O documento descreve o que é aids e HIV, incluindo como o HIV ataca o sistema imunológico, levando à aids. Também discute a importância do acompanhamento médico, exames de rotina, sintomas, tratamento com antirretrovirais e vacinação de soropositivos.
O que é aids - Causas, sintomas e tratamento da doença
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O que é aids
A aids é o estágio mais avançado da doença que ataca o sistema imunológico. A Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida, como também é chamada, é causada pelo HIV. Como esse vírus
ataca as células de defesa do nosso corpo, o organismo fica mais vulnerável a diversas
doenças, de um simples resfriado a infecções mais graves como tuberculose ou câncer. O
próprio tratamento dessas doenças fica prejudicado.
Há alguns anos, receber o diagnóstico de aids era uma sentença de morte. Mas, hoje em dia, é
possível ser soropositivo e viver com qualidade de vida. Basta tomar os medicamentos
indicados e seguir corretamente as recomendações médicas.
Saber precocemente da doença é fundamental para aumentar ainda mais a sobrevida da
pessoa. Por isso, o Ministério da Saúde recomenda fazer o teste sempre que passar por
alguma situação de risco e usar sempre o preservativo.
O que é HIV
HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema
imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são
os linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo.
Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.
Ter o HIV não é a mesma coisa que ter a aids. Há muitos soropositivos que vivem anos sem
apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas, podem transmitir o vírus a outros
pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento seringas contaminadas ou de
mãe para filho durante a gravidez e a amamentação. Por isso, é sempre importante fazer o
teste e se proteger em todas as situações.
Biologia – HIV é um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae. Esses vírus
compartilham algumas propriedades comuns: período de incubação prolongado antes do
surgimento dos sintomas da doença, infecção das células do sangue e do sistema nervoso e
supressão do sistema imune.
Acompanhamento médico
O acompanhamento médico da infecção pelo HIV é essencial, tanto para quem não apresenta
sintomas e não toma remédios (fase assintomática), quanto para quem já exibe algum sinal da
doença e segue tratamento com os medicamentos antirretrovirais, fase que os médicos
classificam como aids.
Nas consultas regulares, a equipe de saúde precisa avaliar a evolução clínica do paciente. Para
isso, solicita os exames necessários e acompanha o tratamento. Tomar os remédios conforme
as indicações do médico é fundamental para ter sucesso no tratamento. Isso é ter uma boa
adesão.
O uso irregular dos antirretrovirais (má adesão ao tratamento) acelera o processo de
resistência do vírus aos medicamentos, por isso, toda e qualquer decisão sobre interrupção ou
troca de medicamentos deve ser tomada com o consentimento do médico que faz o
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acompanhamento do soropositivo. A equipe de saúde está apta a tomar essas decisões e deve
ser vista como aliada, pois juntos devem tentar chegar à melhor solução para cada caso.
Exames de rotina
No atendimento inicial, são solicitados os seguintes exames: sangue (hemograma completo),
fezes, urina, testes para hepatites B e C, tuberculose, sífilis, dosagem de açúcar e gorduras
(glicemia, colesterol e triglicerídeos), avaliação do funcionamento do fígado e rins, além de
raios-X do tórax.
Outros dois testes fundamentais para o acompanhamento médico são o de contagem dos
linfócitos T CD4+Teste de CD4 - é o melhor indicador de como está funcionando o sistema
imunológico. e o de carga viralTeste de carga viral - o resultado mostra se o vírus está se
reproduzindo no organismo. (quantidade de HIV que circula no sangue). Eles são cruciais para
o profissional decidir o momento mais adequado para iniciar o tratamento ou modificá-lo.
Como servem para monitorar a saúde de quem toma os antirretrovirais ou não, o Consenso de
Terapia Antirretroviral recomenda que esses exames sejam realizados a cada três ou quatro
meses.
Determinada pelo médico, a frequência dos exames e das consultas é essencial para controlar
o avanço do HIV no organismo e determina o tratamento mais adequado em cada caso.
Onde fazer?
Normalmente, a coleta de sangue para realizar todos os exames pedidos pelo médico é feita
no próprio serviço em que a pessoa é acompanhada, o Serviço de Assistência Especializada
(SAE), e enviada para os Laboratórios Centrais (LACEN), unidades públicas de saúde que
realizam os exames especializados gratuitamente.
Sintomas e fases da aids
Quando ocorre a infecção pelo vírus causador da aids, o sistema imunológico começa a ser
atacado. E é na primeira fase, chamada de infecção aguda, que ocorre a incubação do HIV -
tempo da exposição ao vírus até o surgimento dos primeiros sinais da doença. Esse período
varia de 3 a 6 semanas. E o organismo leva de 30 a 60 dias após a infecção para produzir
anticorpos anti-HIV. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como
febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebido.
A próxima fase é marcada pela forte interação entre as células de defesa e as constantes e
rápidas mutações do vírus. Mas que não enfraquece o organismo o suficiente para permitir
novas doenças, pois os vírus amadurecem e morrem de forma equilibrada. Esse período, que
pode durar muitos anos, é chamado de assintomático.
