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Encontro Estadual de OQS das Cooperativas de MG – Helmut Egewarth
1
Evento: Encontro Estadual de OQS das Cooperativas de Minas Gerais
Data: 19 a 21 de junho de 3013
Tema: A Importância da OQS para a Sustentabilidade da Cooperativa
Palestrante: Helmut Egewarth, da HATHA-Empreendimentos-HE
INTRODUÇÃO
Para tratar deste tema é interessante enfocá-lo sob os seguintes aspectos:
1. Perspectiva do Cooperativismo no Contexto Atual;
2. Gestão Profissionalizada de Cooperativas;
3. Lideranças Cooperativistas; e
4. Eleição de Lideranças Autênticas.
1. PERSPECTIVAS DO COOPERATIVISMO NO CONTEXTO ATUAL
Para falar das perspectivas do Cooperativismo no contexto atual, é conveniente situá-lo
na história do universo.
Os astrônomos, matemáticos, físicos e cientistas admitem que o nosso universo se
originou há, aproximadamente, 14 bilhões de anos.
Se, por uma magia, conseguíssemos comprimir a história da Terra num ano, teríamos
os primeiros oito meses sem vida alguma. Setembro e outubro seriam dedicados às
criaturas mais primitivas.
Somente na segunda semana de dezembro apareceriam os mamíferos. O homem,
como o conhecemos, entraria em cena aproximadamente às 23 horas e 45 minutos do
dia 31 de dezembro.
A idade da história escrita ocuparia pouco mais do que o último minuto. Portanto, o
Cooperativismo estaria apenas surgindo nos últimos segundos da história.
É interessante ter essa visão para entender melhor o que está acontecendo no mundo
atual e prever o que poderá ocorrer, inclusive em relação ao Cooperativismo no Estado
de Minas Gerais.
Encontro Estadual de OQS das Cooperativas de MG – Helmut Egewarth
2
As mudanças no mundo estão ocorrendo com muita rapidez e em grande
profundidade. Estruturas que pareciam inabaláveis acabaram ruindo estrondosamente,
deixando toda a humanidade perplexa.
Quem previu a queda do muro de Berlim e o fim do Comunismo? Quem imaginaria um
ataque terrorista aos Estados Unidos como o de 11 de setembro de 2001? E o fracasso
dos Estados Unidos, com todo o seu poderio militar, na invasão ao Iraque e ao
Afeganistão? Quem sabe as consequências da atual revolução nos países árabes? E
as manifestações populares nas capitais do Brasil em junho de 2013?
A informática e as telecomunicações transformaram este planeta numa aldeia global,
onde é possível saber o que acontece em outros países, quase instantaneamente.
Foi pelo facebook que os egípcios articularam toda a movimentação na Praça Tharir,
no Cairo, sem conhecimento das autoridades do Egito, nem sequer da poderosa
Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos.
Fracassaram as tentativas de esconder a realidade atrás de muros, como na extinta
União Soviética e no Leste Europeu, ou proteger-se contra as mazelas da humanidade,
como nos Estados Unidos e em países da Europa.
Os problemas do desemprego, da fome, da violência, das epidemias, do meio ambiente
etc. tornam-se cada vez mais problemas de toda a humanidade e não apenas de um
país ou de uma região.
Esse é apenas o início do processo de mudanças. O fracasso do Comunismo não foi a
vitória do Capitalismo. Até quando a humanidade vai observar pacificamente a
prepotência e a arrogância de quem se julga no direito de articular golpes ou jogar
bombas em qualquer país que contraria os seus interesses?
Nem o Sistema Comunista, nem o Sistema Capitalista estão sintonizados com a nova
consciência que a humanidade vem adquirindo. A movimentação nos países árabes
revela uma nova consciência de liberdade e dignidade que abrange todo o globo
terrestre.
O Cooperativismo, não como sistema alternativo, mas como instrumento para o
desenvolvimento equilibrado, já existe em todos os países e em todos os setores da
economia, sendo testado sob os mais diversos prismas durante um século e meio,
Encontro Estadual de OQS das Cooperativas de MG – Helmut Egewarth
3
tanto em países capitalistas, como em países comunistas. Sobreviveu a duas guerras
mundiais e ressurge com toda a pujança neste terceiro milênio.
Pelo Movimento Cooperativo é possível resgatar a democracia e a paz, imprescindíveis
para o convívio da humanidade na aldeia global, resultante do processo de
globalização.
O Cooperativismo busca o equilíbrio entre o social e o econômico, resgatando a
cidadania em plenitude e viabilizando o desenvolvimento endógeno, ou seja, de dentro
para fora de qualquer sociedade.
No Brasil o Governo Federal e vários governos estaduais e municipais já optaram pelo
Cooperativismo como um dos meios para o desenvolvimento socioeconômico, por
reconhecer nele um instrumento para a geração de oportunidades de ocupação e
renda e, principalmente, para viabilizar a cidadania em plenitude.
