O documento discute o casamento, companheirismo e relacionamentos conjugais. Ele descreve o casamento como um estágio de alto desenvolvimento pessoal quando baseado no respeito mútuo entre os cônjuges. Também define companheirismo como um comportamento amistoso e leal entre pessoas e destaca sua importância para manter bons relacionamentos, incluindo o casamento. Além disso, discute fatores que podem contribuir para desacordos conjugais e a necessidade de tolerância e compreensão entre os cônjuges.
2. MATRIMÔNIO – ESTÁGIO DE ALTO
DESENVOLVIMENTO DO SELF
O resultado natural do amor
amor entre pessoas de sexos
diferentes é o casamento, quando
se tem por meta a comunhão
comunhão física, o
desenvolvimento da emoção
psíquica, o relacionamento
gerador da família e o
companheirismo.
O matrimônio representa um
um estágio de alto
desenvolvimento do Self, quando
se reveste de respeito e
consideração pelo cônjuge,
firmando-se na fidelidade e nos
nos compromissos da
camaradagem em qualquer
estágio da união que os vincula,
vincula, reciprocamente, um ao
ao outro ser.
3. O QUE É COMPANHEIRISMO?
Companheirismo é o comportamento que caracteriza o modo amistoso, cordial,
bondoso e leal de convívio entre duas pessoas. O companheirismo é característico de
quem é companheiro, ou seja, amigos, parceiros afetivos e familiares, por exemplo.
Agir com companheirismo é essencial para manter um bom relacionamento numa vida
comunitária, seja no ambiente de trabalho, no familiar ou entre os amigos.
Manter o companheirismo no casamento, por exemplo, significa que o casal deve ter
uma relação baseada na lealdade, na fidelidade, no respeito, na compreensão e na
igualdade de maneira mútua entre os cônjuges.
4. SEXO – AUTO REALIZAÇÃO DA SOCIEDADE
Conquista da monogamia, através de grandes lutas, o instinto vem sendo
superado pela inteligência e pela razão, demonstrando que o sexo tem
finalidades específicas, não devendo a sua função ser malbaratada nos jogos do
prazer incessante, e significa uma auto-realização da sociedade, que melhor
compreende os direitos da pessoa feminina, que deixa de ser um objeto para
tornar-se nobre e independente quanto é. O mesmo ocorre em relação ao
esposo, cabendo à mulher o devido cumprimento dos deveres de o respeitar,
mantendo-se digna em qualquer circunstância e época após o consórcio.
5. LAR
SANTUÁRIO
DO AMOR
Mais do que um ato social ou religioso,
conforme estabelecem algumas Doutrinas
ancestrais, vinculadas a dogmas e a
ortodoxias, o casamento consolida os
vínculos do amor natural e responsável, que
se volta para a construção da família, essa
admirável célula básica da humanidade.
O lar é, ainda, o santuário do amor, no qual,
as criaturas se harmonizam e se
completam, dinamizando os compromissos
que se desdobram em realizações que
dignificam a sociedade.
6. CONVIVÊNCIA MATRIMONIAL - AMIZADE
Por isso, quando o egoísmo derruba os vínculos do matrimônio por necessidades
sexuais de variação, ou porque houve um processo de saturação no relacionamento,
havendo filhos, gera-se um grave problema para o grupo social, não menor do que em
relação a si mesmo, assim como àquele que fica rejeitado.
Certamente, nem todos os dias da convivência matrimonial serão festivos, mas isso
ocorre em todos os campos do comportamento. Aquilo que hoje tem um grande
sentido e desperta prazer, amanhã, provavelmente, se torna maçante, desagradável.
Nesse momento, a amizade assume o seu lugar, amenizando o conflito e
proporcionando o companheirismo agradável e benéfico, que refaz a comunhão,
sustentando a afeição.
7. FATORES QUE CONTRIBUEM PARA O DESCONCERTO
CONJUGAL
Há muitos fatores que contribuem para o desconcerto conjugal na atualidade,
como os houve no passado. Primeiro, os de natureza íntima: insegurança, busca
de realização pelo método da fuga, insatisfação em relação a si mesmo,
transferência de objetivos, que nunca se completarão em uma união que não foi
amadurecida pelo amor real.
Segundo, por outros de ordem psico-social, econômica, educacional, nos quais
estão embutidos os culturais, de religião, de raça, de nacionalidade, que sempre
comparecem como motivo de desajuste, passados os momentos de euforia e de
prazer
8. MATRIMÔNIO – COMPANHEIRISMO -
PLENIFICAÇÃO DO PAR
Ainda se podem relacionar aqueles que são conseqüências de interesses
subalternos, nos quais o sentimento do amor esteve ausente. Nesses casos, já se
iniciou o compromisso com programa de extinção, o que logo sucede.
