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Os Acidentes
 Sim, parece estranho e muitas pessoas se
espantam quando interpretamos os
acidentes do mesmo modo que são
interprestadas as outras doenças, pois são
provocados pelo meio externo. Argumento
que nos mostra como nosso raciocínio e
nossas teorias são falhos e ainda como nosso
pensamento e teoria correspondem aos
nossos desejos.
 Vivemos sempre buscando colocar a culpa no
plano exterior, ou seja, é desagradável
termos que assumir a responsabilidade pela
nossa existência e por tudo o que sentimos de
um modo geral.
 “Nós provocamos nossos acidentes, da
mesma maneira como “buscamos” nossas
doenças”.
 Freud já sugeriu há tempos atrás que acidentes
como colapsos linguísticos, esquecimentos, perda
de objetos dentre outros deslizes são resultados de
intenções inconscientes. Desde então, os estudos e
pesquisas em psicossomática nos mostram que
existem pessoas “com predisposição para
acidentes”. Assim, é possível dizer de uma estrutura
específica de personalidade que tende a elaborar
conflitos na forma de acidentes.
 O psicólogo alemão K. Marbe em 1926 descreveu que uma
pessoa que sofreu um acidente tem mais probabilidade de
sofrer outros novos acidentes do que as pessoas que
nunca foram vítimas deles.
 A pesquisa com motoristas de caminhão de carga de
Alexander publicada em 1950 apontou que os motoristas
que tinham maiores índices de acidentes foram mudados
de emprego, mas continuaram a sofrer acidentes nos
novos empregos. O que deixa evidente que existem
pessoas com predisposição para acidentes e que estas os
mantêm, independentemente de sua vida diária. Ele ainda
explica que na maioria dos acidentes há um elemento
intencional, mesmo que ninguém o perceba.
 O termo “acidente de trânsito” é muito
generalizado, é mais fácil e possível fazer uma
interpretação de algo específico, ou seja, ouvir
com cuidado o modo como as pessoas
descrevem o que aconteceu. Dessa forma, pedir
ao paciente que lhe conte várias vezes o que
ocorreu até algo lhe despertar a atenção, nos faz
perceber que nestas ocasiões nos
surpreendemos com o inconsciente das pessoas
para lidarem com a linguagem e como nossos
filtros são eficiente para disfarçar nossos
problemas.
 Um homem está com tanta pressa que não pode mais brecar
(freiar) e, assim, bate no veículo à sua frente. Esse impacto é
sentido, e na maioria das vezes os motoristas não trombam
apenas os carros, mas agridem o outro com palavras.
 Acertou quem disse que foi o indivíduo que
não pôde brecar a tempo!
 Nesse instante ele revela que está muito
acelerado em um determinado setor de sua
vida, (profissional), colocando em risco o
setor e as pessoas que estão envolvidas.
 As pessoas que se envolvem em acidentes
devem estar atentas, diminuir a correria,
estabilizar o ritmo.
 “Só que eu não vi”: então a pessoa não está
vendo algo muito importante na própria vida;
 A tentativa de ultrapassagem que acaba em
acidente: é preciso reexaminar suas manobras
de ultrapassagem que está usando na vida;
 Adormecer na direção do carro: precisa
despertar para o que está acontecendo em sua
vida;
 Acidente noturno: observar o que anda
acontecendo no lado sombrio da alma;
 Cortar a frente de alguém, desrespeitar a
sinalização, ultrapassar barreiras: não
conseguem enxergar direito, ignoram os sinais
de trânsito, erram o caminho, batem nos
obstáculos da pista.
 Faz parte da vida, reconhecer a hora certa de
mudar, caso isso não ocorra e os indivíduos tentem
seguir indevidamente o curso que haviam
estabelecido, os impulsos ainda existirão em seu
inconsciente, a mudança sempre provoca medo.
 Casos de queimaduras: fogo = perigo → significa que não
estamos avaliando muito bem algum perigo, ou não o
estamos vendo.
 Um simbolismo semelhante é encontrado em quase todos
os ferimentos domésticos, pois atinge primeiro a pele,
limite exterior. Podemos falar então, de ferimentos
psíquicos, ou que alguém se sentiu ferido por uma
observação.
 Os tombos, tropeços também são interpretados com
facilidade, pois se resulta em uma concussão cerebral, o
sistema intelectual do indivíduo é abalado e questionado.
 As fraturas são a consequência direta de
causas mecânicas externas. Ela leva a um
período de repouso forçado, ou seja, toda
ruptura de ossos nos obriga a uma
interrupção de nossas atividades motoras
normais e nos obriga a descansar.
Provavelmente desse descanso forçado surge
uma nova atitude ou orientação de vida. A
fratura esclarece a necessidade de dar fim a
algum processo que ignoramos.
 Nossos ossos representam o princípio da firmeza
e por hora a rigidez. Porém se este último
dominar o osso este se torna sujeito a fratura, ou
seja, sendo incapaz de executar qualquer
função. A mesma coisa ocorre com as normas,
se elas são rígidas demais elas não funcionam.
 A fratura pode mostrar que a pessoa, no âmbito
psíquico, se aferrou em demasia a uma norma
sem se dar conta do fato. Tornando-se inflexível,
rígida e prepotente.
 Referência:
DAHLKE, Rüdiger; DETHLEFSEN,Thorwald. A
doença como caminho: uma visão nova da cura
como ponto de mutação em que um mal se deixa
transformar em bem. São Paulo:Cultrix, 1999.
 Aluna:Tássia Oliveira.
 PUC Minas, Arcos.