Portanto, o Cooperativismo tem excelentes perspectivas em Minas Gerais e em todo o
Brasil, à medida que permanecer fiel à sua Doutrina, que o distingue do Capitalismo e
do Comunismo.
2. GESTÃO PROFISSIONALIZADA DE COOPERATIVAS
Em 2006, quando houve o levantamento do Grupo Técnico de Apoio “GTA-Identidade”,
constituído por técnicos do Sistema OCB, junto às OCEs e cooperativas filiadas sobre
o conceito de “Gestão Profissionalizada nas Cooperativas”, a grande convergência foi
no sentido de ela ser uma gestão por executivos contratados, ao invés de dirigentes
eleitos.
Quando o Presidente, ou outro dirigente da cooperativa, assumir o papel de executivo,
há quatro possibilidades, todas inconvenientes:
a) O Presidente ser honesto, mas incompetente. Neste caso os associados teriam
que convocar uma Assembleia Geral Extraordinária – AGE para eleger outro
Presidente, o que geraria enorme constrangimento, pois não é fácil provar a
incompetência. Geralmente espera-se até o final da gestão, o que resulta em grande
desgaste para a cooperativa.
Encontro Estadual de OQS das Cooperativas de MG – Helmut Egewarth
4
b) O Presidente ser competente, mas desonesto. Neste caso os associados teriam
que convocar uma AGE para expulsar o presidente, o que é um processo
extremamente complicado, porque ele fará de tudo para permanecer no poder.
Pessoas desonestas não podem ficar na cooperativa.
c) O Presidente ser desonesto e incompetente. Seria um desastre… Mesmo assim,
geralmente os associados preferem esperar o final da gestão para eleger outro
Presidente, no intuito de evitar o enorme transtorno de convocar uma AGE, além de
precisar colher provas contra a presidência.
d) O Presidente ser honesto e competente. Parece que é a situação ideal e é o que
acontece na maioria das cooperativas. Mas esta situação também é inconveniente,
pelo menos por dois motivos:
1. O Presidente permanece como executivo durante várias gestões, evitando a
renovação de lideranças.
2. Os associados geralmente não se preocupam mais com a cooperativa, pois vivem
na certeza de que ela está em boas mãos. Quando o Presidente morre ou não pode
continuar, a cooperativa pode entrar em colapso por não ter preparado lideranças para
substituí-lo.
Nas situações a), b) e c), acima descritas, quando os executivos são contratados,
basta uma reunião da Diretoria para resolver o problema.
Na situação d), a Diretoria deve remunerar muito bem esses executivos e investir na
sua capacitação, para que atendam, cada vez melhor, às expectativas do quadro
social.
Mas a diferença maior é que os executivos eleitos geralmente não têm interesse em
organizar o quadro social para auscultar seu nível de satisfação, pois isso pode resultar
no surgimento de novas lideranças, que ameaçarão o poder.
Já os dirigentes da cooperativa, que contratam os executivos, têm o maior interesse
em organizar o quadro social para conhecer o seu nível de satisfação, pois isso lhes dá
as condições para cobrar serviços cada vez melhores dos executivos. É desta forma
que o Cooperativismo funciona em outros países.
Encontro Estadual de OQS das Cooperativas de MG – Helmut Egewarth
5
Além do mais, a remuneração principal de qualquer dirigente deve ser a da sua
atividade profissional, que lhe possibilitou ocupar o cargo transitório, porque no Sistema
Cooperativista a gestão é democrática.
Quando a remuneração na cooperativa é maior do que na atividade profissional,
dificilmente o dirigente estará disposto a deixar o cargo para outra pessoa.
O Presidente pode receber jetons pelas horas trabalhadas no exercício da presidência,
assim como os demais eleitos para algum cargo eletivo, quando previsto no estatuto ou
regimento interno da cooperativa.
Aperfeiçoar a gestão nas cooperativas trará enormes benefícios ao quadro social, única
razão de existir o Sistema Cooperativista e as entidades que o compõem. Mesmo
assim, cabe ao quadro social decidir se quer dirigentes eleitos como executivos ou a
contratação de executivos no mercado.
3. LIDERANÇAS COOPERATIVISTAS
É necessário abordar também o enfoque da liderança cooperativista, que pode ser a de
um cacaueiro ou a de um eucalipto.
O cacaueiro vive à sombra de outras árvores e produz muitos frutos, enquanto o
eucalipto não admite sombra e não produz frutos. Estas duas árvores caracterizam
tipos de liderança.
Todas as pessoas exercem algum tipo de liderança na família, no trabalho e nas
comunidades, num processo permanente de capacitação, pois liderança se aprende na
teoria e na prática.
