Alfabetização com Construtivismo Lógico: Uma Abordagem Inovadora

ALFABETIZAÇAO COM
CONSTRUTIVISMO LÓGICO
Agenor Basso

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ALFABETIZAÇAO COM CONSTRUTIVISMO LÓGICO
Agenor Basso
Etapas desta apresentação:
● Realidade atual em relação a alfabetização
● Breve abordagem histórica sobre os métodos
● O que é alfabetizar em sentido estrito
● A lógica na alfabetização
● Material didático tendo por base o construtivismo lógico
● Avaliações de aplicações já realizadas

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Equívoco na base de educação formal
Em setembro de 2003, a Comissão de Educação e Cultura da Câmara
Federal realizou um Seminário tendo como tema: “O Poder Legislativo e a
alfabetização infantil: Os novos caminhos.”
No relatório final está posto que:
● “Dentre os graves problemas que afetam a qualidade da educação
no Brasil, nenhum é maior do que o da alfabetização das crianças.”
● Por outro lado, em abril de 2006, a Revista Veja informava que: “O
péssimo desempenho do Brasil nas avaliações nacionais e
estrangeiras que medem a capacidade de leitura e de escrita dos
estudantes levou o Ministério da Educação – MEC – a questionar
oficialmente a eficiência do modelo de alfabetização mais aplicado
no país.”

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Vejamos alguns títulos de matérias que saíram nos meios
de comunicação nos últimos 17 anos:
● 1996 / março -Veja – páginas amarelas - “É triste ser analfabeto” - Prefeito de
Quixabá – Antônio Ramos da Silva.
● * 1997 / fevereiro -Correio do Povo – Maria Augusta Feldmann -“Analfabetismo,
vexame nacional”
● 1997 / novembro -Editorial de Zero Hora – “O desafio do analfabetismo”
● 1998 / abril -ZH – Sandra Carvalho – “O analfabetismo ainda envergonha a
nação”
● 1999 / março -ZH – Salvatore Santagada - “Brasil: central do analfabetismo.”
● 2000 / outubro -ZH – Voltaire Shilling – “A praga pedagógica.”

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● 2001 / dezembro - ZH – Olavo de Carvalho – “O país mais burro do mundo”
● 2001 / dezembro - Jornal Pioneiro – Editorial – “O país que não lê.”
● 2002 / fevereiro -Correio do Povo – Roberto Fissmer – “O fracasso educacional”
● 2005/ setembro -Instituto Paulo Montenegro – “75% leem e escrevem mal –
terceira pesquisa realizada no país sobre analfabetismo funcional”.
● 2006 / abril - Revista Veja – Cláudio de Moura Castro - “Precisamos de uma
crise”
● 2006 / julho – Gustavo Loschpe – “Falência da educação brasileira – uma
população de 74% de analfabetos funcionais”.
● 2007 /setembro – Editorial – Pioneiro – “O analfabetismo persiste”
● 2008 / março – Cláudio de Moura Castro – “A guerra dos alfabetizadores”

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● 2008 / agosto – Esther Pillar Grossi - “O inssinu no Brasiu è otimo”
● 2009 / agosto – Veja – Lya Luft - “Brasileiro não gosta de ler?” (… quantidade
assustadora de analfabetos....)
● 2010 / abril – Gustavo Ioschpe – “Brasil: a primeira potência de semiletrados”
● 2012 / maio – Editorial – “Na idade certa” - (alfabetizados até os 8 anos…)
● 2012 / agosto – Veja – Gabriele Jimenez e Nathália Butti – “Luxo zero, resultado
10.”
● 2012 / dezembro – Jornal do Comércio - Agenor Basso – “Idade certa para
alfabetizar.”
● 2013 / fevereiro – Veja – Cláudio de Moura Castro – “Analfabetismo funcional.”
● 2013 / março – Veja - Nathália Butti – “Desvantagem na largada.” (… até os 8
anos?)

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● 2013 / março – Folha de Caxias – José Clemente Pozenato - “Idade
certa: não sei que razões acabaram prevalecendo no adiamento da
idade de alfabetização, se de ordem sentimental, financeira ou, como
suspeito, por estupidez, o leitor deve estar percebendo que, fora do
meu costume, estou escrevendo com boa dose de fúria contra isso.”
● 2013 / março – Correio do Povo - “Analfabetismo preocupa.” Em 2012
o IBGE revelou que 38% dos estudantes de ensino superior não dominam
as habilidade básicas de leitura e escrita.
● 2013 / abril – Veja – Lya Luft – “A formação de um povo” “Se a
alfabetização for concluída no fim do 3º ano elementar, quando os
alunos tiverem à 8 anos, talvez mais, quando e como serão
preparados? Com que idade estarão prontos para o mercado de
trabalho cada vez mais exigente?”

