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Criada pelo Decreto N.º 44-A/01do Conselhode Ministros, em06 de Julho de 2001
FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS
CURSOS DE ENGENHARIAS 1ºANO
GUIA
DE UTILIZAÇÃO
DO LABORATÓRIO DE FÍSICA
O DOCENTE
ENG. JoséCarlos Tiago
LUANDA/ANGOLA
2021
“A sabedoria não está emnão falharou não sofrer, mas usarnossas falhas pra amadurecere
nossos sofrimento spara compreendera dordosoutros”.
“Augusto Cury.”
Apresentação
Esta guia é destinada para estudantes dos laboratórios dos Cursos de Física geral para
estudantes da faculdade de ciências e tecnologia. Ela foi elaborada para que o estudante
menos preparado possa, ao lê-la, assimilar o conteúdo das matérias e,
consequentemente, provocar o interesse pelo curso. Nela estão incluídos os protocolos
com uma breve descrição teórica dos experimentos a serem desenvolvidos durante o
curso, tabelas para os dados, preenchimento de medidas e cálculos, além de uma
introdução à Teoria dos Erros, na qual são apresentados conceitos básicos e essenciais
desta teoria. Esta guia tem como objetivo ensinar aos estudantes a práctica e os métodos
de medidas directas e indirectas, dando-lhes segurança no que devem entender por
medir grandezas físicas. Para total compreensão do experimento realizado é de suma
importância que o estudante recorra à bibliografia relacionada.
1.Sugestões para uma correcta utilização dos laboratórios
A parte laboratorial do curso de Física destina-se a fornecer uma base experimental a
alguns Princípios estudados na parte teórica e proporcionar um primeiro conhecimento
dos princípios físicos e dos métodos experimentais através do manuseamento de
aparelhos concebidos para demonstrar o significado e as aplicações desses princípios.
2.Os objetivos do curso são:
 Adquirir practica dos métodos científicos de observação.
 Adquirir técnicas de manuseamento e ajuste dos vários equipamentos.
 Familiarizar-se com as limitações dos aparelhos e com a determinação e cálculo
dos erros ou incertezas nas medidas.
 Aprender a tirar dados e a desenvolver confiança na sua capacidade de obter
respostas significativas e determinar relações válidas.
 Tornar-se experiente na representação gráfica de dados.
Neste curso será dada ênfase especial ao desenvolvimento de técnicas e atitudes
científicas e á perícia na execução de experiencias. A precisão dos resultados, embora
importante, não será de momento o mais importante. Para que estes fins sejam
alcançados torna-se necessário cumprir determinadas 3.regras.
1 Antes de vir para o laboratório
1. Os trabalhos que cada grupo realiza numa determinada semana serão previamente
afixados no horário do laboratório.
2. O princípio fundamental para a realização de um trabalho experimental é o
prefeito conhecimento do objetivo pretendido. Exige-se portanto uma prévia preparação
dos trabalhos, através da leitura dos protocolos. Estes podem ser adquiridos na
reprografia. Lembre-se que o seu conhecimento relativo a cada trabalho será avaliado.
2 No laboratório
1. E obrigatória a existência de pelo menos um guia de experiencia (protocolo) por
grupo durante as aulas practicas.
2. A utilização de batas no laboratório é obrigatória.
3. Todo o equipamento e aparelhos de medida requerem um manuseamento
cuidadoso. Antes do inicio da experiencia propriamente dita, é essencial adestrar-se na
instalação e manipulação da aparelhagem. Relate a falta de qualquer peça de
equipamento ou o seu mau funcionamento. Durante a experiencia deve assegurar-se do
seu bom funcionamento bem como zelar pela sua conservação.
4. Quando fizer o trabalho, as leituras devem ser registadas numa tabela, o que torna
mais fáceis e rápidos quaisquer cálculos que se pretendam efetuar sobre estes valores. É
conveniente estimar desde logo a ordem de grandeza do resultado. Para isso, deve
utilizar-se a calculadora. Se aparecerem valores nitidamente afastados da média ou do
que seria de esperar, devem repetir-se as medições correspondentes.
5. Os estudantes devem chegar no horário da aula. O professor poderá dar uma
tolerância de, no máximo, 10 minutos de atraso;
6. Os estudantes devem realizar todos os experimentos e responder todas as questões
(para perguntas de entrada) no mesmo horário da aula;
7. Os grupos formados serão sempre os mesmos até o fim da disciplina;
8. Faltas serão rigorosamente determinantes. Se faltar à aula prática, poderá faze-lo se
o estudante estiver preparado e a práctica estiver vazia (sem Niguem).
3 Quando terminar a experiência
1. Ao terminar a experiência, deixe o material como o encontrou. O trabalho de
laboratório não será aprovado se não for deixado em perfeitas condições e arrumado.
2. As fichas de experiências devem ser preenchidas na medida do possível nas aulas.
Poderá assim contar com a ajuda do assistente na resolução de todos os problemas que
podem surgir.
I. Introdução
Esta guia contem os protocolos das experiencias que serão desenvolvidas no decorrer
dos semestres. Cada roteiro e formado por uma parte introdutória, que aborda de
maneira sucinta as leis físicas e os conceitos que serão usados no experimento,
procedimento experimental e folhas de respostas.
Os cálculos e resultados obtidos referentes as experiencias restantes, serão elaborados
em grupo e apresentados na forma de relatórios. Recomenda-se que o aluno leia cada
roteiro antes das aulas de laboratório e que não se esqueça de trazer a sebenta, sem a
qual não conseguira realizar a experiencia.
No final do semestre, haverá uma prova sobre os experimentos realizados durante as
aulas de laboratório (para turmas exclusivas de laboratório).
𝒊
II. Instruções sobre relatórios
1. Quando devo fazer um relatório de experimento e Quem deve fazer o relatório?
Apos a realização de cada experimento, fora do horário de aula. Cada relatório devera
ser feito exatamente pelo grupo de 3 estudantes que participou do experimento. Os
relatórios não são individuais, são coletivos, feitos por cada grupo.
2. Qual o prazo para construção do relatório e quando entregar?
Os relatórios devem ser entregues na data do experimento seguinte, com excepção do
último relatório que terá uma data específica. Em geral os grupos terão um prazo de 2
semanas para entregar os relatórios prontos, com excepção de quando houver algum
feriado ou algum evento e, nestes casos, os prazos poderão ser estendidos por mais uma
semana.
