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ssim como o sono, o
comaéumamanifes-
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rém, diferentemente
do primeiro, não se
acorda com um despertador ou
com alguém chamando pelo nome.
Mas o que acontece com uma
pessoa nesse estado? Por que há
casos de pacientes que saíram do
comaerelataramteremouvidotudo
enquanto estavam inconscientes?
Estavam realmente inconscientes?
14 | Segredos da Mente - Cérebro e Inconsciente
NÍVEL DE
CONSCIÊNCIA
Para medir o quanto
o paciente está
consciente, existe
a escala Glasgow.
Esse método utiliza
indícios fisiológicos,
como abrir os olhos
(espontâneo, por
som, por pressão, sem
reação) e respostas
verbais (orientado,
confuso, emite
palavras, emite sons,
sem reação) e motoras
(obedece comandos,
movimentação
localizada,
flexão normal,
flexão anormal,
alongamento, sem
reação) para avaliar
em um grau de 3 a
15 pontos o nível
de consciência em
um quadro de dano
cerebral.
CONSULTORIAS Anna Carolina Esteve, psicóloga clínica hospitalar da Unidade de Tratamento
Intensivo A do Hospital Sepaco, em São Paulo (SP); Julianne Tannous Cordenonssi, neurologista
e neurofisiologista clínica do Hospital Sepaco, em São Paulo (SP); Marta Pires Relvas,
professora de neurociência e educação de psicopedagogia e psicomotricidade e autora dos
livros: Sob o Comando do Cérebro, Fundamentos Biológicos da Educação, Neurociência e os
Transtornos da Aprendizagem e Neurociência e Educação, publicados pela Wak Editora.
SITE Escala Glasgow: www.glasgowcomascale.org/what-is-gcs
“No coma, há ausência ou extrema diminuição
do nível de alerta comportamental, em que
o indivíduo permanece não responsivo aos
estímulos internos e externos”
Julianne Tannous Cordenonssi, neurologista
O que acontece?
Basicamente, no coma o indivíduo é incapaz
de fazer o processamento de informações vindas
de estímulos externos. Ou seja, os dados dessas
ações chegam em uma região cerebral chamada
córtex pré-frontal, mas a partir de lá não são
processados. Segundo a neurologista Julianne
Tannous Cordenonssi, “há ausência ou extrema
diminuição do nível de alerta comportamental,
em que o indivíduo permanece não responsivo
aos estímulos internos e externos”.
No entanto, como explica a professora de neu-
rociência Marta Relvas, isso não significa que o
paciente não esteja recebendo os estímulos: “eles
podem chegar, porém não serão decodificados
ou processados nessa estrutura que promove o
estado de consciência”.
Os impulsos são transportados em vias ner-
vosas pelas sinapses dos neurônios (o meio de
comunicação entre eles) e, com isso, os estímulos
potencializam essa “conversa” das células. “Quan-
do um estímulo é disparado, ocorrem trocas de
cargas elétricas positivas e negativas no limiar da
membrana neuronal, provocando uma ação. Isso
independe da consciência”, explica a professora.
Esse é o processo comum que ocorre em
reações simples, como escutar e entender uma
conversa. Entretanto, no coma, esse caminho
não é completado. Os estímulos não são inter-
pretados e decodificados, consequentemente,
tornando-se impossível o reenvio para outras
partes do cérebro: “pois é como se os neurônios
do córtex estivessem sem cargas elétricas para
realizarem as trocas iônicas deste potencial de
ação”, afirma Marta.
Definindo limites
É possível encontrar pessoas que saíram do
coma e relatam ter ouvido tudo o que era fala-
do ao seu redor. Então, até que ponto pode se
considerar que estão inconscientes?
Para explicar, é interessante definir o estado
de consciência que, segundo Marta Relvas, é
quando “há disparos dos estímulos pelo impulso
eletroquímico, que são decodificados na estrutura
do córtex pré-frontal. E, por fim, são interpre-
tados e associados com memórias e experiências
pré-existentes”. Ou seja, a partir do momento
que esses impulsos são compreendidos, ocorrem
respostas de nível cognitivo e ações motoras, o
que difere a consciência da inconsciência.