Há líderes que envolvem as pessoas como meros recursos humanos para atingirem os
seus objetivos e há outros que desenvolvem talentos humanos para atuarem na visão
holística do universo, que vai além dos objetivos da entidade. O verdadeiro líder se
empenha em prol de uma sociedade melhor.
Os primeiros, tipo eucalipto, fazem questão de manter uma equipe submissa, para
brilharem sozinhos e não terem substitutos, enquanto os outros, tipo cacaueiro, se
empenham em desenvolver todas as potencialidades da sua equipe, gerando
substitutos para qualquer eventualidade.
Encontro Estadual de OQS das Cooperativas de MG – Helmut Egewarth
6
O diferencial se revela na alegria, no entusiasmo e no comprometimento das pessoas
que trabalham com cada tipo de líder, bem como nos resultados alcançados.
Geralmente o líder não é exclusivamente de um ou de outro tipo. Pretende-se apenas
ressaltar a diferença entre os dois, para orientar a formação de novas lideranças.
Qual dos dois tipos convém à sociedade atual? Qual está mais identificado com a
Doutrina Cooperativista?
A diferença essencial é que alguns, tipo EUcalipto, ainda vivem na ilusão do ego e
outros, tipo cacaueiro, já têm consciência de que são meros instrumentos para o
desenvolvimento integral das pessoas e da sociedade.
A sociedade atual vive no mundo globalizado, em profunda transformação depois da
implosão do Comunismo e do caos gerado pelo Capitalismo.
Todas as pessoas anseiam por liberdade, respeito mútuo, solidariedade,
responsabilidade ambiental e qualidade de vida.
Este fato requer a formação de lideranças identificadas com este nível de consciência
que a humanidade vem adquirindo.
O Sistema Cooperativista é a proposta adequada para sintonizar com esta nova
consciência e desenvolver uma sociedade mais humana e justa, caracterizada pelo
equilíbrio entre o social e o econômico.
Já existem lideranças com o perfil de cacaueiro, mas este número precisa crescer
muito nas cooperativas e nas suas entidades de representação.
Podem-se identificar seis níveis de consciência cooperativista, abordados no texto 11
do site: www.hatha-he.com.br. No sexto e mais elevado nível estão os líderes que
vivenciam com as demais pessoas a dimensão holística da vida, cooperando com a
comunidade local e universal na preservação deste planeta para as futuras gerações.
Ser cooperativista é uma forma de sentir, de pensar e de agir. É imprescindível
desenvolver a consciência ativa da cidadania planetária, pré-requisito básico para a
identidade cooperativa neste milênio e o caminho para a democracia e a paz.
Ser jovem ou idoso não é qualidade e nem defeito. A contribuição de cada um para
o desenvolvimento sustentável de uma cooperativa é diferenciada e complementar.
Encontro Estadual de OQS das Cooperativas de MG – Helmut Egewarth
7
O jovem tem, entre outras, duas características imprescindíveis para o Movimento
Cooperativista, que são o idealismo e a vontade de mudar tudo para melhor. Já o
idoso tem, entre outras, também duas características fundamentais para o Sistema
Cooperativista, que são a experiência e a sabedoria de vida. Ambos, atuando de
forma integrada, tornam as cooperativas dinâmicas e estáveis.
Nota-se o envelhecimento das lideranças do Cooperativismo Brasileiro, o que lhe tira o
dinamismo e frustra os jovens, ávidos por ocupar espaço. Não convém afastar os
idosos, mas dar-lhes a importância que têm. Existe a necessidade de o Sistema
Cooperativista dar o devido espaço para o jovem e para o idoso.
Neste sentido, há a possibilidade de criar o Conselho Consultivo, constituído por
pessoas eleitas pelo quadro social, com base na confiança que conquistaram pelos
serviços prestados à cooperativa e na sabedoria que as distingue.
O nome deste órgão pode ser definido pela cooperativa: Conselho de Veteranos,
Conselho de Anciãos, Conselho de Sábios, Cooper-Idoso ou outra denominação que
ela julgar mais adequada, pois a Lei 5.764, no parágrafo único do Art. 47, faculta isso
nos seguintes termos: “O Estatuto Social poderá criar outros órgãos necessários à
administração”.
Convém ressaltar que, no Sistema Cooperativista, qualquer conveniência torna-se
inconveniente quando não sintonizada com a sua Doutrina, Valores e Princípios, entre
os quais se destaca a Gestão Democrática. Tanto os dirigentes como os conselheiros
precisam ser eleitos pelos donos da cooperativa, inclusive os dirigentes e conselheiros
dos órgãos de representação.
Isso gera lideranças autênticas e legitimadas, por serem eleitas mediante propostas
discutidas pela respectiva base. Já os executivos devem ser contratados para
realizarem, à medida do possível, as expectativas da base, sob a orientação dos
dirigentes. Eleger os dirigentes e contratar os executivos facilita o funcionamento
do Sistema Cooperativista.
