O documentário narra o cotidiano de um grupo de teatro de rua e revela o processo criativo do diretor Amir Haddad. O diretor critica como o Carnaval se tornou restrito e controlado, perdendo sua essência de liberdade. Ele defende que o artista deve derrubar conceitos para um aprendizado completo e que a diversidade e liberdade de expressão são essenciais.
1. ATIVIDADES CULTURAIS I
Profa. KENIA
DATA: 10/05/2013
Aluna: Sonia Regina C. Mafra
Matrícula: 113010065
Disciplina: Pedagogia I 2013 – sala 301 manhã
Considerações sobre o documentário produzido pela GIRUS e assistido em aula, na
íntegra.
FILME: CENA NUA – Belisário Franca Direção Amir Haddad
GRUPO: TÁ NA RUA Lapa/sede do grupo
Este filme narra o cotidiano dos atores que fazem do teatro de rua uma interação direta
do povo com o grupo e revela o processo criativo do teatrólogo Amir Haddad e o grupo
“Tá na Rua”.
O filme começa mostrando o teatro junto com o Carnaval de rua, dos blocos que anos
atrás tomavam conta da cidade levando alegria e liberdade. O teatrólogo Almir faz uma
crítica à maneira como o Carnaval tem se transformado num processo de automatização,
sem liberdade de expressão, mecânico, debaixo de regras. Um Carnaval restrito a áreas
de acesso para a população, fazendo dessa festa uma festa “oprimida”.
Lembra-nos de artistas como Dercy Gonçalves, Grande Otelo, que foram ícones do
Carnaval carioca e de seus modelos irreverentes, quebrando regras e preconceitos,
fazendo dessa festa uma festa de alegria e liberdade, uma festa do “povão”.
Fala particularmente do teatro, que simula a natureza e que, através dela, surgem as suas
motivações, ideias, conceitos para elaborar suas cenas. Ele diz: “A magia não depende do
mistério”, quando se refere à reflexão: “A questão é: ficar vivo ou se matar? A gente só não
se mata por não ter a certeza de vida depois da morte”.
2. O artista, como indivíduo, deve se desconstruir, derrubar conceitos para que o
aprendizado seja completo. Mesmo nossos conceitos individuais sobre aspectos do
cotidiano devem ser derrubados para que possam emergir novas ideias, novos
pensamentos que farão renovar nosso íntimo. Almir fala: “Não tenho medo de ser passado
para trás por mim mesmo!” Essa é a melhor maneira de se elaborar o crescimento
interior.
Ele exalta a diversidade de pensamentos, culturas, sexualidades, as quais são
amplamente expostas em seus trabalhos, e o retorno dessa diversidade através da
resposta, do contato direto com o público. A receptividade do indivíduo dentro dessa
maneira de se expressar é ímpar, a partir da interação dos dois grupos. Há uma
identificação direta do público com as pessoas envolvidas no processo. Esse mesmo
processo permite ao ator trabalhar em diferentes papeis. A liberdade de expressão – de
espaço – de manifestação da cultura é primordial para que se tenha uma maior
autenticidade de cada indivíduo dentro da sua própria visão de cultura.
Refere-se ao mundo do improviso como “o que se sente naquele exato momento que nos
leva a agir”. Todos podemos ser atores, seja no palco, no trabalho, na escola, na rua, em
casa. O teatro é um ato estético coletivo, cabendo-nos certificar o nosso papel diante do
mundo.
Como ele mesmo diz: “Somos feitos de sonhos”, mas “Somos feitos do medo”. Tudo acaba
quando o sonho acaba. Temos dificuldade de transgredir e o mundo só avança através da
transgressão. Facilmente desistimos da liberdade em troca das máscaras que o mundo nos
impõe”.
Fala do momento atual onde se dá ênfase ao teatro comercial, fechado entre quatro
paredes, limitado ao palco, e que devemos trabalhar no sentido de fazer do presente o
futuro repensando em uma nova forma de transformação dos espaços públicos para o
público, sem barreiras, paredes, grades.