3. Como eu devo fazer o relatório?
Todos os relatórios devem ser construídos em seu corpo seguindo os seguintes pontos:
Texto: Times New ou Areal, 12 pt., espaçamento de 1,5 e alinhamento justificado para
texto e equações, e centralizado para figuras e tabelas;
Digitação ou escrita: O relatório deve ser obrigatoriamente digitado, com excepção do
memorial de cálculos, equações e análise de dados
Pagina: Margens de 2 cm, numeração em todas as páginas exceto capam.
4. Como calcular os desvios, a propagação de erros e incertezas?
Como regra geral, devem seguir a seguinte condição, explicada com detalhes no guia do
laboratório de física:
Medição única: apresentar valor medido e a incerteza do instrumento.
Varias medidas: apresentar valor medio e o desvio padrão amostra.
Series de várias medidas: apresentar valor medio e o desvio padrão da média
Quando se fazem a medição directa de qualquer grandeza, a medida que se obtém vem
afectada de erros, que podem ser de dois tipos:
1 Sistemáticos (devidos a imperfeições do aparelho de medida)
2 Acidentais (devidos a circunstâncias impossíveis de controlar).
Qualquer medida tem uma incerteza associada, o que se traduz na forma como os
resultados de uma medição devem ser apresentados:
Medida = [valor numérico] ± [incerteza] [unidade].
O valor da medida é estimado através do valor medido no caso de se dispor de uma só
medição e através da média
𝟏
𝒙 = & 𝒙 (𝒊. 𝟏)
𝒏
𝒊
No caso de se dispor de n medições. A incerteza ¶e estimada através da incerteza de
leitura para uma medição, através do desvio padrão da média,
∑𝒊(𝒙𝒊 − 𝒙)𝟐
𝒔𝒎 = -
𝒏(𝒏 − 𝟏)
(𝒊. 𝟐)
Faculdade de ciênciase tecnologias
Relatório de prática laboratorial de Física
Tema da prática
Grupo e integrantes
Nome do Professor
dd/mm/aaaa
Quando se tem mais que 10 medições, e nos restantes casos através do máximo desvio
em relação a média,
∆𝒙 = 𝒎𝒂𝒙|𝒙𝒊 − 𝒙| (𝒊. 𝟑)
Existem grandezas físicas, chamadas derivadas por oposição ás fundamentais, que se
calculam mediante os valores de outras grandezas. Como é óbvio, se as grandezas
usadas no cálculo resultam de medidas afectadas de uma incerteza, então as grandezas
calculadas virão também afectadas de alguma incerteza. Esta incerteza é calculada
mediante fórmulas adequadas de propagação de erros ou incertezas.
Se considerarmos a grandeza fisica derivada, Y, que é calculada através de uma fórmula
𝑌 = 𝑓(𝑎, 𝑏, 𝑐) a partir das grandezas fundamentais a, b e c, cada uma das quais é
medida com um erro ou incerteza estimada, ∆a, ∆b e ∆c, então o erro na grandeza Y é
dado por:
∆𝒀 = =
𝝏𝒇(𝒂,𝒃,𝒄)
= ∆a+ =
𝝏𝒇(𝒂,𝒃,𝒄)
= ∆b +=
𝝏𝒇(𝒂,𝒃,𝒄)
= ∆c (i.4)
𝝏𝒂 𝝏𝒃 𝝏𝒄
5.Formato do Relatório do laboratório de Física
A cultura científica deve premiar todos os níveis de educação e de ensino da ciência,
com o seu método experimental é uma alternativa eficaz para os estudantes aprenderem,
além de conceitos, habilidades para resolver problemas compatíveis com aqueles
enfrentados pelos cientistas. O formato apresentado abaixo, com base no esboço de uma
publicação científica, é relevante para o desenvolvimento de competências no trabalho
de pesquisa. Cada uma das partes do modelo de relatório laboratorial é amplamente
especificada, de modo que o estudante que segue a estrutura desenvolve competências
de escrita que lhe permitem escrever de forma simples, mas rigorosa, seus relatórios de
laboratório, além de aumentar suas habilidades de observação., análise, síntese e gestão
eficaz da informação.
Abaixo está um modelo das partes que um relatório do laboratório de física deve conter.
Capa
1. Introdução
2. Objetivos
3. Referencial teórico
4. Materiais
5. Procedimento
6. Resultados
6.1.tabela de dados obtidos e processados
6.2.gráfico
6.3. Solução para perguntas no guia
6.4.analise de erros
7. Aplicações
8. Conclusões
9. Bibliografia e / ou webgrafia
1. - Introdução
1. Introdução
2. Objetivos
2.1.
2.2.
2.3.
- Tabela de conteúdo
2.- objetivos.
3. Referencial teórico aqui você deve dar uma solução para as perguntas feitas no guia
laboratório, deve ser suportado com figuras, tabelas, gráficos e equações necessário para
poder desenvolver o relatório do laboratório.
o quadro teórico pode ter 1, 2, 3 ou mais folhas.
4. Materiais aqui você deve listar os materiais utilizados na prática, anexando uma
imagem (foto), definição e usos dos mesmos.
exemplo: paquímetro calibrador vernier
instrumento de medição usado para medir diâmetros internos, diâmetros externos e
profundidades.
Siga a lista de materiais, fotos e explicações.
6. Resultados. Aqui você deve colocar:
6.1. Tabelas de dados obtidos e processados.
Listar as tabelas em ordem (fazer pacote de tabelas)
6.2. Gráficos apresentem aqui os gráficos obtidos (faça o pacote gráfico).
6.3. Solução para questões do guia.
Apresente aqui a solução para as perguntas feitas no guia.
Processo: transcreva a questão e, em seguida, escreva a solução.
6.4. Análise de erros. Liste aqui as possíveis causas de erro que alteraram os resultados
do experimento
6. - Resultados
3. - Referencial teórico
4. - Materiais
5. - Procedimento.
5. Procedimento aqui o estudante deve escrever ou listar os passos seguidos para a
realização da prática. Coloque uma imagem - figura da montagem experimental
indicando os materiais presente. Não deve incluir tabela de dados ou perguntas.
7. Aplicações apresentar aqui as soluções para as questões ou problemas de aplicação
formulados no guia.
Processo: transcreva a questão ou problema e, em seguida, apresente a solução
9. - Bibliografia.
7. - Aplicações
8. - Conclusões.
