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Mutações Sociais e os
Sistemas Educativos
Educação

Tecnologia

Mutações
Sociais

Sociedade

Ciência

Sistemas
Educativos
Sociedade

“O modo como uma sociedade seleciona, classifica, distribui, transmite e avalia os saberes destinados ao ensino
reflete a distribuição do poder no seu interior e a maneira como, desta forma, se assegura o controlo social dos
comportamentos individuais.” (Forquin ,1993, p.85)

A sociedade estrutura-se por uma base constituída pelas forças produtivas e das relações de produção, donde se
originam as ideias, a política, a religião, o direito e a filosofia que constituem a superestrutura.

“Na sociedade do conhecimento, o elemento diferenciador na atividade produtiva é o próprio
conhecimento, sendo que as matérias primas passam a ter uma conotação secundária. Nessa sociedade
produziram-se também outras grandes mudanças nos âmbitos social, econômico e produtivo. Entre elas, a
mudança no modo de comunicação, derivada do surgimento da internet e das tecnologias de digitalização de
documentos. A comunicação passa a ser processada de “muitos para muitos", facilitando a disseminação de
informações e a socialização do conhecimento. “ (Calle & Silva, 2008, p.2)
Sociedade
Na Era da
Revolução
Industrial

Com a Revolução Industrial, no séc. XVIII , com o grande crescimento económico, com a necessidade de
produção e com as aspirações sociais de igualizar todos os cidadãos pretendeu-se com a massificação da
escola dotar os cidadãos com as competências básicas para o mercado do trabalho, com o fim de dar
resposta ao grande desenvolvimento económico.
Como resposta a esta necessidade, criou-se um, modelo educativo, denominado por Modelo Dominante(
tradicional – paradigma resistente).
O Modelo Dominante tinha como objetivos:
- formar cidadãos em grande número;
- ensino em série;
- ensino igual para todos sem ter em atenção as características individuais de cada
cidadão, bem como as suas dificuldades de aprendizagem;
- ensino de elite;
-aumentar a produção;
-dar resposta ao desenvolvimento económico.
Sociedade
Modelo Dominante
(Paradigma
convencional)

-Bem-estar económico;
- Ser Humano como um meio de
produção;
- Educação para o diploma, o
status, o poder;
- Interesses inferiores (estratégias
pessoais de grupo);
- Ensino quantitativo;
- Uniformizado, sectorial;
- Racionalidade técnicoinstrumental.

Na Era da
Revolução
Industrial

Modelo Emergente
(Paradigma
emergente)

-Ética, valores;
- Compreensão mútua;
- Cidadania consciente;
- Participação democrática;
- Pluralismo, diversidade e
transformação:
- Competências sociais;
- Bem-estar Humano;
- Ser Humano enquanto tal;
- Educação para o desenvolvimento
global do Homem;
- Integrada e reflexiva;
- Interesses superiores;
- Qualitativo;
- Racionalidade
interpretativa, crítica, de fins
emancipadores.
Perspetivas educativas da sociedade do séc.XX
Modelo Dominante

Objectivos:
- formar cidadãos em grande
número;
- ensino em série;
- ensino igual para todos sem
ter em atenção as características
individuais de cada cidadão, bem
como as suas dificuldades de
aprendizagem;
- ensino de elite;
- aumentar a produção;
- dar resposta ao
desenvolvimento económico.

Modelo Emergente

Objectivos:
- valorização humana;
- democratização da educação;
- educação para todos;
- direito à escolaridade básica:
- respeito pela diferença;
- participação democrática pelos diferentes agentes
educativos;
- cidadania;
- pluralidade do ensino;
- coesão social.

Resultado
-Exclusão social;
- Abandono escolar;
- Taxas de analfabetismo;
- Trabalho infantil;
- Ainda não consegue dar resposta
aos interesses dos vários actores
educativos
(alunos, pais, professores…)
Modelo Emergente
Sociedade Pós-Moderna

Noção de qualidade em Educação:

Necessidades

-Ter consciência da existência da
diversidade de apetências, de
aspirações e de necessidades na
oferta educativa para existir o
conceito de equidade, como
resposta ao fracasso do modelo
dominante.
- Autonomia para as escolas
definirem a sua orientação
educativa.
- Contornar os obstáculos
tendencialmente meritocráticos.
- Participação dos actores
educativos na construção da
educação com a implementação de
ideias e medidas.

a resposta a estas
necessidades leva à

-Melhoramento contínuo no cumprimento
dos objectivos estabelecidos, dos processos
e das instituições;
- Articulação dos planos curriculares e
conteúdos programáticos com a capacidade
dos
próprios
alunos
construírem
conhecimentos (aluno activo);
- Eficácia;
- Eficiência;
- Adaptação dos recursos de forma coerente
com as necessidades dos contextos e
territórios educativos;
- Liderança;
- Professor como um impulsionador.