4. ELEIÇÃO DE LIDERANÇAS AUTÊNTICAS
Geralmente, o primeiro passo para a eleição de pessoas a cargos eletivos em
associações, cooperativas e outras entidades é procurar alguém disposto a assumir o
Encontro Estadual de OQS das Cooperativas de MG – Helmut Egewarth
8
cargo, ou apoiar pessoas que se apresentam como candidatas, que é um erro com
consequências que podem ser muito graves, porque ninguém deve ser candidato de si
mesmo.
Há técnicas para indicar candidatos em que o nome deles só aparece no final do
processo. Entre elas apresenta-se uma de fácil uso, aplicável em qualquer
circunstância e sem grandes custos.
Convém que o processo seja conduzido por um alguém não candidato, aceito e
respeitado pelo grupo, por ser uma pessoa ética, ponderada e tranquila. A seguir, os
procedimentos:
1. Apresentar aos participantes, por escrito, a relação de funções que o candidato
ao cargo terá que exercer, esclarecendo eventuais dúvidas e acrescentando
alguma função que eventualmente não conste nessa relação. Quando o quadro
social é numeroso, convém selecionar de três a doze candidatos com pré-
requisitos definidos pelo Conselho de Administração. Entre outros pré-
requisitos, sugerem-se três, que são básicos: a) que seja alguém com
determinados anos de associado na cooperativa; b) que esteja em dia com seus
deveres estatutários e regimentais; c) que se disponha publicamente a apoiar
quem for eleito, para garantir a continuidade e a estabilidade da cooperativa.
2. Mediante tempestade de ideias (brainstorming), fazer um levantamento das
características que o candidato deve ter, sugeridas pelo grupo e escritas com
pincel atômico em tarjetas, depois afixadas numa parede ou escritas num
quadro para a visualização.
3. Priorizar essas características, dando um ou mais pontos adesivos a cada
participante para afixar nas tarjetas, evidenciando, assim, quais as três
características de maior pontuação. Essas características definem o perfil do
candidato para assumir o cargo.
Observação: Repete-se exatamente os mesmo procedimentos dos itens 2 e 3
logo acima para fazer um levantamento das características que o candidato não
deve ter.
Encontro Estadual de OQS das Cooperativas de MG – Helmut Egewarth
9
4. Combinar, com os participantes, que as três tarjetas terão os seguintes pesos: a)
= peso 3 para a maior pontuação; b) = peso 2 para a segunda colocada; e c) =
peso 1 para a terceira colocada.
5. Distribuir cédulas em branco onde, em silêncio, cada participante vai informar
qual dos candidatos mais se identifica com as características que o candidato
deve ter, tendo o cuidado de não colocar o nome de uma pessoa com as
características negativas: a) = nome da pessoa; b) = nome da pessoa; e c) =
nome da pessoa.
6. Recolher as cédulas numa mesa e convocar duas pessoas para fazer a
apuração em voz alta, enquanto alguém no quadro registra o resultado da
votação.
7. Proclamar o resultado do processo, onde aparece quem teve a maior pontuação.
Isso faz com que todos tenham visão clara das funções do cargo e do perfil que a
pessoa deva ter para assumi-lo, bem como a legitimidade da pessoa indicada, evitando
assim a manipulação de alguém candidato de si mesmo.
Depois de apurado o resultado da votação, convém averiguar quem dos mais votados
está disposto a se candidatar ao cargo. É bom ressaltar que se trata apenas da
indicação de candidatos, pois a eleição vai ocorrer durante a assembleia geral
conforme prevê o estatuto da entidade.
Não é conveniente que seja apenas um candidato, porque não restam alternativas;
nem dois candidatos, porque resulta em disputa de poder; mas no mínimo três
candidatos, para que cada candidato apresente a sua proposta. Assim os associados
podem analisar as diversas propostas e optar pela melhor, o que compromete o eleito
com a respectiva base.
No caso do presidente da cooperativa, suas funções constam no estatuto. Mas em
cada gestão há novos desafios, que requerem um presidente com o perfil adequado
para resolvê-los. Na primeira gestão de uma cooperativa agropecuária, por exemplo, o
presidente deve:
a) Organizar o quadro funcional com uma equipe eficiente de trabalho.
b) Orientar o quadro social quanto à produção.
Encontro Estadual de OQS das Cooperativas de MG – Helmut Egewarth
10
c) Criar uma estrutura eficaz de comercialização.
Assim incentiva-se a eleição mais criteriosa de dirigentes para o Sistema
Cooperativista a partir de 2012, declarado pela ONU “Ano Internacional das
Cooperativas”, na certeza de que assim as cooperativas constroem um mundo
melhor.
Observação: Esta técnica já foi usada em vários Estados do Brasil e em outros países,
sempre com pleno êxito, e está disponível para divulgação e uso em eventos de
capacitação.