6. Quais os critérios de correção e nota?
Nota 20,0 para os relatórios corretos, bem apresentados, organizados, com medidas,
equações e desvios bem calculados, além de uma conclusão interpretativa e honesta. A
cada duas repetições dos erros abaixo serão descontados os seguintes pontos:
Apresentação errada das medidas/valores: -0,5; Erro na incerteza do instrumento: -0,5;
Erro na conversão de unidades: -0,5; Falta de unidade de medida: -0,5; Erro nos
algarismos significativos: -0,5; Desvio não calculado: -1,0;
Desvio calculado incorretamente: -0,5; Falta de organização/padronização: -1,0
Considerações finais incoerentes: -0,5; Falta de algum item obrigatório: -1,0
Erro de notação científica (escala): -0,5; Medida calculada errada: -1,0; Não perceção de
dado absurdo: -0,5
A- Objectivos
• Medir grandezas físicas, utilizando os instrumentos adequados. Régua, paquímetro,
craveira, palmer, Micrômetro Balança, cronómetro, proveta graduada, objectos de
diferentes materiais e formas geométricas.
• Apresentar correctamente os resultados das medições, ao nível da utilização de
algarismos significativos e aplicação de regras da teoria dos erros.
B- Introdução
A compreensão de fenómenos físicos requer, muitas vezes, o conhecimento quantitativo
de parâmetros. Por este motivo, há necessidade de fazer medições. Grandezas físicas
como comprimento, massa, tempo..., definem-se pelo estabelecimento de padrões e pela
atribuição de unidades, metro, quilograma, segundo... Estabelecido o padrão, devem ser
criados métodos para que qualquer quantidade dessa grandeza, tenha ela a dimensão que
tiver, possa ser expressa em termos desse padrão. Seja o raio de um átomo, o
comprimento de uma mesa ou a distância da Terra ao Sol, essas medidas devem ser
expressas em termos do mesmo padrão, o metro. É evidente que nem todas as
comparações com o padrão podem ser efectuadas directamente. Medir o raio de um
átomo ou da distância Terra-Sol não pode ser feito com uma régua, terão de ser
efectuadas por métodos indirectos, onde se aplicam relações matemáticas. Estas
8. Conclusões. Escreva aqui as conclusões obtidas a partir da realização da prática e os
resultados obtidos nele (tabelas, gráficos, equações, ...)
Exemplo: se são três objetivos são propostos na prática, escreva três conclusões.
medições chamam-se medições indirectas. O número de grandezas físicas diferentes é
enorme, no entanto, muitas delas podem ser definidas a partir de um número reduzido
de outras grandezas, as fundamentais. Para que existam padrões comuns de grandezas
físicas fundamentais foram criados sistemas de unidades, dos quais salientamos o
Sistema Internacional de unidades SI, por ser o mais conhecido e utilizado.
Paquímetro, palmer ou craveira
O paquímetro é um instrumento de precisão utilizado para medir as dimensões lineares
internas, externas e de profundidade de um objeto. Trata-se de uma régua principal sob
a qual está montada uma segunda haste que pode deslizar sob a régua. A régua é
graduada em polegadas e em milímetros. A haste deslizante possui uma pequena escala,
denominada vernier que permite fazer uma medida com precisão de 1/10 a 1/50 de
milímetro. Um desenho esquemático do paquímetro está mostrado na Figura i.1.
Figura i.1 - Elementos do paquímetro. 1: orelha fixa, 2: orelha móvel, 3: vernier
(polegada), 4: parafuso de trava, 5: cursor, 6: escala fixa em polegadas, 7: bico fixo, 8:
encosto fixo, 9: encosto móvel, 10: bico móvel, 11: vernier (milímetro), 12: impulsor,
13: escala fixa em milímetros, 14: haste de profundidade.
A resolução do paquímetro é definida pela divisão do vernier. Devido ao número de
divisões deste, a resolução é obtida ao dividir o valor do menor traço gravado na escala
principal (geralmente 1 mm ou 1/16”) pelo número de traços gravados no vernier. Então
temos:
• Para paquímetros em que o menor traço na escala principal é 1 mm e o vernier está
dividido em 20 traços, a resolução deste paquímetro será:
Resolução = 1/20 = 0,05 mm
• Igualmente, se o menor traço na escala principal é 1 mm e o vernier está dividido em
50 traços, a resolução deste paquímetro será:
Resolução = 1/50 = 0,02 mm
É utilizado em medições internas, externas, de ressaltos e de profundidade como
exemplificado na Figura i.2.
Fig. i. 2 – Paquímetro: medição interna, externa, de ressalto e de profundidade.
Para efetuarmos uma medida utilizando um paquímetro precisamos avaliar duas
quantidades:
(a) A leitura da escala principal correspondente ao traço imediatamente inferior ao zero
do vernier.
(b) Adicionar a distância entre o traço zero do vernier e a leitura realizada na escala
principal. Essa distância é obtida pela verificação de qual traço no vernier coincide
melhor com um traço qualquer na escala principal.
(c) Um exemplo de leitura em um paquímetro é mostrado na Figura i.3. O zero do
vernier está logo após a marca de 5,0 mm da escala principal. Além disso, a 4ª marca do
vernier coincide com uma marca qualquer da escala principal (não importa qual). Como
esse é um vernier de precisão d = 0,05 mm, temos que a 4ª marca do vernier equivale a
0,40 mm.
Fig. i. 3 – Realização de uma leitura de uma medida em um paquímetro.
Micrômetro ou palmer
O micrômetro ou palmer é um instrumento mecânico que permite medidas precisas de
pequenos comprimentos ou espessuras. A fig. i.4 mostra um micrômetro típico,
consistindo de um parafuso axial com rosca calibrada.
Fig. i.4 - micrómetro ou palmer.
A forma de medida é sempre externa à peça e o limite está determinado pelo máximo
afastamento das superfícies, usualmente 25 mm. O instrumento deve ser segurado pela
parte coberta pelo isolante térmico, para evitar eventuais distorções de medida, causadas
pela dilatação térmica das partes metálicas em contato com a mão. As superfícies de
medida devem fazer contato com as superfícies da peça, avançando suavemente o
parafuso usando a catraca.
O micrômetro possui uma escala principal fixa, com precisão de 0,5 mm e uma escala
rotatória no tambor com 50 divisões. Uma volta completa do tambor equivale a um
avanço de 0,5 mm na escala principal. Logo, a precisão é
0,5 mm / 50 divisões = 0,01 mm.
Fig,i.5 mostra o detalhe de uma leitura sobre a escala do micrômetro. Até a borda do
tambor, a última divisão, claramente visível na escala principal, é 21,00 mm. A fração
restante é medida sobre a escala do tambor. A coincidência da linha horizontal ocorre
aproximadamente na divisão
30, representando um comprimento de 30 divisões □ 0,01 mm = 0,30 mm.
Portanto, a leitura é 21,00 mm + 0,30 mm = 21,30 mm.