Noção de produtividade:
-Sucesso escolar dos alunos;
- Bem-estar dos alunos;
- Índices de empregabilidade.

Assim sendo, a escolarização passaria a traduzir uma sociedade mais justa, mais equilibrada e mais
desenvolvida.
Educação

Educação engloba os processos de ensinar e aprender.
É um fenómeno observado em qualquer sociedade e nos grupos constitutivos destas, responsável pela sua
manutenção e perpetuação a partir da transposição, às gerações que se seguem, dos modos culturais de
ser, estar e agir necessários à convivência e ao ajustamento de um membro no seu grupo ou sociedade.
Enquanto processo de sociabilização, a educação é exercida nos diversos espaços de convívio social, seja para a
adequação do indivíduo à sociedade, do indivíduo ao grupo ou dos grupos à sociedade.
A educação é entendida como uma prática social que procura formar indivíduos para a vida em sociedade
e, portanto, deve proporcionar uma visão que lhes permita uma compreensão da sociedade em todas as suas
dimensões. Desta forma, a percebemo-nos que a educação se dá no contexto da sociedade, e não apenas na
sala de aula, caracterizando a relação que há entre o seu humano, a sociedade e a educação através de
diferentes teorias sociológicas.

Quatro Pilares da Educação
Quatro Pilares da Educação
São as bases da Educação ao longo da vida e servem de orientação para as instituições de ensino
implementarem uma metodologia inovadora baseada no desenvolvimento de competências, que
privilegia um desenvolvimento completo da pessoa, capacitando-se para agir de forma responsável e
eficaz na sociedade.
A educação ao longo da vida deve aproveitar todas as oportunidades oferecidas pela sociedade.
“A educação deve transmitir, de facto, de forma maciça e eficaz. Cada vez mais saberes e saber-fazer
evolutivos, adaptados à civilização cognitiva, pois são as bases das competências do futuro.
Simultaneamente, compete-lhe encontrar e assinalar as referências que impeçam as pessoas de ficar
submergidas nas ondas de informações, mais ou menos efémeras, que invadem os espaços públicos e
privados e as levem a orientar-se para projetos de desenvolvimento individuais e coletivos. À educação
cabe fornecer, dalgum modo, a cartografia dum mundo complexo e constantemente agitado e, ao
mesmo tempo, a bússola que permita navegar através dele.” (Delors, 1996, p.77)
“Numa altura em que os sistemas educativos formais tendem a privilegiar o acesso ao conhecimento, em
detrimento doutras formas de aprendizagem, importa conceber a educação como um todo. Esta
perspetiva deve, de futuro, inspirar e orientar as reformas educativas, tanto ao nível da elaboração de
programas como da definição de novas políticas pedagógicas.” (Delors, 1996, p.88)

Aprender a conhecer

Aprender a fazer

Aprender a viver com
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Beneficiar-se das
Desenvolver
Compreender e respeitar o
oportunidades oferecidas pela competências e aprender
outro.
educação ao longo da vida.
a trabalhar em equipa.

Aprender a ser

Desenvolver a
personalidade.
Sistemas
Educativos

O sistema educativo é o conjunto de meios pelo qual se concretiza o direito à educação (artigo 2.º da Lei de
Bases), o desenvolvimento global da personalidade, o progresso social e a democratização da sociedade.
O sistema educativo é desenvolvido através de várias instituições e entidades públicas, particulares e
cooperativas que possuem os mesmos objetivos e que cooperam entre si de forma a proporcionarem os
conhecimentos, as aptidões e os valores necessários à realização individual e profissional na sociedade
contemporânea.
O sistema educativo promove:
a)

O desenvolvimento do espírito democrático e pluralista, respeitador dos outros, das suas
personalidades, ideias e projetos individuais de vida, aberto à livre troca de opiniões e à concertação;

b)

A formação de cidadãos capazes de julgarem, com espírito crítico e criativo, a sociedade e, que se
integram e de se empenharem ativamente no seu desenvolvimento, em termos mais justos e sustentáveis.”