Por indução
O coma é causado quando o cérebro necessita
guardar energia para abastecer funções vitais do
corpo. Desse modo, pode compensar os danos
causados pelo acidente em questão, como em
uma batida de carro, em que pode ocorrer um
traumatismocrânioencefálico(TCE),exemplifica
a psicóloga clínica Anna Carolina Esteves. Mas
e o coma induzido?
A indução do coma foi uma adaptação da
medicina dessa medida de segurança natural do
cérebro. “O órgão é colocado para ‘descansar’, a
fim de preservar suas funções após o adoecimento
(em um acidente vascular cerebral – AVC, por
exemplo)”, explica a psicóloga. Nesse caso, o
paciente é sedado e retirado do coma por meio
de medicamentos.
Mas vale lembrar que “no coma, muitas vezes,
é necessário esperar o despertar espontâneo do
paciente, o que deve demorar um período consi-
deravelmente prolongado e, por vezes, pode não
acontecer em ambos os casos”, finaliza Anna.
Como agir?
O quadro do paciente que o levou ao coma
já é grave por si só; e os familiares e amigos
ficarem sem interagir com a pessoa piora ainda
mais a situação.
Então, mesmo que seja improvável a decodifi-
cação dos estímulos externos, a psicóloga Anna
conta que “de qualquer forma, em nosso trabalho
dentro da unidade de terapia intensiva (UTI),
sempre incentivamos a conversa e o contato físico
dos familiares para com os pacientes”.
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Segredos da Mente - Cérebro e Inconsciente | 15

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Hospital Sepaco na revista "Segredos da Mente"

  • 1. Descubra de onde vem seus PRECONCEITOS SegredosdaMente-CérebroeInconsciente-Ano2,nº3-2016 INCONSCIENTE A CHAVE PARA O Será que é possível entrar nesse lugar desconhecido dentro da sua mente? LAVAGEM CEREBRAL Como é feita uma manipulação mental EM COMA As pessoas estão mesmo sem consciência? INCONSCIENTE CEREBRO 2REVISTASsobreosmistériosdocérebro 2REVISTASPOR R$12,90
  • 2. Quando a pessoa se encontra em um estado de coma, ela está totalmente inconsciente? TEXTO E ENTREVISTAS GIOVANE ROCHA/COLABORADOR DESIGN JOSEMARA NASCIMENTO Prisão mental A ssim como o sono, o comaéumamanifes- tação fisiológica, po- rém, diferentemente do primeiro, não se acorda com um despertador ou com alguém chamando pelo nome. Mas o que acontece com uma pessoa nesse estado? Por que há casos de pacientes que saíram do comaerelataramteremouvidotudo enquanto estavam inconscientes? Estavam realmente inconscientes? 14 | Segredos da Mente - Cérebro e Inconsciente
  • 3. NÍVEL DE CONSCIÊNCIA Para medir o quanto o paciente está consciente, existe a escala Glasgow. Esse método utiliza indícios fisiológicos, como abrir os olhos (espontâneo, por som, por pressão, sem reação) e respostas verbais (orientado, confuso, emite palavras, emite sons, sem reação) e motoras (obedece comandos, movimentação localizada, flexão normal, flexão anormal, alongamento, sem reação) para avaliar em um grau de 3 a 15 pontos o nível de consciência em um quadro de dano cerebral. CONSULTORIAS Anna Carolina Esteve, psicóloga clínica hospitalar da Unidade de Tratamento Intensivo A do Hospital Sepaco, em São Paulo (SP); Julianne Tannous Cordenonssi, neurologista e neurofisiologista clínica do Hospital Sepaco, em São Paulo (SP); Marta Pires Relvas, professora de neurociência e educação de psicopedagogia e psicomotricidade e autora dos livros: Sob o Comando do Cérebro, Fundamentos Biológicos da Educação, Neurociência e os Transtornos da Aprendizagem e Neurociência e Educação, publicados pela Wak Editora. SITE Escala Glasgow: www.glasgowcomascale.org/what-is-gcs “No coma, há ausência ou extrema diminuição do nível de alerta comportamental, em que o indivíduo permanece