O documento discute a importância do lúdico na educação. Resume que:
1) Brincar é fundamental para o desenvolvimento de crianças e deve fazer parte do processo de aprendizagem em todas as idades, não apenas na educação infantil.
2) A Base Nacional Comum Curricular reconhece a importância do lúdico e orienta que atividades lúdicas façam parte do currículo de todas as séries.
3) É papel dos professores integrar jogos e brincadeiras de forma planejada nas atividades escolares para tornar o aprendizado mais
2. SUMÁRIO
INTRODUÇÃO........................................................................... 3
EXISTE IDADE CERTA PARA BRINCAR?..........................4
O LÚDICO E SEUS DESDOBRAMENTOS NA BNCC......6
IMPORTÂNCIA DE BRINCAR NA ESCOLA.......................8
O LUGAR DA LUDICIDADE DENTRO DOS
MUROS DA ESCOLA...............................................................9
CONCLUSÃO........................................................................... 10
3. INTRODUÇÃO
Apesar de parecer brincadeira,
brincar é muito mais sério do que
se imagina. Parte fundamental
da edificação de valores, o lúdico
representa uma ação complexa,
visto que sua prática se dá
num contexto histórico-social.
Reduzi-la a diversão envolve
uma ingenuidade: brincar é uma
atividade histórica, muito antiga,
e sempre presente nas mais
diversas manifestações culturais
de diferentes países e povos pelo
mundo.
Bem como a escola, brincar envolve partilhar
e aprender. A ludicidade, portanto, é parte da
educação e desenvolvimento de indivíduos,
grupos e culturas. A escola, ao considerá-la,
torna a aprendizagem não somente mais
prazerosa para os alunos, mas nitidamente
mais significativa.
Neste e-book, confira alguns aspectos
sobre a ludicidade e compreenda como sua
inserção no contexto de aprendizagem,
sobretudo escolar, é benéfica para os
estudantes.
3
4. EXISTE IDADE
CERTA PARA
BRINCAR?
Uma ideia que precisamos estabelecer
ao falar sobre o lúdico na educação
é o fato de que as brincadeiras não
são exclusivas da Educação Infantil e
começo do Ensino Médio. Por ser mais
difundida, cristalizou-se a noção de
que a ludicidade e uma característica
do ensino para crianças. Essa, porém,
é aplicável e importante mesmo na
educação de adolescentes ou de jovens
e adultos.
O gosto por aprender despertado
por meio de brincadeiras é valioso
para alunos de todas as idades. Tanto
crianças quanto adultos, quando
brincam, adentram-se em um contexto
em que a agilidade e o auxílio mútuo
são fundamentais.
Hoje, devido algumas evoluções
educacionais brasileiras, é frequente
localizar escolas de Educação Infantil
que valorizam o lúdico. Brincar é um
direito de toda criança e as instituições
educativas, bem como documentos
oficiais, privilegiam a prática nesse
contexto.
4
5. A criatividade e a liberdade da criança, portanto, foram
incorporadas à escola de modo a torná-la um local em que
as aprendizagens são desenvolvidas de forma apropriada.
Essa preocupação evidência o cuidado com a forma na qual
a criança desenvolve seu relacionamento com a instituição,
visto que o ir à escola representa um impacto em sua vida,
antes centralizada em brinquedos e em sua família.
“O grande educador faz do jogo uma arte, um admirável
instrumento para promover a educação para as crianças”
- Paulo Nunes de Almeida, pedagogo
shutterstock
/
Romrodphoto
5
6. O LÚDICO E SEUS
DESDOBRAMENTOS
NA BNCC
Nos outros anos, apesar de menos
evidentes, as brincadeiras aparecem
alinhadas ao conhecimento do aluno
sobre si e sobre o outro. Habilidades
sobre diversidade cultural, presentes
em todas as áreas do conhecimento,
são um bom exemplo de aprendizagem
propicia com a utilização do lúdico.
Há uma tendência, porém, muito
forte, levando os aspectos da
ludicidade aos anos além da
Educação Infantil. Essa força marca
o poder dos jogos e brincadeiras
para a formação dos sujeitos,
sejam de menor ou maior idade.
Nesse sentido, a homologação da
Base Nacional Comum Curricular
(BNCC) ampliou a possibilidade da
realização de atividades lúdicas.
A BNCC para a educação de
bebês e crianças muito pequenas
é marcada por habilidades que
envolvem considerar a necessidade
do aluno por brincar. Inclusive, essa
configura um dos seis Direitos de
aprendizagem e desenvolvimento
na Educação Infantil, que funcionam
como pilares para a prática
pedagógica nesse segmento:
“Brincar cotidianamente de
diversas formas, em diferentes
espaços e tempos, com diferentes
parceiros (crianças e adultos),
ampliando e diversificando seu
acesso a produções culturais, seus
conhecimentos, sua imaginação,
sua criatividade, suas experiências
emocionais, corporais, sensoriais,
expressivas, cognitivas, sociais e
relacionais.”
6
7. Como exemplo, podemos pegar a
seguinte habilidade do componente
Arte, que conecta a ação brincar com
a experimentação e conhecimento
cultural:
(EF15AR24) Caracterizar e
experimentar brinquedos, brincadeiras,
jogos, danças, canções e histórias
de diferentes matrizes estéticas e
culturais.