O sistema educativo é desenvolvido de forma a garantir a liberdade de aprender e de ensinar..
Mutações
Sociais

Os sistemas educativos necessitam de
acompanhar as mutações sociais

Sistemas
Educativos

A sociedade contemporânea, em que vivemos, altera e muda significativamente os Sistemas Educativos
pelos quais nos regemos.
Esta nova sociedade em que vivemos foi designada pela primeira vez como “sociedade pós-industrial”, por
Daniel Bell. Mais tarde, por outros autores, foi também designada como sociedade do conhecimento, pela

sua centralidade no conhecimento e pela perda de importância dos fatores tradicionais de produção.
Estas tendências de mudança da sociedade do conhecimento não fariam sentido sem as mútuas relações
que se estabelecem entre Sociedade e Educação, pois as mesmas implicam mudanças sociais, económicas e
políticas. Estas transformações modificam a organização da sociedade tal como a conhecemos. Refletindo
sobre o papel e função reguladora do Estado, este deixa de estar centralizado no aparelho administrativo e

passa a partilhar poderes com a sociedade civil.

“Vivemos numa economia baseada no conhecimento, numa sociedade do conhecimento. As economias
baseadas no conhecimento são estimuladas e impelidas pela criatividade e pelo engenho. As escolas das
sociedades do conhecimento têm de criar estas qualidades, caso contrário, os membros das sociedades e os
seus países não se desenvolverão.” (Hargreaves, 2003, p.13)
Os sistemas educativos existem para garantir o direito à Educação.
O sistema educativo português, em concreto, com base na lei n.º 46/86, de 10 de outubro, (LBSE):
• procura assegurar o direito à educação e à cultura para todas as crianças;
• a escolaridade obrigatória alargada para nove anos;
• a formação de todos os jovens para a vida ativa;
• o direito a uma justa e efetiva igualdade de oportunidades;

• a formação de jovens e adultos que abandonaram o sistema (ensino recorrente);
• a liberdade de aprender e ensinar e a melhoria educativa de toda a população.
Com base nesta Lei, assistimos, assim, à instituição de uma nova organização do sistema educativo português
que assenta numa educação pré-escolar; numa educação escolar e extra-escolar que engloba atividades de

alfabetização, de educação de base e de iniciação ao aperfeiçoamento profissional. Mas, porque os sistemas
educativos devem ser o reflexo das necessidades sociais de uma época, devem sofrer atualizações sempre que
seja necessário.
“Os sistemas educativos confrontam-se, hoje, com uma complexidade de problemas com origem no
processo de evolução das políticas e na transformação ou manutenção do comportamento das
administrações que as suportam, no carácter mutável das sociedades contemporâneas nos aspetos
sociais, financeiros, económicos, políticos e culturais e na dificuldade de conceber soluções em contextos
de incerteza permanente.” (Ramos, 2007)

“A par das instituições públicas, as nossas escolas devem, portanto, promover a humanidade, o sentido de
comunidade e a identidade cosmopolita que compensarão os efeitos mais destrutivos da economia baseada
no conhecimento.” (Hargreaves, 2003, p.13)

“os sistemas educativos terão de ser flexíveis, ter capacidade de adaptação à mudança constante, sendo
proactivos e capazes de utilizar, na sua máxima extensão, todas as possibilidades conferidas pelas
modernas tecnologias da informação e comunicação, ao mesmo tempo que funcionam como elemento
agregador de indivíduos, que na perspetiva de enriquecimento de saberes, quer no exercício ativo de
cidadania”. (Ramos, 2007)
Bibliografia:
Costa, M. Matos, P. (2007). Abordagem Sistémica do Conflito. Lisboa: Universidade Aberta
Dávila Calle, Guillermo Antonio & Da Silva, Edna Lucia (2008). Inovação no contexto da sociedade do
conhecimento, Revista TEXTOS de la CiberSociedad, 8. Temática Variada. Disponível
em http://www.cibersociedad.net
Delors, J. (1996). Educação um tesouro a descobrir – Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional
sobre Educação para o século XXI. Porto: Edições ASA.
Hargreaves, A. (2003). O Ensino na Sociedade do Conhecimento. Porto: Porto Editora
Ramos, C (2007). Aspetos contextuais dos sistemas educativos. Disponível em: http://www.moodle.univab.pt/moodle/mod/resource/view.php?id=1166311

