Perdas de água em sistema de abastecimento de água potável - Plínio Tomaz (diretor adjunto da superintendência do SAAE de Guarulhos) - Ciclo de Palestras do Dia da Água 2017 do Semasa
Palestra sobre Perdas de água em sistema de abastecimento de água potável, ministrada pelo diretor adjunto da superintendência do SAAE de Guarulhos, Plínio Tomaz.
A palestra foi oferecida no Ciclo de Palestras em Comemoração ao Dia da Água no Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) de 2017.
ww.semasa.sp.gov.br
Semelhante a Perdas de água em sistema de abastecimento de água potável - Plínio Tomaz (diretor adjunto da superintendência do SAAE de Guarulhos) - Ciclo de Palestras do Dia da Água 2017 do Semasa
Semelhante a Perdas de água em sistema de abastecimento de água potável - Plínio Tomaz (diretor adjunto da superintendência do SAAE de Guarulhos) - Ciclo de Palestras do Dia da Água 2017 do Semasa (20)
COMO PLANEJAR AS CIDADES PARA ENFRENTAR EVENTOS CLIMÁTICOS EXTREMOS.pdf
Perdas de água em sistema de abastecimento de água potável - Plínio Tomaz (diretor adjunto da superintendência do SAAE de Guarulhos) - Ciclo de Palestras do Dia da Água 2017 do Semasa
3. Definição da AWWA
(antiga)
• a) volume de água produzida ou
comprada e entregue ao sistema de
distribuição.
• b) Volume total dos micromedidores
• c) Estimar volume de incêndios,
descargas, limpezas de redes, caminhões
tanque, etc.
• d) Perda (a) – (b) – (c)
• UFW: unaccounted-for-water
5. Classificação do sistema quanto a
perdas (UFW)
• Weimer, 2001 e Baggioi, 2002
• Perdas < 25% Bom
• Entre 25% e 40% Regular
• >40% Ruim
6. Conceito alemão (UFW)
• Perdas baixas: <8%
• Perdas médias: entre 8% a 15%
• Perdas altas: > 15%
• Monitoramento:
– Perdas altas: anualmente
– Perdas médias: a cada 3 anos
– Perdas baixas: dispensa
7. Europa (UFW)
• Albânia >75%
• Alemanha 8,8%
• Espanha 22%
• França 30%
• Paris 15%
• Reino Unido 17%
• Itália 30%
8. Média de consumo Europeu
( L/diaxhab)
• Espanha 260
• Lituânia 90
• França 160
• Alemanha 120
– Média da Europa 150
• Guarulhos 148 2015
• Sabesp 165 2015
9. Uso da água na Alemanha
• Bacia sanitária 9 L/descarga
• Brasil (6,8 L/descarga -> 9 L/descarga com as perdas)
• 5 vezes/dia
• Máquina de lavar roupa 75 L/ciclo
• Lavar pratos 27 L/ciclo
• Chuveiro 50 L/banho
• (Vilão hoje é o chuveiro)
10. Conceito moderno
• I.W.A. (International Water Association)
• 1996 Task Force, + 40 especialistas
• Sede em Londres
• Aceito em todo o mundo, inclusive AWWA
• Novos conceitos:
• Perda em Litros/ligação x dia (> 20 ligações/km)
• Perda em Litros/Km x dia ( <20 ligações/km)
• Perda em litros /economia x dia
11. Perda (IWA)
• Perda de água
• É toda a perda real e aparente de água ou
todo o consumo autorizado que determina
aumento do custo de funcionamento ou
que impeça a realização plena da receita
operacional.
12. Perdas
• Perda real= antiga perda física
• Perda aparente= antiga perda não física
13. Índice de vazamentos ILI
• Melhor índice que existe.
• Usado em locais:
• com mais de 5.000 ligações,
• mais de 20 ligações/km e
• pressão mínima de 25mca.
• ILI= Infraestructure Leakage Index
(adimensional)
14. ILI
• ILI= TIRL/ UARL
• TIRL=volume anual de perdas reais/ Nc
em Litros/ligação/dia
• NC= número de ligações de água
• UARL= volume anual de perdas reais que
não podem ser evitadas em L/ligação/dia.