Fig. i.5 - Detalhe da leitura do micrômetro, para um tambor de 50 divisões (precisão
0,01 mm).
ii. Multímetro
É um aparelho destinado a medir e avaliar grandezas elétricas. Os mais simples medem
resistência, corrente e tensão. Outros mais sofisticados podem medir tensão (volts),
corrente, (amperes), resistência (ohms), capacitância (farads), frequencia (hertz) e
temperatura. Este aparelho tem ampla utilização entre os técnicos em eletrônica e
eletrotécnica, pois são os instrumentos mais usados na pesquisa de defeitos em
aparelhos eletroeletrônicos devido a sua simplicidade de uso e, normalmente,
portabilidade. Em Segurança do Trabalho, é usado, em geral, na indústria para medidas
de aferição de circuitos e instalações.
Fig. (i-6) Multímetro com suas principais funções.
Fig.i.7. Multímetro – Função Amperímetro
Um amperímetro funciona baseado na indução magnética que a passagem de corrente
ocasiona sobre determinado sensor, denominado galvanômetro.
Em amperímetros analógicos o galvanômetro pode ser implementado como uma bobina
sob a influência de um imã permanente. Deixando a bobina livre para girar em torno de
um eixo, pode-se determinar a corrente que o atravessa, pela deflexão angular que ela
sofre. Em amperímetros digitais, o galvanômetro é um circuito eletrônico que compara
o valor de corrente medido com um valor de corrente pré-determinado gerado pelo
próprio aparelho.
A Fig. I.8: (a) Configuração básica de um amperímetro. (b) Para medir a corrente em
um resistor R, um amperímetro A é colocado em série com o resistor. A resistência RA
tem como função desviar a corrente que passa pelo galvanômetro. Isto porque os
galvanômetros têm um limite de corrente máxima que quando ultrapassado os
danificam e os tornam inutilizáveis. Desta maneira, para se medir valores de correntes
cada vez mais elevadas o valor de RA deve ser cada vez mais baixo. Ou seja, quanto
menor a escala do amperímetro menor será o valor da resistência RA, pois maior
parcela da corrente poderá atravessar o galvanômetro. Com princípio de funcionamento
em mente, para medir a corrente em um resistor em um circuito simples, você coloca
um amperímetro em série com o resistor (se colocado em paralelo introduzirá um curto-
circuito), para que a corrente seja a mesma no amperímetro e no resistor.
Ii.2. Multímetro – Função Voltímetro
A configuração básica de um voltímetro é mostrada na Figura i-9(a). Sabendo-se a
resistência equivalente desse circuito pode-se determinar qual é o valor da queda de
tensão no mesmo. Quanto maior a tensão a ser medida maior será o valor de RV. A
diferença de potencial em um resistor é medida colocando-se um voltímetro no resistor,
em paralelo com ele, como mostrado na Figura i-6(b), para que a queda de potencial
seja a mesma no voltímetro e no resistor. O voltímetro reduz a resistência entre os
pontos a e b, aumentando, assim, a corrente total no circuito e variando a queda de
potencial no resistor. O voltímetro deve ter uma resistência extremamente elevada para
que seu efeito na corrente do circuito seja desprezível.
Fig. i-9: (a) Configuração básica de um voltímetro. (b) Para medir a queda de potencial
em um resistor, um voltímetro V é colocado em paralelo com o resistor.
Cuidados na medição de corrente e tensão atenção: leia acima como inserir o
amperímetro e o voltímetro no circuito. A escala de medição de tensão ou corrente do
multímetro não deve ser menor do que a grandeza a ser medida, pois isso acarretará em
danos ao galvanômetro do aparelho. Assim, deve-se começar a medição com a seleção
da maior escala de leitura possível e diminuí-la à medida que o valor medido assim o
permitir. Não gire a chave seletora de faixas do multímetro quando o mesmo estiver
conectado ao circuito, entre medidas sempre desligue a alimentação e o desconecte.
Ii.3. Multímetro – Função Ohmímetro.
O princípio de funcionamento de um ohmímetro é mostrado na Figura i-6(a). A
resistência elétrica do elemento resistivo é determinada a partir da lei de ohm. Quanto
maior a escala de resistência, maior é a tensão ei.
Para se efetuar medida com o ohmímetro, deve-se desconectar o elemento que se quer
medir do restante do circuito, como mostra a Fig. i-10 (b). Caso isto não seja feito, a
resistência medida pode ser o resultado de uma associação de resistores e não do resistor
que se deseja medir.
Fig. i.10: (a) Princípio de funcionamento do ohmímetro. (b) Para medir a resistência de
um, resistor deve-se desconectá-lo do circuito em questão.
Em ohmímetros analógicos, uma escala pode ser determinada conforme se segue. Se um
curto-circuito for atribuído aos terminais do ohmímetro, a resistência Ri é escolhida de
maneira que Rab= 0W, situação de corrente máxima, para ajuste do zero da escala. Isto
se consegue juntando-se as pontas de provas e colocando o controlo W ADJ até que o
ponteiro fique exatamente sobre o zero da extrema direita. Se os terminais estiverem em
circuito aberto, implicará que Rab= ¥, e a corrente é nula. Representando estes valores
extremos de resistência em uma escala, percebesse que a mesma é inversa. Após o
ajuste de zero da escala, colocam-se as pontas de provas aos terminais de um resistor o
valor da resistência R é lido diretamente na escala, como por exemplo: para se fazer a
leitura no multímetro analógico deve-se sempre buscar o fundo de escala que é
igual: 𝐅𝐮𝐧𝐝𝐨 𝐝𝐞 𝐞𝐬𝐜𝐚𝐥𝐚 = 𝐞𝐬𝐜𝐚𝐥𝐚 𝐞𝐱𝐭𝐞𝐫𝐧𝐚
𝐞𝐬𝐜𝐚𝐥𝐚 𝐢𝐧𝐭𝐞𝐫𝐧𝐚
× 𝐨 𝐧º 𝐝𝐞 𝐥𝐞𝐢𝐭𝐮𝐫𝐚
Cuidados na medição de resistências Atenção:
a) Um ohmímetro nunca deve ser usado para a medição de resistências onde existe
tensão, ou seja, no caso de medir resistências que fazem parte de um circuito este deve
ser desligado e descarregado.
b) O ohmímetro tem uma fonte de tensão nele incorporado, portanto, é necessário
certificar-se que esta tensão não danifica o objeto que está sendo medido;
c) Deve-se realizar o ajuste do zero do ohmímetro analógico;
d) Não se deve tocar com as mãos os terminais do componente para não colocar em
derivação a resistência do próprio corpo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Sebenta elaborada com base na documentação que acompanha o conjunto do
material da PHYWE (www.phywe.com)
D. Halliday,R.Resnick e J.Walker; Fundamentos de Física; Vol.3; Ed. LTC
FITZGERALD, Arthur E.; KINGSLEY, Charles; UMANS, Stephen D., Máquinas
eléctricas. 6.ed. PORTO ALEGRE: Bookman, c2006. 648p.