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  • 1. Mutações Sociais e os Sistemas Educativos
  • 3. Sociedade “O modo como uma sociedade seleciona, classifica, distribui, transmite e avalia os saberes destinados ao ensino reflete a distribuição do poder no seu interior e a maneira como, desta forma, se assegura o controlo social dos comportamentos individuais.” (Forquin ,1993, p.85) A sociedade estrutura-se por uma base constituída pelas forças produtivas e das relações de produção, donde se originam as ideias, a política, a religião, o direito e a filosofia que constituem a superestrutura. “Na sociedade do conhecimento, o elemento diferenciador na atividade produtiva é o próprio conhecimento, sendo que as matérias primas passam a ter uma conotação secundária. Nessa sociedade produziram-se também outras grandes mudanças nos âmbitos social, econômico e produtivo. Entre elas, a mudança no modo de comunicação, derivada do surgimento da internet e das tecnologias de digitalização de documentos. A comunicação passa a ser processada de “muitos para muitos", facilitando a disseminação de informações e a socialização do conhecimento. “ (Calle & Silva, 2008, p.2)
  • 4. Sociedade Na Era da Revolução Industrial Com a Revolução Industrial, no séc. XVIII , com o grande crescimento económico, com a necessidade de produção e com as aspirações sociais de igualizar todos os cidadãos pretendeu-se com a massificação da escola dotar os cidadãos com as competências básicas para o mercado do trabalho, com o fim de dar resposta ao grande desenvolvimento económico. Como resposta a esta necessidade, criou-se um, modelo educativo, denominado por Modelo Dominante( tradicional – paradigma resistente). O Modelo Dominante tinha como objetivos: - formar cidadãos em grande número; - ensino em série; - ensino igual para todos sem ter em atenção as características individuais de cada cidadão, bem como as suas dificuldades de aprendizagem; - ensino de elite; -aumentar a produção; -dar resposta ao desenvolvimento económico.
  • 5. Sociedade Modelo Dominante (Paradigma convencional) -Bem-estar económico; - Ser Humano como um meio de produção; - Educação para o diploma, o status, o poder; - Interesses inferiores (estratégias pessoais de grupo); - Ensino quantitativo; - Uniformizado, sectorial; - Racionalidade técnicoinstrumental. Na Era da Revolução Industrial Modelo Emergente (Paradigma emergente) -Ética, valores; - Compreensão mútua; - Cidadania consciente; - Participação democrática; - Pluralismo, diversidade e transformação: - Competências sociais; - Bem-estar Humano; - Ser Humano enquanto tal; - Educação para o desenvolvimento global do Homem; - Integrada e reflexiva; - Interesses superiores; - Qualitativo; - Racionalidade interpretativa, crítica, de fins emancipadores.
  • 6. Perspetivas educativas da sociedade do séc.XX Modelo Dominante Objectivos: - formar cidadãos em grande número; - ensino em série; - ensino igual para todos sem ter em atenção as características individuais de cada cidadão, bem como as suas dificuldades de aprendizagem; - ensino de elite; - aumentar a produção; - dar resposta ao desenvolvimento económico. Modelo Emergente Objectivos: - valorização humana; - democratização da educação; - educação para todos; - direito à escolaridade básica: - respeito pela diferença; - participação democrática pelos diferentes agentes educativos; - cidadania; - pluralidade do ensino; - coesão social. Resultado -Exclusão social; - Abandono escolar; - Taxas de analfabetismo; - Trabalho infantil; - Ainda não consegue dar resposta aos interesses dos vários actores educativos (alunos, pais, professores…)
  • 7. Modelo Emergente Sociedade Pós-Moderna Noção de qualidade em Educação: Necessidades -Ter consciência da existência da diversidade de apetências, de aspirações e de necessidades na oferta educativa para existir o conceito de equidade, como resposta ao fracasso do modelo dominante. - Autonomia para as escolas definirem a sua orientação educativa. - Contornar os obstáculos tendencialmente meritocráticos. - Participação dos actores educativos na construção da educação com a implementação de ideias e medidas. a resposta a estas necessidades leva à -Melhoramento contínuo no cumprimento dos objectivos estabelecidos, dos processos e das instituições; - Articulação dos planos curriculares e conteúdos programáticos com a capacidade dos próprios alunos construírem conhecimentos (aluno activo); - Eficácia; - Eficiência; - Adaptação dos recursos de forma coerente com as necessidades dos contextos e territórios educativos; - Liderança; - Professor como um impulsionador. Noção de produtividade: -Sucesso escolar dos alunos; - Bem-estar dos alunos; - Índices de empregabilidade. Assim sendo, a escolarização passaria a traduzir uma sociedade mais justa, mais equilibrada e mais desenvolvida.