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História dos métodos de alfabetização no Brasil
(a disputa pela hegemonia de métodos de alfabetização)
Pesquisa da Profª Maria Rosário Longo Mortatti – São Paulo - 27/04/2006
● “Decorridos mais de cem anos desde a implantação, em nosso país,
do modelo republicano de escola, podemos observar que, desde
essa época, o que hoje denominamos “fracasso escolar na
alfabetização” se vem impondo como problema estratégico a
demandar soluções urgentes e vem mobilizando
administradores públicos, legisladores do ensino, intelectuais de
diferentes áreas do conhecimento, educadores e professores.”
● “Por quase um século, esses esforços se concentraram, sistemática
e oficialmente, na questão dos métodos de ensino da leitura e da
escrita. Muitas foram as disputas entre os métodos de alfabetização.”

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● “A partir do início da década de 1980, introduziu-se no Brasil o
pensamento construtivista sobre alfabetização de crianças, deslocando o
eixo das discussões dos métodos de ensino para o processo de
aprendizagem da criança. Abandonam-se as teorias e práticas
tradicionais, desmetodiza-se o processo de alfabetização e se questiona a
necessidade das cartilhas.”
● “A partir de então, verifica-se, por parte de autoridades educacionais e de
pesquisadores acadêmicos, um esforço de convencimento dos
alfabetizadores, mediante divulgação massiva de artigos, teses
acadêmicas, livros e vídeos, cartilhas, sugestões metodológicas, relatos
de experiências bem sucedidas e ações de formação continuada, visando
a garantir a institucionalização, para a rede pública de ensino, de certa
apropriação do construtivismo.”
Está institucionalizado em nível nacional através dos Parâmetros
Curriculares Nacionais – PCNs.

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● A Profª Mortatti traz como uma das suas conclusões que: “… por se
tratar de processo escolarizado, sistemático e intencional, a
alfabetização não pode prescindir de método ( nem de conteúdos e
objetivos, dentre outros aspectos necessários ao desenvolvimento de
atividade de ensino escolar).”
● E completa afirmando que “...é preciso conhecer aquilo que constitui
e já constituiu os modos de pensar, sentir, querer e agir de gerações
de professores alfabetizadores e é, também, a partir de seu
conhecimento que se podem engendrar as reais possibilidades de
encaminhamento das mudanças necessárias, em defesa do direito de
nossas crianças ingressarem no mundo novo da cultura letrada, por
meio da conquista da leitura e escrita e sobretudo de seu sentido.”

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Então, em sentido estrito, o que é alfabetizar?
● Em sentido estrito, alfabetizar é proporcionar ao alfabetizando a assimilação
de um INSTRUMENTO de cultura, que são os símbolos abstratos da língua,
para que possa ler e interpretar corretamente o que leu, mas de maneira
lógica na ordem crescente de dificuldades, de maneira encadeada e
cumulativa na assimilação do conjunto dos mesmos e respeitando a
capacidade de memorização do alfabetizando. À primeira série do ensino
fundamental cabe esta importante missão.

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● Alfabetização com construtivismo lógico faz um elo entre os métodos
analíticos (e nele se encontra o construtivismo) e os métodos sintéticos
(ditos tradicionais) juntando elementos positivos de ambos em favor dos
alfabetizandos, tendo por elemento básico a lógica, proporcionando a
instrumentalização (alfabetização) em alguns meses e não em anos.
1. Lógica quanto aos símbolos
● 1.1 Formação histórica dos símbolos e sua base fonética
● 1.2 Apresentação em ordem crescente de dificuldades e partindo da
unidade básica que é a sílaba.
● 1.3 Conhecimento imediato de sua correta grafia

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2. Lógica quanto ao alfabetizando
● 2.1Através da avaliação do nível mínimo do amadurecimento psicomotor
● 2.2 Torná-lo, desde logo, consciente de como se dá o processo da leitura
e da escrita
● 2.3 Respeito a fase lúdica da criança
● 2.4 Observância da capacidade individual e sua interação com o grupo
● 2.5 Canalização do dinamismo da criança para a assimilação dos
símbolos
● 2.6 Construção do próprio conhecimento, resultante da ação clara e
objetiva dos passos dados para sua instrumentalização

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3. Lógica quanto ao material didático
● 3.1 Trabalha sempre a essência do processo da alfabetização
● 3.2 Associa a busca da instrumentalização com a fase lúdica da criança
● 3.3 Atraente e envolvente em todo o processo: alunos, pais e professores
● 3.4 Utiliza todo o material e ações criativas disponíveis
● 3.5 Proporciona conhecimentos gerais quanto aos temas propostos,
singelos mas importantes como estímulos à leitura.

