O documento discute como o amor resume a doutrina de Jesus e como ele evolui ao longo do desenvolvimento espiritual humano. Começa com instintos primitivos e evolui para sentimentos elevados, como o amor, à medida que o homem se torna mais instruído e purificado. O documento também discute como o amor verdadeiro, quando mais difundido na humanidade, pode transformar a Terra em um mundo melhor sem misérias.
2. “O amor resume toda a Doutrina de Jesus,
porque é o sentimento por excelência, e os
sentimentos são os instintos elevados à
altura do progresso realizado. No seu ponto
de partida, o homem só tem instintos; mais
avançado e corrompido, só tem sensações;
mais instruído e purificado, tem
sentimentos”.
3. No seu ponto de partida, o
homem só tem instintos
O homem primitivo, Espírito encarnado,
também primitivo, vindo dos chamados
reinos inferiores, iniciando o
desenvolvimento da razão e da
sensibilidade, traz em si, todos os instintos
básicos, necessários ao seu processo
evolutivo.
4. Mais avançado e corrompido, só
tem sensações
À medida que vai evoluindo, através dos
milênios, esses instintos vão se manifestando,
juntamente com a inteligência, com a vontade e
com a liberdade.
5. Mais instruído e purificado, tem
sentimentos
E só bem mais tarde, começa a desenvolver
uma sensibilidade espiritual, que lhe
permite desenvolver sentimentos em
relação ao próximo, não mais só em busca
do prazer, dos seus interesses, mas também
desejando oferecer algo bom e prazeroso ao
outro.
6. Assim, os instintos, no decorrer de um longo
processo evolutivo, atingirão um ponto em que
estarão, nos Espíritos puros, totalmente
sublimados, porque o Amor pleno, “o requinte
do sentimento” se constituirá no Guia racional
e sensível de todas as suas capacidades
intelectuais e morais.
7. O homem caminha da animalidade para a
angelitude, no “autoburilamento, libertando-se das
paixões e adquirindo experiências superiores,
sublimando as expressões do instinto no tempo em
que desenvolve a inteligência e penetra nas
potencialidades transcendentes da intuição.”
8. O amor, não no sentido vulgar do termo, “esse sol interior,
que reúne e condensa, em seu foco ardente, todas as
aspirações e todas as revelações sobre-humanas substitui a
personalidade pela fusão dos seres e extingue as misérias
sociais.”
9. A expressão “substitui a personalidade” deve ser
entendida pela substituição do “eu” para “nós”, do
egoísmo para o altruísmo, pelo “querer aos outros
somente o que se quer para si”, numa “fusão”,
integração, que levam os seres que amam a sentir
as necessidades e os valores dos outros, dos
amados.
10. Esse amor, que é a marca dos Espíritos puros, o qual
estamos desenvolvendo em nós, ainda numa fase muito
incipiente, quando estiver mais presente em maior número
de pessoas da humanidade terrena, transformará a Terra em
um mundo melhor, sem misérias, sem exclusão social,
econômica, educacional e moral.
11. Lázaro escreve sobre a felicidade do que ama,
verdadeiramente, “porque não conhece as angústias
da alma, nem as do corpo”, visto que não pensa em
si, mas nos que ama. “Seus pés são leves, e ele vive
como transportado fora de si mesmo.”
12. Quando Jesus pronunciou essa palavra divina – amor
– fez estremecer os povos, e os mártires, ébrios de
esperança, desceram ao circo”.
Lázaro continua, esclarecendo que “o espiritismo, por
sua vez, veio pronunciar a segunda palavra do alfabeto
divino”: reencarnação. Essa não conduz aos suplícios,
mas “à conquista do seu ser, elevado e transfigurado”,
porque mostra ao homem todo o seu patrimônio
intelectual e moral.
13. Não fomos criados ao nascer, nem herdamos dos pais o
patrimônio intelectual e moral. Renascemos como nos
fizemos em vidas passadas, e aqui estamos, para
continuar nossa evolução espiritual, retificando nossos
erros, burilando-nos, reeducando nossos sentimentos,
nossas emoções, aprendendo a usar no bem a nós, aos
que conosco convivem e aos demais, essas qualificações
intelectuais e morais, que estamos desenvolvendo.
14. Tudo isso - e muito mais - podemos fazer, graças à lei
divina das vidas sucessivas, que evidencia e prova o
amor, a justiça e a misericórdia de Deus. Todos nós,
habitantes da Terra, encarnados e desencarnados,
estamos distantes do alvo a ser atingido, que é
conquistar em si, o amor, o “requinte do sentimento”,
mas estamos indo, em direção a essa conquista.
15. Para prosseguir em direção ao alvo determinado por
Deus, mas, de responsabilidade de cada um, segundo
seu livre-arbítrio, necessário é vencer os instintos em
favor dos sentimentos, ou seja, "aperfeiçoar estes,
sufocando os germes latentes da matéria.” Não é
tarefa fácil, mas necessária, intransferível a outros,
imprescindível à paz, à felicidade e ao progresso do
ser.
16. Desenvolver os sentimentos nobres deve ser o objetivo de
todo espiritualista, que confia na lei da evolução intelectual
e moral, compreendendo que esse alvo depende do esforço
atual, no aproveitamento maior que se possa fazer nesta
existência. Assim, o momento melhor para iniciar ou
continuar nosso desenvolvimento moral, que é o
crescimento do sentimento do amor em nós, é agora, é o
momento presente, sempre