Com o frequente ataque, as células de defesa começam a funcionar com menos eficiência até
serem destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco e vulnerável a infecções comuns. A
fase sintomática inicial é caracterizada pela alta redução dos linfócitos T CD4 - glóbulos
brancos do sistema imunológico - que chegam a ficar abaixo de 200 unidades por mm³ de
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sangue. Em adultos saudáveis, esse valor varia entre 800 a 1.200 unidades. Os sintomas mais
comuns são: febre, diarreia, suores noturnos e emagrecimento.
A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome
por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado
da doença, a aids. Quem chega a essa fase, por não saber ou não seguir o tratamento indicado
pelos médicos, pode sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e
alguns tipos de câncer. Por isso, sempre que você transar sem camisinha ou passar por alguma
outra situação de risco, faça o teste!
Quais são os antirretrovirais
Os medicamentos antirretrovirais surgiram na década de 1980, para impedir a multiplicação
do vírus no organismo. Eles não matam o HIV , vírus causador da aids , mas ajudam a evitar o
enfraquecimento do sistema imunológico . Por isso, seu uso é fundamental para aumentar o
tempo e a qualidade de vida de quem tem aids.
Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente o coquetel antiaids para todos que necessitam do
tratamento. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 200 mil pessoas recebem
regularmente os remédios para tratar a doença. Atualmente, existem 19 medicamentos
divididos em cinco tipos.
Classes de medicamentos antirretrovirais
Inibidores Nucleosídeos da Transcriptase Reversa - atuam na enzima transcriptase reversa,
incorporando-se à cadeia de DNA que o vírus cria. Tornam essa cadeia defeituosa, impedindo que o
vírus se reproduza.
São eles: Zidovudina, Abacavir, Didanosina, Estavudina, Lamivudina e Tenofovir.
Inibidores Não Nucleosídeos da Transcriptase Reversa - bloqueiam diretamente a ação da enzima e
a multiplicação do vírus.
São eles: Efavirenz, Nevirapina e Etravirina.
Inibidores de Protease – atuam na enzima protease, bloqueando sua ação e impedindo a produção
de novas cópias de células infectadas com HIV.
São eles: Atazanavir, Darunavir, Fosamprenavir, Indinavir, Lopinavir/r, Nelfinavir, Ritonavir e
Saquinavir.
Inibidores de fusão - impedem a entrada do vírus na célula e, por isso, ele não pode se reproduzir.
É a Enfuvirtida.
Inibidores da Integrase – bloqueiam a atividade da enzima integrase, responsável pela inserção do
DNA do HIV ao DNA humano (código genético da célula). Assim, inibe a replicação do vírus e sua
capacidade de infectar novas células.
É o Raltegravir.
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Para combater o HIV é necessário utilizar pelo menos três antirretrovirais combinados, sendo
dois medicamentos de classes diferentes, que poderão ser combinados em um só comprimido.
O tratamento é complexo, necessita de acompanhamento médico para avaliar as adaptações
do organismo ao tratamento, seus efeitos colaterais e as possíveis dificuldades em seguir
corretamente as recomendações médicas, ou seja aderir ao tratamento . Por isso, é
fundamental manter o diálogo com os profissionais de saúde, compreender todo o esquema
de tratamento e nunca ficar com dúvidas.
Vacinação de soropositivos
O soropositivo deve ser avaliado por um médico antes de tomar qualquer vacina para se
prevenir de doenças. Se estiverem com a imunidade muito baixa, não devem receber vacinas
compostas por bactérias ou vírus vivos. Diversos estudos mostram que a resposta aos
organismos invasores é menor em soropositivos com pouca concentração de linfócitos T CD4+,
células de defesa do organismo. Por isso, normalmente os soropositivos sintomáticos não têm
boa resposta às vacinas. Portanto, na tentativa de obter uma resposta imunológica ideal, todas
as vacinas devem ser dadas no curso da infecção pelo HIV, o mais precocemente possível.
Orientações para adultos
Vacina contra a bactéria causadora da pneumonia (pneumococo): a resposta é melhor
na fase em que as células CD4+ estão acima de 350/mm3.
Vacina contra hepatite B: deve ser tomada somente quando indicada pelo médico.
Indicações para: usuários de drogas injetáveis, homossexuais sexualmente ativos,
prostitutas, homens e mulheres com atividade sexual e doenças sexualmente
transmissíveis ou mais de um parceiro sexual nos últimos seis meses e pessoas que
vivem na mesma casa ou tiveram contato sexual com portadores da hepatite B.
Vacina contra a bactéria causadora da meningite (Haemophilus influenzae tipo b): a
resposta é mais eficiente nos estádios precoces da infecção pelo HIV.
Vacina contra tétano-difteria: a recomendação geral é de uma dose de reforço a cada
10 anos.
Vacina inativada contra o vírus causador da poliomielite: é preferível à vacina oral, no
soropositivo e seus comunicantes próximos.
Vacina contra a gripe A H1N1 (gripe suína): deve ser tomada somente quando indicada
pelo médico.
Orientações para crianças
As crianças menores de um ano, com suspeita de infecção pelo HIV ou com diagnóstico
definitivo de infecção pelo HIV devem seguir orientação médica especializada.