Este documento discute a importância da formação de intérpretes e tradutores de línguas indígenas no processo de ensino-aprendizagem de povos originários. Ele argumenta que isso é essencial para considerar as peculiaridades culturais dessas comunidades e valorizar suas narrativas. Também defende que o estudo de línguas indígenas permite compreender as relações entre língua, sociedade e identidade desses grupos.
1. IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO DO INTÉRPRETE E
TRADUTOR DE LÍNGUA INDÍGENA NO PROCESSO DE
ENSINO-APRENDIZAGEM DOS POVOS ORIGINÁRIOS E
TRADICIONAIS.
2. Alumnos:
Amancio dos Santos, Vitor
Barata Ferreira, Marcos Paulo
Barbosa dos Santos, Joelma
Da Costa, Valdecir
Da Silva Marques, Elaine Cassimiro
Gonçalves Lemes, Rosangela Auxiliadora
Sampaio de Souza, Marilza
3. A abordagem da temática possui relevância no campo
das teorias sociolinguísticas, principalmente por remeter
ao cotidiano do contexto do ensino e aprendizagem em
comunidades indígenas, onde à descrição da língua falada
e a necessidade da elaboração de uma pedagogia oral.
4. Por isso, este estudo propõe reflexões em relação temática da oralidade
suscitando discussões e debates acalorados com relação às fontes e à sua
legitimidade. Os valores estéticos inerentes à produção cultural indígena, muitas
vezes, são desconsiderados pela crítica especializada, a despeito da fugacidade
das palavras que recorrem à memória como base e inspiração.
5. Assim, durante os estudos acadêmicos em torno de disciplinas que
tratavam da Teoria Humana, Psicologia da Cognição e Linguística Textual
durante a Graduação e Pós-Graduação, foram insistentemente colocadas em
pauta nas discussões questões referentes às estratégias que abordam o ensino
das tradições culturais, reforçando a necessidade de colocar em relevo um
percurso histórico-linguístico-cultural vivenciado por esta população.
6. O estudo ora proposto tem relevância científica, pois ao se levar em consideração a linguística
passa-se a entender que este campo de pesquisa toma para si recursos e métodos que são capazes de
instrumentalizar o pesquisador a fim de compreender muitas questões referentes à simbiose existente
entre língua, linguagem e sociedade, posto que cada uma dependa da outra para o ser e o estar no
mundo de cada falante. É essa interconexão que serve como fundamento para que as sociedades
humanas sejam estruturadas, pois, é dentro das comunidades, entre elas, as indígenas, que a
linguagem serve como instrumento para o ser humano se organizar e criar situações que incentivem a
interação social possibilitando, assim, a construção de sua identidade e história.
7. Em termos sociais, a abordagem do assunto justifica-se posto
que é essencial que se desenvolva um olhar mais sensível e
adequado às peculiaridades existentes na cultura falada das
comunidades originárias e tradicionais, valorizando dessa forma,
o entendimento das narrativas diante de suas adequações.
8. Marco Teórico
As obras de Freinet, são um alerta sobre a questão de a preocupação dos
professores não estar pautada no “fazer engolir a massa de conhecimento que
irá encher as cabeças ingurguridas até a indigestão e a náusea. A arte deles é
a de empanturramento e condicionamento, e também da mediação suscetível
de tornar assimiláveis as noções ingeridas”. E critica certas atitudes dos
professores: “lamento aos educadores que são apenas tratadores e pretendem
tratar seus alunos, encerrados em salas de aulas onde, felizmente,
permanecem por poucas horas”, (Freinet, 1976, p. 55)
9. Em lugar de comunicar-se, o educador faz “comunicados” e depósitos que os
educandos, meras incidências, recebem pacientemente, memorizam e repetem. Eis ai a
concepção “bancaria” da educação, em que a única margem de ação que se oferece
aos educandos é a de receberem os depósitos, guarda-los e arquivá-los. Margem para
serem colecionadores ou fichadores das coisas que arquivam. No fundo, porém, os
grandes arquivados são os homens, nesta (na melhor das hipóteses) equivocada
concepção “bancaria” da educação. Arquivados, porque, fora da busca, fora da
práxis, os homens não podem ser. Educador e educandos se arquivam na medida em
que, nesta distorcida visão da educação, não há criatividade, não há transformação,
não há saber (Freire, 1967, p. 33).
10. A abordagem multicultural crítica e intercultural, nos leva a uma amplitude
de temas para o campo educacional e neste contexto um dos desafios da escola
ainda é: lidar com a pluralidade de culturas, pois é importante não só o
reconhecimento, mas abrir espaços para a manifestação e valorização das
diferenças (Moreira; Canal, 2003). Essa escola, pode ser vista como parte
fundamental de uma educação para as comunidades. Como defende Candau
(2008).
11. Bibliografia
Candau, V. M. (2008). Direitos Humanos, educação e interculturalidade: as tensões entre igualdade e diferença. Revista Brasileira de
Educação.
Freinet, C. (1976). Modernizar la escuela. Barcelona: Editorial Laia.
Freire, P. (1967). Educação Como Prática da Liberdade, (32a ed.). Rio de Janeiro: Paz e Terra.