“Física”, Paul Tipler, LTC - Livros Técnicos e Científicos S.A., Rio de Janeiro, 2000.

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  • 1. Criada pelo Decreto N.º 44-A/01do Conselhode Ministros, em06 de Julho de 2001 FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS CURSOS DE ENGENHARIAS 1ºANO GUIA DE UTILIZAÇÃO DO LABORATÓRIO DE FÍSICA O DOCENTE ENG. JoséCarlos Tiago LUANDA/ANGOLA 2021
  • 2. “A sabedoria não está emnão falharou não sofrer, mas usarnossas falhas pra amadurecere nossos sofrimento spara compreendera dordosoutros”. “Augusto Cury.” Apresentação Esta guia é destinada para estudantes dos laboratórios dos Cursos de Física geral para estudantes da faculdade de ciências e tecnologia. Ela foi elaborada para que o estudante menos preparado possa, ao lê-la, assimilar o conteúdo das matérias e, consequentemente, provocar o interesse pelo curso. Nela estão incluídos os protocolos com uma breve descrição teórica dos experimentos a serem desenvolvidos durante o curso, tabelas para os dados, preenchimento de medidas e cálculos, além de uma introdução à Teoria dos Erros, na qual são apresentados conceitos básicos e essenciais desta teoria. Esta guia tem como objetivo ensinar aos estudantes a práctica e os métodos de medidas directas e indirectas, dando-lhes segurança no que devem entender por medir grandezas físicas. Para total compreensão do experimento realizado é de suma importância que o estudante recorra à bibliografia relacionada. 1.Sugestões para uma correcta utilização dos laboratórios A parte laboratorial do curso de Física destina-se a fornecer uma base experimental a alguns Princípios estudados na parte teórica e proporcionar um primeiro conhecimento dos princípios físicos e dos métodos experimentais através do manuseamento de aparelhos concebidos para demonstrar o significado e as aplicações desses princípios. 2.Os objetivos do curso são:  Adquirir practica dos métodos científicos de observação.  Adquirir técnicas de manuseamento e ajuste dos vários equipamentos.  Familiarizar-se com as limitações dos aparelhos e com a determinação e cálculo dos erros ou incertezas nas medidas.  Aprender a tirar dados e a desenvolver confiança na sua capacidade de obter respostas significativas e determinar relações válidas.  Tornar-se experiente na representação gráfica de dados. Neste curso será dada ênfase especial ao desenvolvimento de técnicas e atitudes científicas e á perícia na execução de experiencias. A precisão dos resultados, embora importante, não será de momento o mais importante. Para que estes fins sejam alcançados torna-se necessário cumprir determinadas 3.regras. 1 Antes de vir para o laboratório 1. Os trabalhos que cada grupo realiza numa determinada semana serão previamente afixados no horário do laboratório. 2. O princípio fundamental para a realização de um trabalho experimental é o prefeito conhecimento do objetivo pretendido. Exige-se portanto uma prévia preparação
  • 3. dos trabalhos, através da leitura dos protocolos. Estes podem ser adquiridos na reprografia. Lembre-se que o seu conhecimento relativo a cada trabalho será avaliado. 2 No laboratório 1. E obrigatória a existência de pelo menos um guia de experiencia (protocolo) por grupo durante as aulas practicas. 2. A utilização de batas no laboratório é obrigatória. 3. Todo o equipamento e aparelhos de medida requerem um manuseamento cuidadoso. Antes do inicio da experiencia propriamente dita, é essencial adestrar-se na instalação e manipulação da aparelhagem. Relate a falta de qualquer peça de equipamento ou o seu mau funcionamento. Durante a experiencia deve assegurar-se do seu bom funcionamento bem como zelar pela sua conservação. 4. Quando fizer o trabalho, as leituras devem ser registadas numa tabela, o que torna mais fáceis e rápidos quaisquer cálculos que se pretendam efetuar sobre estes valores. É conveniente estimar desde logo a ordem de grandeza do resultado. Para isso, deve utilizar-se a calculadora. Se aparecerem valores nitidamente afastados da média ou do que seria de esperar, devem repetir-se as medições correspondentes. 5. Os estudantes devem chegar no horário da aula. O professor poderá dar uma tolerância de, no máximo, 10 minutos de atraso; 6. Os estudantes devem realizar todos os experimentos e responder todas as questões (para perguntas de entrada) no mesmo horário da aula; 7. Os grupos formados serão sempre os mesmos até o fim da disciplina; 8. Faltas serão rigorosamente determinantes. Se faltar à aula prática, poderá faze-lo se o estudante estiver preparado e a práctica estiver vazia (sem Niguem). 3 Quando terminar a experiência 1. Ao terminar a experiência, deixe o material como o encontrou. O trabalho de laboratório não será aprovado se não for deixado em perfeitas condições e arrumado. 2. As fichas de experiências devem ser preenchidas na medida do possível nas aulas. Poderá assim contar com a ajuda do assistente na resolução de todos os problemas que podem surgir. I. Introdução Esta guia contem os protocolos das experiencias que serão desenvolvidas no decorrer dos semestres. Cada roteiro e formado por uma parte introdutória, que aborda de maneira sucinta as leis físicas e os conceitos que serão usados no experimento, procedimento experimental e folhas de respostas. Os cálculos e resultados obtidos referentes as experiencias restantes, serão elaborados em grupo e apresentados na forma de relatórios. Recomenda-se que o aluno leia cada roteiro antes das aulas de laboratório e que não se esqueça de trazer a sebenta, sem a qual não conseguira realizar a experiencia. No final do semestre, haverá uma prova sobre os experimentos realizados durante as aulas de laboratório (para turmas exclusivas de laboratório).