Esta palestra contempla os cinco temas da ACI para a Década do Cooperativismo
(2013-2023), que constam em Textos do site: www.hatha-he.com.br.
Helmut Egewarth
Fone: (61) 8175-7737 e e-mail: hatha.he@gmail.com

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  • 1. Encontro Estadual de OQS das Cooperativas de MG – Helmut Egewarth 1 Evento: Encontro Estadual de OQS das Cooperativas de Minas Gerais Data: 19 a 21 de junho de 3013 Tema: A Importância da OQS para a Sustentabilidade da Cooperativa Palestrante: Helmut Egewarth, da HATHA-Empreendimentos-HE INTRODUÇÃO Para tratar deste tema é interessante enfocá-lo sob os seguintes aspectos: 1. Perspectiva do Cooperativismo no Contexto Atual; 2. Gestão Profissionalizada de Cooperativas; 3. Lideranças Cooperativistas; e 4. Eleição de Lideranças Autênticas. 1. PERSPECTIVAS DO COOPERATIVISMO NO CONTEXTO ATUAL Para falar das perspectivas do Cooperativismo no contexto atual, é conveniente situá-lo na história do universo. Os astrônomos, matemáticos, físicos e cientistas admitem que o nosso universo se originou há, aproximadamente, 14 bilhões de anos. Se, por uma magia, conseguíssemos comprimir a história da Terra num ano, teríamos os primeiros oito meses sem vida alguma. Setembro e outubro seriam dedicados às criaturas mais primitivas. Somente na segunda semana de dezembro apareceriam os mamíferos. O homem, como o conhecemos, entraria em cena aproximadamente às 23 horas e 45 minutos do dia 31 de dezembro. A idade da história escrita ocuparia pouco mais do que o último minuto. Portanto, o Cooperativismo estaria apenas surgindo nos últimos segundos da história. É interessante ter essa visão para entender melhor o que está acontecendo no mundo atual e prever o que poderá ocorrer, inclusive em relação ao Cooperativismo no Estado de Minas Gerais.
  • 2. Encontro Estadual de OQS das Cooperativas de MG – Helmut Egewarth 2 As mudanças no mundo estão ocorrendo com muita rapidez e em grande profundidade. Estruturas que pareciam inabaláveis acabaram ruindo estrondosamente, deixando toda a humanidade perplexa. Quem previu a queda do muro de Berlim e o fim do Comunismo? Quem imaginaria um ataque terrorista aos Estados Unidos como o de 11 de setembro de 2001? E o fracasso dos Estados Unidos, com todo o seu poderio militar, na invasão ao Iraque e ao Afeganistão? Quem sabe as consequências da atual revolução nos países árabes? E as manifestações populares nas capitais do Brasil em junho de 2013? A informática e as telecomunicações transformaram este planeta numa aldeia global, onde é possível saber o que acontece em outros países, quase instantaneamente. Foi pelo facebook que os egípcios articularam toda a movimentação na Praça Tharir, no Cairo, sem conhecimento das autoridades do Egito, nem sequer da poderosa Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos. Fracassaram as tentativas de esconder a realidade atrás de muros, como na extinta União Soviética e no Leste Europeu, ou proteger-se contra as mazelas da humanidade, como nos Estados Unidos e em países da Europa. Os problemas do desemprego, da fome, da violência, das epidemias, do meio ambiente etc. tornam-se cada vez mais problemas de toda a humanidade e não apenas de um país ou de uma região. Esse é apenas o início do processo de mudanças. O fracasso do Comunismo não foi a vitória do Capitalismo. Até quando a humanidade vai observar pacificamente a prepotência e a arrogância de quem se julga no direito de articular golpes ou jogar bombas em qualquer país que contraria os seus interesses? Nem o Sistema Comunista, nem o Sistema Capitalista estão sintonizados com a nova consciência que a humanidade vem adquirindo. A movimentação nos países árabes revela uma nova consciência de liberdade e dignidade que abrange todo o globo terrestre. O Cooperativismo, não como sistema alternativo, mas como instrumento para o desenvolvimento equilibrado, já existe em todos os países e em todos os setores da economia, sendo testado sob os mais diversos prismas durante um século e meio,
  • 3. Encontro Estadual de OQS das Cooperativas de MG – Helmut Egewarth 3 tanto em países capitalistas, como em países comunistas. Sobreviveu a duas guerras mundiais e ressurge com toda a pujança neste terceiro milênio. Pelo Movimento Cooperativo é possível resgatar a democracia e a paz, imprescindíveis para o convívio da humanidade na aldeia global, resultante do processo de globalização. O Cooperativismo busca o equilíbrio entre o social e o econômico, resgatando a cidadania em plenitude e viabilizando o desenvolvimento endógeno, ou seja, de dentro para fora de qualquer sociedade. No Brasil o Governo Federal e vários governos estaduais e municipais já optaram pelo Cooperativismo como um dos meios para o desenvolvimento socioeconômico, por reconhecer nele um instrumento para a geração de oportunidades de ocupação e renda e, principalmente, para viabilizar a cidadania em plenitude. Portanto, o Cooperativismo tem excelentes perspectivas em Minas Gerais e em todo o Brasil, à medida que permanecer fiel à sua Doutrina, que o distingue do Capitalismo e do Comunismo. 2. GESTÃO PROFISSIONALIZADA DE COOPERATIVAS Em 2006, quando houve o levantamento do Grupo Técnico de Apoio “GTA-Identidade”, constituído por técnicos do Sistema OCB, junto às OCEs e cooperativas filiadas sobre o conceito de “Gestão Profissionalizada nas Cooperativas”, a grande convergência foi no sentido de ela ser uma gestão por executivos contratados, ao invés de dirigentes eleitos. Quando o Presidente, ou outro dirigente da cooperativa, assumir o papel de executivo, há quatro possibilidades, todas inconvenientes: a) O Presidente ser honesto, mas incompetente. Neste caso os associados teriam que convocar uma Assembleia Geral Extraordinária – AGE para eleger outro Presidente, o que geraria enorme constrangimento, pois não é fácil provar a incompetência. Geralmente espera-se até o final da gestão, o que resulta em grande desgaste para a cooperativa.
