casa...”

“Uma mulher relatou que ouviu um
estrondo e saiu de casa pensando ser
uma batida de carros. Sua irmã saiu logo
atrás com seu filho de colo, enquanto
seu pai e seu filho de 7 anos, que
ficaram em casa, foram, em instantes
soterrados...”

“...um parto na lama → gratidão pela
luz e pela vida...”.
Psicóloga

“Tia, perdí... Minha avó e minha tia
morreram.”
menino, 7 anos

“Crianças necessitam de atenção, estão
inquietas, tristes... olhar e consciência de
perdas sofridas.”
Marisa, Rosangela e Suzana

“...precisamos e podemos ter o nosso
tempo de choro. E de raiva...”.
Psicólogo

“Ajudar uma mãe que perdeu um filho
de 13 anos soterrado e eletrocutado,
voltar a sorrir e estabelecer metas para
o futuro, me faz acreditar, como
sempre, que estamos no caminho certo.
Ser integrante do PAHP é para mim uma
dádiva de Deus!”
Ana Lúcia Castelo

“Mãe, não fica triste, eu vou comprar
outra casa para você, mas não posso
trazer o meu irmão de volta, porque
agora ele virou estrelinha”.
criança de 5 anos

“Quando procurei meu filho e não
achei, fiquei cega, pensei em morrer,
nem lembrei que minhas outras 3 filhas
precisavam de mim”.
mãe de 33 anos que perdeu um
filho de 13 anos

“Foi terrível ouvir os gritos e pedidos de
socorro vindos da escuridão, enquanto
minha casa ruía como um papel”.
Moradora de Grotas

“Minha única esperança era ver alguém
saindo vivo dos escombros”.
Moradora de Grotas

“O pior momento de minha vida foi ver
meu sobrinho de 2 anos morrer num
buraco cheio de barro e eu não poder
salvá-lo, porque a terra dava choque,
ninguém conseguia se aproximar”.
Moradora de abrigo
E. M. Paulo Freira

“Socorro, quero ser vista por quem pode
fazer algo por todos nós que estamos
nessa situação”
Luciana, 26 anos
mãe de 4 filhos e separada do companheiro

“Na Escola Municipal Paulo Freire,
encontrei pessoas muito sofridas por
perdas de entes muito queridos. Às vezes,
diante da imensa dor, só podemos acolhê-
los, proporcionar um espaço para ouví-los
com seus lamentos, soluços, compreender
o silêncio e consolá-los.”
Eliane Alabe Pádua

“Eu posso ter força para
continuarmos...”
Andréia, 33 anos

“Posso e quero ser feliz de novo”
Adolescente, 14 anos

“Eu posso reconstruir minha vida...”
Cláudia, 33 anos

“Tudo que eu passei com ele vai estar
guardado comigo para sempre”
Adolescente, 13 anos

“Só queria pedir a Deus para guardá-los
em bom lugar, essas pessoas que eu vou
falar: G..., A..., N..., D...”

“Eu fiquei triste que todos morreram,
não tenho onde morar, graças a Deus
não aconteceu nada com a gente. Que
pena que a G. L. morreu”
adolescente – 14 anos

“Essas psicólogas são as “fadas
madrinhas”, que com suas varinhas de
condão, trazem com magia, a alegria de
volta aos corações partidos.”
Marly Baruffaldi

“Eu não quero isso (desenho de
armas)... Eu quero um futuro melhor
assim (campo de futebol).”
menino – 12 anos

“Eu quero ser rico jogando futebol para
poder ajudar as pessoas que não tem
dinheiro.”
menino – 9 anos

“Vou salvar vidas e ajudar as pessoas.”
menino – 10 anos
desenhou bombeiros

“Os adolescentes continuam sendo uma
população difícil de trabalhar: as questões
naturais da idade muitas vezes se sobrepõe
à situação em que se encontram.”
Lilian Tostes

“Um sorriso tímido; um brilho no olhar;
uma lágrima de esperança – são estas
pequenas coisas que alimentam meu
desejo de estar sempre disponível para
o PAHP.”
Lilian Tostes

“Meu coração, além de viver novas e
freqüentes catástrofes, ele acelera pois
também “revive”. A sensação de nunca
mais se sentir só, vem da presença
constante do amor com o PAHP e do
trabalho que consigo realizar,
canalizando minhas esperanças.”
Dulce Fiedler

“Deparei-me com um abrigo com muitas
perdas humanas.”
Solange Affonso

“... Fiquei soterrada... era escuro lá...
eu escutava um barulho de terra...
encheu minha boca terra... no hospital
soube que minha tia de 10 anos
morreu...”
menina de 9 anos

“... eu tô com uma tristeza no coração
bem pequena agora... quero ser
professora que nem você... vou fazer
borboleta quando lembrar da tia que
morreu”
menina de 9 anos após EMDR

“... meio alegre, meio triste... minha
irmã morreu... minha filha foi tirada da
terra e está viva... a vida é assim...
meio a meio...”
mulher, 32 anos

“... EU VOU SUPERAR!...”
Grupo após MGI
Escola Estadual Guilherme Briggs

“Que o amor e a esperança instalem-se
nos corações de cada desabrigado,
resgatando a força e a coragem em sua
casa interior.”
Solange Affonso

“Muitos partos a partir do lixo do Bumba...
Saímos deste PAHP grávidos... Em 2015
teremos núcleos de PAHP em todo o Brasil.
O Rotary somos nós...”
Ana Maria F. Zampieri

“Muitos são chamados, poucos os
escolhidos. Fomos escolhidos para uma
obra gigante, mas igual e
proporcionalmente gratificante. Nossos
limites se restringem ao quanto
acreditarmos que podemos.
E nós podemos muito.”
Reináldo Franco

A lei do
sobreviver é a da
fraternidade e da
consciência
libertadora da
educação.

Em Niterói aprendemos a
força do chorar, do
compartilhar, do acolher,
enfim, da magia do amor
que, aliado à ciência, trata,
cura e prepara para o
futuro!
PAH-Niterói - Mai/2010

“onde há
vida, há
esperança!”

“o chamado
maior é o
chamado
para a vida”

Niterói - RJ
Mai/2010
Foram atendidas as
primeiras pessoas!!!!
Agora, vamos atender as
que nos esperam? Demos o
primeiro passo…
Precisamos de todos vocês
para continuar!

As vozes de Niterói (RJ) | 2010

Recomendados

Recomendados

Mais conteúdo relacionado

Mais de ABRAPAHP _ Associação Brasileira do Programa de Ajuda Humanitária Psicológica

Mais de ABRAPAHP _ Associação Brasileira do Programa de Ajuda Humanitária Psicológica (6)

Último

Último (10)

As vozes de Niterói (RJ) | 2010