  • 4. 𝒊 II. Instruções sobre relatórios 1. Quando devo fazer um relatório de experimento e Quem deve fazer o relatório? Apos a realização de cada experimento, fora do horário de aula. Cada relatório devera ser feito exatamente pelo grupo de 3 estudantes que participou do experimento. Os relatórios não são individuais, são coletivos, feitos por cada grupo. 2. Qual o prazo para construção do relatório e quando entregar? Os relatórios devem ser entregues na data do experimento seguinte, com excepção do último relatório que terá uma data específica. Em geral os grupos terão um prazo de 2 semanas para entregar os relatórios prontos, com excepção de quando houver algum feriado ou algum evento e, nestes casos, os prazos poderão ser estendidos por mais uma semana. 3. Como eu devo fazer o relatório? Todos os relatórios devem ser construídos em seu corpo seguindo os seguintes pontos: Texto: Times New ou Areal, 12 pt., espaçamento de 1,5 e alinhamento justificado para texto e equações, e centralizado para figuras e tabelas; Digitação ou escrita: O relatório deve ser obrigatoriamente digitado, com excepção do memorial de cálculos, equações e análise de dados Pagina: Margens de 2 cm, numeração em todas as páginas exceto capam. 4. Como calcular os desvios, a propagação de erros e incertezas? Como regra geral, devem seguir a seguinte condição, explicada com detalhes no guia do laboratório de física: Medição única: apresentar valor medido e a incerteza do instrumento. Varias medidas: apresentar valor medio e o desvio padrão amostra. Series de várias medidas: apresentar valor medio e o desvio padrão da média Quando se fazem a medição directa de qualquer grandeza, a medida que se obtém vem afectada de erros, que podem ser de dois tipos: 1 Sistemáticos (devidos a imperfeições do aparelho de medida) 2 Acidentais (devidos a circunstâncias impossíveis de controlar). Qualquer medida tem uma incerteza associada, o que se traduz na forma como os resultados de uma medição devem ser apresentados: Medida = [valor numérico] ± [incerteza] [unidade]. O valor da medida é estimado através do valor medido no caso de se dispor de uma só medição e através da média 𝟏 𝒙 = & 𝒙 (𝒊. 𝟏) 𝒏 𝒊 No caso de se dispor de n medições. A incerteza ¶e estimada através da incerteza de leitura para uma medição, através do desvio padrão da média, ∑𝒊(𝒙𝒊 − 𝒙)𝟐 𝒔𝒎 = - 𝒏(𝒏 − 𝟏) (𝒊. 𝟐)
  • 5. Faculdade de ciênciase tecnologias Relatório de prática laboratorial de Física Tema da prática Grupo e integrantes Nome do Professor dd/mm/aaaa Quando se tem mais que 10 medições, e nos restantes casos através do máximo desvio em relação a média, ∆𝒙 = 𝒎𝒂𝒙|𝒙𝒊 − 𝒙| (𝒊. 𝟑) Existem grandezas físicas, chamadas derivadas por oposição ás fundamentais, que se calculam mediante os valores de outras grandezas. Como é óbvio, se as grandezas usadas no cálculo resultam de medidas afectadas de uma incerteza, então as grandezas calculadas virão também afectadas de alguma incerteza. Esta incerteza é calculada mediante fórmulas adequadas de propagação de erros ou incertezas. Se considerarmos a grandeza fisica derivada, Y, que é calculada através de uma fórmula 𝑌 = 𝑓(𝑎, 𝑏, 𝑐) a partir das grandezas fundamentais a, b e c, cada uma das quais é medida com um erro ou incerteza estimada, ∆a, ∆b e ∆c, então o erro na grandeza Y é dado por: ∆𝒀 = = 𝝏𝒇(𝒂,𝒃,𝒄) = ∆a+ = 𝝏𝒇(𝒂,𝒃,𝒄) = ∆b += 𝝏𝒇(𝒂,𝒃,𝒄) = ∆c (i.4) 𝝏𝒂 𝝏𝒃 𝝏𝒄 5.Formato do Relatório do laboratório de Física A cultura científica deve premiar todos os níveis de educação e de ensino da ciência, com o seu método experimental é uma alternativa eficaz para os estudantes aprenderem, além de conceitos, habilidades para resolver problemas compatíveis com aqueles enfrentados pelos cientistas. O formato apresentado abaixo, com base no esboço de uma publicação científica, é relevante para o desenvolvimento de competências no trabalho de pesquisa. Cada uma das partes do modelo de relatório laboratorial é amplamente especificada, de modo que o estudante que segue a estrutura desenvolve competências de escrita que lhe permitem escrever de forma simples, mas rigorosa, seus relatórios de laboratório, além de aumentar suas habilidades de observação., análise, síntese e gestão eficaz da informação. Abaixo está um modelo das partes que um relatório do laboratório de física deve conter. Capa
  • 6. 1. Introdução 2. Objetivos 3. Referencial teórico 4. Materiais 5. Procedimento 6. Resultados 6.1.tabela de dados obtidos e processados 6.2.gráfico 6.3. Solução para perguntas no guia 6.4.analise de erros 7. Aplicações 8. Conclusões 9. Bibliografia e / ou webgrafia 1. - Introdução 1. Introdução 2. Objetivos 2.1. 2.2. 2.3. - Tabela de conteúdo 2.- objetivos.
  • 7. 3. Referencial teórico aqui você deve dar uma solução para as perguntas feitas no guia laboratório, deve ser suportado com figuras, tabelas, gráficos e equações necessário para poder desenvolver o relatório do laboratório. o quadro teórico pode ter 1, 2, 3 ou mais folhas. 4. Materiais aqui você deve listar os materiais utilizados na prática, anexando uma imagem (foto), definição e usos dos mesmos. exemplo: paquímetro calibrador vernier instrumento de medição usado para medir diâmetros internos, diâmetros externos e profundidades. Siga a lista de materiais, fotos e explicações. 6. Resultados. Aqui você deve colocar: 6.1. Tabelas de dados obtidos e processados. Listar as tabelas em ordem (fazer pacote de tabelas) 6.2. Gráficos apresentem aqui os gráficos obtidos (faça o pacote gráfico). 6.3. Solução para questões do guia. Apresente aqui a solução para as perguntas feitas no guia. Processo: transcreva a questão e, em seguida, escreva a solução. 6.4. Análise de erros. Liste aqui as possíveis causas de erro que alteraram os resultados do experimento 6. - Resultados 3. - Referencial teórico 4. - Materiais 5. - Procedimento. 5. Procedimento aqui o estudante deve escrever ou listar os passos seguidos para a realização da prática. Coloque uma imagem - figura da montagem experimental indicando os materiais presente. Não deve incluir tabela de dados ou perguntas.