  • 4. Encontro Estadual de OQS das Cooperativas de MG – Helmut Egewarth 4 b) O Presidente ser competente, mas desonesto. Neste caso os associados teriam que convocar uma AGE para expulsar o presidente, o que é um processo extremamente complicado, porque ele fará de tudo para permanecer no poder. Pessoas desonestas não podem ficar na cooperativa. c) O Presidente ser desonesto e incompetente. Seria um desastre… Mesmo assim, geralmente os associados preferem esperar o final da gestão para eleger outro Presidente, no intuito de evitar o enorme transtorno de convocar uma AGE, além de precisar colher provas contra a presidência. d) O Presidente ser honesto e competente. Parece que é a situação ideal e é o que acontece na maioria das cooperativas. Mas esta situação também é inconveniente, pelo menos por dois motivos: 1. O Presidente permanece como executivo durante várias gestões, evitando a renovação de lideranças. 2. Os associados geralmente não se preocupam mais com a cooperativa, pois vivem na certeza de que ela está em boas mãos. Quando o Presidente morre ou não pode continuar, a cooperativa pode entrar em colapso por não ter preparado lideranças para substituí-lo. Nas situações a), b) e c), acima descritas, quando os executivos são contratados, basta uma reunião da Diretoria para resolver o problema. Na situação d), a Diretoria deve remunerar muito bem esses executivos e investir na sua capacitação, para que atendam, cada vez melhor, às expectativas do quadro social. Mas a diferença maior é que os executivos eleitos geralmente não têm interesse em organizar o quadro social para auscultar seu nível de satisfação, pois isso pode resultar no surgimento de novas lideranças, que ameaçarão o poder. Já os dirigentes da cooperativa, que contratam os executivos, têm o maior interesse em organizar o quadro social para conhecer o seu nível de satisfação, pois isso lhes dá as condições para cobrar serviços cada vez melhores dos executivos. É desta forma que o Cooperativismo funciona em outros países.
  • 5. Encontro Estadual de OQS das Cooperativas de MG – Helmut Egewarth 5 Além do mais, a remuneração principal de qualquer dirigente deve ser a da sua atividade profissional, que lhe possibilitou ocupar o cargo transitório, porque no Sistema Cooperativista a gestão é democrática. Quando a remuneração na cooperativa é maior do que na atividade profissional, dificilmente o dirigente estará disposto a deixar o cargo para outra pessoa. O Presidente pode receber jetons pelas horas trabalhadas no exercício da presidência, assim como os demais eleitos para algum cargo eletivo, quando previsto no estatuto ou regimento interno da cooperativa. Aperfeiçoar a gestão nas cooperativas trará enormes benefícios ao quadro social, única razão de existir o Sistema Cooperativista e as entidades que o compõem. Mesmo assim, cabe ao quadro social decidir se quer dirigentes eleitos como executivos ou a contratação de executivos no mercado. 3. LIDERANÇAS COOPERATIVISTAS É necessário abordar também o enfoque da liderança cooperativista, que pode ser a de um cacaueiro ou a de um eucalipto. O cacaueiro vive à sombra de outras árvores e produz muitos frutos, enquanto o eucalipto não admite sombra e não produz frutos. Estas duas árvores caracterizam tipos de liderança. Todas as pessoas exercem algum tipo de liderança na família, no trabalho e nas comunidades, num processo permanente de capacitação, pois liderança se aprende na teoria e na prática. Há líderes que envolvem as pessoas como meros recursos humanos para atingirem os seus objetivos e há outros que desenvolvem talentos humanos para atuarem na visão holística do universo, que vai além dos objetivos da entidade. O verdadeiro líder se empenha em prol de uma sociedade melhor. Os primeiros, tipo eucalipto, fazem questão de manter uma equipe submissa, para brilharem sozinhos e não terem substitutos, enquanto os outros, tipo cacaueiro, se empenham em desenvolver todas as potencialidades da sua equipe, gerando substitutos para qualquer eventualidade.