15. UARL
• UARL= (18 . Lm + 0,80 x Nc + 25 . Lp) . P
• UARL em Litros/dia
• Lm= comprimento de redes em km
• Nc= número de ligações de água
• Lp= comprimento total da ligação de água
em km desde o limite da rua até o
medidor.
• P= pressão média operacional em metros
16. Quatro métodos básicos de
manejo de perdas reais: UARL
• 1. Controle da pressão
• 2. Rapidez nos reparos
• 3. Materiais de qualidade
• 4. Controle ativo dos vazamentos
17. Faixa de valores do ILI
• Varia de 1 a 10
• ILI =1 serviço de água de boa qualidade
• ILI muito alto significa infraestrutura
deficiente.
19. Meta
• Objetivo:
• Índice de perda < 550 Litros/ramal/dia
• Para pressão média: 30mca
• Guarulhos: 251 Litros/ dia / ligação
• Classificação B do Banco Mundial
20. Banco Mundial
• Categoria A: + pesquisa para redução das
perdas pode ser anti-econômico.
• Categoria B: procura ativa de vazamentos
• Categoria C: intensificar procura de
vazamentos
• Categoria D: sistema ineficiente e precisa
muitos recursos para procura de
vazamentos.
23. Perdas em Guarulhos ano 2016
• Perdas física (vazamentos) 19%
• Perdas aparentes: 14%
• submedição em hidrômetros: 10%
• Ligações clandestinas e furtos: 4%
• (programa computador Volume estimado volume
normal faixa de 44% a mais e a menos)
• Perdas sociais: 14% (favelas)
• (não tem na Europa e nem USA)
• Total= 19% + 14% + 14%= 47%
• Truque= 33% (sem as favelas)
24. Materiais de redes
SAAE 1995
• Aço 14km (0,86%)
• Ferro fundido 691km (42,65%)
• Fibrocimento 4km (0,25%)
• PVC 911km (56,24%)
• Total 1.620 Km (100%)
• Hoje 22/03/17: 2.331 Km
• Existe também rede de PEAD
25. Vazamentos
SAAE, 1995
• Redes 0,55 vaz/km x ano
• Ramais prediais 5,79/vaz/km xano
Pesquisa feita em julho 1993
• Redes 9% dos vazamentos mas 48% volume
• Ramais 91% dos vaz. Mas 52% do volume
26. Reabilitação de redes
• Há 3 métodos básicos:
• A) Limpeza com polypig, jateamento.
• B) Renovação: novo revestimento com
argamassa de cimento areia ou resinas epoxis
ou PIPE BURSTING ou outro processo.
• C) Substituição
• Europa, IWA 32 cidades: média de 1,2% da
tubulação existente. Ideal? 2% ao ano
27. Reabilitação de redes
• Amsterdã, 40anos 1,7% de reposição
anual
• Budapeste, 40 anos 0,2% anual
• Milão, 40 anos 0,7% anual
• Hamburgo, 40 anos 0,9% anual
• Viena, 40 anos 1,2% anual
• Guarulhos: minimo recomendado 1%
(melhor 2%)
28. Perdas na micromedição
• Presença de caixas de água 4,00%
• (não existe na Europa e nem USA)
• Perdas nos hidrômetros 6,00%
• (maioria velocimétricos)
• Total 10,00%
• Redução máxima de 10% a 6% (?)
• 6= 2% hidrômetro volumétrico + 4% caixa
dágua
29. Perdas nas ligações de água
devido a materiais
• Tubos de chumbo: acúmulo Pb, saturnismo.
• Ferro galvanizado (inferior ao americano,
furos devido ao chuveiro elétrico)
• PVC soldável (só para paredes sem vibração)
• PVC rosqueado, branco, parede grossa
mas fino na rosca.
30. Perdas nas ligações de água
devido a materiais
• PEAD ( inicio bom, depois problemas com
negro do fumo e material reciclado)
• PEAD parede dupla Japão
• Japão: aço inox (terremotos) 2% perdas
Departamento da Prefeitura de Tokio.
• Denver: Autarquia 7%
31. Mais pressão, mais perdas
• Pesquisa Coplasa em junho de 1988 em
662km de rede na capital.