não responsivo aos estímulos internos e externos” Julianne Tannous Cordenonssi, neurologista O que acontece? Basicamente, no coma o indivíduo é incapaz de fazer o processamento de informações vindas de estímulos externos. Ou seja, os dados dessas ações chegam em uma região cerebral chamada córtex pré-frontal, mas a partir de lá não são processados. Segundo a neurologista Julianne Tannous Cordenonssi, “há ausência ou extrema diminuição do nível de alerta comportamental, em que o indivíduo permanece não responsivo aos estímulos internos e externos”. No entanto, como explica a professora de neu- rociência Marta Relvas, isso não significa que o paciente não esteja recebendo os estímulos: “eles podem chegar, porém não serão decodificados ou processados nessa estrutura que promove o estado de consciência”. Os impulsos são transportados em vias ner- vosas pelas sinapses dos neurônios (o meio de comunicação entre eles) e, com isso, os estímulos potencializam essa “conversa” das células. “Quan- do um estímulo é disparado, ocorrem trocas de cargas elétricas positivas e negativas no limiar da membrana neuronal, provocando uma ação. Isso independe da consciência”, explica a professora. Esse é o processo comum que ocorre em reações simples, como escutar e entender uma conversa. Entretanto, no coma, esse caminho não é completado. Os estímulos não são inter- pretados e decodificados, consequentemente, tornando-se impossível o reenvio para outras partes do cérebro: “pois é como se os neurônios do córtex estivessem sem cargas elétricas para realizarem as trocas iônicas deste potencial de ação”, afirma Marta. Definindo limites É possível encontrar pessoas que saíram do coma e relatam ter ouvido tudo o que era fala- do ao seu redor. Então, até que ponto pode se considerar que estão inconscientes? Para explicar, é interessante definir o estado de consciência que, segundo Marta Relvas, é quando “há disparos dos estímulos pelo impulso eletroquímico, que são decodificados na estrutura do córtex pré-frontal. E, por fim, são interpre- tados e associados com memórias e experiências pré-existentes”. Ou seja, a partir do momento que esses impulsos são compreendidos, ocorrem respostas de nível cognitivo e ações motoras, o que difere a consciência da inconsciência. Por indução O coma é causado quando o cérebro necessita guardar energia para abastecer funções vitais do corpo. Desse modo, pode compensar os danos causados pelo acidente em questão, como em uma batida de carro, em que pode ocorrer um traumatismocrânioencefálico(TCE),exemplifica a psicóloga clínica Anna Carolina Esteves. Mas e o coma induzido? A indução do coma foi uma adaptação da medicina dessa medida de segurança natural do cérebro. “O órgão é colocado para ‘descansar’, a fim de preservar suas funções após o adoecimento (em um acidente vascular cerebral – AVC, por exemplo)”, explica a psicóloga. Nesse caso, o paciente é sedado e retirado do coma por meio de medicamentos. Mas vale lembrar que “no coma, muitas vezes, é necessário esperar o despertar espontâneo do paciente, o que deve demorar um período consi- deravelmente prolongado e, por vezes, pode não acontecer em ambos os casos”, finaliza Anna. Como agir? O quadro do paciente que o levou ao coma já é grave por si só; e os familiares e amigos ficarem sem interagir com a pessoa piora ainda mais a situação. Então, mesmo que seja improvável a decodifi- cação dos estímulos externos, a psicóloga Anna conta que “de qualquer forma, em nosso trabalho dentro da unidade de terapia intensiva (UTI), sempre incentivamos a conversa e o contato físico dos familiares para com os pacientes”. Imagem:ShutterstockImages Segredos da Mente - Cérebro e Inconsciente | 15