Na Educação Física, a unidade temática intitulada Brincadeiras e jogos “explora
aquelas atividades voluntárias exercidas dentro de determinados limites de tempo
e espaço, caracterizadas pela criação e alteração de regras, pela obediência de cada
participante ao que foi combinado coletivamente, bem como pela apreciação do ato
de brincar em si.” Há ainda uma consideração sobre os jogos de diferentes contextos,
como os carregados pela memória indígena e os trazidos pelos imigrantes de várias
etnias.
Assim, conclui-se que o lúdico deve ser considerado no ensino de todos os
segmentos, não somente no ensino para crianças. A BNCC orienta que a prática de
jogos e brincadeiras faça parte do currículo de todas as instituições de Ensino Básico
do país.
Ou ainda a brincadeira como atividade
de comparação, importante aspecto
da pesquisa cientifica, como nesta
habilidade de História:
(EF01HI05) Identificar semelhanças e
diferenças entre jogos e brincadeiras
atuais e de outras épocas e lugares.
7
8. IMPORTÂNCIA DE
BRINCAR NA ESCOLA.
A noção da importância do
lúdico já e encontrada em um
dos pilares da educação: o ensino
greco-romano de Platão. Já nessa
época, dava-se o devido valor aos
jogos educativos, bem como à
prática esportiva e a matemática
lúdica. Na Grécia Antiga,
portanto, havia um alinhamento
entre aprender e prazer, ligando-
se à formação da personalidade e
resolução de problemas reais.
Quando crianças, é pela brincadeira
que os seres passam a compreender
sua forma, seu jeito e sua função. Há
também uma descoberta acerca da
forma, jeito e função do outro, fazendo
com que os envolvidos na atividade
lúdica compreendam o interacionismo
do mundo e das relações humanas.
Os eventos sociais, assim como os
naturais, ganham maior significado na
complexidade das brincadeiras.
Por não se limitar à recreação, o jogo também altera a visão dos adultos. As
atividades corporais e mentais, cada vez mais sucateadas com o passar dos anos,
voltam a funcionar como desafios, fazendo com que a pessoa ressignifique todas
suas noções acerca dos espaços. A ludicidade é complementar e natural da
atividade humana.
shutterstock
/
Gilmanshin
8
9. O LUGAR DA
LUDICIDADE
DENTRO DOS
MUROS DA
ESCOLA
Uma tarefa dos profissionais da
educação envolve integrar o lúdico
nas atividades escolares. Para que
a atividade lúdica seja significativa
e atenda todos seus benefícios,
é necessário um planejamento
articulado. Jogos e brincadeiras,
tal como qualquer outra atividade
escolar, devem ser pautadas em
um motivo que contribua para o
processo de ensino-aprendizagem,
não que apenas preencha o tempo.
Considerar as brincadeiras já
carregadas no repertório dos
alunos pode ser um bom primeiro
passo, principalmente pela
vasta lista de possibilidades e a
contextualização do que será
ensinado. Essa pesquisa quanto
aos jogos de conhecimento dos
alunos ainda dialoga com a fala do
pesquisador Celso Antunes, que diz
que “todo jogo pode ser usado para
muitas crianças, mas seu efeito
sobre a inteligência será sempre
pessoal e impossível de
ser generalizado”.
Em sua totalidade, o lúdico compete
vários aspectos:
Esses aspectos do lúdico dialogam
com o desenvolvimento pessoal, social
e cultural dos seres. A ludicidade,
portanto, é plural, visto que não
somente se aprendem os conteúdos
escolares: todo corpo e vida do
estudante passa a integrar uma só
ação, que além de tudo ainda é muito
prazerosa
a preparação para a vida,
o prazer de atuar livremente,
a possibilidade de repetir
experiências e
o contato com representações
simbólicas.
“É pelo jogo, pelo brinquedo que
crescem a alma, a inteligência.
Uma criança que não sabe brincar,
uma miniatura de velho, será um
adulto que não saberá pensar”
- Jean Château, psicólogo e
professor
9
10. CONCLUSÃO
Quando um profissional da educação
insere atividades lúdicas em sua
didática, os alunos passam a lidar
com seus sentimentos de forma mais
orientada, buscando a plena satisfação
de seus desejos. Além disso, os
estudantes são incentivados a vencer
suas frustrações e a enfrentar desafios
com segurança.
Certamente, o lúdico pode ser usado
pelos educadores como forma de
desenvolver uma aprendizagem mais
prazerosa e significativa, pois é por
meio de jogos e brincadeiras que
ocorrerá o desenvolvimento integral e
as potencialidades da criança.
“O brincar desenvolve a
criatividade, a competência
intelectual, a força e a estabilidade
emocionais, sentimentos de alegria
e prazer: o hábito de ser feliz!”
Piers e Landau, estudiosos da
Educação.
10
11. VOCÊ TAMBÉM VAI
GOSTAR DE LER:
Livro literário e
interdisciplinaridade:
o poder dessa mistura
GUIA completo da
feira de ciências
Como dar aulas
mais atrativas
BAIXAR E-BOOK
BAIXAR GUIA
BAIXAR GUIA
13. O e-docente é um portal de conteúdos feitos por e para
o professor. Acreditamos na atualização constante e na
capacitação profissional para a melhoria da educação.
Buscando garantir a formação docente, distribuímos
gratuitamente materiais fundamentados e embasados
sobre os mais diversos temas educacionais. O discurso
une a qualidade à inovação, em uma combinação
fundamental para a escola contemporânea brasileira.
Nós, professores, somos capazes de transformar o
mundo e as vidas que nele vivem: começando pela
sala de aula.
w w w. e d o c e n t e . c o m . b r