  • 8. 7. Aplicações apresentar aqui as soluções para as questões ou problemas de aplicação formulados no guia. Processo: transcreva a questão ou problema e, em seguida, apresente a solução 9. - Bibliografia. 7. - Aplicações 8. - Conclusões. 6. Quais os critérios de correção e nota? Nota 20,0 para os relatórios corretos, bem apresentados, organizados, com medidas, equações e desvios bem calculados, além de uma conclusão interpretativa e honesta. A cada duas repetições dos erros abaixo serão descontados os seguintes pontos: Apresentação errada das medidas/valores: -0,5; Erro na incerteza do instrumento: -0,5; Erro na conversão de unidades: -0,5; Falta de unidade de medida: -0,5; Erro nos algarismos significativos: -0,5; Desvio não calculado: -1,0; Desvio calculado incorretamente: -0,5; Falta de organização/padronização: -1,0 Considerações finais incoerentes: -0,5; Falta de algum item obrigatório: -1,0 Erro de notação científica (escala): -0,5; Medida calculada errada: -1,0; Não perceção de dado absurdo: -0,5 A- Objectivos • Medir grandezas físicas, utilizando os instrumentos adequados. Régua, paquímetro, craveira, palmer, Micrômetro Balança, cronómetro, proveta graduada, objectos de diferentes materiais e formas geométricas. • Apresentar correctamente os resultados das medições, ao nível da utilização de algarismos significativos e aplicação de regras da teoria dos erros. B- Introdução A compreensão de fenómenos físicos requer, muitas vezes, o conhecimento quantitativo de parâmetros. Por este motivo, há necessidade de fazer medições. Grandezas físicas como comprimento, massa, tempo..., definem-se pelo estabelecimento de padrões e pela atribuição de unidades, metro, quilograma, segundo... Estabelecido o padrão, devem ser criados métodos para que qualquer quantidade dessa grandeza, tenha ela a dimensão que tiver, possa ser expressa em termos desse padrão. Seja o raio de um átomo, o comprimento de uma mesa ou a distância da Terra ao Sol, essas medidas devem ser expressas em termos do mesmo padrão, o metro. É evidente que nem todas as comparações com o padrão podem ser efectuadas directamente. Medir o raio de um átomo ou da distância Terra-Sol não pode ser feito com uma régua, terão de ser efectuadas por métodos indirectos, onde se aplicam relações matemáticas. Estas 8. Conclusões. Escreva aqui as conclusões obtidas a partir da realização da prática e os resultados obtidos nele (tabelas, gráficos, equações, ...) Exemplo: se são três objetivos são propostos na prática, escreva três conclusões.
  • 9. medições chamam-se medições indirectas. O número de grandezas físicas diferentes é enorme, no entanto, muitas delas podem ser definidas a partir de um número reduzido de outras grandezas, as fundamentais. Para que existam padrões comuns de grandezas físicas fundamentais foram criados sistemas de unidades, dos quais salientamos o Sistema Internacional de unidades SI, por ser o mais conhecido e utilizado. Paquímetro, palmer ou craveira O paquímetro é um instrumento de precisão utilizado para medir as dimensões lineares internas, externas e de profundidade de um objeto. Trata-se de uma régua principal sob a qual está montada uma segunda haste que pode deslizar sob a régua. A régua é graduada em polegadas e em milímetros. A haste deslizante possui uma pequena escala, denominada vernier que permite fazer uma medida com precisão de 1/10 a 1/50 de milímetro. Um desenho esquemático do paquímetro está mostrado na Figura i.1. Figura i.1 - Elementos do paquímetro. 1: orelha fixa, 2: orelha móvel, 3: vernier (polegada), 4: parafuso de trava, 5: cursor, 6: escala fixa em polegadas, 7: bico fixo, 8: encosto fixo, 9: encosto móvel, 10: bico móvel, 11: vernier (milímetro), 12: impulsor, 13: escala fixa em milímetros, 14: haste de profundidade. A resolução do paquímetro é definida pela divisão do vernier. Devido ao número de divisões deste, a resolução é obtida ao dividir o valor do menor traço gravado na escala principal (geralmente 1 mm ou 1/16”) pelo número de traços gravados no vernier. Então temos: • Para paquímetros em que o menor traço na escala principal é 1 mm e o vernier está dividido em 20 traços, a resolução deste paquímetro será: Resolução = 1/20 = 0,05 mm • Igualmente, se o menor traço na escala principal é 1 mm e o vernier está dividido em 50 traços, a resolução deste paquímetro será: Resolução = 1/50 = 0,02 mm É utilizado em medições internas, externas, de ressaltos e de profundidade como exemplificado na Figura i.2.
  • 10. Fig. i. 2 – Paquímetro: medição interna, externa, de ressalto e de profundidade. Para efetuarmos uma medida utilizando um paquímetro precisamos avaliar duas quantidades: (a) A leitura da escala principal correspondente ao traço imediatamente inferior ao zero do vernier. (b) Adicionar a distância entre o traço zero do vernier e a leitura realizada na escala principal. Essa distância é obtida pela verificação de qual traço no vernier coincide melhor com um traço qualquer na escala principal. (c) Um exemplo de leitura em um paquímetro é mostrado na Figura i.3. O zero do vernier está logo após a marca de 5,0 mm da escala principal. Além disso, a 4ª marca do vernier coincide com uma marca qualquer da escala principal (não importa qual). Como esse é um vernier de precisão d = 0,05 mm, temos que a 4ª marca do vernier equivale a 0,40 mm. Fig. i. 3 – Realização de uma leitura de uma medida em um paquímetro. Micrômetro ou palmer O micrômetro ou palmer é um instrumento mecânico que permite medidas precisas de pequenos comprimentos ou espessuras. A fig. i.4 mostra um micrômetro típico, consistindo de um parafuso axial com rosca calibrada.
  • 11. Fig. i.4 - micrómetro ou palmer. A forma de medida é sempre externa à peça e o limite está determinado pelo máximo afastamento das superfícies, usualmente 25 mm. O instrumento deve ser segurado pela parte coberta pelo isolante térmico, para evitar eventuais distorções de medida, causadas pela dilatação térmica das partes metálicas em contato com a mão. As superfícies de medida devem fazer contato com as superfícies da peça, avançando suavemente o parafuso usando a catraca. O micrômetro possui uma escala principal fixa, com precisão de 0,5 mm e uma escala rotatória no tambor com 50 divisões. Uma volta completa do tambor equivale a um avanço de 0,5 mm na escala principal. Logo, a precisão é 0,5 mm / 50 divisões = 0,01 mm. Fig,i.5 mostra o detalhe de uma leitura sobre a escala do micrômetro. Até a borda do tambor, a última divisão, claramente visível na escala principal, é 21,00 mm. A fração restante é medida sobre a escala do tambor. A coincidência da linha horizontal ocorre aproximadamente na divisão 30, representando um comprimento de 30 divisões □ 0,01 mm = 0,30 mm. Portanto, a leitura é 21,00 mm + 0,30 mm = 21,30 mm. Fig. i.5 - Detalhe da leitura do micrômetro, para um tambor de 50 divisões (precisão 0,01 mm). ii. Multímetro
  • 12. É um aparelho destinado a medir e avaliar grandezas elétricas. Os mais simples medem resistência, corrente e tensão. Outros mais sofisticados podem medir tensão (volts), corrente, (amperes), resistência (ohms), capacitância (farads), frequencia (hertz) e temperatura. Este aparelho tem ampla utilização entre os técnicos em eletrônica e eletrotécnica, pois são os instrumentos mais usados na pesquisa de defeitos em aparelhos eletroeletrônicos devido a sua simplicidade de uso e, normalmente, portabilidade. Em Segurança do Trabalho, é usado, em geral, na indústria para medidas de aferição de circuitos e instalações. Fig. (i-6) Multímetro com suas principais funções. Fig.i.7. Multímetro – Função Amperímetro Um amperímetro funciona baseado na indução magnética que a passagem de corrente ocasiona sobre determinado sensor, denominado galvanômetro.