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4. Lógica quanto à ação do Professor Alfabetizador
● 4.1 Por ser a alma e o coração de uma boa e correta alfabetização
● 4.2 Por utilizar dinâmica objetiva nas ações a serem desenvolvidas.
● 4.3 Por atuar psicologicamente com o alfabetizando, em nível pessoal e
de grupo, no estabelecimento de laços de afeto e amizade, criando um
ambiente positivo em sua ação alfabetizadora.
● 4.4 Por liberar-se das expressões “antigo ou moderno” e estar focado no
certo e no lógico no sentido de bem instrumentalizar os alfabetizandos.
-O resultado é ter os alunos alfabetizados no primeiro semestre e o
segundo semestre dedicado a exercitar a essência do processo da
alfabetização: LEITURA e INTERPRETAÇÃO.

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1. LIVRO para quem faz ou
se prepara para alfabetizar
● Elemento básico que contém
a fundamentação teórica da
proposta de alfabetização
mas, também, possui
sugestões práticas para
viabilizar a mesma dentro de
uma nova linha de ação que
une elementos positivos dos
métodos sintéticos e dos
analíticos.
Material didático para efetivar a alfabetização com
construtivismo lógico.

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2. MATERIAL DIDÁTICO BÁSICO que proporciona segurança, satisfação e o
envolvimento do alfabetizando em sua instrumentalização
● Bloco de controle individual,
com as figuras a serem
conquistadas
● Três álbuns contendo os
espaços para a colagem das
figuras, exercício das vogais
ou sílabas, exercício de leitura
de palavras e leitura de
pequenas frases.
● Caderno de caligrafia ou folhas
avulsas para manter um
interesse maior

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● Baralho alfabético em conjuntos de três etapas
(parcialmente disponível)
● Cinco Marias (saquinhos) para exercício da
motricidade fina, noção de tempo/espaço e jogos
em equipe. (disponível)
● Cubos alfabéticos em conjuntos de três etapas (em
projeto)
● Três cartazes grandes com: conjunto das vogais,
silabas simples e encontros consonantais.
(projetado)
● Cartazes para cada uma das 42 figuras dos álbuns
a serem afixadas na sala de aula (projetado)
● 3. MATERIAL COMPLEMENTAR para atividades principalmente
lúdicas e, desta maneira, canalizando o dinamismo da criança para que
sinta prazer em aprender a ler e no saber interpretar o que leu.

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● Conjunto de carimbos para as três
etapas (projetado)
● Diploma de alfabetizado
(certificado) disponível
● CD com as músicas (logo mais
disponível)
● (imagens)
● “Jalecos” com conjuntos em três
etapas fazendo com que os
alfabetizando façam fisicamente
exercícios de leitura e interpretação.
(parcialmente disponível)

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4. PROGRAMAS DE TELEVISÃO (VHS / DVD / CD ... )
● É quase inconcebível que não se tenha nas escolas e fora delas,
programas completos, logicamente estruturados, para a alfabetização.
Os programas de televisão poderiam servir de instrumento básico
(condutor) para alfabetizar crianças e, também, adultos, sendo um
elemento fundamental para aprimorar a ação dos alfabetizadores e
corretamente instrumentalizar os alfabetizandos
● Vivemos numa sociedade eminentemente visual. Precisamos
urgentemente utilizar este extraordinário instrumento que é a TV como
elemento didático, tanto dentro como fora da sala de aula,
MASSIFICANDO CORRETAMENTE A ALFABETIZAÇÃO, passando
conhecimento, cultura e informação.
(Projeto alinhado, dependendo de financiamento)

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Assim, na proposta que apresentamos temos o que segue:
● Dos métodos analíticos (construtivistas):
● A utilização dos três álbuns;
● As estórias e histórias;
● O envolvimento do alfabetizando, a família, os colegas e até, algo mais,
da própria professora alfabetizadora num processo socializante do
conhecimento;
● A percepção da lógica existente;
● Os jogos, cartas, jalecos...

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Dos métodos sintéticos (ditos tradicionais) temos:
● A apresentação dos símbolos abstratos em ordem crescente de dificuldade,
iniciando pelas vogais;
● O imediato trabalho com a grafia dos símbolos abstratos ou seja, caligrafia;
● A utilização de cantos;
● Respeito à base fonética da nossa língua:
● A sugestão de avaliação psicossomática da criança através do “Teste ABC”;
● A decisiva ação da professora alfabetizadora nas atividades a serem
desenvolvidas e não permanecendo como simples espectadora das
descobertas dos alfabetizandos.

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● Aplicações do Construtivismo Lógico na Alfabetização (depoimentos)
Profª Neires Ferrarini
Profª Daniela T. Z. Ribeiro
Profª Isabel Ramos Alves
Fotos Andréia Copini

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