  • 6. Encontro Estadual de OQS das Cooperativas de MG – Helmut Egewarth 6 O diferencial se revela na alegria, no entusiasmo e no comprometimento das pessoas que trabalham com cada tipo de líder, bem como nos resultados alcançados. Geralmente o líder não é exclusivamente de um ou de outro tipo. Pretende-se apenas ressaltar a diferença entre os dois, para orientar a formação de novas lideranças. Qual dos dois tipos convém à sociedade atual? Qual está mais identificado com a Doutrina Cooperativista? A diferença essencial é que alguns, tipo EUcalipto, ainda vivem na ilusão do ego e outros, tipo cacaueiro, já têm consciência de que são meros instrumentos para o desenvolvimento integral das pessoas e da sociedade. A sociedade atual vive no mundo globalizado, em profunda transformação depois da implosão do Comunismo e do caos gerado pelo Capitalismo. Todas as pessoas anseiam por liberdade, respeito mútuo, solidariedade, responsabilidade ambiental e qualidade de vida. Este fato requer a formação de lideranças identificadas com este nível de consciência que a humanidade vem adquirindo. O Sistema Cooperativista é a proposta adequada para sintonizar com esta nova consciência e desenvolver uma sociedade mais humana e justa, caracterizada pelo equilíbrio entre o social e o econômico. Já existem lideranças com o perfil de cacaueiro, mas este número precisa crescer muito nas cooperativas e nas suas entidades de representação. Podem-se identificar seis níveis de consciência cooperativista, abordados no texto 11 do site: www.hatha-he.com.br. No sexto e mais elevado nível estão os líderes que vivenciam com as demais pessoas a dimensão holística da vida, cooperando com a comunidade local e universal na preservação deste planeta para as futuras gerações. Ser cooperativista é uma forma de sentir, de pensar e de agir. É imprescindível desenvolver a consciência ativa da cidadania planetária, pré-requisito básico para a identidade cooperativa neste milênio e o caminho para a democracia e a paz. Ser jovem ou idoso não é qualidade e nem defeito. A contribuição de cada um para o desenvolvimento sustentável de uma cooperativa é diferenciada e complementar.
  • 7. Encontro Estadual de OQS das Cooperativas de MG – Helmut Egewarth 7 O jovem tem, entre outras, duas características imprescindíveis para o Movimento Cooperativista, que são o idealismo e a vontade de mudar tudo para melhor. Já o idoso tem, entre outras, também duas características fundamentais para o Sistema Cooperativista, que são a experiência e a sabedoria de vida. Ambos, atuando de forma integrada, tornam as cooperativas dinâmicas e estáveis. Nota-se o envelhecimento das lideranças do Cooperativismo Brasileiro, o que lhe tira o dinamismo e frustra os jovens, ávidos por ocupar espaço. Não convém afastar os idosos, mas dar-lhes a importância que têm. Existe a necessidade de o Sistema Cooperativista dar o devido espaço para o jovem e para o idoso. Neste sentido, há a possibilidade de criar o Conselho Consultivo, constituído por pessoas eleitas pelo quadro social, com base na confiança que conquistaram pelos serviços prestados à cooperativa e na sabedoria que as distingue. O nome deste órgão pode ser definido pela cooperativa: Conselho de Veteranos, Conselho de Anciãos, Conselho de Sábios, Cooper-Idoso ou outra denominação que ela julgar mais adequada, pois a Lei 5.764, no parágrafo único do Art. 47, faculta isso nos seguintes termos: “O Estatuto Social poderá criar outros órgãos necessários à administração”. Convém ressaltar que, no Sistema Cooperativista, qualquer conveniência torna-se inconveniente quando não sintonizada com a sua Doutrina, Valores e Princípios, entre os quais se destaca a Gestão Democrática. Tanto os dirigentes como os conselheiros precisam ser eleitos pelos donos da cooperativa, inclusive os dirigentes e conselheiros dos órgãos de representação. Isso gera lideranças autênticas e legitimadas, por serem eleitas mediante propostas discutidas pela respectiva base. Já os executivos devem ser contratados para realizarem, à medida do possível, as expectativas da base, sob a orientação dos dirigentes. Eleger os dirigentes e contratar os executivos facilita o funcionamento do Sistema Cooperativista. 4. ELEIÇÃO DE LIDERANÇAS AUTÊNTICAS Geralmente, o primeiro passo para a eleição de pessoas a cargos eletivos em associações, cooperativas e outras entidades é procurar alguém disposto a assumir o