O matrimônio, fomentando o companheirismo, permite a plenificação do par,
que passa a compreender a grandeza das emoções profundas e realizadoras,
administrando as dificuldades que surgem, prosseguindo com segurança e
otimismo.
9. TOLERÂNCIA E COMPREENSÃO
Nos relacionamentos conjugais profundos também podem surgir dificuldades
de entendimento, que devem ser solucionadas mediante a ajuda especializada
de conselheiro de casais, de psicólogos, da religião que se professa, e,
principalmente, por intermédio da oração que dulcifica a alma e faculta melhor
entendimento dos objetivos existenciais. Desse modo, a tolerância toma o lugar
da irritação, a compreensão satisfaz os estados de desconforto, favorecendo
com soluções hábeis para que sejam superadas essas ocorrências.
10. CASAMENTO NÃO É COMPROMISSO
IRREVERSÍVEL
É claro que o casamento não impõe um compromisso irreversível, o
que seria terrivelmente perturbador e imoral, em razão de todos os
desafios que apresenta, os quais deixam muitas seqüelas, quando
não necessariamente diluídos pela compreensão e pela afetividade.
A separação legal ocorre quando já houve a de natureza emocional, e
as pessoas são estranhas uma à outra.
11. EMOÇÃO DO MATRIMÔNIO
Ademais, a precipitação faz com que as criaturas se consorciem não com a
individualidade, o ser real, mas sim, com a personalidade, a aparência, com os
maneirismos, com as projeções que desaparecem na convivência, desvelando cada
qual conforme é, e não como se apresentava no período da conquista.
O ser amadurecido psicologicamente procura a emoção do matrimônio, sobretudo
para preservar-se, para plenificar-se, para sentir-se membro integrante do grupo
social, com o qual contribui em favor do progresso. A sua decisão reflete-se na
harmonia da sociedade, que dele depende, tanto quanto ele se lhe sente necessário.
Notas do Editor
O ser humano é uma criatura sociável que necessita do convívio com outros seres para desenvolver-se e por em prática os ensinamentos adquiridos numa permuta constante de experiências, e isso é feito em sociedade. A sociedade como a conhecemos é composta de várias outras sociedades menores que são as famílias. Uma sociedade sadia só existe com famílias sadias. E as famílias principiam no casamento.
O resultado natural do amor entre pessoas de sexos diferentes é o casamento, quando se tem por meta o relacionamento sexual e afetivo, geradores da família e do companheirismo.
O casamento representa um alto estágio de evolução do ser, quando se reveste de respeito e consideração pelo cônjuge, firmando-se na fidelidade e nos compromissos da camaradagem, independente do tempo de duração deste casamento.
Deus une os seres na sua forma mais pura, ou seja pelo sentimento – de coração para coração – a esta união ninguém deve interferir, por ciúmes ou inveja. Quando vemos um casal feliz, desejamos para nós aquela felicidade, e isso é natural. Então para conseguir isso, acreditamos que necessitamos nos relacionar com aquela pessoa. Assim desejamos para nosso cônjuge uma daquelas pessoas. A harmonia existe porque aquelas almas se completam, qualquer uma delas com outra pessoa, a harmonia já não seria a mesma, e a felicidade teria uma intensidade menor. Precisamos entender que para termos a felicidade semelhante a outro casal, não é necessário destruirmos a união do casal, mas tão somente atingir o mesmo nível de harmonização.
Àquele casal que já não acalenta mais sentimentos um pelo outro, manter este convívio em casos extremos, pode acarretar males maiores, a separação verdadeira já ocorreu em seus sentimentos, a separação de corpos não será mais que uma oficialização para a sociedade.
No princípio da relação afetiva o amor-paixão é muito forte suplantando os demais. À medida que o tempo passa, vai perdendo a sua força embora permaneça. É quando surge então o amor-companheirismo, aquele amor que se alegra com a alegria do outro, que fica feliz com a felicidade do outro, onde nos sentimos bem em privar da sua presença, é quando fazemos o bem sem esperarmos retribuição. No futuro, restará apenas o amor-companheirismo que se chamará então Amor Universal.
“Deus permite, nas famílias, encarnações de espíritos antipáticos ou estranhos com o duplo fim de servir de prova a uns e de avanço aos outros. Os bons tem campo de trabalho. Os maus se melhoram pouco a pouco com os cuidados que recebem; seu caráter se modifica, os hábitos se melhoram, as antipatias desaparecem.