 Prof: Maria Geralda (Ada).

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  • 2.  Sim, parece estranho e muitas pessoas se espantam quando interpretamos os acidentes do mesmo modo que são interprestadas as outras doenças, pois são provocados pelo meio externo. Argumento que nos mostra como nosso raciocínio e nossas teorias são falhos e ainda como nosso pensamento e teoria correspondem aos nossos desejos.
  • 3.  Vivemos sempre buscando colocar a culpa no plano exterior, ou seja, é desagradável termos que assumir a responsabilidade pela nossa existência e por tudo o que sentimos de um modo geral.  “Nós provocamos nossos acidentes, da mesma maneira como “buscamos” nossas doenças”.
  • 4.  Freud já sugeriu há tempos atrás que acidentes como colapsos linguísticos, esquecimentos, perda de objetos dentre outros deslizes são resultados de intenções inconscientes. Desde então, os estudos e pesquisas em psicossomática nos mostram que existem pessoas “com predisposição para acidentes”. Assim, é possível dizer de uma estrutura específica de personalidade que tende a elaborar conflitos na forma de acidentes.
  • 5.  O psicólogo alemão K. Marbe em 1926 descreveu que uma pessoa que sofreu um acidente tem mais probabilidade de sofrer outros novos acidentes do que as pessoas que nunca foram vítimas deles.  A pesquisa com motoristas de caminhão de carga de Alexander publicada em 1950 apontou que os motoristas que tinham maiores índices de acidentes foram mudados de emprego, mas continuaram a sofrer acidentes nos novos empregos. O que deixa evidente que existem pessoas com predisposição para acidentes e que estas os mantêm, independentemente de sua vida diária. Ele ainda explica que na maioria dos acidentes há um elemento intencional, mesmo que ninguém o perceba.
  • 6.  O termo “acidente de trânsito” é muito generalizado, é mais fácil e possível fazer uma interpretação de algo específico, ou seja, ouvir com cuidado o modo como as pessoas descrevem o que aconteceu. Dessa forma, pedir ao paciente que lhe conte várias vezes o que ocorreu até algo lhe despertar a atenção, nos faz perceber que nestas ocasiões nos surpreendemos com o inconsciente das pessoas para lidarem com a linguagem e como nossos filtros são eficiente para disfarçar nossos problemas.
  • 7.  Um homem está com tanta pressa que não pode mais brecar (freiar) e, assim, bate no veículo à sua frente. Esse impacto é sentido, e na maioria das vezes os motoristas não trombam apenas os carros, mas agridem o outro com palavras.
  • 8.  Acertou quem disse que foi o indivíduo que não pôde brecar a tempo!  Nesse instante ele revela que está muito acelerado em um determinado setor de sua vida, (profissional), colocando em risco o setor e as pessoas que estão envolvidas.
  • 9.  As pessoas que se envolvem em acidentes devem estar atentas, diminuir a correria, estabilizar o ritmo.  “Só que eu não vi”: então a pessoa não está vendo algo muito importante na própria vida;  A tentativa de ultrapassagem que acaba em acidente: é preciso reexaminar suas manobras de ultrapassagem que está usando na vida;
  • 10.  Adormecer na direção do carro: precisa despertar para o que está acontecendo em sua vida;  Acidente noturno: observar o que anda acontecendo no lado sombrio da alma;  Cortar a frente de alguém, desrespeitar a sinalização, ultrapassar barreiras: não conseguem enxergar direito, ignoram os sinais de trânsito, erram o caminho, batem nos obstáculos da pista.
  • 11.  Faz parte da vida, reconhecer a hora certa de mudar, caso isso não ocorra e os indivíduos tentem seguir indevidamente o curso que haviam estabelecido, os impulsos ainda existirão em seu inconsciente, a mudança sempre provoca medo.
  • 12.  Casos de queimaduras: fogo = perigo → significa que não estamos avaliando muito bem algum perigo, ou não o estamos vendo.  Um simbolismo semelhante é encontrado em quase todos os ferimentos domésticos, pois atinge primeiro a pele, limite exterior. Podemos falar então, de ferimentos psíquicos, ou que alguém se sentiu ferido por uma observação.  Os tombos, tropeços também são interpretados com facilidade, pois se resulta em uma concussão cerebral, o sistema intelectual do indivíduo é abalado e questionado.
  • 13.  As fraturas são a consequência direta de causas mecânicas externas. Ela leva a um período de repouso forçado, ou seja, toda ruptura de ossos nos obriga a uma interrupção de nossas atividades motoras normais e nos obriga a descansar. Provavelmente desse descanso forçado surge uma nova atitude ou orientação de vida. A fratura esclarece a necessidade de dar fim a algum processo que ignoramos.
  • 14.  Nossos ossos representam o princípio da firmeza e por hora a rigidez. Porém se este último dominar o osso este se torna sujeito a fratura, ou seja, sendo incapaz de executar qualquer função. A mesma coisa ocorre com as normas, se elas são rígidas demais elas não funcionam.  A fratura pode mostrar que a pessoa, no âmbito psíquico, se aferrou em demasia a uma norma sem se dar conta do fato. Tornando-se inflexível, rígida e prepotente.
  • 15.  Referência: DAHLKE, Rüdiger; DETHLEFSEN,Thorwald. A doença como caminho: uma visão nova da cura como ponto de mutação em que um mal se deixa transformar em bem. São Paulo:Cultrix, 1999.  Aluna:Tássia Oliveira.  PUC Minas, Arcos.  Prof: Maria Geralda (Ada).