• Pressão Vazamentos em redes/ano
• 0 a 30m 0,67 vaz/ km x ano 1,00
• 31 a 45m 0,93 vaz/km x ano 1,40
• 46 a 60m 1,17 vaz/km x ano 1,75
• 61 a 75m 1,70 vaz/km x ano 2,50
32. Vazamentos em ligações
• Pressão
• 0 a 30m 6,86 vaz/kmxano 1,00
• 31 a 45m 7,51 vaz/kmxano 1,10
• 46 a 60m 8,38 vaz/kmxano 1,22
• 61 a 75m 9,35 vaz/kmxano 1,36
• Nota: os vazamentos nas redes crescem
mais que nas ligações
33. Vazamento com idade da
tubulação
• Estudo da Coplasa 1988
• Idade
• 0 a 10anos 0,70 vaz/kmxano
• 11 a 15anos 0,62vaz/kmxano
• 16 a 20anos 0,81vaz/kmxano
• 21 a 25anos 1,40 vaz/kmxano
• 26 a 30anos 1,45vaz/kmxano
• > 30anos 2,41 vaz/kmxano
• A idade é fundamental, mas não é tudo.
34. Vazamentos em rede conforme
materiais
• Pesquisa da Coplasa
• FºFº até 1970 1,43 vaz/kmxano
• FºFº dúctil após 1970 0,68 vaz/kmxano
• PVC 0,74 vaz/kmxano
• Aço 0,48 vaz/kmxano
35. Vazamentos em redes
• Vazamentos visíveis
• Vazamentos invisíveis
• Custo da pesquisa SAAE US$ 269/km
• Reparo na rede: US$ 350/reparo
• Reparo na ligação: US$ 266/unidade
36. Vazamentos invisíveis
• Coplasa
• Tubo de PVC com menos de 30anos a
vazão recuperadora 1,22m3/h x km
• Tubos de FºFº velhas tem vazão
recuperadora de 2,63m3/h x km
• Nota: não temos pesquisas no SAAE
37. Pesquisas de vazamentos
invisíveis
• Locais com maiores pressões
• Redes mais velhas
• Aparelhos para vazamentos invisíveis:
– Geofone mecânico e eletrônico
– Leak Noise Correlator
38. Monitoramento de redes
• Bíblia: Report 26 da South West Water
Services Limited, Inglaterra
• Divide em população de 21.000 hab que é
chamada WIS.
• São instalados medidores fixos e
• uso de telemetria com transmissão a cada
10s.
39. Monitoramento de redes
• ABNT NBR 12.218/2016 revisada
• Projeto de rede de distribuição de água
potável
• DMC=Distrito de Medição e Controle
• 25 km 5.000 ligaçoes
40. Monitoramento de redes
• Depois subdivide em DMA de 3000hab.
• Uso de datta loggers com dados retirados
a cada três meses com PC portátil.
•
• Brasil: subdivisão em Setores de Manobra
(SM):
– 500 ligações
– Rede máxima: 3 Km
41. Válvula redutora de pressão
• Acionamento automático ou por
telemetria.
• Economia de 12% a 23%
42. Influência nos vazamentos
• Idade da tubulação
• Material da tubulação: PVC e FºFº
• Influência do diâmetro: >diâmetro +vaz
• Influência do solo ao lado da tubulação:
solo agressivo, muito agressivo e
moderadamente agressivo.
• Influência do tráfego de veículos: tráfego
alto, médio e baixo (até 3 vezes menor)
43. Influência nos vazamentos
• Influência de vazamento anterior.
Ainda não está comprovado.
• Desestabilização do solo. Aparece 4 a 5m
próximo.
• Influência de clusters.
Mas nem sempre se formam clusters.
Péssimos materiais
Péssima mão de obra
44. Conclusão
• Até hoje não existe um modelo aceito por
todos os serviços de água no mundo da
decisão de quando vamos substituir uma
rede de água por uma nova.
45. Obrigado !
• Dia Mundial da Água- Semasa
• 22 de março de 2017
• Plínio Tomaz
• Engenheiro civil
• www.pliniotomaz.com.br
• pliniotomaz@uol.com.br