  • 8. Educação Educação engloba os processos de ensinar e aprender. É um fenómeno observado em qualquer sociedade e nos grupos constitutivos destas, responsável pela sua manutenção e perpetuação a partir da transposição, às gerações que se seguem, dos modos culturais de ser, estar e agir necessários à convivência e ao ajustamento de um membro no seu grupo ou sociedade. Enquanto processo de sociabilização, a educação é exercida nos diversos espaços de convívio social, seja para a adequação do indivíduo à sociedade, do indivíduo ao grupo ou dos grupos à sociedade. A educação é entendida como uma prática social que procura formar indivíduos para a vida em sociedade e, portanto, deve proporcionar uma visão que lhes permita uma compreensão da sociedade em todas as suas dimensões. Desta forma, a percebemo-nos que a educação se dá no contexto da sociedade, e não apenas na sala de aula, caracterizando a relação que há entre o seu humano, a sociedade e a educação através de diferentes teorias sociológicas. Quatro Pilares da Educação
  • 9. Quatro Pilares da Educação São as bases da Educação ao longo da vida e servem de orientação para as instituições de ensino implementarem uma metodologia inovadora baseada no desenvolvimento de competências, que privilegia um desenvolvimento completo da pessoa, capacitando-se para agir de forma responsável e eficaz na sociedade. A educação ao longo da vida deve aproveitar todas as oportunidades oferecidas pela sociedade. “A educação deve transmitir, de facto, de forma maciça e eficaz. Cada vez mais saberes e saber-fazer evolutivos, adaptados à civilização cognitiva, pois são as bases das competências do futuro. Simultaneamente, compete-lhe encontrar e assinalar as referências que impeçam as pessoas de ficar submergidas nas ondas de informações, mais ou menos efémeras, que invadem os espaços públicos e privados e as levem a orientar-se para projetos de desenvolvimento individuais e coletivos. À educação cabe fornecer, dalgum modo, a cartografia dum mundo complexo e constantemente agitado e, ao mesmo tempo, a bússola que permita navegar através dele.” (Delors, 1996, p.77) “Numa altura em que os sistemas educativos formais tendem a privilegiar o acesso ao conhecimento, em detrimento doutras formas de aprendizagem, importa conceber a educação como um todo. Esta perspetiva deve, de futuro, inspirar e orientar as reformas educativas, tanto ao nível da elaboração de programas como da definição de novas políticas pedagógicas.” (Delors, 1996, p.88) Aprender a conhecer Aprender a fazer Aprender a viver com os outros Beneficiar-se das Desenvolver Compreender e respeitar o oportunidades oferecidas pela competências e aprender outro. educação ao longo da vida. a trabalhar em equipa. Aprender a ser Desenvolver a personalidade.
  • 10. Sistemas Educativos O sistema educativo é o conjunto de meios pelo qual se concretiza o direito à educação (artigo 2.º da Lei de Bases), o desenvolvimento global da personalidade, o progresso social e a democratização da sociedade. O sistema educativo é desenvolvido através de várias instituições e entidades públicas, particulares e cooperativas que possuem os mesmos objetivos e que cooperam entre si de forma a proporcionarem os conhecimentos, as aptidões e os valores necessários à realização individual e profissional na sociedade contemporânea. O sistema educativo promove: a) O desenvolvimento do espírito democrático e pluralista, respeitador dos outros, das suas personalidades, ideias e projetos individuais de vida, aberto à livre troca de opiniões e à concertação; b) A formação de cidadãos capazes de julgarem, com espírito crítico e criativo, a sociedade e, que se integram e de se empenharem ativamente no seu desenvolvimento, em termos mais justos e sustentáveis.” O sistema educativo é desenvolvido de forma a garantir a liberdade de aprender e de ensinar..