  • 8. Encontro Estadual de OQS das Cooperativas de MG – Helmut Egewarth 8 cargo, ou apoiar pessoas que se apresentam como candidatas, que é um erro com consequências que podem ser muito graves, porque ninguém deve ser candidato de si mesmo. Há técnicas para indicar candidatos em que o nome deles só aparece no final do processo. Entre elas apresenta-se uma de fácil uso, aplicável em qualquer circunstância e sem grandes custos. Convém que o processo seja conduzido por um alguém não candidato, aceito e respeitado pelo grupo, por ser uma pessoa ética, ponderada e tranquila. A seguir, os procedimentos: 1. Apresentar aos participantes, por escrito, a relação de funções que o candidato ao cargo terá que exercer, esclarecendo eventuais dúvidas e acrescentando alguma função que eventualmente não conste nessa relação. Quando o quadro social é numeroso, convém selecionar de três a doze candidatos com pré- requisitos definidos pelo Conselho de Administração. Entre outros pré- requisitos, sugerem-se três, que são básicos: a) que seja alguém com determinados anos de associado na cooperativa; b) que esteja em dia com seus deveres estatutários e regimentais; c) que se disponha publicamente a apoiar quem for eleito, para garantir a continuidade e a estabilidade da cooperativa. 2. Mediante tempestade de ideias (brainstorming), fazer um levantamento das características que o candidato deve ter, sugeridas pelo grupo e escritas com pincel atômico em tarjetas, depois afixadas numa parede ou escritas num quadro para a visualização. 3. Priorizar essas características, dando um ou mais pontos adesivos a cada participante para afixar nas tarjetas, evidenciando, assim, quais as três características de maior pontuação. Essas características definem o perfil do candidato para assumir o cargo. Observação: Repete-se exatamente os mesmo procedimentos dos itens 2 e 3 logo acima para fazer um levantamento das características que o candidato não deve ter.
  • 9. Encontro Estadual de OQS das Cooperativas de MG – Helmut Egewarth 9 4. Combinar, com os participantes, que as três tarjetas terão os seguintes pesos: a) = peso 3 para a maior pontuação; b) = peso 2 para a segunda colocada; e c) = peso 1 para a terceira colocada. 5. Distribuir cédulas em branco onde, em silêncio, cada participante vai informar qual dos candidatos mais se identifica com as características que o candidato deve ter, tendo o cuidado de não colocar o nome de uma pessoa com as características negativas: a) = nome da pessoa; b) = nome da pessoa; e c) = nome da pessoa. 6. Recolher as cédulas numa mesa e convocar duas pessoas para fazer a apuração em voz alta, enquanto alguém no quadro registra o resultado da votação. 7. Proclamar o resultado do processo, onde aparece quem teve a maior pontuação. Isso faz com que todos tenham visão clara das funções do cargo e do perfil que a pessoa deva ter para assumi-lo, bem como a legitimidade da pessoa indicada, evitando assim a manipulação de alguém candidato de si mesmo. Depois de apurado o resultado da votação, convém averiguar quem dos mais votados está disposto a se candidatar ao cargo. É bom ressaltar que se trata apenas da indicação de candidatos, pois a eleição vai ocorrer durante a assembleia geral conforme prevê o estatuto da entidade. Não é conveniente que seja apenas um candidato, porque não restam alternativas; nem dois candidatos, porque resulta em disputa de poder; mas no mínimo três candidatos, para que cada candidato apresente a sua proposta. Assim os associados podem analisar as diversas propostas e optar pela melhor, o que compromete o eleito com a respectiva base. No caso do presidente da cooperativa, suas funções constam no estatuto. Mas em cada gestão há novos desafios, que requerem um presidente com o perfil adequado para resolvê-los. Na primeira gestão de uma cooperativa agropecuária, por exemplo, o presidente deve: a) Organizar o quadro funcional com uma equipe eficiente de trabalho. b) Orientar o quadro social quanto à produção.
  • 10. Encontro Estadual de OQS das Cooperativas de MG – Helmut Egewarth 10 c) Criar uma estrutura eficaz de comercialização. Assim incentiva-se a eleição mais criteriosa de dirigentes para o Sistema Cooperativista a partir de 2012, declarado pela ONU “Ano Internacional das Cooperativas”, na certeza de que assim as cooperativas constroem um mundo melhor. Observação: Esta técnica já foi usada em vários Estados do Brasil e em outros países, sempre com pleno êxito, e está disponível para divulgação e uso em eventos de capacitação. Esta palestra contempla os cinco temas da ACI para a Década do Cooperativismo (2013-2023), que constam em Textos do site: www.hatha-he.com.br. Helmut Egewarth Fone: (61) 8175-7737 e e-mail: hatha.he@gmail.com