Enquanto, marido e mulher não forem “curados” moralmente, as discórdias conjugais reinarão soberanas, os espíritos trevosos facilmente atuarão com perversidade, separando casais, prejudicando os filhos já desorientados e mal educados.
O Espiritismo tem uma grande contribuição em favor da estabilidade matrimonial, mostrando-nos que, a par dos imperativos da Natureza, defrontamo-nos, no casamento, com o desafio da convivência, que faz parte de nosso aprendizado como espíritos eternos.
Além da eliminação das “arestas” produzidas pela nossa própria inferioridade, a vida em família é, também, um ponto de referência que nos ajuda a manter o contato com a realidade. As pessoas de nosso convívio apontam nossas falhas, ajudando-nos a corrigirmos os desvios de conduta.
Para o espiritismo o casamento se concretiza pelo compromisso moral dos cônjuges e é assumido perante o altar da consciência no Templo do Universo. Naturalmente, o casamento civil é um dever a ser cumprido pelos espíritas, porque legitima a união perante as leis vigentes, que asseguram ao homem e à mulher direitos e deveres.
Casar é tarefa para todos os dias, porquanto somente da comunhão espiritual gradativa e profunda é que surgirá a integração dos cônjuges.
Há a propósito, a história daquele fazendeiro que dizia viver um casamento muito feliz, opinião que certamente não era compartilhada por sua esposa, porquanto ele era um impenitente e truculento machista. Dizia ele é tudo uma questão de começar bem:
Quando casamos, após a festança, montei no meu cavalo, botei minha mulher na garupa e partimos em lua-de-mel faceiros.
Em dado momento o animal tropeçou e eu disse: – Primeira vez.
Continuamos. Mais algumas centenas de metros e o cavalo voltou a tropeçar.
Segunda vez – disse eu.
Pouco depois, o mesmo problema.
Terceira vez.
Ato contínuo, desmontei juntamente com minha mulher, passei a mão na espingarda e dei um tiro na cabeça do animal, matando-o.
Ela ficou perplexa. O que é isso?! Matar o pobre cavalo, apenas porque tropeçou três vezes! Você é um desalmado, um criminoso!…
Enquanto ela extravasava sua indignação eu a olhava muito sério, no fundo de seus olhos. Então, falei forte:
Primeira vez! E nunca mais tivemos problemas com discussões.
Os cônjuges, em sua grande parte, não percebem que na associação conjugal, uma alma não se funde a outra; assim, permanecerá cada qual com seus gostos e seus desgostos, caminho afora.
Casar quer dizer adaptar-se ou ajustar-se. Casar é ter os mesmos ideais, as mesmas preocupações, os mesmos sentimentos e as mesmas aspirações.
Se não há esse entendimento e a convivência vai mal os cônjuges responsáveis, que pensam nos filhos, concordam que é preciso tentar salvar o casamento. Recorrem, então, à religião, aos psicólogos, aos amigos, aos conselheiros matrimoniais.
É preciso praticar a caridade no lar para salvar o casamento. A meditação, a oração em conjunto, a procura do bem em toda parte, auxiliarão a paz no lar. Poderíamos defini-la como uma ginástica diária, onde os principais exercícios são: perdão, tolerância, atenção, respeito e renúncia.
Allan Kardec já compreendia que a família era um importante reduto para o aprimoramento dos seres, pois reúne ali o ambiente propício para o aconchego, refúgio, ensinamentos básicos para a vida e tantos outros…
Questiona então o Espírito da Verdade na pergunta 697 em o Livro dos Espíritos: “Está na lei da Natureza, ou somente na lei humana, a indissolubilidade absoluta do casamento? É uma lei humana muito contrária à da Natureza. Mas os homens podem modificar suas leis; só as da Natureza são imutáveis.”
Poder-se-ia dizer então que o espiritismo não é contrário às separações, mas avançando nas pesquisas, em o ESE Cap. 22, item 3, Jesus disse “Não separeis os homens na terra o que Deus uniu nos céus”. A primeira vista parece que uma afirmativa é contrária a outra.
O lar é o laboratório de experiências nobres em busca de avanços morais e espirituais, onde os seres se depuram em preparo para realizações mais elevadas nos Domínios do Criador. Treinamos na família menor habilitando-nos para o serviço à família maior que constituí a Humanidade inteira.
Emmanuel nos diz: A felicidade existe sim, porém, para usufruí-la no Outro Mundo, precisamos aqui na Terra admitir “que ninguém pode ser realmente feliz sem fazer a felicidade alheia no caminho que avança”.