  • 13. Em amperímetros analógicos o galvanômetro pode ser implementado como uma bobina sob a influência de um imã permanente. Deixando a bobina livre para girar em torno de um eixo, pode-se determinar a corrente que o atravessa, pela deflexão angular que ela sofre. Em amperímetros digitais, o galvanômetro é um circuito eletrônico que compara o valor de corrente medido com um valor de corrente pré-determinado gerado pelo próprio aparelho. A Fig. I.8: (a) Configuração básica de um amperímetro. (b) Para medir a corrente em um resistor R, um amperímetro A é colocado em série com o resistor. A resistência RA tem como função desviar a corrente que passa pelo galvanômetro. Isto porque os galvanômetros têm um limite de corrente máxima que quando ultrapassado os danificam e os tornam inutilizáveis. Desta maneira, para se medir valores de correntes cada vez mais elevadas o valor de RA deve ser cada vez mais baixo. Ou seja, quanto menor a escala do amperímetro menor será o valor da resistência RA, pois maior parcela da corrente poderá atravessar o galvanômetro. Com princípio de funcionamento em mente, para medir a corrente em um resistor em um circuito simples, você coloca um amperímetro em série com o resistor (se colocado em paralelo introduzirá um curto- circuito), para que a corrente seja a mesma no amperímetro e no resistor. Ii.2. Multímetro – Função Voltímetro A configuração básica de um voltímetro é mostrada na Figura i-9(a). Sabendo-se a resistência equivalente desse circuito pode-se determinar qual é o valor da queda de tensão no mesmo. Quanto maior a tensão a ser medida maior será o valor de RV. A diferença de potencial em um resistor é medida colocando-se um voltímetro no resistor, em paralelo com ele, como mostrado na Figura i-6(b), para que a queda de potencial seja a mesma no voltímetro e no resistor. O voltímetro reduz a resistência entre os pontos a e b, aumentando, assim, a corrente total no circuito e variando a queda de potencial no resistor. O voltímetro deve ter uma resistência extremamente elevada para que seu efeito na corrente do circuito seja desprezível.
  • 14. Fig. i-9: (a) Configuração básica de um voltímetro. (b) Para medir a queda de potencial em um resistor, um voltímetro V é colocado em paralelo com o resistor. Cuidados na medição de corrente e tensão atenção: leia acima como inserir o amperímetro e o voltímetro no circuito. A escala de medição de tensão ou corrente do multímetro não deve ser menor do que a grandeza a ser medida, pois isso acarretará em danos ao galvanômetro do aparelho. Assim, deve-se começar a medição com a seleção da maior escala de leitura possível e diminuí-la à medida que o valor medido assim o permitir. Não gire a chave seletora de faixas do multímetro quando o mesmo estiver conectado ao circuito, entre medidas sempre desligue a alimentação e o desconecte. Ii.3. Multímetro – Função Ohmímetro. O princípio de funcionamento de um ohmímetro é mostrado na Figura i-6(a). A resistência elétrica do elemento resistivo é determinada a partir da lei de ohm. Quanto maior a escala de resistência, maior é a tensão ei. Para se efetuar medida com o ohmímetro, deve-se desconectar o elemento que se quer medir do restante do circuito, como mostra a Fig. i-10 (b). Caso isto não seja feito, a resistência medida pode ser o resultado de uma associação de resistores e não do resistor que se deseja medir. Fig. i.10: (a) Princípio de funcionamento do ohmímetro. (b) Para medir a resistência de um, resistor deve-se desconectá-lo do circuito em questão. Em ohmímetros analógicos, uma escala pode ser determinada conforme se segue. Se um curto-circuito for atribuído aos terminais do ohmímetro, a resistência Ri é escolhida de maneira que Rab= 0W, situação de corrente máxima, para ajuste do zero da escala. Isto se consegue juntando-se as pontas de provas e colocando o controlo W ADJ até que o ponteiro fique exatamente sobre o zero da extrema direita. Se os terminais estiverem em circuito aberto, implicará que Rab= ¥, e a corrente é nula. Representando estes valores extremos de resistência em uma escala, percebesse que a mesma é inversa. Após o
  • 15. ajuste de zero da escala, colocam-se as pontas de provas aos terminais de um resistor o valor da resistência R é lido diretamente na escala, como por exemplo: para se fazer a leitura no multímetro analógico deve-se sempre buscar o fundo de escala que é igual: 𝐅𝐮𝐧𝐝𝐨 𝐝𝐞 𝐞𝐬𝐜𝐚𝐥𝐚 = 𝐞𝐬𝐜𝐚𝐥𝐚 𝐞𝐱𝐭𝐞𝐫𝐧𝐚 𝐞𝐬𝐜𝐚𝐥𝐚 𝐢𝐧𝐭𝐞𝐫𝐧𝐚 × 𝐨 𝐧º 𝐝𝐞 𝐥𝐞𝐢𝐭𝐮𝐫𝐚 Cuidados na medição de resistências Atenção: a) Um ohmímetro nunca deve ser usado para a medição de resistências onde existe tensão, ou seja, no caso de medir resistências que fazem parte de um circuito este deve ser desligado e descarregado. b) O ohmímetro tem uma fonte de tensão nele incorporado, portanto, é necessário certificar-se que esta tensão não danifica o objeto que está sendo medido; c) Deve-se realizar o ajuste do zero do ohmímetro analógico; d) Não se deve tocar com as mãos os terminais do componente para não colocar em derivação a resistência do próprio corpo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Sebenta elaborada com base na documentação que acompanha o conjunto do material da PHYWE (www.phywe.com) D. Halliday,R.Resnick e J.Walker; Fundamentos de Física; Vol.3; Ed. LTC FITZGERALD, Arthur E.; KINGSLEY, Charles; UMANS, Stephen D., Máquinas eléctricas. 6.ed. PORTO ALEGRE: Bookman, c2006. 648p. “Física”, Paul Tipler, LTC - Livros Técnicos e Científicos S.A., Rio de Janeiro, 2000.