  • 11. Mutações Sociais Os sistemas educativos necessitam de acompanhar as mutações sociais Sistemas Educativos A sociedade contemporânea, em que vivemos, altera e muda significativamente os Sistemas Educativos pelos quais nos regemos. Esta nova sociedade em que vivemos foi designada pela primeira vez como “sociedade pós-industrial”, por Daniel Bell. Mais tarde, por outros autores, foi também designada como sociedade do conhecimento, pela sua centralidade no conhecimento e pela perda de importância dos fatores tradicionais de produção. Estas tendências de mudança da sociedade do conhecimento não fariam sentido sem as mútuas relações que se estabelecem entre Sociedade e Educação, pois as mesmas implicam mudanças sociais, económicas e políticas. Estas transformações modificam a organização da sociedade tal como a conhecemos. Refletindo sobre o papel e função reguladora do Estado, este deixa de estar centralizado no aparelho administrativo e passa a partilhar poderes com a sociedade civil. “Vivemos numa economia baseada no conhecimento, numa sociedade do conhecimento. As economias baseadas no conhecimento são estimuladas e impelidas pela criatividade e pelo engenho. As escolas das sociedades do conhecimento têm de criar estas qualidades, caso contrário, os membros das sociedades e os seus países não se desenvolverão.” (Hargreaves, 2003, p.13)
  • 12. Os sistemas educativos existem para garantir o direito à Educação. O sistema educativo português, em concreto, com base na lei n.º 46/86, de 10 de outubro, (LBSE): • procura assegurar o direito à educação e à cultura para todas as crianças; • a escolaridade obrigatória alargada para nove anos; • a formação de todos os jovens para a vida ativa; • o direito a uma justa e efetiva igualdade de oportunidades; • a formação de jovens e adultos que abandonaram o sistema (ensino recorrente); • a liberdade de aprender e ensinar e a melhoria educativa de toda a população. Com base nesta Lei, assistimos, assim, à instituição de uma nova organização do sistema educativo português que assenta numa educação pré-escolar; numa educação escolar e extra-escolar que engloba atividades de alfabetização, de educação de base e de iniciação ao aperfeiçoamento profissional. Mas, porque os sistemas educativos devem ser o reflexo das necessidades sociais de uma época, devem sofrer atualizações sempre que seja necessário.
  • 13. “Os sistemas educativos confrontam-se, hoje, com uma complexidade de problemas com origem no processo de evolução das políticas e na transformação ou manutenção do comportamento das administrações que as suportam, no carácter mutável das sociedades contemporâneas nos aspetos sociais, financeiros, económicos, políticos e culturais e na dificuldade de conceber soluções em contextos de incerteza permanente.” (Ramos, 2007) “A par das instituições públicas, as nossas escolas devem, portanto, promover a humanidade, o sentido de comunidade e a identidade cosmopolita que compensarão os efeitos mais destrutivos da economia baseada no conhecimento.” (Hargreaves, 2003, p.13) “os sistemas educativos terão de ser flexíveis, ter capacidade de adaptação à mudança constante, sendo proactivos e capazes de utilizar, na sua máxima extensão, todas as possibilidades conferidas pelas modernas tecnologias da informação e comunicação, ao mesmo tempo que funcionam como elemento agregador de indivíduos, que na perspetiva de enriquecimento de saberes, quer no exercício ativo de cidadania”. (Ramos, 2007)
  • 14. Bibliografia: Costa, M. Matos, P. (2007). Abordagem Sistémica do Conflito. Lisboa: Universidade Aberta Dávila Calle, Guillermo Antonio & Da Silva, Edna Lucia (2008). Inovação no contexto da sociedade do conhecimento, Revista TEXTOS de la CiberSociedad, 8. Temática Variada. Disponível em http://www.cibersociedad.net Delors, J. (1996). Educação um tesouro a descobrir – Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. Porto: Edições ASA. Hargreaves, A. (2003). O Ensino na Sociedade do Conhecimento. Porto: Porto Editora Ramos, C (2007). Aspetos contextuais dos sistemas educativos. Disponível em: http://www.moodle.univab.pt/moodle/mod/resource/view.php?id=1166311